Industrializacao da Nigeria nos anos 70/80




1. Introducao
A Nigeria foi beneficiada pela primeira maior grande alta do petróleo na historia, em 1978. A vantagem financeira obtida foi um propulsor de oportunidades para o pais, embora muito explorada pelos países mais desenvolvidos na estruturação de sua economia, a promessa do fim dos ano 70 e inicio dos 80, foi perdida na sequencia pela falta de planejamento adequado das prioridades para o pais.
O objetivo deste artigo e fornecer uma experiência pessoal do autor quanto as observações feitas do ponto de vista externo ao pais e visando ilustrar um pouco do momento que passou o pais em decorrência da internalizacao financeira advinda das vendas do petroleo.
Por se tratar de um pais muito interessante em suas origens e com a maior população africana, também vamos relatar um pouco da cultura e política para ajudar os leitores a conhecer melhor a Nigeria.


2. Cultura da Nigeria
A cultura da Nigeria e formada por vários grupos etnicos ( o país tem mais de 250 diferentes línguas e culturas); os tres maiores são as haussa-fulani que são predominantes no norte do país, os ibo que são predominantes no sudeste, os ioruba que são predominantes no sudoeste do Benin e tribos que são predominantes no oeste, 80% dos Beninenses tendem a ser cristãos, enquanto os restantes 20% adoram ídolos, chamados Ogun.. Estes são seguidos pelos efik, ibibio e annang do litoral sudeste da Nigéria e pelos ijaw do delta do rio Niger.Enquanto no Norte e predominante o Islamismo.


3. Politica
O Império Kanem-Bornu, próximo ao Lago Chade, dominou a parte norte da Nigéria por mais de 600 anos, prosperando como rota de comércio entre os bárbaros norte-africanos e o povo da floresta. No começo do século XIX, Usman dan Fodio reuniu a maior parte das áreas do norte sob o controlo de um império islâmico tendo como centro Sokoto.
A Companhia Real de Niger foi criada pelo governo britânico em 1886. A Nigéria tornou-se um protetorado britânico em 1901, e uma colônia em 1914. Em resposta ao crescimento do nacionalismo nigeriano ao final da Segunda Guerra Mundial, o governo britânico iniciou um processo de transição da colônia para um governo próprio com base federal, concedendo independência total em 1960, tornando-se a Nigéria uma federação de três regiões, cada uma contendo uma parcela de autonomia.
Em 1966, dois golpes sucessivos por diferentes grupos militares deixaram o país sob uma ditadura militar. Os líderes do segundo golpe tentaram aumentar o poder do governo federal, e substituíram os governos regionais por 12 governos estaduais. Os ibos, grupo dominante etnicamente na região leste, declararam independência como a República do Biafra em 1967, iniciando uma sangrenta guerra civil que terminou com sua derrota.
Em 1975, um golpe pacífico levou Murtala Ramat Mohammed ao poder, que prometeu um retorno ao estado civil. Entretanto, ele foi morto em seguida, tendo como sucessor Olusegun Obasanjo. Uma nova constituição foi promulgada em 1977, e eleições foram realizadas em 1979, sendo ganhas por Shehu Shagari.
A Nigéria retornou ao governo militar em 1983, através de um golpe que estabeleceu o Supremo Conselho Militar como o novo órgão regulamentador do país. Depois das eleições de 1993, que foram canceladas pelo governo militar, o general Sani Abacha subiu ao poder. Quando ele morreu subitamente em 1998, Abdulsalami Abubakar tornou-se o líder do SMC, agora conhecido como o Conselho Provisório de Regulamentação. Ele anulou a suspensão da constituição de 1979 e, em 1999, a Nigéria elegeu Olusegun Obasanjo como presidente nas suas primeiras eleições em 16 anos. Obasanjo e seu partido também ganharam as turbulentas eleições de 2003.

4. Economia
4.1 ? Historico Economico
Ambos os reinos de Oyo, no sudoeste, e Benim, no sudeste, desenvolveram sistemas elaborados de organização política nos séculos XV, XVI e XVII. Ifé e Benim são notas pelas suas grandes obras artísticas em marfim, madeira, bronze e metais.
Entre os séculos XVII e XIX, comerciantes europeus estabeleceram portos costeiros para o aumento do tráfico de escravos para as Américas. O comércio de commodities substituiu o de escravos no século XIX.
Mas atualmente, inicio dos anos 70, a economia nigeriana era baseada na produção agropecuária, principalmente no cultivo de cacau, café, amendoim, banana e azeite de dendê, todos com finalidade de exportação.

A produção de alimentos não acompanhou o crescimento populacional, então o país recorreu à importação para suprir as necessidades internas.

O país possui jazidas de diversos minérios, mas o principal é o petróleo, esse recurso mineral responde, atualmente, por 20% do Produto Interno Bruto, 95% das exportações e 80% da receita nacional.


Durante o Boom do Petroleo dos anos 1970s, a Nigeria acumulou um significante debito externo para financiar investimentos importantes de infraesctrutura. Com a queda dos preços do petroleo durante os anos 1980s, a Nigeria passou por muitas dificuldades para manter os pagamentos de emprestimos tomados na decada passada, e eventualmente ficou inadimplente no Mercado financeiro internacional nos re-pagamentos dos valores de principal de empréstimos, limitando re-pagamentos da parcela de juros dos empréstimos.

O setor industrial ainda é discreto, mas as empresas já existentes atuam, principalmente, no segmento de bebidas, fumo, equipamentos de transporte e automóveis, produtos químicos, têxteis e alimentos.

4.2 ? Planos de Desenvolvimento e efeitos Politicos

O governo Nigeriano batalhou intensamente para explodir sua economia, a qual experimentou o boom do petroleo no final dos anos 70, beneficiando-se da alta de precos no Mercado mundial.

Mas, infelizmente, o progresso foi contaminado pela falta de gerencia e a corrupção em vários níveis do governo.
Esta tradicional ex-colonia britanica, uma das maiores produtoras de petroleo, porem a industria nigeriana produziu efeitos reversos a expectativa de crescimento industrial.
Mercados paralelos de petroleo reduziram ganhos no delta do Niger, area mais importante da industria do petroleo, muito afetados pela corrupcao e violencia entre os poderes locais. Ao final, poucos nigerianos foram beneficiados pelo boom do petróleo.

O Banco do Comercio e Industria da Nigeria fez muitos negócios em parceria com empresas européias, italianas e alemãs, e alguns negócios com empresas brasileiras.
No tocante aos negócios realizados com o Brasil, empresas como a Interbras (então braço do comercio internacional da Petrobras), Promom e Cotia Trading entre elas, fincaram bases na Nigeria em diversos segmentos da economia.

O desenvolvimento entre 1978 e 1981 ate que mostrou um crescimento importante, porem em 1986 chegou a seu nivel mais baixo desde o inicio dos anos 70:

1979 ? $47,620
1980 ? $64,202
1986 ? $20,210

Chegando agora com o melhor quarto GDP da Africa, estimado em $220,000 para 2009.


5. Aspectos Organizacionais
Devido ao pouco desenvolvido modelo comercial e industrial, pois a economia girava em torno de commodities, os recursos humanos disponíveis sempre foram muito escassos. As empresas multinacionais com operações na Nigeria estabeleceram um modelo de importação de recursos humanos de seus países, quase que na totalidade das operações implantadas no pais. Assim, não ajudaram no desenvolvimento do potencial local nas áreas organizacionais.
O trabalho necessário consistia no treinamento dos recursos locais nas praticas organizacionais e administrativas, recursos locais que estavam muito aquém do básico e sendo assim era necessário importar mao-de-obra para quase todo trabalho nas novas operações trazidas pelo plano de desenvolvimento estabelecido pelo governo.

Autor: Amaury Bonatto


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