PRIMEIRA PAGINA DE UM LIVRO



A primeira pagina de um livro

Quando criança, sonhava em escrever estórias onde todos pudessem ler. Busquei inspiração nas estórias que o papai contava. Estou só num pequeno quarto, com pensamentos em todas as direções. Em uma das etapas da minha vida estou a recordar. Filha de família pobre a terceira dos onze irmãos, com uma mãe que tinha no olhar uma intensa vontade de viver. O meu pai, uma felicidade por completa. Ele, sempre a observar. Quieto, sempre estava. Mas quando decidia falar, era uma lição de vida. A nossa casa era a mais simples do que você possa imaginar. Nessa época minha mãe, não tinha formação nenhuma. Mas dava para ensinar as lições da escola. Como também ensinava andar de salto alto. Não sabia de onde esses seres especiais tiravam tanta sabedoria. Nessa época não tinha a facilidade de fartura de livros como tem hoje. Meu pai, falava de estórias, que parecia que só vivia mergulhado nos livros de hoje em dia. A pobreza se tornava pequena diante da sabedoria que tinham. Era essa alegria que contagiavam todos. Brincávamos de ser feliz na esperança que um dia viesse chegar à verdadeira felicidade. Não sei como, mas os velhos eram capazes de resgatá-los a qualquer momento. A nossa casa, foi construída pela própria família. Em volta dela, brincávamos que esquecíamos o tempo. Sem falar dos pés de frutas que faziam parte das nossas brincadeiras. Brincávamos mas, com o pensamento no papai que saia cedo em busca do almoço. Quando ficávamos cansados, corria até a nossa mãe. Para sabermos notícias do nosso pai. Era comovente, pois a mamãe, não precisaria falar mais nada, pois já sabíamos que o almoço acabara de virar janta. Às vezes o papai chegava às duas da tarde como também poderia chegaria às cinco. Mas, tudo bem... O importante, que sempre chegava com alguma coisa para comermos. Enquanto a mamãe aprontava o almoço que virou janta, o papai contava estórias que parecia ter acabado de chegar de uma longa viajem. Eu, RS... Achava que ele era o tão falado são Jorge com sua lança a fiada derrotou o dragão. Contava sobre descobrimento do Brasil que as minhas irmãs menores ficavam perplexas. Achando que o papai esteve com Pedro Álvares Cabral em grandes navegações. Falava também, das atualidades assim como guerras e etc. A mamãe sempre tinha uma carta na manga. Tinha um repertorio de musica que não sabia de onde eles buscavam conhecimento. Achava até que, enquanto eu e meus irmãos Dormíamos, eles viajavam em busca dessas incríveis estórias. Às vezes pensava em seguir os seus passos, mas em segundos estava a sonhar com as minhas bonecas que sempre ficavam a me esperar em baixo da raiz da imensa mangueira que fica lado da janela do quarto dos meus pais. E assim, dormia. Quanto às estórias, do dia seguinte, não precisava me preocupar sempre estavam quentinhas para serem contadas no almoço que virava janta.
Autor: Enazilde Pinheiro Machado


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