VESTIBULAR: COMO ENFRENTAR A REDAÇÃO?



ENÉAS, Allyce Gomes.
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SANTOS, Viviane
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ARAUJO, Maria José de Azevedo.
Graduada em Pedagogia / Orientação educacional, Especialista em Educação, Mestre em Educação e Professora do Curso de Letras-Português da Universidade Tiradentes - UNIT.
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RESUMO
Os problemas apresentados nas redações dos vestibulandos têm sido objeto de estudo de muitos pesquisadores em todo Brasil. Foi pelo contato no campo da educação que percebemos as dificuldades apresentadas por esses alunos. Partindo do pressuposto que a linguagem é a representação do pensamento por meio de códigos que permitem a interação e a comunicação entre as pessoas, e que para haver essa comunicação tem que existir um emissor, uma mensagem e um receptor, por que é tão difícil o aluno expressar suas idéias? Será por falta de leitura, conhecimento prévio? O que leva os alunos a terem baixos resultados ou até resultados nulos na prova de "Redação do Vestibular". Esta é uma pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfica. O objetivo deste trabalho é fazer alguns comentários sobre o que ocorre nas dissertações do vestibular, enfatizando alguns fatores que contribuem para o baixo desempenho dos candidatos. Esses fatores estão concatenados na falta de leitura, de conhecimento, de mundo e de familiarização com as regras que regem a escrita. Enfim, deve-se desmistificar a idéia que se tem da redação como um monstro para os vestibulandos. O que falta é incentivo das escolas, ao ato de ler para que se possa obter um repertório de informação e conhecimentos visando abrir as portas para a cidadania consciente, pois a leitura está ligada diretamente com a escrita e com a descoberta de novos valores culturais e sociais.

PALAVRAS CHAVE: Vestibular, Leitura, Redação, Alunos.
RESUMEN

Los problemas presentados en los ensayos vestibulandos han sido objeto de estudio por muchos investigadores en todo el Brasil, fue el contacto en el ámbito de la educación que entendemos las dificultades que presentan estos estudiantes. En el supuesto de que la lengua es la representación de pensamiento por medio de códigos que permiten la interacción y la comunicación entre las personas, y que disponga que la comunicación tiene que ser un emisor, un mensaje y un receptor, ¿por qué es tan difícil que el estudiante expresar sus ideas? ¿Es la falta de lectura, el conocimiento previo? ¿Qué lleva a los estudiantes a tener un bajo rendimiento o los resultados de ninguna prueba de la "Escritura de la vestibular.
Este trabajo aspira a hacer algunos comentarios sobre lo que ocurre en la tesis vestibular, haciendo hincapié en algunos factores que contribuyen al bajo rendimiento de los candidatos. Estos factores se concatenan en la ausencia de la lectura, el conocimiento del mundo y la familiarización con las normas que regulan la escritura.


PALABRAS CLAVE: vestibular, lectura, escritura, estudiantes.

INTRODUÇÃO
A dificuldade encontrada pelos alunos ao reproduzirem um texto conduz a estudos constantes acerca dos processos de coesão e coerência na linguagem das redações da maioria dos estudantes. Esta problemática pode ser explicada pelas profundas modificações das práticas de linguagem e das relações que os indivíduos mantêm com elas, os métodos de ensino tradicional encontram-se defasados em relação ao desenvolvimento das ciências da linguagem e da ciência da educação acarretando um momento de crise na educação que precisa ser superado.
A linguagem e a produção textual adquirem outra concepção, uma formação dialógica na qual são levados em consideração todos os constituintes do processo comunicativo, para efetivação de uma produção textual abrangente e formadora de produtores, as ações desenvolvidas na prática do ensino e da produção textual devem ser realizadas dentro do processo dialógico de construção do conhecimento.
Na prática escolarizada o aluno elabora um texto simplesmente para obter uma nota, preocupa-se apenas em levar uma informação acerca de determinado tema ao professor, é por essa razão que o professor deve usar a criatividade em suas aulas de produção textual.
Para produzir um texto exige-se em primeiro lugar, conhecimento do assunto e em segundo o domínio dos recursos técnicos e estes sozinhos não desenvolverão o problema da escrita apenas fornecerá o instrumental necessário para uma melhor estruturação das idéias, ou seja, na produção textual o aluno deve expressar seus conhecimentos sobre algo que se conhece, uma das razões que pode justificar as dificuldades de produção textual, pois os discentes não possuem domínio de um gênero textual e de seu contexto de circulação por não terem tido com ele ou mesmo por desconhecê-lo.












1 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

Ler em voz alta, ler em silêncio, ser capaz de carregar na mente bibliotecas interiores de palavras lembradas são aptidões espantosas que adquirimos por meios incertos. Todavia, antes que essas aptidões possam ser adquiridas, o leitor precisa aprender a capacidade básica de reconhecer os signos comuns pelos quais uma sociedade escolheu comunicar-se: em outras palavras, o leitor precisa aprender a ler. Em quase todos os países o numero de crianças que lêem é duas vezes maior que o de adultos. As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura dos livros de lado, isso resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros, possuindo vocabulários cada vez mais pobres como ilustra FERREIRA.
No mundo de hoje, ironicamente chamado da comunicação, verdade é que pouco nos comunicamos. Isolamo-nos de nossos vizinhos. No lar, há cada vez menos ensejo para conversar. Na escola, os textos científicos e literários estão se tornando de difícil entendimento. Quando falamos, freqüentemente repetimos frases feitas por outros, idéias estereotipadas ? aquelas mesmas idéias e frases maciçamente divulgadas pela TV ou pelo rádio (...). Falamos pouco, lemos quase nada... E escrever? (...) Não há de admirar que muitos não sintam qualquer atrativo para escrever. Quem não lê, fala tão pouco com seus semelhantes, não pode sequer ter idéias próprias .

A leitura é algo importante para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. Muitas pessoas dizem não ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito rotineiro as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária. Muitas coisas que aprendemos na escola são esquecidas com o tempo, pois não as praticamos, através da leitura rotineira tais conhecimentos se fixariam de forma a não serem esquecidos posteriormente, dúvidas que temos ao escrever poderiam ser sanadas pelo hábito da leitura, talvez nem as tivéssemos, pois ela torna nosso conhecimento mais amplo e diversificado nos fazendo descobrir um mundo novo cheio de coisas desconhecidas. É preciso considerar que os discentes podem não aprender todos os gêneros textuais que circulam nos diferentes grupos sociais que freqüentam, pois, infelizmente eles não freqüentam todos os grupos sociais. Segundo BAKHTIN:
"Muitos dominam a língua, mas não conseguem se comunicar através da escrita, isso não quer dizer que se trata de um problema de vocabulário, mais sim de uma inabilidade mundana." (BAKHTIN, 2006, p.30).
Ainda existem outras questões presentes na formação do aluno que temos que revelar. Grande parte das deficiências dos discentes vem da falta de maturidade, conhecimento de mundo, e experiência. Temos que levar em consideração que o candidato ao vestibular é um adolescente e que nem sempre está "ligado" ao mundo em que vive, no entanto, tal fato não impede de se expressar com suas palavras produzindo um texto coeso e original.
Um texto claro, conciso e objetivo è a arma mais poderosa para derrotar o fantasma da redação, os vestibulandos devem sempre estar atentos aos destaques dos jornais nacionais e internacionais, pois estes despertam o interesse da opinião pública principalmente por suas características polêmicas e, exatamente por esse motivo são os temas mais prováveis para redação do vestibular. Ainda que estar por dentro de todos os possíveis temas seja uma boa pedida para enfrentar com mais tranqüilidade a redação, o mais importante mesmo não é decorar o noticiário, mas, sim, ter paciência e atenção para não cometer erros básicos, pois os candidatos não lê com cuidado o enunciado do exercício e, por isso, não consegue entregar o que os examinadores esperam, os alunos gastam pouco tempo na leitura do tema e não captam o que é pedido.
Um bom desempenho é sinônimo de melhores chances para o candidato ser aprovado, o vestibulando tem que ter em mente que a finalidade da redação é saber se o aluno consegue se comunicar em língua portuguesa escrita, escrevendo um texto com ponto de vista próprio, apresentar suas críticas e fazer propostas. Nessas perspectivas, TEIXEIRA e ALBERNAZ afirmam:
[...] a expectativa da universidade em relação ao candidato que busca um espaço na universidade é basicamente, de que ele seja competente no ato de ler criticamente e expressar suas idéias próprias com clareza e coerência, evidenciando, desse modo, potencialidades para enfrentar com êxito o desafio do 3º grau. Assim, a redação e a compreensão de textos assumem posição de destaque no processo de classificação, na medida em que permitem avaliar habilidades essenciais em todas as áreas do saber .

Dessa forma, constatamos que a escolha da tipologia textual pelos vestibulares, é estratégica, é o tipo de texto em que a capacidade argumentativa, as habilidades de escrita e de reflexão revelam o potencial do candidato, redigir bem significa ler sempre, redigir bem exige exercício constante da escrita, por isso a leitura nunca é tempo perdido, e escrever com constância é um habito saudável. Escrever não é vocação, é aprendizado.
Despertar o prazer da leitura é uma árdua tarefa, pois tradicionalmente o ensino de Português está centrado em conteúdos gramaticais. É possível notar um empenho em se desenvolver atividades relacionadas mais com a leitura e com a produção textual, mas ainda deparamos com as velhas explicações: "os alunos não gostam de escrever", "o tempo destinado para aprender o texto argumentativo, na escola, é pouco".
O professor, em sala de aula, cotidianamente tem a seu dispor um universo de recursos para incentivar a produção textual, desde leituras orientadas, a dramatização, a poesia, o jornal, e a tanta outras que irão despertar o interesse dos alunos. O aluno para escrever precisa ser motivado, ele tem que entender que a sua produção tem importância, não é uma simples cópia, pois é uma expressão do seu pensamento, é preciso mostrar o valor de sua produção.
No vestibular, por exemplo, o texto tem caráter eliminatório, o conteúdo dele vai mostrar se o candidato está preparado para a vida universitária, seu texto é muito mais importante do que a própria gramática o mesmo deve tornar-se crítico para poder desenvolver sua opinião, pois além da capacidade escrita, a prova de redação pretende identificar aquele aluno que sabe ler criticamente, que é capaz de interpretar dados e fatos e de construir, a partir deles, um texto claro, com coesão e coerência.
Nesse contexto, tornam-se imprescindíveis também alguns conhecimentos prévios do leitor: os lingüísticos, que correspondem ao vocabulário e as regras da língua e seu uso; os textuais, que englobam o conjunto de noções e conceitos sobre o texto; e os de mundo, que correspondem ao acervo pessoal do leitor, numa leitura satisfatória na qual a compreensão do que se lê é alcançada. Logo percebemos que a leitura é um processo interativo como afirma ANTUNES (2003):
A atividade da leitura favorece, num primeiro plano, a ampliação dos repertórios de informação do leitor. Na verdade, por ela, o leitor pode incorporar novas idéias, novos conceitos, novos dados, novas e diferentes informações acerca das coisas, das pessoas, dos acontecimentos, do mundo em geral .

O hábito de ler deve ser estimulado na infância, toda escola, particular ou pública, deve fornecer uma educação de qualidade incentivando esta prática, pois dessa forma a população se tornará mais informada e crítica bem como no futuro as crianças se tornarão em adultos cultos, dinâmicos e perspicazes.
A dificuldade dos alunos para escrever tem sua razão de ser também, devido ao pouco contato que eles mantêm com textos escritos, pois, as aulas de português são realizadas sob a forma de exposições orais, e os textos dados para leitura são produzidos oralmente através do professor, afim de que eles entendam melhor, resultando no retardamento do trabalho de interpretação, segundo ANTUNES:
"Tem uma pedra no meio do caminho da aula de português... porque no ensino de língua portuguesa ainda persistem práticas inadequadas e irrelevantes, não condizentes com os objetivos mais amplos que se pode pretender para o seu ensino" .
A partir desta, podemos começar a refletir sobre o relacionamento leitor-texto, pois como já sabemos que ler é acima de tudo compreender e para que isso aconteça é preciso que o leitor esteja comprometido com sua leitura, ele precisa manter um posicionamento crítico sobre o que está lendo, não apenas passivo, quando atende a essa necessidade, o leitor se projeta no texto, levando para dentro dele toda sua vivência pessoal, com suas emoções, expectativas, seus preconceitos etc.
O estímulo deve partir da escola, pois esta trabalha a leitura como uma atividade puramente escolar, sem gosto, sem prazer, convertida apenas para momentos de treino, de avaliação, uma leitura que se reduz a momentos de exercício, tornando assim alunos incapazes de criar sua própria compreensão de mundo, onde muitas vezes, o que se lê na escola não coincide com o que se precisa ler fora dela. Enfim uma escola "sem tempo para a leitura", preocupada somente com as regras da gramática normativa esquecendo que a leitura segue em conjunto com gramática e é um pré-requisito para a produção textual, o que afirma ANTUNES:
A atividade da leitura completa a atividade da produção escrita. É, por isso, uma atividade de interação entre sujeitos e supõe muito mais que a simples decodificação dos sinais gráficos. O leitor, como um dos sujeitos da interação, atua participativamente, buscando recuperar, buscando interpretar e compreender o conteúdo e as intenções pretendidos pelo autor .

É importante que se haja um conhecimento prévio do que se vai ler ou produzir, uma interpretação depende de outros conhecimentos além do conhecimento da língua, a escola não pode deixar de reconhecer a importância desses fatores e, por isso, pode ficar presa aos conhecimentos especificamente lingüísticos, a falta de informação, de não ter o que dizer esses problemas não são resolvidos com regras gramaticais, para escrever bem, é preciso antes de tudo, conhecer o objeto sobre o qual vai ser trabalhado.
3 A CONSTRUÇÃO TEXTUAL
Sabemos que para escrever bem é fundamental um conhecimento prévio, ou seja, ler bastante. Mas como construir um texto coerente? E como expor nossas idéias com a clareza devida? Essa dúvida é muito comum entre alunos que estão prestes a prestar o vestibular, pois, a leitura e a escrita se complementam numa relação de interdependência. Uma necessita da outra, apóia-se na outra, em termos de adquirir conhecimento, ler ainda é uma das fontes mais privilegiadas.
Ilustram as autoras SOUZA e CALVÉQUIA: "Ler e escrever devem ser considerados dois atos inseparáveis. A prática da leitura favorece a escrita, ou seja, quem tem o hábito de ler textos diversos tem mais condições de refletir sobre idéias e formular suas opiniões" .
A coesão e a coerência são dois fatores importantes para uma melhor compreensão do texto e para uma boa escrita de redações. A coesão trata basicamente das articulações gramaticais (pronomes, artigos, elipse, concordância entre os tempos verbais e conjunções) existentes entre as palavras, as orações e frases ela é necessária para que se possa garantir uma boa seqüência de eventos. A coerência, por sua vez, faz a relação lógica entre idéias, situações ou acontecimentos, apoiando-se, por vezes, em mecanismos formais, de natureza gramatical ou lexical, sendo facilmente deduzida por um falante de uma língua, quando não encontra sentido lógico da falada e da escrita.
Produzir um texto escrito não é uma tarefa que se implica apenas no ato de escrever, é preciso organizar as idéias, fazer um planejamento que passa desde a escrita até o momento posterior que é o da revisão e da reescrita. O planejamento corresponde a ordenar as idéias, saber por onde começar a escrever e utilizar todo seu conhecimento e a revisão se dá quando quer confirmar o que foi escrito rever se os objetivos foram cumpridos, se há coerência e clareza no desenvolvimento das idéias, se há também um encadeamento entre os vários segmentos do texto, respeitando a ortografia, a pontuação e a divisão em introdução, desenvolvimento e conclusão. Afirma ANTUNES que:
A atividade da escrita é, então, uma atividade interativa de expressões, (ex-, "para fora"), manifestação verbal das idéias, informações, intenções, crenças ou dos sentimentos que queremos partilhar com alguém, para, de algum modo interagir com ele. Ter o que dizer é, portanto, uma condição prévia para o êxito da atividade de escrever. Não há conhecimento lingüístico (lexical ou gramatical) que supra a deficiência do "não ter o que dizer "...
A escrita não funciona exatamente do modo como falamos, deve-se ter cuidado ao tentar escrever de maneira "simples", para não exceder na simplicidade, pois a formalidade deve estar acima do coloquialismo. O que vem acontecendo muito nas redações de vestibulares, o uso de gírias, versos, períodos longos e a utilização de mil verbos para dizer alguma coisa (quando poderia ser dito com um ou dois) tornando assim uma leitura cansativa, sem coesão e coerência. A internet também pode se tornar uma vilã na hora de redigir, o uso de abreviações como "pq", "vc", "naum", não permitidos na escrita de redações, a não ser que sirvam como exemplo de algo.
Como a dissertação é um gênero opinativo, em que o aluno deve expor seus argumentos convincentes e que façam sentido, e é com a leitura de jornais, revistas e livros que se adquire domínio argumentativo e consegue, ao escrever, "convencer" o leitor de se tem um embasamento teórico. São esses fatores que tornam a redação, uma das provas mais importantes de qualquer processo seletivo, como Vestibular, concurso e outros exames que geralmente exigem do aluno que redijam textos.
4 ENEM E PROUNI
O Exame Nacional do Ensino Médio foi instituído em 1998 para ser aplicado em caráter voluntário, aos estudantes e egressos deste nível de ensino. É realizado anualmente, tendo como objetivo principal fazer uma auto-avaliação do desempenho dos alunos antes do temido vestibular. Desde a sua criação até os dias atuais, o número de participantes aumenta gradativamente, com isso, percebe-se o reconhecimento do exame como importante ferramenta avaliativa.
A prova do ENEM é contextualizada e interdisciplinar, exigindo do candidato menos memorização excessiva dos conteúdos e mais demonstrações de sua capacidade, colocando em prática os conhecimentos adquiridos no ensino médio. Ao contrário do "decoreba" comum dos vestibulares, este exame faz com que o aluno pense, raciocine e formule respostas de acordo com que aprendeu e vivenciou.
O ENEM foi estruturado a partir dos conceitos presentes na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ? LDB, que reformulou o ensino médio no Brasil, tornando-o etapa conclusiva da educação básica e porta de entrada para educação superior no Brasil, outra vantagem do exame é que mais de 600 instituições de Ensino Superior (IES) pelo Brasil, utilizam seus resultados como complementação de seus processos seletivos (algumas até estudam substituir o vestibular pelo ENEM como processo seletivo), o que acaba sendo um atrativo a mais para os estudantes participarem do ENEM. Além disso, outro grande incentivo é o ProUni ? Programa Universidade para Todos -, que ajudou a popularizar o ENEM desde que foi implantado, o mesmo é um sistema de benefício aos estudantes de baixa renda que não tem condição de pagar uma faculdade particular, além disso, a estimativa do programa é oferecer cerca de 400 mil novas vagas nos próximos quatro anos.
O ProUni distribui três tipos de bolsa, integral, para estudantes que possuam renda familiar, de até um salário mínimo e meio, a bolsa parcial de 50% para estudantes que possuam renda familiar, de até três salários mínimos e a bolsa de 25% pra estudantes que possuam renda familiar, de até quatro salários mínimos, concedidas somente para cursos com mensalidade de até duzentos reais.
Como já foi mencionada, a prova do ENEM é interdisciplinar, ou seja, não é dividida por disciplinas, mas procura reunir conhecimentos de diversas áreas em uma mesma questão, relacionando-os. A proposta da redação é baseada em diferentes textos e linguagens que tratam de temas atuais e nacionais. Estes textos estimulam a reflexão e a avaliação a respeito dos argumentos, informações, fatos e opiniões que apresentam. A partir dessa análise, o participante deve criar um novo texto argumentativo-dissertativo, onde apresente seu ponto de vista.
Estes programas são de grande importância para os jovens brasileiros, o ENEM por possibilitar ao jovem uma auto-avaliação e exposição dos seus conhecimentos do ensino médio, já o ProUni por realizar o sonho de muitos que não tem condições de estudar em cursos de pré-vestibular, facilitando assim um número maior de aprovações no vestibular.
5 O CURSO DAS DICAS
A cada mês que passa o vestibular torna-se uma realidade iminente, cabendo aos vestibulandos impor um ritmo de estudo plausível e adequado. Atualmente, a melhor forma encontrada pelos futuros universitários, é o ingresso nos cursinhos preparatórios para vestibular. Mas basta entrar em um desses cursinhos e estou na faculdade?
Ser admitido em uma universidade é apenas a conseqüência de seu desenvolvimento nestes cursinhos, ou seja, não basta só matricular-se, tem que estudar e levar a sério essa sua nova realidade. Aos que não fazem parte de um dos inúmeros cursinhos preparatórios, vale ressaltar que os mesmos buscam transmitir conhecimento de maneira simplificada, porém fixadora. Para tanto, os professores elaboram rimas as fórmulas de matemática e química, criam músicas para a Língua Portuguesa e representam tudo que possa exigir um tempo maior de aprendizado.
A maioria dos cursinhos lida com questões dos principais vestibulares do Brasil logo, implicitamente, a cobrança é muito maior. Existem os simulados e as redações que reproduzem o vestibular da maneira como ele é, tanto do ponto de vista do tempo de duração, quanto do grau de dificuldade o que é muito importante já que, alguns alunos são iniciantes no vestibular e poderão ter idéia do que vem pela frente.
A redação é a prova que mais preocupa os vestibulandos, com relação aos prováveis temas bem como por ser uma prova subjetiva. A dissertação é o tipo de texto mais exigido, pois este exige mais raciocínio do vestibulando ao analisar o tema fornecido com a finalidade de defender sua opinião sobre ele. Segundo SINGNER:
Dissertação é a forma de colocarmos nossas idéias, tentando prová-las ou defendê-las. É como discutir com alguém, nosso ponto de vista a respeito de algum assunto. Geralmente quando colocamos nossa opinião, queremos convencer o nosso ouvinte ou leitor que estamos certos e, para tanto, precisamos explicar e desenvolver nosso raciocínio. Portanto, é preciso ter muito cuidado e verificar se estamos apresentando nossas idéias com lógica, com desenvolvimento natural, sem ficar pulando, indo e voltando, batendo na mesma tecla, e se temos informações suficientes para argumentar .

Na hora de fazer uma redação, muitos candidatos adotam fórmulas prontas para escrever, dentro de esquemas pré-estabelecidos, que muitas vezes não agradam a banca examinadora e assim podem prejudicar o desempenho no vestibular. O que se espera do candidato é muito simples, que o mesmo elabore um texto que tenha coerência, argumentos bem desenvolvidos e uma linha de raciocínio adequada.
Para conseguir repassar os conteúdos, devido à grande quantidade de alunos nas salas, os professores precisam de alguns recursos extras como microfones e um quadro com padrões superiores aos tradicionais, tendo aulas inclusive aos domingos, com uma variação de alunos desde os que só querem reforçar os seus conhecimentos, até os que deixaram o estudo para última hora.
Embora mais leve que a escola, os cursinhos são rígidos, portanto uma postura disciplinada é sempre aconselhável, claro que não é preciso medos, inseguranças ou crises enfim, os extremos são dispensáveis.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos na presente pesquisa demonstram que a leitura é um dos fatores mais importantes na prática da produção textual e que os vestibulandos devem aderir à prática desta, pois o conhecimento de mundo bem como a familiarização com as regras que regem a nossa língua farão com que os mesmos se tornem leitores críticos e objetivos.
Além disso, para que os alunos sejam bons escritores e criem o hábito de ler, é necessário mais que gramática, é necessário o contato permanente com os bens de consumo culturais: revistas, livros, jornais. Essa atitude amenizaria a dificuldade dos mesmos na hora de fazer uma dissertação para o vestibular.
Portanto tornar o ensino produtivo é um grande desafio para os professores esses, tem que estar, de fato, interessados a transformar o atual ensino baseados em regras, em um ensino produtivo para que o aluno, a partir do estímulo, do contato com os bens de consumo culturais, possa torna-se um cidadão crítico e ciente de suas idéias.









REFERÊNCIAS

ANTUNES, Irandé. Aula de Português: Encontro & Interação. São Paulo: Parábola, 2005.

BAMBERGER, Richard. Como Incentivar o Hábito da Leitura. 7ª. ed. São Paulo: Ática, 2002.

BRITO, Eliana Vianna; MATTOS, José Miguel de; PISCIOTTA, Harumi. PCNs de Língua Portuguesa: a prática em sala de aula. São Paulo: Arte & Ciência, 2001.

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e Coerência Textuais. 9ª. ed. São Paulo: Ática, 2002.

FONTES, Martins. A Redação na Escola: e as crianças eram difíceis. 2ª. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

FULGÊNCIO, Lúcia; LIBERATO, Yara Goulart. Como Facilitar a Leitura. São Paulo: Contexto, 2004.

PÉCORA, Alcir. Problemas de Redação. 5ª. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.











Autor: Maria José De Azevedo Araujo


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