As Estratégias Das Cooperativas De Crédito Para A Captação De Associados. Credigraf: Um Estudo De Caso.



Centro Universitário de Belo Horizonte UNI-BH

Pró-reitoria de pós-graduação, pesquisa e EXTENSÃO.

ESPECIaLIZAÇÃO lato sensu EM MARKETING E COMUNICAÇÃO

As estratégias das cooperativas de crédito para a captação de associados. credigraf: um estudo de caso.

Sandro Márcio Domingos Pontes

Orientador: Otto Herman

Belo Horizonte, 28 novembro de 2006.

Resumo:
Este artigo tem como objetivo discutir a melhor maneira de se posicionar a Credigraf como uma cooperativa, que trabalha pelo bem do associado e as formas funcionais de se fazer uma estratégia para maior capitação de clientes. Foi selecionado como público-alvo inicial, empresas de pequeno e médio porte afiliadas a Abigraf. Para este trabalho foi necessário um aprofundamento teórico e uma pesquisa de campo para analisar alguns conceitos que foram de extrema importância para o desenvolvimento do projeto.

Após toda a análise, constatou-se que a Cooperativa não tem uma estratégia de marketing funcional e que deveria ter maiores atrativos para a busca de associados do setor gráfico.

Palavras chave:
Cooperativa de crédito, marketing, comunicação integrada, posicionamento de mercado

1. Introdução

O mundo dos negócios avança hoje com uma rapidez nunca alcançada. O uso inteligente e criterioso da pesquisa é fundamental na administração de nossos empreendimentos. E nesse mundo terão sem dúvida, maior sucesso os detentores de uma educação qualificada e alto nível de potencialidades de comunicação e que souberem abordar de maneira criativa as oportunidades que correm ao nosso encontro. (TATHAN, 2002, p.1).                                                              

O artigo tem o objetivo de fazer o resgate histórico do surgimento das cooperativas de crédito, do funcionamento e das formas de atuação dos associados. Mostrar a função de cada cooperado e a função das cooperativas, enfatizando como é feito o levantamento de crédito e como a associação pode se beneficiar dos créditos e dessa prestação de serviço.

Em segundo momento, foi mostrado a cooperativa do estudo em questão, a Credigraf, através do levantamento histórico da empresa, foi enfatizado o porquê de seu surgimento e quais os benefícios ela poderia trazer aos empresários e profissionais da indústria gráfica.

Na seqüência, foi feita uma pesquisa exploratória, com o objetivo de buscar o nível de conhecimento e o grau de importância que a Credigraf tem aos associados e não associados da Abigraf, uma vez que o público-alvo da cooperativa são as empresas de pequeno e médio porte que fazem parte da Associação. Desse modo avaliou-se o interesse do associado e a estratégia de marketing até então adotada pela cooperativa, mostrando sua funcionalidade e o ponto de vista dos associados em relação ao trabalho e os benéficos de se tornarem membros da instituição.

Finalmente a partir dessa pesquisa, foi avaliada a estratégia adotada pela cooperativa, dando então a proposta para uma estratégia de marketing funcional, aumentado o conhecimento e a prospecção de cooperados, levando a Credigraf a se tornar uma cooperativa grande, com capital de giro significativo, além de alcançar os objetivos esperados, assim como, aumentar os benefícios aos associados, uma vez que a cooperativa tem como objetivo único dar suporte e apoio financeiro a seus clientes.

2. Marketing Integrado e Posicionamento

Através da integração das comunicações de marketing as empresas conseguem se destacar em suas atividades, onde se tornam instituições de credibilidade e de sucesso entre seus concorrentes. Dentro do composto de comunicação de marketing, existem cinco importantes formas de comunicação, a propaganda, promoção de vendas, relações públicas e publicidade, venda pessoal e marketing direto. As empresas devem comunicar-se com seus clientes potenciais e emitir suas mensagens através de mídias eficientes na qual o público-alvo possa se interessar. As instituições devem identificar seu público-alvo e desenvolver uma divulgação eficaz, podendo avaliar sua imagem atual, direcionando seus olhares para trabalhar e transmitir de forma clara seus objetivos.

O Comunicador de marketing deve identificar a audiência-alvo, determinar os objetivos da comunicação, desenvolver a mensagem, selecionar os canais de comunicação, definir o orçamento total de promoção, decidir sobre o composto promocional, mensurar os resultados da promoção e administrar e coordenar o processo de comunicação de marketing integrado. (KOTLER, 1998, p.529).

Dentre outras coisas a organização deve decidir que posição deseja ocupar no mercado, usando uma estratégia de posicionamento que segundo Kotler (1998) é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de maneira que ocupem uma posição competitiva distinta e significativa nas mentes dos consumidores alvos. Para adotar a estratégia de posicionamento focada, a empresa deve decidir quantas e que diferenças (por exemplo, benefícios, características) promover a seus consumidores-alvos. (KOTLER, 1998, p.265).

3. O surgimento e as funções das Cooperativas

As cooperativas tiveram seu início através da necessidade de buscar alternativas econômicas para atuarem no mercado. Em 21 de dezembro de 1844 no bairro de Rochdale, em Manchester (Ingraterra), 27 tecelões e uma tecelã fundaram a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale onde cada integrante investia uma libra por mês durante um ano, tendo os indivíduos como finalidade e não o lucro. Os tecelões buscavam formas alternativas de desenvolvimento, frente ao capitalismo rígido que praticavam preços abusivos e o aumento do desemprego vindo pela revolução Industrial.  Segundo Diva Benevides (2001) os precursores do cooperativismo criaram condições para o aparecimento do cooperativismo símbolo pelos pioneiros de Rochdale e, 1844.

Diante dessa união, surge a primeira cooperativa de consumo que viria a mudar os padrões da economia e dar origem ao movimento cooperativo.

Essa instituição, inicialmente, foi motivo de piada por parte dos comerciantes da época, porém no primeiro ano de cooperativa, foi constatado um desenvolvimento significativo e um constante crescimento do capital.

O cooperativismo cresce e passa a ser uma nova forma de pensar,o homem, o trabalho e o desenvolvimento social. Devido a esse crescimento, o cooperativismo foi aceito por todos os governantes e passou a ser uma forma de solução aos proprietários econômicos. Com a grande valorização da idéia do cooperativismo que se manteve desde o surgimento, as cooperativas formadas, se organizaram internacionalmente. A entidade que coordena esse movimento nos cinco continentes é a ACI (aliança cooperativa internacional), criada em 1895 e que atualmente encontra-se em Genebra, Suíça. É uma organização não governamental e independente que tem como objetivo reunir, representar e prestar apoio às cooperativas e suas organizações, visando à integração, autonomia e desenvolvimento do movimento cooperativo. Em 1946 esse movimento representado pela ACI foi a primeira organização não governamental a receber uma cadeira no conselho da ONU (Organização das Nações Unidas).

Mais uma vez, os esforços da ACI dirigem-se à valorização da tradição humanista rochdaleana, ao modo de operação das cooperativas, ao reconhecimento internacional da identidade cooperativa, bem com a defesa do meio ambiente, à paz e à democracia do mundo. As palavras-chaves que resumem a atuação da ACI estão indicadas em Mensagens da ACI de dez/2000: coerência, consistência, coordenação e qualidade. (PINHO, 2001, p. 8).

No ano de 2000, no congresso da ACI, realizado no Rio de Janeiro (Brasil), denominado Rio Cooperativo 2000, foi enfatizada a importância da identidade cooperativa para o novo milênio tendo também a necessidade de uma relação saudável e harmônica entre as pessoas, a sociedade e a natureza. Com esse congresso, entrou em discussão uma nova estratégia do movimento cooperativista para o século 21, onde entra em prioridade o remanejamento da legislação cooperativa e novas formas atrativas para o aumento de capital, além de reforçar a estrutura de crédito cooperativo.

O cooperativismo é um movimento de ajuda mútua na qual os membros de uma sociedade se organiza, podendo assim resolver diversos problemas, tendo no caso das cooperativas de crédito, o objetivo de resolver problemas relacionados ao crédito e às condições financeiras, em determinados ramos de atividade. Essas cooperativas se obrigam reciprocamente a contribuir com bens ou serviços, de necessidade em comum. No Brasil existem cooperativas em diversos ramos de atividade, destacando que são compostas por associados que desempenham o papel de proprietário e de beneficiários de serviços, dando assim entre os associados, um elevado grau de integração entre seus cooperados e a cooperativa.

Teoricamente, os tipos de cooperativa são ilimitados, já que a associação cooperativa é criada para atender a determinadas necessidades econômicas e sociais de seus associados. Assim, poderíamos haver tantos tipos de cooperativas quantas fossem as necessidades humanas. Ora esta, como ensina a teoria econômica, são ilimitadas em número, embora limitadas em capacidade. (PINHO, 2001, p13).

Dentro das cooperativas, existem princípios e regras a serem seguidos, dentre elas estão as adesões livres e voluntárias, onde os profissionais envolvidos são voluntários e pessoas aptas a usarem os serviços, tendo as responsabilidades de sócios sem qualquer tipo de discriminação, além de existir a democracia entre os associados. A cooperativa é totalmente controlada pelos seus membros que devem participar ativamente das atividades e das tomadas de decisões. Indivíduos eleitos pelos sócios são responsáveis pela cooperativa, tendo assim que prestar contas aos associados de quaisquer que sejam as decisões das atividades exercidas. Os sócios devem contribuir e controlar economicamente, todo o capital, sendo este, propriedade comum para o desenvolvimento das cooperativas. As sobras são destinadas ao desenvolvimento e apoio a outras atividades. As cooperativas normalmente são autônomas e se sustentam através da ajuda de todos os associados entrando em acordo operacional com outras entidades, inclusive governamental. São oferecidos treinamentos para seus sócios que através de votação são eleitos e aptos a administrar e contribuir efetivamente ao seu desenvolvimento. As cooperativas em geral trabalham juntas, através de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais, todas trabalhando para o desenvolvimento de sua comunidade ou de seu ramo de atuação, através de uma política totalmente organizada pelos seus membros.

Dentre as formas de cooperativa e do trabalho exercido pelas mesmas, existe as cooperativas de crédito, que é a união de pessoas de um mesmo seguimento de atividade, para trabalhar e desenvolver um capital de giro considerável, para se ajudarem mutuamente. Portanto uma cooperativa de crédito é um sistema financeiro que tem como objetivo, levantar fundos e dinheiro por meio de cooperação, preocupando em excluir intermediários para busca de recurso e para a concessão de empréstimos, podendo assim disponibilizar aos associados maiores benefícios e capital a juros mais baixos, além de conceder aos membros, participação nos lucros ao final de cada ano. Essas empresas são de assistência financeira e uma prestadora de serviços, buscando atender às necessidades financeiras. É oferecido aos associados empréstimos pessoais, financiamento, orientação para compras e investimentos, conta corrente, cheques, RDC e CDC e seguro de vida. Assim como os bancos tradicionais, as cooperativas necessitam de autorização do banco central para funcionar, porém se diferenciam pela maneira que fazem suas operações e por não ter fins lucrativos, conseguindo ter uma taxa de juros mais baixa, beneficiando ainda mais o cooperado.

4. Credigraf, o que é e como funciona

Com a necessidade de se criar uma cooperativa de crédito para dar apoio aos profissionais da indústria gráfica, quarenta profissionais ligados a Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), sendo eles com algum cargo dentro da Associação ou pessoas que já não exercem mais nenhuma função interna, porém, que já tiveram alguma ligação, juntaram-se e deram início à Credigraf (Cooperativa de Crédito Mútuo dos Gráficos da Região Metropolitana de Belo Horizonte Ltda).

Segundo a ata de reunião da Credigraf do dia 22 de junho de 2000, ocorreu uma convocação feita pelo presidente do conselho da administração, senhor Rodrigo Velloso de Almeida onde foi modificado o estatuto da Credigraf. Foi escolhido o Senhor Márcio Antônio Varela do Amaral para escrever os trabalhos, juntamente com a senhora Marilene de Souza Freitas que por sua vez lavraria a presente ata. Foi lida a correspondência do Banco Centro: DEORF / GTBHO / COR01-00 / 643, de 12 de junho, constando as instruções e providências que deveria ser tomadas para a reunificação do estatuto aprovando as tomadas para a retificação do mesmo, aprovado na AGC de quatro de novembro de 1999, possibilitando que o Banco Central libere a correspondente autorização e funcionamento da Cooperativa.

Surge então a instituição financeira que atuaria juntamente com os profissionais do setor gráfico: a Credigraf, uma instituição financeira de natureza civil sem fins lucrativos e não sujeita a falência com sede e administração em Belo Horizonte.

A cooperativa tem como limite de funcionamento toda região metropolitana de Belo Horizonte, também correspondendo os municípios de Betim, Brumadinho, Caeté, Contagem, Ibirité, Igarapé, Lagoa Santa, Nova Lima, Pedro Leopoldo, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Sabará, Santa Luzia, Sete lagoas e Vespaziano, todos situados em Minas Gerais.

Tendo como associados pessoas físicas em sua total capacidade civil, que concordem com o estatuto e preencha as condições estabelecidas, os empregados da cooperativa, pessoas físicas que trabalham na área gráfica, pais e ou companheiros, viúvos e dependente de associados, pessoas jurídicas sem fins lucrativos e pessoas jurídicas da área gráfica, a cooperativa tem como objetivo a assistência financeira aos associados em seus empreendimentos, a fim de aumentar a produção e a produtividade, podendo também trabalhar para o uso adequado do crédito, prestação de serviços e busca de convênios com outras entidades.

Por se tratar de uma cooperativa onde todos os associados têm direitos iguais e democráticos, todos podem tomar parte da assembléia, discutindo assuntos de interesse singular e podendo praticar seus direitos através do voto além de ser votado para o conselho de administração fiscal.

Temos enfrentado desafios sucessivos, e estes têm sido solucionados com a responsável, comprometida e cooperada participação dos membros dos Conselhos de Administração e Fiscal. Sabemos também que o maior desafio continua sendo a prática do compromisso cooperativista, onde todos têm que ter o conhecimento de seus deveres, responsabilidades e direitos, onde o descompromisso no cumprimento de obrigações assumidas compromete todo o trabalho, pois aqui, mais que em qualquer outra entidade ou atividade, a ação e atitude de um, reflete direta e imediatamente em todos, tanto positivo quanto negativo. (JUNIOR, 2006, p.1).

É obrigatório que todos os associados ao se tornarem membros da instituição, adquiram no mínimo 500 cotas que entra para a conta de capital, dando ao associado o direito à participação nas sobras no fim do ano. O associado tem o direito a pedir informações por escrito dos documentos da assembléia e uma vez que participar ativamente da administração por meio de algum cargo, demitir-se quando lhe convier.

Todas as ações prestadas pela cooperativa são exercidas pela assembléia geral, conselho de administração, diretoria executiva e conselho fiscal. É obrigação da entidade, levantar dois balanços anuais de prestação de contas, um em 30/06 e outro em 31/12.

É feita uma assembléia ordinária por onde a diretoria presta contas aos associados, relatório de gestão, balanço dos dois semestres do exercício, demonstrativo das sobras, eleições de membros e valor de honorários.

As assembléias extraordinárias podem ser feitas sempre que se fizer necessário, podendo ser discutido qualquer assunto de interesse mútuo, desde que mencionado no edital de convocação. A cooperativa é administrada por sete membros que recebem o poder através da votação dos associados sendo eles cinco efetivos e dois suplentes. O mandato é de três anos sendo obrigatório a substituição de 1/3 de seus membros a cada período. A chapa de candidatos para cada mandato deve estar registrada e completa por pelo menos 10 dias antes das votações.

A cooperativa Credigraf é ligada a uma central chamada Cecremg, central essa que controla parte do trabalho exercido pelas cooperativas de crédito em Minas Gerais. Essa central é ligada ao Bancoob (Banco Cooperativo do Brasil S. A) que por sua vez é ligada ao Banco Central, assim, a cooperativa consegue controlar e saber a situação de cada associado em qualquer parte do país.

Segundo Vilmar José Peters superintendente da CECREMG, o departamento de Supervisão e Controle da instituição, é um departamento com o olhar voltado para o relacionamento com as filiadas e tem em suas atribuições o acompanhamento do desempenho das cooperativas filiadas, cada vez mais de perto, tendo como objetivo acompanhamento das auditorias das cooperativas afiliadas. Para Vilmar José Peters (2006), Esta é nossa grande missão: manter permanentemente o relacionamento entre Central e filiadas. É um trabalho muito focado no diálogo com as cooperativas.

A instituição funciona exatamente como qualquer banco (instituição financeira), dando ao associado direito a talões de cheques, extratos, saldos, empréstimos bancários, emissão de boletos e cartões de débito.

Nossa mais recente conquista foi a implantação, a partir de maio de 2006, dos cartões de débito para pessoas físicas e jurídicas, tendo início ao tão almejado Office-Banking, ou seja, a possibilidade da presença física na cooperativa, e novas ferramentas para realização de transferências e cobranças. (JUNIOR, 2006, p.1).

Para fazer parte do processo denominado centralização financeira administrada pela CECREMG a cooperativa, deve possuir estrutura administrativa organizada e funcional, assim como gerencial, financeira e patrimonial, atendendo assim critérios estipulados pela CECREMG, dando a ela direito a fazer auditorias e vistorias no livro de registros contábil.

5. Pesquisa e avaliação da estratégia de Marketing adotada

Através do estudo feito na cooperativa, foi definido inicialmente como público-alvo empresas de pequeno e médio porte, instaladas em Belo Horizonte, para se estruturar uma estratégia de marketing adequada a fim de ampliar a prospecção de clientes. Apesar de a cooperativa ser aberta para a inclusão de empresários da indústria gráfica, e os diversos profissionais do setor, foi definido inicialmente como público-alvo, empresas de pequeno e médio porte ligadas a Abigraf e que não fazem parte da cooperativa. Foi feita uma pesquisa de caráter exploratório e qualitativo entrevista em profundidade a fim de se avaliar o nível de conhecimento dos possíveis cooperados em relação à cooperativa e ainda avaliar a estratégia de marketing até então adotada.

5.1 Pesquisa Exploratória e Qualitativa

De acordo com Silvio Pontes proprietário da empresa Imprebel: Minha empresa é de médio porte. Sou afiliado a Abigraf a mais ou menos 15 anos. Não conheço a Cooperativa e dificilmente navego na Internet em busca de informações da Abigraf. Não tenho costume de ir a eventos da Abigraf e não tenho nenhuma informação sobre essa Cooperativa. Não me lembro de ter recebido nenhum informativo e se recebi algo, provavelmente joguei fora sem ler. Não conheço a sede da Credigraf.

A funcionária Raquel Lima diz: Trabalho na parte administrativa e recebo poucas coisas em relação a informativos. A gráfica é de médio porte e somos afiliados à  Abigraf a mais ou menos 15 anos. Às vezes entro no site da Abigraf, mas tenho poucas informações a respeito da Credigraf. Um dos sócios da empresa costuma participar de alguns eventos da Abigraf, mas nunca me falou nada sobre a cooperativa. Não conheço o trabalho da cooperativa e às vezes leio alguns informativos, porém não me lembro de ter lido nada a respeito da Credigraf. Não conheço a sede da cooperativa apesar de saber que se localiza dentro do prédio da Abigraf.

Raul Vicente, proprietário da Gráfica Atual: Minha empresa é de pequeno porte e me afiliei à Abigraf a mais ou menos 8 anos. Dificilmente entro dentro do site da Abigraf para saber alguma informação sobre eventos e novidades, porém nunca me interessei por assuntos da Credigraf. Sei que é uma cooperativa de crédito e na verdade ouvi falar dela por alguns amigos do meio gráfico, porém não me interessei por saber que os juros cobrados são maiores que os dos bancos tradicionais, portanto prefiro trabalhar com o banco que me atende há alguns anos. Participo esporadicamente de alguns eventos, porém só quando é de meu interesse. Tive conhecimento da cooperativa por informativo que veio junto ao boleto bancário da Abigraf, mas não tenho costume de ler informativos. Acho que o pessoal da cooperativa deveria vir em busca de seu cliente e dar maiores informações. Não sei quase nada a respeito do trabalho da cooperativa e pra falar a verdade não sei nem onde ela se localiza.

Eduardo Amaral de Magalhães proprietário da Gráfica Magalhães diz: Minha empresa é de pequeno porte, sou afiliado a mais ou menos 10 anos a Abigraf. Não participo de reuniões e eventos da Abigraf. Já ouvi falar da Credigraf, mas pra falar a verdade nem sei por qual meio. Não leio informativos pela Internet e não conheço o trabalho da cooperativa. Pra falar a verdade por falta de tempo não costumo entrar na Internet nem pra ler e-mails. Não sei onde se localiza a cooperativa.

Segundo Malhotra (2002), a pesquisa exploratória tem como objetivo explorar um problema ou uma situação para prover critérios e compreensão em geral. Essa pesquisa é significativa em qualquer situação, não dispondo de entendimento suficiente para prosseguir como objetivo de pesquisa. A pesquisa exploratória é caracterizada por flexibilidade e versatilidade com respeito aos méritos, porque não são empregados, ou protocolados, procedimentos formais de pesquisa. Ela raramente envolve questionários estruturados, grandes amostras e planos de amostragem por probabilidade.

Ainda segundo Malhotra (2002), a pesquisa qualitativa é desestruturada e de natureza exploratória, baseada em pequenas amostras, podendo usar técnicas qualitativas conhecidas como grupos de foco e entrevistas em profundidade.

5.2 Resultados

Com a pesquisa feita em empresas afiliadas à Abigraf, foi constatado uma falha na estratégia de marketing da Credigraf. As empresas não têm informações e muitas vezes diziam apenas ter ouvido falar da cooperativa. Foi levantado o perfil dos responsáveis pelas empresas e visto que normalmente são pessoas de 35 a 60 anos, que não tem costume de buscar informações sobre a cooperativa, desconhecendo até o local onde ela se localiza. Alguns deles não tem costume de ler informativos e nem mala direta. Portanto a cooperativa deveria buscar formas diferentes de divulgação e de se passar informações a respeito de suas metas, seu trabalho e seus objetivos.

6. Conclusão

Através do estudo feito diante da cooperativa, foi constatado que a empresa não tem uma estratégia de marketing funcional. Apesar de ela fazer sua divulgação por mala direta, juntamente com o boleto bancário da Abigraf, teve-se como resposta que os empresários não se interessam por esse tipo de divulgação.

A estratégia de posicionamento poderia ser adotada pela Credigraf para se colocar como uma empresa que trabalha pelo bem dos profissionais da área gráfica através da prestação de serviços financeiros e de serviços bancários, podendo trazer às empresas benefícios e facilidades para investimentos.

A Credigraf não tem um site funcional, dificultando assim que os possíveis associados tenham maiores informações sobre os serviços prestados, portanto deveria trabalhar mais esse segmento, dando aos associados maiores condições de se informar sobre os serviços sem ter que se deslocar para buscar essas informações. A empresa deveria ter mais atrativos ao associado, mesmo sendo difícil inicialmente devido a pouca quantidade de associados e capital de giro. Foi visto que os valores cobrados pelo trabalho e os juros para financiamento são maiores que os dos bancos tradicionais, sendo assim, as empresas acabam optando por não se tornarem associados à Credigraf e se mantém nos bancos tradicionais.

A Credigraf deve-se posicionar como uma empresa que trabalha para o bem comum e que mesmo não tendo recursos necessários para a satisfação de todos, busca maior capital de giro, podendo se tornar uma empresa com atrativos muito satisfatórios. Outra sugestão seria a divulgação através de um marketing direto, montando uma equipe de venda, onde profissionais habilitados possam visitar o cliente e passar maiores informações, tendo junto a eles materiais como informativos e definição dos serviços prestados, assim como seus benefícios, forma de atuação e de como a instituição se posiciona diante de seus clientes.

Dessa forma, a Credigraf precisa também trabalhar com materiais específicos de divulgação, como folder institucional, detalhamento da forma de trabalho e dos valores cobrados, deixando sempre a mostra quais as metas que a cooperativa pretende alcançar.

6 REFERÊNCIAS

KOTLER, Phillip. Administração de marketing. Análise, Planejamento, Implementação e Controle.  5 ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1998

MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing Uma Orientação Aplicada. 3 ed. Porto Alegre: Editora Bookman.

PINHO, Diva Benevides. Artigo Científico - Cooperativismo Fundamentos Doutrinários e Teóricos São Paulo, 2001

Citações e referências a documentos eletrônicos <http://www.bcb.gov.br/?SFNCOOCRED>  acesso em: 12  out. de 2006


Autor: Sandro Márcio Domingos Pontes


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