OBESIDADE INFANTIL: ASPECTOS GERAIS



OBESIDADE INFANTIL: ASPECTOS GERAIS

A obesidade é o acúmulo de tecido gorduroso, por todo corpo, causado por doenças genéticas ou endócrino-metabólicas ou também pode ser por alterações nutricionais (FISBERG, 1995). Pode ser definida também como uma doença, onde ocorre a hipertrofia do tecido adiposo (SILVA et al, 2007).

Para avaliar o estado nutricional da criança, o método antropométrico utilizando a medida do IMC é o mais viável. Isso se deve a sua facilidade de uso e o baixo investimento financeiro (ANJOS, 1988). No entanto, não existe um consenso sobre o diagnóstico para o estado de sobrepeso e obesidade infantil. Contudo, o mais utilizado é a medida do IMC, utilizando os critérios adotados pela OMS, CDC e a IOTF (BUENO; FISBERG, 2006).

O CDC publicou uma revisão das curvas recomendadas pela OMS/NCHS, com a finalidade de aprimorar o processo de padronização da avaliação do estado nutricional da criança (BUENO; FISBERG, 2006). Dessa revisão, surgiu um novo parâmetro de comparação para o IMC das crianças, utilizando as medidas do peso e altura, e comparando com a idade, e atualmente esse critério é o mais utilizado dentre os pesquisadores (BUENO; FISBERG, 2006; KUKSMARSKI, 2002). Além disso, o NCHS, que é o orgão referência da OMS, também sugere a utilização das dobras cutâneas subescapular e tricpital para avaliar o percentual de gordura (HABICHT, 1996).

A obesidade não é mais uma doênça apenas da população adulta, pois estudos recentes demonstram que a prevalência da obesidade infantil aumentou significativamente. Estudo realizado pela OMS (WHO, 2000), registrou em 2005 que 20 milhões de crianças menores de 5 anos apresentavam excesso de peso. Segundo dados do CDC (2010) a prevalência de obesidade no período de 28 anos (1989 a 2008) entre crianças de 6 a 11 anos aumentou de 6,5% para 19,6%.

A obesidade adulta tem o início ainda na segunda infância. As crianças que têm facilidade para ganhar peso, com frequencia tornam-se adultos com sobrepeso, tendo complicações como hipercolesterolemia, hipertensão e doença cardíaca (MACRDLE et al, 2008). A massa corporal aumentada está associada ao risco de desenvolvimento de várias doenças, como: osteoartrite, diabete melito não insulino dependente, hiperlipidemia, doença cardíaca, acidente vascular cerebral, hipertensão, alguns tipos de câncer, doença da vesícula biliar, gota, distúrbios alimentares, distúrbios do sono e distúrbios de humor (BRAY, 2003; ACMS, 2000). Além disso, a qualidade de vida relacionada à saúde de adolescentes com excesso de peso é significativamente mais baixa do que os que estão em uma faixa de peso normal (KUNKEL, 2007).

Os danos dessa doença na saúde podem persisitir na vida adulta. Contundo, ainda existem poucos estudos sobre as conseqüências para a saúde em longo prazo em crianças e adolescentes do sexo masculino, mesmo assim estão sujeitos a maiores chances de morte, quando ficarem adultos. Os estudos com o sexo feminino são raros, e as conseqüências em longo prazo do excesso de peso, parecem ser menos graves do que nos homens. As crianças e adolescentes com sobrepeso têm duas vezes mais chances de se tornar um adulto acima do peso (MUST, 1996).

Muitos estudiosos tentam explicar as causas desse aumento exagerado do excesso de peso na população infantil. As explicações mais prováveis são classificadas em três categorias: a genética; a influência do ambiente e da combinação dos dois (TADDEI, 1995). Segundo Damaso (2001) as causas dividem-se em: causas internas, como os fatores genéticos; e as causas externas como sedentarismo, maus hábitos alimentares e problemas psicológicos.

Portanto, conforme os estudos citados, as questões influenciadas pelo ambiente, como o nível de atividade física e os hábitos alimentares parecem ser os grandes responsáveis pelo aumento excessivo da prevalência da obesidade atualmente.


Autor: Wagner Testa


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