Caos




Era mais um fim de tarde, trânsito intenso como de costume. A principal avenida da cidade estava uma tremenda confusão; motoristas impacientes que não tiravam a mão da buzina, como se isso fosse solução. Tal cenário já era habitual daquela cidade, que parecia não suportar a quantidade de veículos que por ela circulavam.
Uma hora mais ou menos antes da cotidiana confusão veicular, um cidadão, que não tirava o carro da garagem, já há dois meses, o fez. Ia dirigindo tranquilamente, até chegar no "olho do furacão", quando então não conseguia mover o carro mais do que alguns metros. Como já esperava tamanho trânsito, não se afobou; mas... De repente, um barulho estranho no motor: o carro não andava. E após alguns segundos, simplesmente desligou-se, nada funcionava. O cidadão ficou abafado, tenso, nervoso.
Os motoristas logo atrás intensificaram o que já haviam começado: buzinar. Bom, algumas palavras pesadas também foram ouvidas, algumas tão altas como os sons das buzinas. Entre o carro do cidadão azarado e os da frente, o espaço foi gradativamente aumentando, pois seu carro pifou justamente numa parte da pista que só permitia a passagem de um carro por vez.
Após alguns minutos, já havia uma distância considerável dos carros da frente em relação ao seu, e também motoristas eufóricos querendo esganá-lo. Mas, de repente, justamente na distância que separava o carro do cidadão dos demais, um grande estouro se houve: um imenso buraco se abre no meio da pista, enche-se de água e fatalmente engoliria os carros que ali estivessem submergindo-os.
Não se ouviam mais barulhos, um silêncio fúnebre tomou conta do lugar. Como surgiu aquele imenso buraco no meio da pista? Do nada? Haveria de ter uma explicação! O cidadão estava agora perplexo duplamente: por seu carro ter pifado naquela tarde, numa rua movimentadíssima depois de ficar com o carro dois meses na garagem, e com aquele extenso buraco que surgiu à sua frente. Seus pensamentos foram interrompidos por um motorista batendo em sua janela e lhe dizendo:" Puxa, amigo! Não fosse por você, uma tragédia aconteceria com minha família, pois estão todos no meu carro!" E outros vieram lhe agradecer também.
O cidadão se perguntava terminantemente: azarado ou sortudo? Bom... uma pequeno ato ? tirar o carro da garagem depois de dois meses- culminou em um grande ato ? impedir que carros e seus respectivos ocupantes fossem engolidos pelo estranho buraco, que misteriosamente, se abriu justamente a sua frente até próximo dos outros carros.
Como surgiu o buraco? Ou como o cidadão foi parar justamente ali, naquele local? Qual pergunta merece mais atenção? O fato, é que o caos proporciona isso: pequenos atos gerando grandes conseqüências; como Lorentz certa vez disse: O bater de asas de uma borboleta no Brasil desencadeia um tornado no Japão.

Autor: Leonardo Pacífico


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