Refletindo sobre o analfabetismo no Brasil



INTRODUÇÂO

O referente texto discutirá a questão do analfabetismo no Brasil, buscando entender e compreender fatores como: políticas públicas, falta de investimentos, a falta de qualificação profissional, falta de valorização e incentivo, que contribuíram e ainda contribuem para o alarmante número de analfabetos em nosso país.

Palavras chaves: analfabetismo, políticas publicas, sistema educacional

Refletindo sobre o analfabetismo no Brasil

Silvana Santos Dias 2011

Segundo a pesquisa realizada pelo Ministério da Educação (MEC), o Brasil possui cerca de 16 milhões de analfabetos. Número este considerado pelo MEC alarmante, pois em nosso país existem aproximadamente 16 milhões de pessoas incapazes de ler e escrever pelo menos um bilhete simples. Considerando o conceito de "analfabeto funcional", o número salta para 33 milhões de analfabetos.
Quando analiso estes números me questiono sobre que tipo de alfabetização os alunos estão recebendo, que sistema educacional é este, que ainda hoje continua a "produzir analfabetos". Pois, mesmo com os avanços que a educação obteve nos últimos tempos, ainda não fomos capazes de "abolir" esta realidade, o analfabetismo.
Lembrando que, número de analfabeto funcional também algo preocupante e expressivo, pois este número corresponde àqueles alunos que freqüentaram a escola, por menos de quatro séries de estudo concluídas, mas que por algum motivo a abandonaram.
Motivos estes que geram o fracasso escolar, tendo como fatores: escola e ensino de baixa qualidade, em especial nas regiões mais pobres do País bem como os grandes centros urbanos, trabalho precoce e despreparo da rede de ensino para lidar com essa população. Haddad apud Gomes (2010) acreditam que:

Responsabilizar o setor privado, empresas ou a sociedade civil pela superação do analfabetismo, além de questionável sob o ponto de vista ético, é um grande equívoco. Não existe exemplo na história da humanidade onde esta solução tenha tido êxito. Ao contrário, todos os países do primeiro mundo reduziram o analfabetismo de jovens e adultos a níveis irrisóriospelos sistemas públicos de ensino com qualidade (p. 04).

Assim como os autores citaram sobre a importância da qualidade de ensino público, acredito também que a educação de qualidade é um direito de todos, independente de sua idade. Pois, alfabetizar um jovem ou adulto, que já traz uma ou várias experiências de fracasso na sua vivência escolar, não tarefa simples, que possa ser executada por qualquer pessoa sem a devida qualificação ou preparação.
Acredito que o descaso do governo para com a educação, fica claro em alguns programas de alfabetização de adultos, que se preocupam em apenas oferecer um diploma pelos conhecimentos obtidos pelos mesmos. E também pela despreocupação com aqueles indivíduos que nunca registraram seu nome na escola. Assim dá-se mais importância a quantidade de pessoas que passam pela escola do que a qualidade do ensino que é oferecido na mesma.

CONSIDERAÇÔES FINAIS
Desta forma, penso que, ainda é possível diminuir os índices de analfabetismo no Brasil, mas para isso é necessário que a educação de jovens e adultos seja valorizada, tanto pela sociedade quanto pelos governantes. Pois, este sujeito analfabeto também é "alguém", ele também possui identidade, embora muitas vezes não seja reconhecido como tal, sendo rejeitado, desprezado ou até mesmo ignorado, onde "verdades" lhe são impostas, fazendo com que este se sinta inferior aos demais "integrantes letrados" da sociedade.
Sentimentos estes que me remetem a personagem Hanna do filme "O leitor" que para que seu segredo não fosse revelado à sociedade, preferiu ser condenada a assumir, para esta mesma sociedade, que era analfabeta talvez Hanna pensasse que da mesma forma ela seria julgada e condena, mas agora por outro crime "ser analfabeta". Pois a sociedade também condena os "diferentes" aqueles que não pertencem aos padrões.
O analfabetismo não pode ser considerado como uma doença a ser extirpada de nosso país, mas sim como um problema social a ser resolvido pelos dirigentes de nossa nação, para que o cidadão possa viver com dignidade humana e exercendo assim a sua cidadania.


REFERENCIAL TEORICO

GOMES, Vanise dos Santos. Olhares sobre alfabetização, 2010. Disponível em: http://www.uab.furg.br//mod/resource/view.php?inpopup=true&id=9455, Acesso em 26 de março de 2010.





Autor: Silvana Santos Dias


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