Fantasia do equívoco




Por vezes somos surpreendidos pela vida ou somos traídos por nossos sentimentos. Somos levados a crer que temos sim uma chance, ainda que pequena, mas que temos uma oportunidade de mostrarmos aos outros, por ser quem somos verdadeiramente, sem precisar esconder nenhuma parte da nossa história, ou sem precisar sufocar nossos sentimentos, ou a melhor parte deles. Mesmo sem termos maiores atrativos. E isso é tão profundo e intenso que nos faz sentir que esperança se confunde com o nascer de um novo dia, uma nova manhã após uma longa noite... Longas noites... Doce ilusão... Ilusão doce que deixa um acre sabor na boca, um amargo e uma sensação de frustração e prostração. Mas o que é a ilusão senão a fantasia do equívoco. Pois é sim um erro acreditar que é melhor sufocar o amor ao invés de declarar que amamos a cada dia mais. A cada forma diferente que encontramos de olhar com predileção. Que é mais fácil dizer que não estamos dando conta da vida ao invés de tentarmos e... Ainda que fracassemos (que seja fracasso, mas que haja luta)... Por vezes somos levados a tais equívocos, logo, somos julgados por essas coisas que fazemos, essas atitudes que tomamos e esses sentimentos doidos que vem e não nos deixam em paz. Um misto de prazer e agonia. Os outros nos julgam por isso, mas nós nos julgamos, a si próprios, pelo que nos propomos a realizar. E por vezes cometemos nossas injustiças, somos severos em tentar dar nome àquilo que os outros não se importam. Mas ao menos nós temos que nos importar. E por que então é fantasia? Porque nos iludimos demais na preocupação com os outros e esquecemos que nenhum deles, dos outros, estão deixando de lado alguma coisa por nós, ou estão abraçando ou se apegando a algo pelo nosso bem estar. É fantasia do equívoco chorarmos e sentirmos doer na alma a prostração e a frustração de mais uma vez estarmos sendo quem jamais deveríamos ser, simplesmente pelo fato de olharmos para quem não precisa ser olhado por nós, ajudarmos quem é autosuficiente demais para ser ajudado por nós, ou amarmos quem rejeita o nosso amor. Doce ilusão, que nos deixa com esse sabor amargo no coração... E nos faz colocar essa fantasia chamada equívoco...
Autor: Johney Laudelino Da Silva


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