Monografia (Esteróides Anabolizantes: Fisiologia e Fisiopatia)



SUMÁRIO

I - Resumo
II - Capítulo 1
-Introdução

III - Capítulo 2

" Esteróides Anabólicos - Mecanismos e Efeitos"

2.1 - Esteróides Anabólicos
2.2 - A influência da testosterona
2.3 - Mecanismo de ação
2.3.1 - Farmacologia
2.3.2 - Os efeitos dos esteróides anabólicos
2.4 - Estudo dos esteróides anabólicos em atletas
2.4.1 - Efeitos adversos
2.5 ? Suposições
2.6 - A ação dos esteróides anabólicos
2.7 - Alterações comportamentais
2.8 - Situações de utilização dos esteróides anabólicos

IV - Capítulo 3
Conclusão

V - Capítulo 4
Referências Bibliográficas

VI - Anexos




I ? RESUMO

Com o intuito de pesquisar a influência dos esteróides anabólicos sobre a força e a massa muscular em pessoas normais e atletas, com busca na literatura e depoimentos sobre o assunto, escolhemos a testosterona como anabólico principal e o estanozolol ( um esteróide sintético derivado da testosterona, com radical metil na hidroxila do carbono 17, o que possibilita um uso por via oral e com menor poder androgênico quando comparado com a testosterona ); para um estudo fisiológico de um fator muito em voga na atualidade - a utilização de esteróides anabólicos para melhora da performance.
O transporte de seu uso de pacientes com diferentes debilitações para o campo esportivo na melhora de resultados e o uso sem controle, mais a falta de relatos e pesquisas, fazem desse estudo um meio de entendimento.

II - CAPÍTULO 1


INTRODUÇÃO


Os esteróides anabólicos são utilizados no esporte desde a década de 50, com o intuito de aumentar a massa e a força muscular. Estas substâncias foram proibidas pelo COI - Comitê Olímpico Internacional, e sua utilização é considerada como "doping" no esporte.

Existem estudos com atletas, não confirmando seu efeito como definitivamente positivo sobre performance muscular. Os leigos tem, constantemente, descrito os anabolizantes como tendo alto potencial tóxico, o que não tem sido confirmado objetivamente na literatura médica ( farmacologia, fisiologia e esportiva ). Por outro lado, a comprovação científica de seus efeitos tóxicos é dificultada por problemas éticos e pela dificuldade de reproduzir a maneira e a dose que os atletas utilizam estas medicações.

Os efeitos tóxicos relatados na literatura, talvez possam ser atribuídos às altíssimas dosagens utilizadas pelos atletas, além da associação de diferentes substâncias com possibilidade de integração de drogas. Não contando que os atletas utilizam algumas drogas, cuja toxidade não foram estudadas.

Esse trabalho teve como objetivo:
- Através de pesquisa descritiva, avaliar os esteróides anabólicos de um modo fisiológico e seus mecanismos bio-químicos, assim como seus efeitos em atletas.
- Descrever a testosterona como anabólico mais utilizado
- Relatar sua utilização no meio esportivo




III - Capítulo 2

" Esteróides Anabólicos - Mecanismos e Efeitos "


2.1 - Esteróides Anabólicos

A testosterona, o principal hormônio sexual masculino, é o esteróide anabólico mais potente. No homem, a testosterona é produzida pelos testículos, em torno de 04 a 10 mg/dia, e, na mulher, pela córtex adrenal e ovários, de 0,25 a 1 mg/dia ( WADLER & HAINLINE, 1989 ). A testosterona é metabolizada em compostos ativos e inativos.
A sua metabolização é principalmente hepática e depende da redução, hidroxilação e formação de conjugados com ácidos orgânicos ( VAN DER VIES, 1993 ). A presença de altas concentrações dos metabólicos na bile e no trato intestinal sugere a circulação entero-hepática. Nos homens, a excreção ocorre um pouco por via fecal, mas principalmente, por via urinária.
A rápida metabolização da testosterona que ocorre, quando da administração oral ou parenteral, fez com que se produzissem modificações estruturais com o objetivo de alterar seu metabolismo e aumentar seu tempo de ação. A esterificação na hidrola da posição 17 do ciclo pentano-peridrofenantreno, por exemplo, prolonga o efeito do hormônio por diminuir a polaridade da molécula, aumentando a sua solubilidade em lipides. Outras alterações na molécula, como a alquilação na mesma posição 17, através de substituição por radical-mentil ou etil, tornam a sua inativação hepática mais lenta.
Alterações estruturais no anel com substituições nos carbonos 2, 9 e 11; aumentam a sua atividade, seja por diminuir a taxa de inativação, seja por aumentar a potência androgênia ( fig. 01 ) ( anexos ). Estas modificações estruturais, por outro lado, aumentam o potencial de toxidade desses derivados, principalmente com relação à função hepática ( BARTSH, 1993 ).

A concentração de testosterona tem variação sazonal e diária, sendo que os maiores níveis são encontrados pela manhã, caindo lentamente durante o dia, quando chega a diminuir 35 %, e começa a aumentar em torno da meia noite. Esta variação é atenuada no idoso ( MOORADIAN et al, 1993 ).
Após os 50 anos, a testosterona livre e a testosterona ligada caem lentamente, com concomitante aumento das gonadotrofinas. Esta diminuição é mais acentuada na doença, já que muitos idosos saudáveis têm variação dentro do normal. Outros adrógenos, como deidroepiandrosterona ( DHEA ) e sulfato de deidroepiandrosterona ( DHEAS ), também diminuem com a idade ( KOCHAKIAN). É interessante observar que os níveis de testosterona podem ser maiores nos fumantes que em não fumantes.

2.2 - A influência da testosterona
A testosterona influencia direta ou indiretamente, através dos seus metabólitos, o desenvolvimento e a função de, praticamente todos os órgãos. Esta influência da testosterona pode ser classificada em quatro categorias, de acordo com experiências em ratos ( KOCHAKIAN, 1993 ) :
a) influência completa sobre órgãos sexuais acessórios e músculo bulbocavernoso. Demonstrou-se que eles diminuem após a castração tornando-se órgãos vestigiais por perda e atrofia das células; eles no mínimo dobram de volume no animal normal ou no castrado que recebe reposição de testosterona.
b) influência suplementar sobre rins, fígado, coração, ossos ( cortical e medular ), glândulas salivares e orbitais, bexiga, pele, glândulas sebácias e folículo piloso.
c) Estes órgãos apresentam regressão após castração, sem perda aparente no número de células; há restauração ao normal ou aumentam de tamanho com a administração da testosterona.
d) influência reserva sobre o timo, baço, adrenais e gânglios linfáticos. A castração resulta em aumento de tamanho enquanto que a administração de testosterona reduz o timo à órgão vestigial, diminuindo parcialmente o tamanho do baço, adrenais e linfonodos.

e) A testosterona também promove queda de cabelo na região apical do crânio e na fronte, dando a disposição tipicamente androgênica (masculina ).
f) influência sobre estrutura e função em células específicas. Como exemplo o comprimento e tamanho dos dendritos dos motonêuronios na região lombar, no rato, são reduzidos por castração e restaurados por administração de testosterona. Estas unidades estão envolvidas na mediação do efeito dos esteróides sobre o músculo bulbocavernoso. A habilidade de células específicas do cérebro para acumular e metabolizar testosterna é menor em machos castrados e fêmeas, aumentando após a administração de testosterona. A ação da testosterona em metabólitos está correlacionada com o comportamento masculino ou feminino. A secreção das gonadotrofinas, hormônio luteinizante ( LH ) e hormônio folículo estimulante ( FSH ) pela hipófise anterior é aumentada por castração e diminui com a administração de testosterona ( "feed-back" negativo ).
O grau de resposta para a categorias "a" é característica e a mesma para todas as espécies, mas as outras categorias variam nas diferentes espécies animais, e às vezes nas amostras diferentes da mesma espécie ( KOCHAKIAN, 1993 ).

2.3 - Mecanismos de ação
O emprego dos esteróides anabólicos para o ganho de peso originou-se da observação de aumento de massa muscular e maior retenção de nitrogênio em indivíduos hipogonádicos recebendo reposição androgênica. Além disso, já existia o conceito de que a diferença da massa muscular entre homem e mulher era decorrente dos diferentes níveis de testosterona nos dois sexos.
O termo anabólico foi introduzido por Kochakian, em 1935, que, primeiro, observou os efeitos dos andrógenos sobre o metabolismo de proteínas e usou o termo em seu relato em 1946, quando descreveu a redução da excreção de nitrogênio, associada com aumento do peso corporal em animais castrados.
Posteriormente, Eisenberg e Gordon usaram o peso do músculo elevador do ânus de rato para caracterizar a atividade "anabólica" enquanto o peso da próstata ou da vesícula seminal do mesmo animal foi usado para medir a atividade "androgênia" ( VERRESCHI, 1993 ).
Vários compostos apresentam marcada dissociação entre efeitos anabólico e androgênico, sendo os preferencialmente miotróficos chamados de esteróides anabólicos ( BARTSCH,1993 ), não existindo, no entanto, uma droga com atividade anabólica pura ( WADLER & HAINLINE 1989; HOUGH, 1993 ). Na realidade, mesmo os popularmente chamados esteróides anabólicos têm alguma ação virilizante indesejável e os chamados andrógenos possuem potente atividade anabólica.
Uma dissociação entre ação anabólica e androgênica pode, em parte, ser explicada pelo padrão órgão-específico das enzimas que metabolizam os esteróides, levando à formação de compostos com maior ou menor atividade nos diferentes órgãos, ou seja, interação com o mesmo receptor em diferentes tecidos (WILSON & GRIFFIN, 1993 ).
O pré-requisito para a ação do esteróide anabólico no órgão alvo é a presença do receptor do esteróide anabólico, que é uma proteína que se liga com alta afinidade a andrógenos naturais como a testosterona e a diidrotestosterona (DHT ).
Esta última liga-se com mais alta afinidade do que a testosterona e é o seu metabólito mais ativo. O complexo receptor-esteróide quando ativado, interage com uma estrutura nuclear específica iniciando o processo transcricional, que, finalmente, resulta na ação celular andrógeno dependente, em geral de síntese protéica. pequenas alterações na molécula do esteróide resultam em profunda diferença em relação à especificidade da sua relação com o receptor nuclear e em relação à sua interação com várias enzimas metabolizadoras ( BARTSCH, 1993 ).

2.3.1 ? Farmacologia
Alguns fármacos assim originados tem alta afinidade com o receptor e são andrógenos potentes como 19-nor testosterona, methenolona, trembolona, tiltrienolona; outras, como estanozolol e fluoximesterona, ligam-se com baixa afinidade ao receptor androgênico e são somente andrógenos fracos. Um terceiro grupo, como oximetholona e etilestrenol, não se liga ao receptor e a transformação metabólica é postulada para explicar a sua ação. Receptores para esteróides foram identificados em músculos de muitas espécies animais como rato, camundongo, coelho, ovelha e humanos, existindo no entanto, diferenças de sensibilidade dos músculos, individualmente ou como grupo, aos hormônios.
Alguns músculos como o músculo temporal de cobaio, elevador do ânus/bulbocavernoso do rato e músculo peitoral e do pescoço do homem têm resposta profunda à ação de andrógenos (WILSON & GRIFFIN, 1990 ). Os receptores esteróides dos músculos esqueléticos não diferem dos músculos receptores da próstata e do músculo elevador do ânus/bulbocavernoso, mas ocorrem em menor quantidade e têm menor sensibilidade ao andrógeno (WILSON,1993). Alguns órgãos como os sexuais acessórios, pulmões, cérebro e áreas específicas da pele, possuem a enzima 5 alfa redutase que converte a testosterona em DHT.
KOCHAKIAN relatou efeitos de esteróides anabólicos sobre o músculo temporal de cobaias onde verificou que o aumento de peso deu-se predominantemente às custas de hipertrofia das suas fibras; ele estendeu o estudo para outros 47 músculos, verificando que a ação hipertrofiante sobre eles dependia do esteróide usado, assim como da resposta do músculo individualmente. Verificou que os músculos mais responsivos exibiam respostas predominantemente miotrófica sob ação da 5 alfa-androstenediol, e que a 5 alfa-didrotestosterona ( 5 alfa-DHT ) era mais ativa no seu efeito androgênico e miotrófico.Alguns andrógenos ligam-se a receptores de mais de uma classe de esteróides. Os glicorticóides são conhecidos por promoverem efeito catabólico, e são, principalmente, antagonistas dos andrógenos.
Os esteróides anabólicos poderiam agir em receptores de glicocorticóides, como antagonistas. Isto tem sido demonstrado com alguns esteróides sintéticos como metiltrienolona e trembolona. Assim sendo, os esteróides anabólicos poderiam agir simultaneamente por dois caminhos :
* induzindo efeito anabólico nas proteínas com mediação de receptores androgênicos;
* inibindo o catabolismo protéico por interação com receptores glicocorticóides.
A interação entre andrógenos e glicocorticóides poderia ocorrer ao nível do gene, explicando a inibição processo-dependente do hormônio glicocorticóide pelo andrógeno e vice-versa. O elemento-resposta glicocorticóide (GRE) não é específico e pode mediar indução por outros hormônios esteróides, como os andrógenos ( HICKSON, 1990 ).
Alguns autores sugerem que as testosterona poderia estimular o crescimento muscular através do estímulo da somatomedina ( FLORINI, 1995 ), já que a testosterona não aumentoi o peso corpóreo de ratos e a administração do hormônio de crescimento (GH) restaurou a resposta anabólica da testosterona. Por essa razão, concluíram que o andrógeno participaria no crescimento durante a adolescência por aumentar o efeito da somotomedina e/ou potenciando a produção de somatomedina pelo GH. HOUGH (1993) referiu que os esteróides anabólicos estimulam a secreção de GH em 5 a 60 vezes o valor basal. Uma outra possibilidade ainda para a ação os esteróides seria uma possível ação trófica na junção neuro muscular ( WADLER, 1994).
Aumentos da actina e miosina no músculo podem ser influênciados pelos esteróides anabólicos, o que resulta em aumento da força muscular ( BARTSCH, 1993 ).

2.3.2 ? Os efeitos dos esteróides anabólicos
Os efeitos dos esteróides anabólicos são mais pronunciados no sexo feminino, em meninos, em homens castrados ou com deficiênciade andrógenos naturais ( HOUGH, 1993) . O homem adulto normal teria uma resposta aos esteróides anabólicos aproximadamente metade da resposta do homem hipogonádico ( LAMB, 1990), por outro lado a castração aumenta o número de receptores androgênicos e a sua afinidade de ligação ( WILSON, 1993 ).
O número de receptores androgênicos está sob controle dos esteróides gonadais, sendo que estrógenos os aumentaram, enquanto que os andrógenos auto-regulam a sua concentração, conforme observado no músculo elevador do ânus ( WILSON & GRIFFIN, 1993 ).A capacidade do músculo responder ao esteróide anabólico é aparentemente limitada, provavelmente ao ponto de o receptor tornar-se saturado. No entanto, o fato de doses supra fisiológicas do hormônio ainda conseguiram promover aumento adicional do músculo, leva a crer na existência de outro mecanismo, que não em nível do receptor. Nesse caso, a possibilidade é uma ação de esteróide anabólico agindo como antagonista dos glicocorticóides,diminuindo a degradação de proteína, o que aumentaria a síntese protéica. FORBES (1992 ) demonstrou haver relação dose-resposta para os esteróides anabólicos, com resposta evidente e altas doses.
Adicionalmente, os esteróides anabólicos podem produzir efeito que é regulado pelo sistema nervoso central. Atletas em uso de esteróides são comumente mais agressivos, experimentam menos fadiga e aumentam a intensidade dos exercícios. Acredita-se que o número dos receptores do músculo pode aumentar através de treinamento de força. Programas de treinamento de força combinado com esteróide anabólico, poderiam não somente aumentar os sítios de receptores, mas também a saturação desses receptores. Isto resultaria em aumento da síntese protéica e prevenção da quebra de proteína. Para LAMB (1984 ), não existe dúvida a respeito da efetividade dos esteróides anabólicos-androgênicos em promover a síntese de proteína no músculo esquelético e outros tecidos, em algumas circunstâncias.
Em ratos castrados estas substâncias promovem a retenção de nitrogênio, aumento da massa magra e estimulam o crescimento muscular.
Também são muito eficazes em estimular retenção de nitrogênio e desenvolvimento muscular em homens que tenham sido castrados ou sejam deficiente do hormônio natural.
Pesquisas com albumina humana marcada ( I 131 albumina ) e 15-N glicina, concluiu que fenilpropionato de nandrolona acelera diretamente a síntese protéica e o grau em que isto ocorre, está relacionado com a ingestão de proteínas e calorias ( VAN WAYJEN,1993 ).

2.4 - Estudo com esteróides anabólicos em atletas
Na década de 50 apareceram os primeiros relatos do uso dos esteróides por atletas de ambos os sexos ( WANDLER & HAINLINE, 1994 ). O Comitê Olímpico Internacional, em 1968, proibiu o seu uso, baseado em trabalho de Ziegler que mostrava que a testosterona aumenta a força. Nos jogos de Munich, em 1972, 62 % dos atletas de média e curta distância já haviam feito uso de esteróides.
O efeito dos esteróides sobre a performance do músculo permanece controverso, e mesmo após mais de 30 anos de uso, não está claro se eles realmente melhoram a performance. O próprio Ziegler, após anos de experimento, concluiu que os efeitos eram puramente psicológicos ( WILSON, 1988 ).
Se, por um lado, o testemunho dos atletas nas academias são unânimes em dizer que os esteróides anabólicos produzem marcada melhora na performance, por outro lado, os experimentos científicos se dividem em efeitos positivos e negativos.
Na década de 80 , pelo menos três revisões mostraram que a metade dos estudos tinha efeito positivo e a outra metade, efeito negativo (HAUPT & ROVERE, 1984; LAMB, 1984; WILSON, 1988).
Para HAUPT & ROVERE (1984), os efeitos dos esteróides anabólicos foram melhor demostrados naqueles indivíduos que treinavam até o ponto em que ficavam em estado catabólico, que permaneciam em treinamento com o seu uso, que faziam uso de alta ingestão protéica e mediam a força através de contração isométrica máxima.
Outros admitem que os esteróides têm potencial para aumentar a performance de alguns mas não de todos os indivíduos ( LAMB, 1984 ).
Em 1988, WILSON, após revisão de nove estudos positivos e sete estudos negativos, concluiu que a melhora de força não pode ser demonstrada consistentemente quando os esteróide anabólicos são administrados de maneira duplo cega em atletas.
Uma meta-análise publicada em 1991, ELASHOFF et al concluíram, com base na avaliação de trabalhos publicados de 1966 a 1990, que os dados sugerem que o atleta treinado em uso de esteróide tem maior ganho de força quando comparado com placebo, mas que os dados são insuficientes para firmar conclusões sobre a eficácia dos esteróides.
Em resposta à esta publicação, PLYMATE & FRIELD ( 1992 ) mostraram os resultados de seu estudo onde houve correlação positiva entre testosterona, testosterona-SHBG, 3 a-diolglicuronide, e aumento da força na flexão isométrica do cotovelo; entretanto, o aumento de força foi pequeno (7,6 %).
Apesar da grande controvérsia a respeito da ação dos esteróides sobre os músculos, Ben Jonhson foi excluido dos Jogos Olímpicos de 1988, perdendo sua medalha de ouro, por apresentar exame positivo para uso de esteróides.
Os atletas acreditam na efetividade dos esteróides (HOUGH, 1990) e os utilizam porque querem aumentar a massa muscular e a força, assim como diminuir o tempo de recuperação do músculo. Por outro lado, também esperam aumento da energia e do desejo de treinar intensamente (LABREE, 1991 ).
Apesar de saberem dos efeitos indesejáveis dos esteróides, vários atletas de ambos os sexos continuam a usá-los por acharem que os médicos exageram esses efeitos e que os benefícios superam os riscos ( LABREE, 1991).
Existem, realmente, muitas dificuldades em demonstrar experimentalmente os efeitos dos esteróides nos atletas, e para isto existem várias explicações. Em primeiro lugar, é necessário que o estudo seja cego. Além disso, os atletas utilizam diferentes andrógenos, com diferentes dosagens, diferentes dietas e diferentes programas de treinamentos.
Por outro lado, os atributos físicos e a motivação pessoal variam muito, e estes fatores afetam o treinamento ( WILSON, 1988 ). Por fim, os atletas utilizam as drogas em ciclos, em altíssimas dosagens ( 10 a 100 vezes as doses farmacológicas) , com duas ou mais drogas concomitantes, de maneira piramidal e por diferentes vias de administração ( WILSON, 1988; HOUGH, 1990). Seguindo-se ao período de uso, ficam semanas ou meses sem usar a droga, sendo que alguns fazem uso de diuréticos para "clarear a urina", principalmente nos períodos que precedem as competições. Este tipo de utilização é muito difícil de ser reproduzido nos trabalhos científicos por problemas éticos. Adicionalmente, os atletas utilizam drogas de uso veterinário, cuja toxidade humana ainda não foi estudada ( FORBES, BROMSTOM e COLLINS, 1993 ).
Deve-se acrescentar que a performance do atleta fica mais difícil de avaliar à medida que o nível do atleta aumenta, pois diferença mínima em velocidade como 1%, pode fazer profunda diferença em termos de competição internacional.
Outro mecanismo aventado para ação em atletas é decorrente dos efeitos propiciados pelos esteróides anabólicos sobre o comportamentto, como a euforia, a menos sensação de fadiga, a sensação de bem-estar, o que poderia possibilitar um treinamento com maior intensidade, levando a aumento de massa muscular e determinar a melhora da performance ( WILSON & GRIFFIN, 1980; LABREE, 1991).

Outro mecanismo cogitado refere-se ao fato dos esteróides anabólicos poderem atuar sobre o hematócrito e o volume sanguíneo (MOORADIAN et al, 1987; WILSON, 1988), o que pode ter efeito sobre a performance.
Apesar da redução da fadiga após exercício ser citada como efeito comportamental, existe base científica para isto, já que os esteróides anabólicos podem antagonizar os efeitos dos glicocorticóides e são liberados em abundância durante e após exercício físico ( ROGOL & YESALIS, 1992).
Eventualmente, os esteróides podem mostrar diferentes efeitos entre os indivíduos, já que existem diferenças individuais no sinergismo com o hormônio do crescimento e tiroxina, ou diferenças na quantidade e qualidade do receptor hormonal no músculo esquelético, que podem contribuir para os diferentes efeitos sobre a massa e a força muscular (LAMB, 1990).
Todos estes fatores apresentados fazem com que dúvidas permaneçam a respeito da real efetividade dos esteróides. Além disso, há estudos que mostram melhora da performance no período controle , o que falaria realmente a favor do efeito psicológico.

2.4.1 Efeitos Adversos
Algo importante a se considerar com relação aos esteróides anabólicos são os possíveis efeitos adversos a eles relacionados. Os esteróides podem causar na criança fechamento prematuro de epífisises, produzir ginecomastia ou causar virilização florida, assim como causar virilização na mulher.
Eles podem atuar sobre a função hepática, levando à colestase com aumentos de transaminases e bilirrubinas. Esta ação depende de lesão prévia do fígado. Estudo em atletas com uso atual e prévio de esteróides anabólicos, encontrou aumento significante de transaminase oxaloacétia (TO), transaminase glutamicopirúvica (TGP) e LDL colesterol e diminuição de HDL-colesterol.
níveis estavam alterados nos atletas com uso atual da droga, mas nenhum apresentava manifestação clínica. Os atletas que tinham feito uso prévio tinham exames normais, mostrando que o dano hepatocelular é agudo e cessa com a interrupção da droga.
Os esteróides anabólicos produzem dramática diminuição dos níveis de HDL-colesterol, e esta diminuição não parece se relacionar com a dose, tendo em vista que pode ocorrer em doses terapêuticas. Os atletas em uso atual de esteróides, podem apresentar HDL-colesterol mais baixo, mostrando maior risco de doênça isquêmica (LABREE, 1991; WILSON, 1993). O estanozolol diminui apolipoproteina A-I e A-II, enquanto aumenta apolipoproteina B e D. Um provável mecanismo envolvido é a indução da atividade da HTLG- lipase triglicéride endotelial hepática, uma vez que seus níveis aumentam 227 a 232 % com estanozolol e 100 % com oxandrolona .
Esta enzima cataboliza HDL via atividade da fosfolipase e participa da hidrólise de HDL2 para HDL3 . A diminuição do HDL2 tem maior relação com o risco coronariano.
Pesquisa com comparações constatam que há diminuição no HDL-colesterol, ocorre, no entanto, diminuição do LDH, diminuição dos níveis de triglicérides e diminuição do colesterol total. Apesar da diminuição do HDL, a diminuição concomitante das outras frações lipídicas, parece se comtrapor ao aumento do risco de doênça coronariana. Estudos em pacientes não tiveram repercursão clínica do ponto de vista coronariano (FERREIRA, 1994). Neste particular, o treinamento físico tem efeito contrário ao dos esteróides anabólicos, já que promove o aumento do HDL (LEEDS et al, 1986). Mas este aumento pode não ser encontrado quando os lipídes estão dentro dos níveis normais (FERREIRA, 1994). Atribui-se aos esteróides anabólicos não só aumento do risco coronariano e infarto do miocárdio secundários às alterações do metabolismo lipídico, como hipertrofia concêntrica miocárdica com diminuição do volume ventricular, o que poderia alterar a relação pressão-volume do coração (HERSCHMAN, 1990).
Herschman encontrou aumento de septo ventricular, com função ventricular normal, em levantadores de peso, com relação septo/parede posterior maior que 1,3 , à semelhança de indivíduos com hipertrofia miocárdica (hipertrofia subaórtica e hipertrofia septal assimétrica).
Entretanto, em estudo mais recente, segundo THOMPSON, SADANANTZ E CULLINANE (citado por WEINECK, 1996)incluindo treze atletas que fizeram, pelo menos, três ciclos de esteróide durante o ano, por seis a dez semanas de uso, não foi observado diferença do tamanho do ventículo em relação ao grupo controle, embora a porcentagem de fração de encurtamento estivesse um pouco mais baixa (WEINECK, 1996).
2.5 - Suposições
Há estudos dos efeitos dos esteróides anabólicos sobre o coração, em portadores de doênças sob treinamento físico, não encontraram nos ecocardiogramas alterações na espessura do septo interventricular, na parede posterior ou nos diâmetros diastólico e sistólico do ventrículo esquerdo. Não houve também alteração da função ventricular esquerda, medida pela fração de ejeção ou fração de encurtamento, bem como não houve alteração da massa ventricular desses pacientes (FERREIRA, 1994). Do mesmo modo, também não ocorreram alterações eletrocardiográficas significantes.
Em relação ao fato dos esteróides poderem induzir carcinogênese, modelos animais tem sido usados para estudar esta possibilidade. Tentativa de produzir câncer em roedores como ratos e hamster, por tratamento exógeno com andrógenos ou estrógenos sozinhos ou em combinação com carcinógenos, tem obtido somente insucessos. Os únicos animais em que se conseguiu demonstrar câncer prostático foram ratos (OVERLY, 1995), quando foram utilizados testosterona e N-methylnitrosuréia, este, um potente carcirógeno. No entanto, estes ratos são altamenta susceptíveis a desenvolverem câncer em vários órgãos, tais como fígado, rim, colon e células do sangue (OVERLY, 1990).

2.6 - A ação dos esteróides anabólicos : Em relação à ação dos esteróides anabólicos sobre as células vermelhas, eles podem aumentar o seu número por
ação direta sobre a medula óssea, através de receptores, e também por estimular a produção de eritropoetina; este estímulo é maior na presença de hipóxia (ZANINI, 1994).
O uso dos esteróides, segundo alguns autores, pode aumentar a motivação e a agressividade dos atletas (WILSON, 1988; HOUGH, 1990).
Houve quem tentou associar caso de violência ao uso de esteróide, mas esse indivíduo também havia feito grande consumo de álcool, o que dificulta firmar conclusões (OVERLY, 1990). Um estudo recente indivíduos com doenças pulmonares podem ter maior incidência de hipogonadismo (ROTH et al, 1992). Como a deficiência de andrógenos pode resultar em diminuição das funções metabólica e sexual, a reposição hormonal poderia melhorar as funções ósseas, muscular e sexual desses indivíduos. No entanto, associado à melhora da qualidade de vida, bem estar e longevidade, existe a possibilidade de efeitos negativos como aumento de doença coronariana .
2.7 - Alterações Comportamentais
Revisão recente sugere que os hormônios esteróides podem produzir efeitos similares àqueles produzidos por substâncias de abuso. Segundo os autores, pode haver o aparecimento de irritabilidade, desinibição, agitação psicomotora, ansiedade, pânico, assim como mania de psicose. Alguns atletas relatam uso compulsivo e descontrolado de esteróides, o que define a dependência psicoativa (SAMULSKI, 1992). Esses autores lançaram a hipótese de que a retirada dos esteróides pode precipitar uma síndrome hiperadrenégica aguda, que compreende : ansiedade, irritabilidade, insônia, calor, sudorese, anorexia, mialgia, náusea e vômitos, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial; também pode ocorrer perda do libido, que pode ser melhorada com reposição do hormônio ou com antidepressivo.Sentir-se pequeno e fraco (anorexia e anorexia reversa ); apesar de ser grande e musculoso, também foi mais frequente em levantadores de peso que usavam esteróides ( POPE, KATZ e HUDSON, 1993).
Existem relatos de indivíduos com uso de esteróides, houve significante impacto de humor e comportamento, como euforia, energia, inquietude e raiva, principalmente naqueles que utilizam doses altas ( SAMULSKI, 1992).

2.8 - Situações de utilização dos esteróides anabólicos
Usados principalmente em casos clínicos :
n composição corporal;
n tamanho muscular;
n força muscular;
n volume sanguíneo ( quantidade e volume );
n hemoglobina ( mioglobina );
n efeitos anti-catabólicos;
n recuperação ativa - aprimoramentos da capacidade de acumular reserva de treinamento de qualidade necessário para melhora;
n profilaxia e terapia para as lesões ou doenças nos tecidos mole e duro;
n efeitos comportamentais incluindo o aumento de agressividade, competividade (em atletas), e sensação de bem estar.












IV ? Capítulo 3
CONCLUSÃO:
Conclui que, um percentual de pesquisas e relatos discutidos, focalizam seus esforços principalmente na avaliaçào das modificações potênciais "positivas" (força, massa corporal e antropometria), ao invés dos efeitos "negativos" dos esteróides na saúde.
Os cientistas, médicos e os administradores do esporte, preocupados com a questão, tentaram extrapolar aos atletas os dados obtidos de pacientes com ampla variedade de doenças debilitadoras.
Os estudos feitos em atletas, geralmente foram muito curtos e/ou as dosagens usadas da droga muito baixas para surgir qualquer efeito patológico possível. Com base nas diferenças qualitativas e quantitativas físicas e fisiológicas (cardio-vascular, metabólica, etc.) entre atletas e indivíduos "normais" não-at;éticos, as extrapolações aventadas nas descobertas de pacientes clínicos para os atletas foram encaradas com certo grau de ceticismo.
Em geral, sabe-se que os hormônios anabólicos são metabolizados e capazes de exercer efeitos em virtualmente todas as células do corpo.
Os efeitos adversos dependem do tipo (oral ou injetável), das características bioquímicas da droga e do usuário, da dosagem das drogas usadas e do tempo de uso. Além destes dados, é evidente que sempre que qualquer órgào, tecido ou parte do corpo seja afetada negativamente, em ultima análise a capacidade funcional de todo corpo sofre de acordo, e a resposta individual a um regime específico terapêutico de droga é único, com base na individualidade bioquímica de cada um.
Como existem poucos dados literários disponíveis sobre os atletas coletados, também pesquisei as descobertas clínicas em pacientes submetidos ã terapia com hormônio anabólico e animais experimentais. Observamos que os principais órgãos do sistema, cujas funções podem ser alteradas como resultado do uso do esteróide incluida aquelas envolvidas no transporte, metabolismo/desintoxicação, excreção das drogas e hormônios, metabolismo de energia e nitrogênio, erotropoese, equilíbrio de fluídos e eletrólitos, integridade da matriz óssea, e equilíbrio hormonal de todo corpo e reprodução; órgãos e sistema como: fígado, rins, testículos e glândulas sexuais acessórias, sistema neuro-endócrino, cardio-vascular e esquelético.


















V ? Capítulo 4
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Autor: Leandro Onodera Bonini


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