A orientação educacional sem frescuras
O texto em questão vem trabalhando a importância do planejamento dentro da orientação educacional e dentro deste processoa necessidade de refletir sobre algumas concepções de educação para uma análise critica do processo de ensino dentro da escola, e a formação de um cidadão critico, ponderado e criativo que é o papel da escola tão perdida nos rumos da atualidade. O artigo frisa também o resgate deste papel da escola, que é transmitir os saberes socialmente construídos, levando o aluno do pensamento do senso comumpara um pensamento crítico.
Palavraschaves: planejamento, integração, escola , criticidade.
HENRIQUE CARDOSO LEMOS
Tema : Orientação Educacional critica e sem frescuras.
Introdução
Aproposta do textocomo já fora elucidado não é examinar técnicas de planejamento e sim refletir sobre o que fazer ou o que estou pretendendo fazer, quando organizo minha ação como orientador educacional. Esta temática traz consigo algumas indagações sobre a escola e seu papel e sua especificidade.
A escola segundo Pimenta(2002) serve par transmitir a maioria da população os conteúdos socialmente elaborados. Sendo que sua especificidade é a socialização do saber, e a contribuição que ela (escola) da para atransformação social, oque nem sempre foi assim. Para melhor firmar estes pensamentos Pimentanos remete as tendências da educação e os componentes curriculares.
O componente curricular de cada concepção se da no interiorda escola, e repete uma determinada concepção de educação.
Se analisarmos os objetivos veremos:
A escola tradicional obedece uma sequência lógica dos conteúdos. Libâneo (1993) retrata que na tendênciatradicional se acrescenta o ensino humanístico de cultura geral, no qual o aluno é educado para atingir pelo próprio esforço, sua plena realização como pessoa. Osconteúdos, os procedimentos didáticos, a relação professor aluno não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos com as realidades sociais. É a predominânciada palavra do professor, das regras impostas, do cultivo exclusivamente intelectual.
A escola nova centrada no aluno obedece a uma sequência psicológica. Libâneo(1993) faz um breve relato desta tendência quando diz: "a educação é um processo interno, não externo, ela parte das necessidades e interesses individuais necessários para a adaptação ao meio. A escola renovada propõe um ensino que valorize a auto educação ( o aluno como sujeito do conhecimento)
Dentro da tendência tecnicista Libâneo(1993) esclarece que a educação fica subordinada a sociedade. Esta tem como funçãoa preparação de recursos humanos mão de obra para a indústria. A sociedade industrial e tecnológica cientificamente , as metas econômicas sociais e politicas. A educaçãotreina cientificamente nos alunos os comportamentos de ajustamento a essas metas .Dessa forma , o essencial não é o conteúdo da realidade, mas as técnicas, ou seja a educação é um recurso tecnológico por excelência .
Nós educadores temos passado de uma tendência para outra sem refletir o conteúdo econômicosocial e politico. A prática escolar segundo Libâneo (1993) tem atrás de si condicionantes políticos e sociais eu configurem diferentes concepções de homem e de sociedadee consequentemente diferentes pressupostos sobre o papel da escola, aprendizagem, relações professor ? aluno, técnicas pedagógicas etc.
Necessitamos a todo instante rever e pensaro que queremos da educação . É examinando nossa práticae dando sentido a ela que percebemos que como professores que a nossa função precípua dentro da escola é transmitir saberes que dominamos de maneira que o aluno aprenda.
Um olhar critico
Pimenta (2002) trava uma discussão sobre uma educação critica de educação ou uma concepção dialética , onde não se trata de fazer inovações nos aspectos metodológicos de conteúdo e avaliação. O que significa dizer que devemos nos apropriardo que há de positivo nesses momentos pedagógicos. Devemos nosutilizar de todos os meios que possibilitem a apreensão critica dos conteúdos, observando os objetivos e finalidades. Libâneo(1993) colocaque uma boa parte dos professores, provavelmente a maioria, baseia sua prática em prescrições pedagógicas que viraram senso comum. N a contra mão do que cita Libâneo devemos esperaro professor numa concepção critica, de articulador do saber, ao nível de senso comum do aluno, orientando- o para a consciência critica do saber .Hengemuhle(2005)contribui dizendo que "a uma cultura impregnada que não deve ser excluída, mas reconstruída.
Percebe ? seque o que se busca nestes componentes curriculares, na escola critica ou na escola dialética, é levar em conta realidade situada na qual esta sua escola, na qual estão seus alunos, para a partir dai trabalhar a transmissão do saber . O que se pretende com a escola criticaé garantir uma escola de boa qualidade para as camadas mais pobres da população.
Não podemos esquecer que a escola é um espaço social, politico, produtora e reprodutora de comportamentos sociais. Portanto exige espaço críticos e democráticos.
Se observarmos pelas concepções de educação perceberemos que:
A escola tradicional cumpriu um papel celetistade manutenção da estrutura sócio politica do sujeito. A escola nova que se pretendeu democráticaampliou a não democratização. A escola tecnicista não carrega consigo uma concepção clara de educação, seu critério de eficiênciasão os métodos, a técnica ou sejatraz uma concepção neutra de educação.
A classificaçãoe a tendência e a descrição das tendências poderão funcionar como instrumento de analise para o professor avaliar sua pratica em sala de aula. Viana (2000) coloca que o despreparo e o medo de enfrentar os novos desafios geram esta situação de insegurançadentro da escola, fechados nos próprios conhecimentos e julgando-se autoconfiantes para o ensino e toda escola, parecem esquecer que a sociedade evolui e continuam mantendo as mesmas atitudes e posições de décadas atrás .
Vamos ao encontro do pensamento de Pimenta(2002)quando a mesma coloca que hoje temos escolas de duas naturezas: a escola para os nossos filhos de boa qualidade e a escola para os filhos dos outros. Em geral a escola para o filho dos outros. Aquino(2003) encontra este pensamento quando afirma que a escola de hoje e um exemplo de incompatibilidade, mais ainda ela equivaleria ao saldo do embate histórico , entre uma escola idealizada e gerida para um determinado tipo de aluno, mas ocupada por outro.
A escola não e só necessária ela e fundamental. A escola por si só não garante ascensão social e ou econômica poremsem ela estaríamos piores.
Como manifestação presente a experiência vital, a curiosidade humana vem sendo histórica e socialmente construída e reconstruída. Precisamente a promoção da ingenuidadepara a criticidade não se da automaticamente, uma das tarefas precípuas da pratica educativo- progressista e exatamente o desenvolvimento da curiosidade critica , insatisfeita, indócil . Paulo Freire (2003).
A ORIENTAÇAO EDUCACIONAL E A ESCOLA CRITICA
A orientaçãoeducacional e um processo educativo que ajuda o aluno na escola a resolver seus problemas de estudo mediante técnicas .Mais que isto a orientação educacional deve ser um trabalho conjugado com toda escola . Força tarefa esta coordenada pelo orientador educacional com o puro objetivode integrar o individuo a sociedade, propiciando vivencias no sentido de formar cidadãos críticos, auto-suficientes e ao mesmo tempo compreensivos e cooperadores, respeitosos e amigos.
Quando falamos em cooperação escolarpara uma formação critica do cidadão , não podemos esquecer que uma das maneiras de se organizar este trabalho e usufluindo da união entre o supervisor e o orientador juntos e com instituições progressistas de educação estes devem elencar alguns componentes curriculares. Posso começar com o que acontece na minha escola observar os seguintes componentes curriculares: objetivos , conteúdo, metodologia, e avaliação, daí então partir para uma reflexão, onde de fato se possa aplicar na pratica com os professores estes componentes.
A questão primeira segundo Pimenta (2002) seria examinar estes componentes curriculares, sua concepçãode educação, suas implicações no contexto político ? econômico educacional. Percebidos estes fatos e feito umaanalise dentro de uma concepção critica de educação. Partiremos a pensarsobre o que queremos, através de indagações sobre como interferir nos componentes curriculares , devendo a partir daí buscar um trabalho integrado, buscando sugestões.
Para isto e necessário um incessante investimento no desenvolvimento pessoal e profissional dos professores seja propiciando ? se , na escola um clima de trabalho receptivo, seja promovendo ações de formação continuada. Isso implica mobilizarprocedimentos , técnicas , meios de tornar as experiência de sala de aula mais agradáveis , mais prazerosas que sem hipocrisia possibilitem ao professor conversar mais com o aluno, buscando a articulação entre o cognitivo, o social e o afetivo. As escolas precisam também cultivaros processos democráticos e solidários de trabalho, convivência e tomada de decisões .
Considerações finais
Diante do que se falou no texto e notório o potencial que o orientador educacional, comprometido e convicto de seu papel de transformador social pode fazer e uma das formas para chegar a atingiro propósito de uma educação critica e o planejamento de suas ações e o currículo.
O currículo deve ser o desejo da escola:a maneira de como se quer formar o cidadão que passa por ela , e não simplesmente lhes passar conteúdos. Este deve ser o retrato do que queremos para os nossos alunos. Não há mais espaços para a tradição, devemos transformar a realidade de um currículo estático, inoperante. Na verdade o currículo deve ser a representação da cultura no cotidiano escolar, que deve se sustenta nas relações sociais.Todo este emaranhado de ações pode estar sendo articulado pela escola dando mais importância ao orientador que simplesmente nos últimos anos ganhou status de delegado. Com novos atos este deixara somente de apagar incêndios para entrar numa nova perspectiva onde se firmea cultura da comunidade onde a escola busque trabalhar com os alunos que tem e não com alunos imaginários bem comportados e inteligentes criando ?se um verdadeiro faz de conta.
Referencias bibliográficas
Pimenta, Selma Garrido; Anastasiou, Lea das Graças Camargo. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez,2002,V1( Docência em formação).
Viana ,ILca Oliveira de Almeida. Planejamento participativo na escola. Um desafio ao educador.2ª edição, Revista Ampliada. São Paulo.2000.
Aquino, JulioGropa. (IN) DISCIPLINA: O contraponto das Escolas democráticas. São Paulo Ed. Cortez, 2002.
HENGEMUHLE, Adelar. A GESTÃO DO ENSIOE PRATICAS PEDAGOGICAS. 2ª edição editora V Petropolis,RJ.Vozes,2004.
MENEGOLA, Maximiliano e Santana, Martins Ilza. Porque planejar? Como planejar?.1ª edição. São Paulo,Vozes,2001.
Autor: Henrique Cardoso Lemos
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