A Reescrita da História , o Yetzeit e a Imagem Alegõrica em Wlater Benjamim
Orientação: Maria Terezinha de Castro Callado.
Autor: José Gilardo Carvalho (Licenciado em Filosofia(Uece), Especialista em Filosofia(FFB)Docente efetivo de Filosofia na educação básica do Estado.
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Benjamim, na obra: Origem do Drama Barroco Alemão, (), faz uma relação entre o gênero literário e forma histórica. Benjamim demonstra que a estrutura que representa a história moderna remete a uma configuração alegórica própria do Barroco.Alegoria em Benjamim repousa na tentativa de reconhecer no profano os vestígios do sagrado. A alegoria traz a dialética entre o profano e o sagrado. A realidade( virklichkeit) estaria de acordo com Benjamim condicionada a essa antinomia. A realidade é o palco dessas ações, como afirma Buci-Glucksmann, num jogo de ilusões. Na alegoria, o mundo profano é ao mesmo tempo 3exaltado e desvalorizado. O Barroco apreende esse espírito.
A forma barroca é uma forma de sentimento.O sentimento do declínio da efetividade de uma obra de arte.Aqui os conteúdos factuais são convertidos em conteúdos verdadeiros. A arte imita a vida e vice-versa. A ruína sempre se destaca na estrutura barroca.(Benjamim,1984, p.204)
O Barroco se contrapõe à perfeição da forma do classicismo renascentista, ao mostrar a transitoriedade da existência humana.
Na intenção alegórica, a imagem é fragmento e ruína. Sua beleza simbólica se evapora quando tocada pelo clarão do saber divino. Resta ainda uma instrução, ainda acessível. (Benjamim, 1984)
A linguagem denuncia através da alegoria a falsa totalidade de uma história positiva e acabada. A alegoria é assim a denúncia crítica da escrita catastrófica do mundo, é sua redenção. Essa redenção carrega o sentimento de resgate da ordem do ponto de vista do tempo da história da linguagem. O sentimento de luto nostálgico de uma ordem histórico temporal, simbólica e qualitativamente distinta da que se apresenta ao homem lingüístico profano como única possível embora não satisfatória do mundo das coisas.
A morte é a grande fantasmagoria barroca, pois representa de modo paradoxal a fragilidade e a salvação da ordem temporal.
Benjamim busca harmonizar os objetos, dar-lhes uma fisionomia. Os faz artigos e colecionáveis sob a o registro da natureza
A alegoria (Benjamim, 1984, p.189), a alegoria é uma combinação de história e natureza. A natureza do Barroco é histórica e histórica é sua natureza, pois representa na alegoria a transitoriedade do fluxo interminável, degradante.
A história se exprime num rosto não numa caveira. O cerne da visão alegórica , exposição barroca , mundana da história mundial como sofrimento, significativa apenas nos momentos do declínio (Benjamim 1984,p.188)
O domínio do Barroco é o da história natural, pois reflete a efemeridade e o inacabamento de todas as coisas na alegoria. Contrapõe-se a eternidade e plenitude do símbolo.Para Benjamim o Barroco se contrapõe ao classicismo em seu conceito de natureza eterna, transfigurada e já redimida.
O luto não é apenas um motivo de desenvolvimento do tema barroco, mas o sentimento reconhecido por este como condição do Ser do Homem profano em geral.(Konder 1999, p.36)
Benjamim , percorre a história a partir do figurado, das artes, da arquitetura das mercadorias. Refaz por intermédio das alegorias, nelas construídas a verdadeira fisionomia da história que lhe é presente.Para Benjamim a única possibilidade de redimir a história, seria expô-la em imagens. Símbolo e alegoria fazem o pensamento incidir sobre si mesmo, refletindo sobre as condições de sua formação.
Na alegoria, a palavra decaída ascende à ordem do nome. A alegoria remete a nostalgia do paraíso perdido. A alegoria ao contrário do símbolo parte do universal(totalidade) ao particular(singularidade) ela é imanente. A alegoria permanece autêntica ao Ser da idéia e ao Ser lingüístico. Simultaneamente, para Benjamim alegoria e símbolo se contrapõem ao sentido dessas na tradição romântica do símbolo..
Sobre este aspecto, afirma Jeanne Marie Gagnebin(1999,p.43), que de acordo com Arnold Hamer, as variações artísticas parece tornar duvidoso a unidade da estrutura barroca, que só se torna possível a partir do universo de sua formação.
É preciso reabilitar uma visão devastadora do tempo e da história, em oposição ao cumprimento do tempo trágico e místico ? e do sentido da linguagem em oposição a sua plenitude no símbolo, ou seja, o tempo é devastador e ocorre na história, o que contraria a idéia de tragicidade e misticismo dos antigos. E a linguagem revela a transitoriedade na alegoria em oposição a visão de plenitude do clássico do símbolo.
Para Benjamim, o objeto da tragédia não é a história, mas o mito que resulta de uma condição atual do personagem, mas de uma pré-história. Há uma contra posição entre o mito e a história, que é panoramática, alegórica.
Para Benjamim, a presença de espírito é a contrapartida à Razão Iluminista, matemático-algébrica. Pois é apta a acolher o acaso. O acaso é o incotornável para o sujeito da consciência reflexiva.
De acordo com Matos, Olgária, o discurso em Benjamim, a presença de espírito, a imagem dialética, que compõem a iluminação profana se contrapõem a linearidade da ciência. Cita a ordenação solitária do mundo feita por Descartes. Enquanto para Walter Benjamim a verdade não se encontra no Eu subjetivo apenas,mas no sujeito e no objeto. A alegoria presente no descontínuo, na mudança.Assim quer no Drama Barroco Alemão, quanto na modernidade em Baudelaire, vamos nos deparar com uma ¨ metafísica da transitoriedade ¨ . à qual somos levados por uma iluminação profana,presente na imobilidade do tempo (yetzeit), na imagem dialética que permite nas suas multifacetas a apreensão do ¨ instante ¨, do passado no presente para reescrever a história.
O pensamento racionalista confunde o acaso com ilusão, pois parte da realidade. Aristóteles usa o termo automaton, para designar o acaso( cf. Aristóteles 1, 195b31-198ª13). A Tiké oscila entre o absolutamente não necessário (acaso) e o absolutamente necessário(destino).
Para Benjamim, não há fatalidade, o destino é o inesperado, o acaso, o real, semelhante ao nome que é superior a tudo, pois é a representação, que cria a a aura.Todas as formas do universo procedem do nome, que permanecem incólume pela força do amor.(cf. Benjamim 6,p. 27)
Benjamim afirma que articular o passado historicamente não é revivê-lo, mas capturar no presente, uma imagem do passado e na sua imobilidade capturá-lo numa pré e pós história. O sentido da história se encontra nas suas fendas, acidente, acasos. O tempo do sujeito benjaminiano é um tempo que se desintegra e se reconstrói.
A própria vida de Benjamim confere autenticidade a seu pensamento, pois ocorre de modo descontínuo, desconstrução, acaso, descontinuidade, estão presentes nela.
Matos, Olgária traça a trajetória de Benjamim que vai de sua Metafísica da juventude à obra do trabalho das passagens. Mostra um Benjamim que não segue uma linearidade no seu pensamento, sendo assim condizente com esse próprio pensar visando combinar arte e religião, passando pela crítica da arte e do romantismo, onde constrói o pessimismo histórico em contraposição à idéia clássica de perfeição e beleza. Substituía a mimésis e a poética aristotélica. Pela alegoria desconstrói a noção kantiana de tempo e espaço como intuições a priori, ao retratar as metrópoles européias, pois a desordem presente nessas cidades é o que as tornam visíveis.No exílio dedica-se a arte sem aura na obra, trabalho das passagens, finalmente nas XVIII escreve a sua filosofia da história.
Segundo a autora, existe uma tríplice periodização nos escritos de Benjamim. O Estético, O Político e o Teológico, tratam de uma história não regida pela causalidade ou pela consciência constituinte de um sujeito indicando uma área de temporalidade autônoma. Há na obra benjaminiana, a desformalização da idéia do tempo pelo estético, pelo político e pelo teológico.
As reflexões sobre a história de Benjamim, não são novas e remontam a antes do Trauerspiel; isso pode ser observado nas suas Observações Sobre a Linguagem em Geral, A Linguagem Humana. Sua Teoria do Conhecimento é uma teoria da linguagem, travestida de uma teoria das idéias. Ressurgem no Fragmento Teológico Político. (Dufour-el-Maleh 22).
Esse centro virtual ¨ se constitui na sequência de noções de idéia, origem e alegoria, diversas tentativas de nomeação de seu objeto de crítica as filosofias do Sujeito da Representação e da Consciência. (Descartes e Kant) A ¨ realidade histórica ¨ , escreve Benjamim, possui seu coeficiente próprio graças ao qual todo conhecimento autentico dessa realidade leva o sujeito a conhecer-se a si mesmo, não de um ponto de vista psicológico,mas no sentido de uma filosofia da história. (Benjamim 4, p. 43) A idéia benjaminiana cita a idéia platônica, a idéia kantiana, a idéia romântica, sem tratar-se de um simples reexame, síntese ou ultrapassagem. O hermetismo aqui salva, depura e torna possível um trabalho sobre o conceito, mito e verdade se excluem. Para que a verdade se instaure é preciso primeiro saber o que é o mito, que se reconheça como uma realidade destruidora do verdadeiro.
Benjamim no Trauerpiel, utiliza da terminologia de Goethe com relação as idéias, e afirma que a função dos conceitos é agrupar os fenômenos, e a divisão que neles se opera através da inteligência com sua capacidade de distinção salva os fenômenos e apresenta as idéias. Para Benjamim, a critica nos românticos é esotérica, o messianismo é o coração do romantismo. No ensaio Filosofia Vindoura, Benjamim, associa misticismo e kantianismo como que realizando uma regressão pré-crítica. Também no Trauerspiel, Benjamim fala das filosofias críticas, que não conseguem sobreviver sem o esoterismo.
Ao deter-se em Platão e Kant, Benjamim identifica a questão da veracidade ou da falsidade calcadas no sujeito cognoscente. Coloca-se a crítica a sua filosofia como tagarelice. Chama a filosofia kantiana de prosa da arte. (Benjamim 4, I, p. 139-140). Compara , Benjamim, o critico a alguém que interroga à verdade a uma chama que está para além do passado.(idem PP.162).
Ao distinguir conhecimento e verdade, Benjamim, a primeira questão de racionalidade analítico-cientifica, concebe a possibilidade de um conhecimento sem consciência, no sentido que confere a Kant. ¨ toda a experiência autêntica repousa na pura consciência (Transcendental). A pura consciência transcendental é especificamente diferente de todo conhecimento empírico, a ponto de se perguntar se o termo consciência cabe aqui.O mesmo já ocorrera com a teoria das idéias de Platão, a necessidade de ampliar essa racionalidade.
Segundo Matos, Olgária no livro III da República, Platão expulsa de sua política, em particular, o poeta Homero e o pintor. Os poetas , os pintores, nos reenviam a experiência do limite que atravessa e dilacera o Olimpo.Zeus senhor dos destinos, experimenta uma situação crucial. Os limites de sua potência_ o furor que os gregos denominam de ¨ doença sagrada ¨, o herói é ao mesmo tempo abençoado e amaldiçoado, pois sendo pelo furor escapa ao poder do próprio deus.
Platão, no Fedro, apresenta na pessoa de Sócrates, a loucura, dada por Deus, como bom, melhor do que ser são.
Para entender o uso dos mitos em Platão é preciso entender como compreendia os fatores não racionais no comportamento humano. Desde a juventude(Arete). Depois da morte de Sócrates, Platão retoma algumas expressões como: ¨ A psiquê humana comporta algo de divino ¨ ( cf. Xenofontes 36 III,p.14) e nosso interesse principalé cuidar da sua saúde. (cf. Platão 28,30ab). De acordo Matos, Olgária, segundo Doods, Platão teria efetuado uma ¨ hibridação ¨ da tradição racionalista grega, aqui as idéia mágico-religiosas remontando a cultura xamântica setentrional. Na República, por exemplo só os filósofos poderaim reunir condições de serem os guardiães do Estado. Toda vez que se refere a questões essenciais como: alma, deus, vida futura, Platão expõe seu pensamento de forma oposta à seu método habitual, a dialética. No Timeu, por exemplo, utiliza-se do recurso do mito de ponta a ponta.
Como admitir que o mito contenha uma parte de verdade em Platão, se sabemos que a ciência não comporta nenhuma possibilidade de mudança de transformação e que apenas, a razão seja por intenção ou demonstração pode atingi-la? A doxa(opinião) ao contrário da ciência é extremamente variável.; cambiante.
O verossimilhante e não o verdadeiro apresenta uma infinidade de graus, por ser fugidio e móvel. Privilegiar-se em Platão a Teoria das Ideias e das idéias números e, torná-lo por demais Eleata. Se na República, a doxa é apresentada como intermediária entre a ciência e a ignorância e o dever entre o Ser e o não-Ser. A opinião verdadeira é de grande valia e apesar de não ser ciência, não está muito distante dessa. No Fedro, Platão enumera as maneiras de se chegar a opinião verdadeira: 1; inspiração poética; 2, a adivinhação;3, o delírio poético;4, o amor.
Se a ciência está para opinião verdadeira como o Ser para a o Devir, então a opinião verdadeira é ciência do devir. Para Benjamim, de observador, o sujeito torna-se lugar de passagem, limiar. Ao liberar-se do sujeito da Representação Benjamim pode designar um de temporalidade fora das determinações espaço-temporal, que escapa a fantasmagoria de seu tempo cronológico representável. Para apresentá-lo, significá-lo, propõe a alegoria.
Benjamim, pressente que todo saber é falho, de onde não ser possível uma ciência crítica . Da crítica kantiana, Benjamim preserva , essencialmente sua posição mística, ¨ diante do saber como se o pensamento se avivasse pela ferida critica. O ¨ misticismo de Kant é ( para Benjamim) o germém de uma filosofia da história que permitiria culminar numa féerie dialética, na qual os objetos rompema indiferença com a qual envolvia conceitos de Representação. Benjamim excede a conceituação tomada de empréstimo de Kant e, ao reinterpretar as relações entre conhecimento e experiência, ele o realiza, a partir justamente do que em Kant, os tornava comensuráveis. O tempo para Benjamim impacta , mostra que a unidade do objeto postulado pela conhecimento é tão somente o ¨ conceito ¨ dogmático da continuidade da experiência para além do espaço e do tempo ¨ . A suspensão transcendental do conhecimento ? a crisis- esta fenda aberta por Kant no coração do sujeito do conhecimento, torna-se, para Benjamim, a condição de possibilidade de uma autentica ciência das lembranças.
Partindo de Kant, Benjamim procura metodicamente encontrar seus rastros, registrando as oscilações da modernidade entre uma aguda consciência do tempo e o desejo de preservar a unidade e a identidade do sujeito, reconhecendo a marca de uma impossível ecarização. O recurso benjaminiano às idéias platônicas se faz visando encontrar uma esfera de neutralidade em relação aos conceitos de objeto e sujeito, pois assim como há o fetichismo do objeto há também o fetichismo da representação. ¨ É absolutamente impossível, pensar o Ser das ideias como objeto de uma intenção, mesmo que intelectual. Pois mesmo sua formulação mais paradoxal, a do intellectus archetypus, não dá conta do caáter próprio à verdade a saber que é um dado que escapa a toda espécie de intenção e com mais força não aparece como intenção. A verdade é a morte da intenção. O Ser destacado de todo fenomenalismo que tem esse poder é somente o nome. É ele que determina o caráter de dado as idéias (......) sem tê-lo perdido na comunicação, ligada a esta ao conhecimento.(Benjamim 13, PP.32-33)
A verdade não se transforma em conceito, o signiifcante em significado em representação. O tratado é uma forma árabe. Em sal aparência exterior está desprovido de parágrafos e, assim nada chama à atenção extyerior, mas só do interior ¨ , (idem15,p.128). No Drama Barroco Alemão ¨ sua primeira característica é renunciar ao curso initerrupto da intenção. Inccasavelmente o pensamento recomeça sempre e retorna laboriosamente à própria coisa. Benjamim busca não a autoridade da referência, mas à experiência de um mundo como livro em uma percepção quase literária do real. Cada palavra por correspondência não é exata mas uma ¨ constelação ¨, um ¨móbile ¨, de imagem ¨ que ergeum desprendidas de todos os alços antigos. Se a ¨ memória (involutária de Proust)nascia do narcótico ¨ Letourdissement ¨ ,de uma incerteza semelhante à que se encontra por vezes em visão inegável, no momento de adormecer ( Proust 31.p. 875) .A lembrança benjaminiana é o despertar ¨na verdade o despertar é o exemplo da lembrança, no caso de termos a cance de nos lembrarmos do que mais próximo , mais banal, mais evidente ¨ , (Benjamim13, p.491).
Mais próximo, mais banal, mais evidente é o de uma crise- uma crise sem violência, na qual Benjamim reconhece o estranhamento de era familiar e o espanto, nesse espanto despertamos cada dia em um quarto novo, o que equivale ao nascimento do olhar, Benjamim procura disceminar-se das formulas da filosofia da representação. Tempo e história, memória e lembrança devem ser incorporadas a uma teoria do sujito. O divino, linguagem adamitica de algumas observações (Agesilaus Santader, 1933) o humano (interesse dos sinais messiânicos), a lembrança involutária( Proust) ou o instante revolucionário (tese VII) são processos sem origem . Razão pela qual a alegoria e o método digressivo.
Para Benjamim, o objeto que o símbolo apresentava com sentido imune , a alegoria so contempla o fragmento inerte do que foi. Onde o símbolo evocou o instante místico no qual se reconciliam sentido e intenção.
Avisos , sinais, porém postulam a transformação da história; o símbolo em favor de uma Naturgestiche na esperança de salvação, o mundo decaído da alegoria e o da salvação do símbolo, são disfarces de uma mesma Representação da história. Benjamim, vevela a estreita conjunção que une declínio e progresso. Há o progresso que arrasta o anjo para o futuro, e há as vitimas desse progresso, as ruínas que acumulam diante de seus olhos estarrecidos. Onde vemos uma cadeia de acontecimentos ele vê, uma catástrofe única que acumula incansavelmente ruínas sobre ruínas, e a joga aos seus pés. Ele gostaria de deter-se para despertar os mortos e reunir os vencidos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e invade tão fortemente sobre suas asas que não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro. Essa tempestade é o que chamamos de progresso.(Benjamim 6, tese IX).
Benjamim preconiza ¨ a organização pessimismo ¨, isto é contra o idealismo dos Social-Democratas uma estratégia do desepero. A imagem do Anjo não é dialética.No sentido da representação conceitual,mas torna-se na medida em põe em cena a dialética da representação, o que implica construir o olhar. A imagem só se realiza como imagem dialética no trabalho do historiador. ¨ As idéias se referem às coisas como as constelações aos rastros; o quçe significa não serem nem conceitos nem leis ¨ ,(idem13,p.119). Essas constelações ao os da memória: a lembrança começa por descrever o contexto da rememoração.
A experiência do Spleen, da melancolia, é a última defesa contra a história naturalizada, petrificada. Sua contrapartida é a aura, como doutrina da experiência ¨ o que é propriamente falando a ¨ a aura ¨,? Uma trama singular do espaço e tempo: a aparição única de um ? longínquo, por mais próximo que esteja- elemento central dessas observações constitui na distinção ente a aparição-noção kantiana espaço temporal-e a aparição única. A dialetização até torná-la legível. Assim como ocorre com o anão e a boneca turca na tese I, que recorre a Teologia, o salto tigrino na tese XIV, que rompe com a repetição na história, a partir do salto no céu livre da história. O Anjo da tese XV. Todas essas observações de 1950, Benjamim se referem a modernidade, essa ?época da subjetividade ou a Idade Barroca, com sua desagregação da visão religiosa do mundo. Talvez tenha a inventado, Benjamim relata estada na Basileia. ¨ Vi algumas das obras gráficas de Durer... o cavaleiro, a Morte, O Diabo, A Melancolia, São Jerônimo e outras , que por dias estavam expostas.
Sobretudo a Melancolia é a obra de uma expressividade profunda indizivelmente. A seu ldo surpreende a força primitiva de Holbein. O Velho. E por último, o maior quadro que aí se encontrava a crucificação de Griinewal( que me atingiu ainda mais , eu nos precedentes ( Benjamim 8.p.XIV). Trata-se de obras que vevelam a ausência de qualquer consolo metafísico. O Trauerspiel- para o qual a melancolia de durer é o ícone fundador da modernidade- é ¨ uma reprersentação que exibe diante de seres todos cujo cenário coloca diante de seu olhos o desenvolvimento catastrófico de sua própria história e da hisória do mundo¨ .
A imagem dialética não articula duas imagens a do mito e a da utopia-,mais dois desejos: o do passado e do presente.É esta a situação do Anjo da história: Ele fica com o olhar (os que jazem prostrados e vencidos) e recua aos poucos irreversivelmente. E por quê? Para tomar o caminho do futuro de onde ele vem, e que conhece tão bem, a ponto de o percorrer sem se voltar e sem abandonar o olhar daquele que o elegeu. O Espírito da tristeza não é outro senão o do dmônio. Foi assim que os místicos do século XVI a ele se referiam. O Tirano do Drama Barrroco ainda em vida ¨ está privado da Razaõ de sentido e pois não vê nem ouve o mundo vive a sua volta, tão somente as mentiras que o demônio pinta em seu cérebro até chegar ao delírio e a perdição no desespero(....) da tristeza, Satã é o tentador. Iniciatico, faz aceder a um saber, mas é o fuçndamente de uma condenável. Se Sócrates se engana ao ensinar que o conhecimento do bem, leva a praticá-lo, isto é ainda mais verdadeiro pra o conhecimento do mal.
Nas correspondências de Benjamim encontramos as raízes dessa ¨ organização do pessimismo ¨ . Pretendo estudar o livro de Lucáks e enganar-me redondamente se a discussão critica dos conceitos hegelianos e das observações da dialética contra o comunismo não manifestassem os fundamentos de seu intento. O Spleen não é porém inativo: sua imobilização não é desmobilização diante das vitimas do progresso: ¨ Os conceitos dos dominantes sempre foram o espelho graças ao qual pôde nascer a imagem de uma ordem.(idem 10.p.215)O Spleen baudelariano portador de ruínas internas do poeta , inverte-se em dieal. Para Benjamim, esse poeta alegorista, soube considerar que os aber do tempo como uma transcendentalidade exigia uma completa transformação do conceito de experiência. O Anjo quer a felicidade: O combate que leva a termo a calúnia do alumbramento ( o qual o acontecimento único oferece, aquele que nunca foi vividdo eque se liga a essa felicidade da repetição, da reapropriação do já vivido(idem 4). O presente designa um modo de temporalidade que coloca o Yetzeit, sob a figura metafísica da completude. O Anjo da história vê a destruição não vê nada de durável. ¨ Eis porque em toda parte vê caminhos. Se o caráter destrutivo faz de tudo ruínas, não é por amor as ruínas, mas pelo caminho que se desenha entre elas (idem 5, p. 396).
Autor: José Carvalho
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