Metodologia do ensino superior



METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

KIECKHOEFEL. Prof. Leomar

A prática da pesquisa nem sempre é apresentada com toda essa boniteza, na perspectiva de tornar os seres e os saberes cada vez melhores. Às vezes, aspectos metodológicos de formatação do trabalho são mais valorizados, perdendo com isso a essência primeira do processo de pesquisa, que é a transformação do conhecimento e dos sujeitos que produzem esse conhecimento.
Os sujeitos quando orientados de maneira produtiva podem fazer parte do mundo da pesquisa. "Quem ensina carece pesquisar; quem pesquisa carece ensinar". No mundo da pesquisa a presença de diferentes modos de pensar sempre causou/causa divergências. É o poder da argumentação de cada pesquisador que determina a qualidade provisória dos saberes mais contundentes apresentados."A informação não falta, mas há que transformá-la em conhecimento".
É necessária a presença de um mediador multimodal: o professor. Destacar o papel do professor como mediador é sensibilizar os sujeitos a discernirem e a selecionarem o que vêem. O professor e o acadêmico que pesquisa é aquele que ensina o outro e simplesmente aprende, pois ambos professor e acadêmico são sujeitos.
O processo histórico dos saberes constituídos ao longo da história deve ter sua compreensão entre aprendizes e ensinados. "Para se fazer o bem é preciso que se conheça o sentido do que faz e para se saber bem é preciso que se tenha competência para fazer".(PEREIRA, 2000, p. 47).(HAMIDO, 2000, p. 68) ainda diz "O talento que não é cuidado é mediocrizado e pode perder-se".
O fazer e o pensar do docente conduzem o processo de aprendizagem com mais harmonia e significado. A educação é uma trama que se tece pela interação e relação que os seres humanos estabelecem. Direcionar um olhar sobre o planejamento na educação é também olhar para o professor como um mediador junto com os acadêmicos. O dizer e o fazer dos professores adquire maior consistência.
O planejamento é um processo contínuo, dinâmico e reflexivo, que exige uma tomada de decisões, de colocar em prática a que se pensou. É o momento de refletir e agir, organizando esse processo de maneira harmônica, visando a formação dos acadêmicos e do professor, que não tem como pensar o planejamento sem a parceria de um trabalho coletivo que é importante para o coletivo mas nunca para um só.
O processo de ensino e aprendizagem, que se define o que e como julgar ou avaliar é o que cada acadêmico realmente aprendeu. O papel que se espera da escola é que possa colaborar na formação do cidadão.
Pensar e fazer educação é aprender algo, professor e acadêmico saem ganhando. Eles aprendem algo e se transformam em pessoas melhores e revelam uma valiosa fonte das pessoas com capacidade de aprenderem diferentes formas de ser e, posteriormente de ver os outros.
Tanto educadores como educandos reconhecem o significado de valores e assim justificam a inclusão de avaliação na instituição escolar. Uma avaliação eficiente e eficaz da organização. A avaliação de aprendizagem é uma categoria pedagógica didática, por tratar-se de um dos momentos relevantes no processo de aprendizado contribuindo para com a formação integral do sujeito.
Ensinar significa criar condições para que o educando efetivamente entenda aquilo que se está querendo que ele aprenda. A articulação entre avaliação da aprendizagem e avaliação do ensino muitas vezes está no método pedagógico da escola.
A avaliação está presente em todas as Universidades e em todos os movimentos pedagógicos, fornecendo informações úteis aos graduandos, professores, responsáveis pelo planejamento do currículo, coordenadores e pesquisadores.
Conforme Chalita (2001, p. 179) "o professor só conseguirá fazer com que o aluno aprenda se ele próprio continuar á aprender". E isso nos leva a pensar na necessidade da formação integral do professor. A falta de conhecimento técnico, didático e metodológico em sala de aula apontam para o limite do professor continuar sua formação acadêmica.
Pensar a formação inicial, a formação acadêmica e a formação continuada do profissional docente são pensar na própria identidade do professor como agente mediador do conhecimento. Desse modo o processo de formação dos professores cerceia todo um contexto histórico dos seres envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. É um processo vivo e, "A vida, ao se tornar vida viva, transformas-se em um prêmio". (FURLANETO, 2003, p. 37).
A cada nova descoberta, apreciar a beleza de viver e de fazer a vida tornar-se viva dentro de nós, perante nós e diante dos outros nos faz nascer e compreender-se e sentir impregnado em si "a beleza da vida viva". É preciso aprender a exercitar o movimento que já se encontra dentro de nos e buscar, a cada nova escolha, estabelecer novas relações de aprendizagem com o mundo e consigo mesmo. A vidas nos impele ao desapego nos fazendo aprender sempre.
No âmbito das estratégias de ensino em um contexto determinado do planejamento, do diagnostico e da avaliação, proporcionando as habilidades e competência para que o professor tenha a capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação.
A formação continuada de novos conhecimentos, de troca de diferentes saberes, de pensar e refazer a prática do professor, da construção de competência do educador. Alem disso está se bercebendo que a boniteza do outro contribui para a beleza do eu e vice-versa; que ambos apesar de serem distintos e unos, comungam o mesmo ideal, a compreensão do homem na vida e da vida do homem.
O processo de formação caracteriza o futuro profissional que viremos a ser. Como professores nós nos sentimos incomodados por não mais atendermos às exigências atuais, que norteiam os novos paradigmas de ser e de sociedade. Porem é preciso que haja vida na vida de cada ser. Em minha vida há vida, toda uma vida para ser vivida e aprimorada a partir das experiências que eu mantiver e estabelecer com o mundo que me cerca e com os sujeitos que dele fazem parte.
Aprendamos que como professores e observadores comecemos a nos olhar. É preciso perceber no processo de aprendizagem e de formação para posteriormente, emanciparmos outros sujeitos a esse movimento. O respeito pelo outro é fundamental e principalmente, o respeito que devemos ter conosco.
Para Finger (1988, p. 81), "O saber sensato cura a forma do corpo, embeleza. Quanto mais presto atenção, mais penso. Penso, logo sou belo. O mundo é belo, logo penso. O saber não pode dispensar a beleza". Logo eu contribuo para a aprendizagem dos meus parceiros assim como eles contribuem para a minha formação. Aprendemos, portanto, uns com os outros, sempre juntos.
Neste exercício de sempre aprender a ser, apartir da parceria, as ações reflexivas e torna imprescindível. As possibilidades de acompanhar a boniteza de aprender e de ensinar tornar-se-ão cada vez mais remotas. "O velho pode tornar-se novo e em todo novo existe algo de velho, depende da ótica de quem lê, da atitude interdisciplinar de que a examina". (FAZENDA, 2003, p. 82).


Baltazar Juraszek
Especializando
Santa Terezinha

Autor: Baltazar Juraszek


Artigos Relacionados


Ensino Com Pesquisa Na Graduação

Educação E Avaliação

O Processo Avaliativo Do Ensino E Aprendiz EducaÇÃo Infantil

O Papel Da Reflexão Na Atividade Do Educador

A AvaliaÇÃo Nas SÉries Inicias

Os Saberes Docentes E Sua Prática

Critérios De Avaliação No Processo De Ensino Aprendizagem Escolar Dos Professores Do 1° Ano Do Ensino Fundamental