Bullying, olá! Bye!



No Brasil, o termo bullying vem sendo utilizado exaustivamente nas mais diversas e inusitadas situações. Objetivamente, já é culpado por quase tudo! Personalizado. A última blasfêmia com bullying nacional (de repercussão grandiosa) foi a de um político que diz tê-lo sofrido por parte de um jornalista. O agressor, de gravador apontado, questionou a vítima sobre valores salariais provindos de acúmulos de benefícios. O agredido, depois de um "ataque de fúria", que terminou com o confisco da "arma", denunciou o bullying sofrido em plenário. E alertou outras possíveis vítimas para o comportamento indevido da imprensa. Esse "fenômeno" pode ter deturpado (de vez) o enunciado, relegando-o ao campo do humor.Uma piada! É o que o termo bullying, em verde e amarelo, está parecendo. Vale esclarecer que, se fosse praticado com rigor etimológico, que de acordo com a Wikipédia (29 de abr. 2011) é usado para: "descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, "tiranete" ou "valentão") ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender", caberia, no caso citado, que o "valentão do repórter" tivesse repetidamente dito ao político: "Embolsando dinheiro do povo, embolsando dinheiro do povo, embolsando...". Blá, blá, blá. E que em resposta a essa humilhação, o bullyinado tivesse desenvolvido desprezo pelo dinheiro público; autoprejudicando-se, pondo em risco suas finanças, na adoção de um comportamento político-patológico sem remuneração, totalmente voluntário! Piorado na exclusão pelo pares! No isolamento! Digno de pena! Não foi o caso!Hoje, ouvindo uma notícia no rádio, chamou-me a atenção uma manchete: Bullying "empurra" jovens para a cirurgia de estômago. Ora essa!Agora todos os descaminhos levam ao bullying?Se jovens brasileiros estão chegando à adolescência empanturrados de guloseimas e embutidos; se a sociedade, a mídia "esmagaram" outra possibilidade de existência humana que não a do corpo sarado; se jovens atuais não foram criados para suportar a inerente condição da imperfeição humana, será simplificando tudo no uso do termo bullying, que esses e tantos outros problemões distintos serão solucionados?Está evidente que a tradução cultural do termo bullying foi feita de forma incorreta por aqui, deturpou-se um bem (mal) simbólico alheio. É preciso devolvê-lo (o quanto antes) e pedir desculpas pela demora, pelo mau uso. Assim, talvez, os nomes certos das coisas voltem a ser pronunciados. Volta para casa, bullying! Bye!
Autor: Maria Cristina Schefer


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