O Garnizé de Geralda
A Rua São Luiz era um turbilhão de moleques. Rua de chão, areia, com várias casas de madeira, pelo caminho muitas árvores, muitos animais e muitas pessoas caminhavam por ali constantemente.
Era a rua mais legal de Naviraí, eu conhecia todos os moradores daquela rua, sabia até o nome dos animais de estimação que havia nas casas daquela rua.
Quando descíamos a rua ao sair da escola, era uma festa, gritos, corridas de pega- pega, disputa de corridas de todas as formas, algazarras de todas as maneiras que uma pessoa possa imaginar acontecia naquelas tardes maravilhosas que ali vivi.
De todas as brincadeiras o que nos deixava fascinados era brincar com o garnizé de estimação da casa de Geralda. Era Sá bater o pé para o galinzé, que ele vinha em direção aos moleques, para bicar, unhar e bater se possível em qualquer moleque daquele que lhe perturbava.
Hoje olho a marca em minha perna, deixada por uma bicada daquele garninzé que conseguiu pegar-me um dia, deixando uma ferida que arruinou e que demorou semanas para sarar.
Ao olhar a ferida, recordo que minha infância fora maravilhosa e que vivi uma grande festa na melhor rua do mundo.
Autor: Reginaldo Curadaciu Costa
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