GEOGRAFIA ? PEQUENA HISTORIA CRITICA




RESENHA

GEOGRAFIA ? PEQUENA HISTORIA CRITICA

Resumo:

Em sua obra pequena historia Critica, Moraes faz um levantamento didática da geografia. Desde suas origem, até a sua sistematização, o autor enumera as principais correntes do pensamento geográfico abordando cada uma com sua própria definição de objeto, métodos, e princípios. De acordo com o autor este livro tem como propósito dar mais uma contribuição no campo de estudos relacionados a criação, historia e principais correntes da Geografia.

Identificação da Obra
MORAES, Ontonio Carlos Robert : GEOGRAFIA ? Pequena Historia Critica, 15a. edição. São Paulo: Editora Hucitec- 1997.
Credenciais do autor
Graduação em Geografia pela Universidade de São Paulo (1977) , graduação em Ciencias Sociais pela Universidade de São Paulo (1979) , mestrado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (1983) e doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (1991) . Atualmente é professor titular da Universidade de São Paulo e Revisor de periódico da História, Ciências, Saúde-Manguinhos. Tem experiência na área de Geografia , com ênfase em Geografia Humana. Fonte: CVLattes)
Aspectos fundamentais da obra
Neste livro Moraes bifurca a geografia em duas grandes vertentes . A Tradicional e a Moderna. O mesmo aborda uma definição do objeto da geografia, de seu fundamento positivista. Para ele, Humboldt e Retter, não se mostravam preocupados em criar princípios de uma nova ciência e que seus trabalhos não tinham conteúdos normativos específicos, entendendo assim que a geografia era uma ciência de síntese de todos os conhecimentos sobre a Terra.
. A antropogeografia de Ratzel - (antropo+geografia) Parte da Geografia em que se estudam os fatos concernentes ao homem e ao seu habitat, tem como objeto de estudo as influências que naturais exercem sobre a sociedade. Valorizando o elemento humano e abrindo varias frentes de estudo, privilegiando questões referentes a Historia e ao espaço, Mantendo o método empírico e criando pressupostos como a geopolítica e a escola ambientalista.
Vindo para fazer uma critica direta e aberta a todo o trabalho deste ultimo, chega Vidal de La Blache, com sua geografia humana. A politização explicita de seu antecessor , seu caráter naturalista, a condição fatalista e mecanicista das relações entre o homem e a natureza foram os pontos sobre os quais La Blache construiu sua proposta com a relação homem-natureza na perspectiva da paisagem. La Blache era mais relativista e seu enfoque era mais centralizador em relação a seu antecessor.
Os seguidores de La Blache procuraram embasar ainda mais suas teorias. Houve os que tomaram sua proposta como base, outros desenvolveram partes especificas de sua teoria, o que deu origem a varias especificidades da geografia. Com relação a Hortshorne, o autor informa ter sido o precursor da geografia racionalista, cuja proposta defendia a idéia de que as ciências se definiriam por métodos próprios e não por objetivos singulares. Para ele o estudo geográfico interligava os elementos, . Ele não procurava um objeto para a geografia, entendendo-a como um ponto de vista.

De acordo com o autor, a geografia conhece hoje um momento de renovação considerável e como as principais correntes deste pensamento o autor coloca o pragmatismo geográfico (geografia quantitativa) e o criticismo geográfico. A primeira efetua uma critica a insuficiência da analise tradicional. E uma critica eminentemente acadêmica. Propõe a redefinição das formas de vincular os interesses do capitalista. Seus fundamentos estão indissoluvelmente ligados ao capital monopolista.
A outra corrente do movimento de renovação da geografia citada pelo autor agrupa o conjunto de propostas que se poderia chamar de geografia critica. Essa corrente e o que se pode chamar de unidade ética. Entretanto seus objetivos unitários fundamentam-se através de um fundamento metodológico diversificado. Seus adeptos se posicionam por uma mudança da realidade social, utilizando seu conhecimento como uma arma desse processo. Finalmente o autor declara que os geógrafos críticos, em suas diferenciadas orientações, assumem a perspectiva popular e da transformação social.

Com Alexander von Humboldt e Karl Ritter podemos ver o nascer de uma geografia como uma ciência sistematizada, mas é certo dizer que um terceiro alemão teve grande responsabilidade nesse processo de sistematização e consolidação da geografia como ciência.

Friedrich Ratzel com a sua concepção de geografia, denominada de determinismo por seus discípulos, foi muito além de apenas um sistematizador ele se tornou o grande metor da geografia alemã e dominou o ensamento na primeira das escolas da geografia tradicional, Para entender o pensamento de Ratzel é preciso entender o contexto histórico por qual passava a Alemanha (pois como diz a frase "texto sem contexto é pretexto"). "Enquanto Humboldt e Ritter vivenciaram o aparecimento do ideal de unificação alemã, Ratzel vivencia a constituição real do Estado nacional alemão e suas primeiras décadas. Suas formulações só são compreensíveis em função da época e da sociedade que as engendram. O determinismo foi um instrumento poderoso no contexto do expansionismo do Estado alemão recém-constituído." A Alemanha teve uma unificação bastante tardia, fazendo assim que chegasse atrasada na "partilha" das terras da África e Ásia pelos europeus, impossibilitando assim o imperialismo alemão em terras não européias. O Conceito de espaço vital construído por Ratzel apresentava um equilíbrio entre a população de uma área e os recursos disponíveis para suprir sua necessidade. Esse conceito foi usado no discurso imperialista da Alemanha, segundo eles a população alemã necessitava de mais terras, necessitava se expandir.

Dentro da conjuntura geográfica os discípulos de Ratzel foram os grandes responsáveis por vários desdobramentos do conceito original, entre elas a geopolítica foi bastante aprimorada. Com um discurso fortemente político o determinismo foi "prato cheio" para discussões no âmbito geopolítico. Ratzel também foi o formulador das bases de uma escola "ambientalista" aonde o determinismo vem de forma mais atenuada, sem visão fatalista e absoluta.
.

Autor: Francisco Jose Filgueiras Russo. Formado em Lic Plena em Geografia pela Universidade Estadual do Ceará, Especialista em ESPECIALIZAÇÃO EM METOD DO ENSINO DA GEOGRAFIA . (Carga Horária: 480h).pela Universidade Estadual do Ceará, UECE, Brasil. Atualmente cursa o mestrado em Geografia- (Propgeo- Ce). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Regional. Professor de , geografia físicae humana , geografia do Nordeste e do Ceará. Professor de curso preparatório de vestibulares com experiência em formulação e resolução de questionamentos do ENEM. Nome em citações Bibliograficas : RUSSO, F. J. F. (Ver obras na base LATTES)


Autor: Franzé Filgueiras Russo


Artigos Relacionados


O Conhecimento Geográfico

Pensamento Geográfico No Brasil

Recortes Sobre Desenvolvimento E Movimento De Renovação Da Geografia

Ratzel: ''a Geografia Ratzeliana''

O Que é Geografia?

A Geografia Nos SÉculos Xix E Xx

Escola Francesa De Geografia E A Geografia Racionalista. Diferença Entre As Principais Ideias E Análise A Contribuição De Ambas.