Violência



"HOMEM É ASSASSINADO AO SAIR DE SHOW EM SHOPPING DA CAPITAL JOÃO PESSOA".
Extraordinário! Acordar, mais uma vez, com a notícia de mais uma vítima na saída do Shopping Manaíra me faz acreditar que esse espetáculo renova os seus personagens a cada semana e, principalmente, o seu modo de atuação. Os ingressos, pelo visto, devem atingir um número inacreditável de espectadores, que assistem as cenas com novas performances ao passar dos dias e se deleitam com os detalhes cobertos de desumanidade. Você, que está lendo este artigo, pode ser o próximo. E pela minha surpresa? Continuará a não lutar pelo seu direito de ir e vir, assegurado pela Constituição Federal. Sendo assim, um sujeito recatado e privado diante daquele que lhe é cabível. Privado por quem? Pelos bandidos, marginais, assaltantes, assassinos? Não só por eles, senhores! Mas, privados, antes de tudo, pelo sistema corrupto, pelo Governo e pelas instituições corrompidas, que parecem não só deixar de cumprir o seu dever de proporcionar um MÍNIMO de segurança a nós, cidadãos de bem, como também, se renderem à praxe do "deixar passar" ou "fazer vista grossa", que se confirma pelos noticiários: "o crime ocorreu na saída situada em frente à 12ª Delegacia Distrital, que estava fechada no momento do tiroteio". João Pessoa convive com crimes absurdos que engrandecem o universo violento, estampado a todo momento nos meios de comunicação existentes, imputando ao cidadão a obrigatoriedade de não poder desfrutar do seu direito de liberdade por receio aos atos marginais que os envolvem. Obrigatoriedade? Sim, já que parecemos estar vivendo na época da Bandarquia, na qual o governo era exercido pelos bandarcas, no nosso caso, os bandidos da favela São José e todos os outros.
Por falar em governo, Governo do Estado, por onde andas? Onde é que isso tudo irá parar? Será que as pessoas só conseguem se indignar com atitudes inaceitáveis e nada fazem para reverter esse cenário? Mas, também, o que podemos fazer, se os "detentores do poder", nada fazem? As autoridades andam, constantemente, protegidas e, nós, não. Irreverentemente, elas não têm os seus deveres como questões primordiais, pois o fato de não oferecerem a você ou aos seus entes familiares a devida segurança, através de políticas públicas, não se enquadram dentro das prioridades que deveriam ter. Deveres, dever, deveriam. Para um excelente entendedor, três palavras são mais que suficientes. Destarte, a segurança pública parece-me fazer parte apenas dos programas eleitorais dos políticos que se candidatam para representar o povo, os direitos do povo. Enquanto a sociedade evoca clamores em situações como a do Projeto da Ficha Limpa, os clamores referentes à vida e à segurança, que se caracterizam como necessidades reais do ser humano, ficam adormecidos. Não é aceitável que uma delegacia esteja fechada num local onde incidentes, como este, ocorrem quase todos os dias. Melhor seria não haver delegacia no local, pois, assim, nem os cidadãos de bem, nem os bandidos, seriam acometidos pelo descrédito de um órgão que de nada funciona, nada resolve, nada vê. Cada um que queira se desatar da sua responsabilidade, proferindo-a como se fosse uma verdade absoluta. Esta responsabilidade se faz de todos, além de ser, principalmente, dos que possuem condições precisas e necessárias para a devida realização. Tudo isso fere os direitos que nós, cidadãos, homens, humanos, temos. Votem, continuem a votar. Vote em você, pela sua vida, pelo que o trouxe até aqui.

Autor: Danielle Guedes Pereira Gouvêa Pessoa


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