ALTERNATIVAS PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM ALFABETIZAÇÃO
Graziela Mendes da Silva
14/05/2011
RESUMO
Discutir e aprimorar maneiras de ministrar aulas é cada vez mais necessário. Os educadores devem buscar constante atualização e alternativas para transformar suas aulas em algo mais atual e prazeroso aos alunos. Já não cabem mais professores em sala de aula, cuja formação está ultrapassada e suas maneiras de dar aulas são as iguais de quando o mesmo era estudante.
Palavras-chave: Formação docente. Alfabetização. Práticas pedagógicas.
1 INTRODUÇÃO
Com este trabalho pretende-se mostrar alternativas para a prática da alfabetização, alguns dos erros mais comuns por professores alfabetizadores, e algumas atitudes que facilitam o processo de ensino aprendizagem dos alunos.
Demonstrar-se-á atitudes benéficas para a prática em alfabetização, assim como discutir sobre o assunto que frequentemente vem sendo abordado por educadores, a questão da teoria e da prática, como encaixar as duas nas aulas do dia a dia.
O tema deste paper é de extrema importância para a formação de todos os professores em especial aos professores alfabetizadores. Será aqui discutido, a importância da atualização dos professores para melhorar sua prática docente, a importância e relação entre teoria e prática, os erros e acertos mais frequentes nas aulas de alfabetização.
2 ALTERNATIVAS PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM ALFABETIZAÇÃO
2.1 FORMAÇÃO DOCENTE
A escola é um ambiente privilegiado quando o assunto é aprendizado. Nela todos os cidadãos passam grande parte de suas vidas.
Mas o que dizer das altas taxas de recém formados que são analfabetos funcionais? Luís Carlos de Menezes traz em seu artigo publicado em 2011 na Nova Escola, diz que atualmente existem 38 milhões de analfabetos funcionais, ou seja, 38 milhões de Brasileiros que compreenderam o funcionamento do sistema da escrita, mas não sabem ler e escrever de fato.
O que leva tantos alunos a desistirem de estudar? Atualmente, segundo reportagem da revista nova escola ano de 2011, apenas 50% dos alunos que começam terminam a Educação Básica.
A resposta para as duas perguntas talvez seja uma só, a escola não tem acompanhado as mudanças da sociedade, alguns professores formaram-se há anos e desde então vem dando suas aulas como se naquele tempo ainda estivessem. Seguem a mesma linha de pensamento, planejam e avaliam da mesma maneira, seguem as mesmas teorias de aprendizagem e agem como se seus alunos fossem sempre os mesmos.
Hamilton Werneck em seu livro ? Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata? , nos diz que:
[...] Se uma aula é cheia de inutilidades, ela consegue desanimar qualquer estudante; se, pelo contrário, ele percebe que os assuntos são úteis, sente mais prazer em estudar.
Aqui é preciso quebrar o paradigma tradicional de que o estudo é penoso, de que o trabalho é um castigo, e todos esses tabus transmitidos por várias gerações. Essa cultura da infelicidade é alimentada de coisas chatas e inúteis. Vamos lá, vamos admitir que nossa educação está cheia de conceitos ultrapassados, cheia de cultura espartana que leva as pessoas ao sofrimento [...]
[...] Os professores precisam acompanhar essa velocidade. Nós não conseguiremos mudar os paradigmas escolares com os mesmos modelos de nossos avós. Quem não se atualiza, fossiliza-se.
A formação inicial de professores é à base de tudo, de toda a sua didática em dar aulas, de suas características enquanto docente. Porém acreditar que só ela basta é negar o papel fundamental que a educação deve ter. Aprender a aprender sempre. É este pensamento que deve nortear a carreira docente de todo e qualquer professor, estar aberto a novas maneiras de dar aulas, é de fundamental importância para garantir que estas estejam interessantes aos seus alunos. Afinal, não se recebem sempre os mesmos alunos, com as mesmas características, necessidades e inteligência. Porque então não avaliar, planejar e ensinar diferente do que se pensava há dez, vinte anos atrás.
Buscar se atualizar e reciclar sua docência já não é mais um diferencial ou qualidade, desse ou daquele professor. Na atualidade tal atitude é uma necessidade para garantir a qualidade e atratividade de suas aulas.
2.2 TEORIA E PRÁTICA
Tomar conhecimento das teorias de aprendizagem e tendências pedagógicas é realmente importante, mas mais importante é o professor saber como levar a teoria para sua sala de aula, ou seja, como fazer esta união entre teoria e prática.
Uma boa prática pedagógica é sempre fundamentada na teoria. E isso não significa dizer em uma só teoria, o ideal é ser flexível, pois cada aluno aprende de uma maneira, então o professor deve estar atento às dificuldades e facilidades de seus alunos. O que da certo com um aluno pode não dar certo com demais da sala, nem por isso deve-se deixar o que ?aprende diferente? de lado e com isso não deixá-lo aprender.
2.3 PRÁTICA PEDAGÓGIA EM ALFABETIZAÇÃO
A alfabetização tanto de crianças ou de jovens e adultos, passa por processos semelhantes. Para alguns alunos este processo é lente e muito difícil, outros se alfabetizam com mais facilidade e rapidez.
Porém tanto alunos com dificuldades ou não, precisam de um bom professor alfabetizador. É necessário criar o hábito, nos alunos, de ler quando ainda nem são capaz de ler. Ao mesmo tempo em que o professor o alfabetiza deve ter a preocupação em despertar nos alunos, o interesse pelo mundo da leitura e da escrita fazendo com que estes percebam a importância em nossas vidas dentro e fora das escolas.
Algumas atitudes devem fazer parte da rotina das salas de aulas no processo de alfabetização, tais como:
? Fazer avaliação diagnóstica pratica conhecida também como sondagem; identificar o que cada criança já sabe, torna mais fácil planejar, afinal já se sabe o que o aluno conhece e pensa sobre a escrita e leitura, com isso se tem um norte a seguir, o que ensinar fica mais evidente. E ao longo do ano pode-se avaliar a partir daquilo que ele já sabia, percebendo o que ele aprendeu, o que está aprendendo e precisa melhorar , e o que ainda falta ele aprender.
? Leitura e construção de diversos tipos de texto; mais do que mostrar a estrutura dos diversos gêneros textuais deve-se mostrar para o aluno onde ele deve ser usado, porque ele importante, como fazer diferentes textos, etc.
? Leitura e escrita de textos de memórias; (Cantiga infantil, poesias, música, adivinhas). Alem de trabalhar com forma lúdica, o professor da para o aluno textos que eles já sabem e pede para que eles leiam com isso eles podem reorganizar suas idéias sobre o que está escrito e o que ele pode ler.
? Fazer agrupamentos produtivos; ou seja, planejar situações didáticas para que os alunos que estão em níveis de aprendizagem diferentes possam trocar experiências, proporcionando assim uma interação com os colegas acerca do conteúdo.
? Propor atividades lúdicas; trabalhar com atividades que envolvam brincadeiras torna a aprendizagem mais prazerosa para os alunos, por exemplo, bingos numéricos e bingos de palavras, caça-palavras, cruzadinha, adivinhações, jogo da memória, leitura de listas etc.
? Fazer visitas a bibliotecas; fazer empréstimos de livros, dar oportunidades para os alunos fazer comentários para os colegas sobre o que leu se gostou ou não, fazer o dia da recomendação, cada aluno recomendar um livro que leu e gostou para outro colega, são atitudes que estimulam a leitura pelo prazer.
Porém alguns equívocos vem sendo frequentes na pratica pedagógica em alfabetização, situações que ao invés de facilitar acabam tornando mais difícil a aprendizagem.
Alguns equívocos:
? Não desafiar os alunos a ler e escrever; mesmo não estando alfabetizada a criança deve participar de situações didáticas que envolvam leitura e escrita.
? Ignorar a opinião e conhecimento dos alunos; Não se pode mais pensar no aluno como uma tábua rasa que nada contém. Os alunos, mesmos os menores, trazem consigo uma bagagem, conhecimentos prévios, e opiniões pessoais, e estas devem ser respeitadas.
? Proporcionar atividades descontextualizadas e sem continuidade; é necessário que as atividades em sala de aula sejam planejadas de acordo com o meio em que a escola está inserida, ou seja, trazer a realidade da comunidade em que a escola está inserida para dentro da sala. De nada adiantará trabalhar textos que falam de dias muito frios e de como é legal fazer bonecos de neve, no calor escaldante que faz no litoral do Brasil. Da mesma maneira é necessário que os conteúdos estejam interligados, interdisciplinarizar os conteúdos faz com que os alunos assimilem melhor o que está sendo ensinado. Trabalhar uma atividade hoje outra do mesmo assunto mês que vem não é situação de aprendizagem.
? Não ter clareza dos objetivos; se não se sabe aonde se quer chegar, como se saberá por onde ir? É necessário que os educadores tenham os objetivos de aprendizagem traçados, para poderem planejar e avaliar de acordo com o que é esperado de cada aluno para cada conteúdo.
? Realizar cópias e mais cópias; a cópia pode ser uma atividade de aprendizagem interessante, desde que envolva o interesse e façam algum sentido para os alunos. Copiar por copiar não ensina ninguém.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O professor alfabetizador deve ter uma boa formação inicial, e estar sempre se atualizando através da formação continuada. A dedicação e competência do professor alfabetizador (mas do que de qualquer outro professor) devem acompanhar boas estratégias de ensino, uma relação efetiva entre teoria e prática pedagógica, clareza de objetivos, planejamento, e avaliação além de notas para a formação alunos que leem e escrevem por prazer.
A alfabetização enquanto formação de leitores e escritores competentes é um processo muito complexo, porém possível a todos. Desde que este processo de ensino e aprendizagem seja algo prazeroso e interessante para o aluno.
É necessário buscar novas alternativas e opções para dar mais significado a prática pedagógica, o professor deve refletir sempre sobre sua própria prática enquanto educador, para não ficar na mesmice ou parar no tempo, e ser um professor com métodos e pensamentos ultrapassados.
REFERÊNCIAS
TAFNER, Elisabeth Penzlien; SILVA, Everaldo da. Metodologia do Trabalho Acadêmico. Indaial: Ed. Grupo UNIASSELVI, 2008.
SCHOTTEN, Neuzi. Processos de alfabetização. Indaial: Ed. Grupo UNIASSELVI, 2006.
SCHOTTEN, Neuzi. Fundamentos e metodologia da alfabetização. Indaial: Ed. Grupo UNIASSELVI, 2006.
WERNECK, Hamilton. Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata. 3 ed. Rio de Janeiro: Ed. SP&A, 1999.
NOVA ESCOLA. Reportagem especial. São Paulo: Ed. Abril, ano XXVI. NÚ 239. Edição comemorativa.
NOVA ESCOLA. Como trabalhar com gêneros. São Paulo: Ed. Abril, ano XXIV. NÚ 224.
NOVA ESCOLA. É hora de conhecer o que eles sabem. São Paulo: Ed. Abril, ano XXV. NÚ 229.
NOVA ESCOLA. Ler na escola. São Paulo: Ed. Abril, ano XXV. NÚ 234.
Autor: Graziela Mendes Da Silva
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