Salvem Os Cachorros
A criação do Estado, lá nos primórdios da civilização humana sempre teve uma relação com o povo, de confisco, ou seja, tomava os bens sob pena de sanção, mais ou menos o que os flanelinhas fazem hoje.
Em outras palavras: a venda de proteção que, por exemplo, a máfia italiana exportou para a América, máfia essa que nasceu, talvez se sentindo respaldada pelo elitismo do Direito Romano, era uma atividade comum na criação do Estado, não fornecendo a segurança da população, mas sim, impondo a insegurança e obrigando-os a pagar por segurança.
Essa semana eu conversando com uma amiga que mora num casarão que herdou dos pais, somente ela e a filhinha, quando lhe perguntei se ela tinha algum sistema de alarme, ela me respondeu suavemente: - Eu não preciso! Eu tenho cachorros.
Eu fiquei pensando que uma das atribuições do Estado é a garantia da segurança da população.
Também fiquei pensando que será que hoje em dia as coisas estão muito diferentes da antiguidade?
Essa incompetência em dar segurança não seria uma forma disfarçada e mais maquiavélica do que aquela, para poder cobrar mais para finalmente cumprir o seu papel?
De qualquer forma nós temos os cachorros. Os cinófilos de plantão devem se sentir orgulhosos.
Os cinéfilos também. Principalmente os fãs de Lassie e Rin-Tin-Tin (Desculpem, mas eu tinha que colocar essa piada!)
Talvez nós consigamos substituir muitas das funções do Estado, que estão deixando a desejar por cachorros.
Eu vejo muitas vantagens dos cachorros em relação aos atuais detentores de cargos públicos: os primeiros são mais fiéis, não abandonam a casa, cuidam da família, são carinhosos, não guardam rancor, se contentam com ossos, não ligam para dinheiro e muito mais.
Talvez a única semelhança entre eles, é o fato de que ambos são mordedores.
Até porque é preciso resgatar uma injustiça histórica atribuída aos nossos amigos caninos, de que todas as "maracutaias" seriam umas verdadeiras cachorradas.
Discordo.
Na verdade, isso é coisa de gato.
Sérgio Lisboa.
Autor: Sérgio Lisboa
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