O Que se Espera das Instituições de Ensino?



A Escola deve sobre todas as coisas ser Cidadã, cito no sentido que traz na suas conjecturas, o comprometimento e o desejo que o ser humano atinja o ápice da liberdade, autonomia e responsabilidade com a sua história e com suas ações no sentido de construir e/ou reconstruir intervenções no espaço social.
No entanto é a partir de uma reflexão crítica acerca da condição humana e da qualidade da prática pedagógica efetivada por professores/as e funcionários/as de forma articulada e desenvolvida no espaço escolar que se constrói o entendimento de ''educação''. Nesse sentido, a capacitação junto ao treinamento e desenvolvimento deve funcionar como uma mola propulsora ao promover o trabalho coletivo no viés democrático escolar e deixar de corresponder uma cultura organizacional que atenda apenas às exigências apresentadas pela realidade social de forma mecanizada. Assim, o Artigo 2º do Decreto nº 7.415 no inciso I, afirma que a ''formação dos profissionais da educação básica como compromisso com o projeto social, político e ético que contribua para a consolidação de uma nação soberana, democrática, justa, inclusiva e que promova a emancipação dos indivíduos e grupos sociais''.
O olhar para o funcionário/a da educação depende da concepção que o ''sujeito'' possui de educação e de escola, se acreditarmos que a escola deve se pautar no viés da educação tecnicista e autoritária importada do modelo empresarial para a escola pública, de fato teremos um entendimento deturpado das necessidades que a história vem impondo à própria escola, que insiste em trazer a idéia do ensino na escola como atividade-fim.
O objetivo do treinamento e desenvolvimento é justamente pôr fim na dicotomia e práticas autoritárias que permeiam os segmentos no espaço de trabalho escolar, e o objetivo principal é transformar cada funcionário/a em "educador/a" responsável por conduzir e/ou gerir seu ambiente de trabalho, intervir nas decisões escolares, contribuir com a construção do Projeto Político Pedagógico, atuando politicamente como sujeito ativo. A capacitação o treinamento e desenvolvimento tem ''o poder de transformação das relações de trabalho, num ambiente onde teoria e a prática, indissociáveis, necessitam de uma permanente reflexão sobre o saber e o fazer'' (FILHO, 2007, p.36).
Com esse propósito, a profissionalização ganha força e espaço e se fortalece com as conquistas adquiridas, fruto de lutas que traz em seu bojo o sabor de mais uma vitória alcançada a partir de uma nova concepção de funcionário/a da educação que a escola exige, para atender as necessidades da sociedade contemporânea pautada na liberdade, autonomia, tecnologia, valores e compromisso com a cidadania.
É indiscutível que a formação influencia diretamente na qualidade da educação, principalmente se a escola estiver desenvolvendo o seu trabalho de forma articulada ao Projeto Pedagógico.

Conforme já citei nesse texto, as exigências da sociedade contemporânea fazem a escola adquirir nova formatação, aquela escola do passado, a escola ''velha'' centrada na leitura e na escrita que preparava o indivíduo para o trabalho apenas, dá espaço para a escola ''nova'', a escola do presente, pautada na educação cidadã que transforma o indivíduo em sujeito e prepara-o para o ''mundo do trabalho'', isso não significa que o objetivo da escola tenha mudado, pelo contrário, ela entende a necessidade de desenvolver todas as habilidades e/ou sentidos do homem enquanto ser humano.
A educação mobiliza o mundo e é o ponto central para o desenvolvimento do país. Podemos afirmar que estamos vivendo a era do conhecimento e queremos que esse conhecimento seja democratizado, que todos/as tenham acesso. Portanto, é necessário fortalecer a gestão democrática das escolas dia após dia e que os atores responsáveis por esse processo saibam dirimir com sabedoria todas as barreiras encontradas pelo percurso. Nesse sentido, a escola deve aprender a reconhecer e/ou valorizar o ''potencial humano'' que possui, assim, a partir desse momento teremos efetivamente a gestão democrática nas escolas brasileiras.




Autor: Nidia Paula Da Silva


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