O amor, do amor! Do Amor?



O amor, do amor! Do Amor?

Em homenagem a mais um dia inventado pela necessidade existencial do homem (o dia dos namorados), faremos sutis reflexões que expressarão as ideias do autor no que fere a questão do que pode ser Amar. E, em geral, o que Platão (428 a.c) entendia por Amor.

Algumas pessoas diriam: ‘para quê perder tempo em tentar exemplificar o que é o Amor? Este, não tem explicação!’ Por outro lado um bom observador poderia interpelar: ‘pois bem caro sabichão o que não tem explicação não se sente? Não existe? Tudo o que se sente, é Amor?’

Mas então, o que é essa paixão que arrasta milhares de pessoas a suposta felicidade, e, ao mesmo tempo, ao inferno das inconstâncias existências por onde está o labirinto do nada e a explosão do tudo? Não, não, o que me faz ‘perder a cabeça’ diante desse sentimento estranho dentro de meu Ser? És tu! Fonte de bondade por onde a ‘maldade’ tenta prevalecer! O Amor, Do Amor! Do Amor?

Entendemos por Amor, um sentimento livre do mal onde a afabilidade das boas ações é sua Real essência. É a pureza no toque, no tato, é a simplificação das coisas complicadas, nele está implícito o respeito às idéias do outro, a Liberdade em si. O gesto despretensioso sem egoísmo. É o sair-se de dentro de si para entrar no outro com a licença do bem, pois, ‘quem de dentro de si não sai vai morrer sem amar ninguém’. (Berimbau. Vinicius de Moraes e Baden Powell).

Há Amor entre casais? O que vemos na maioria das relações não é um sentimento livre do mal. Muito pelo contrário, vemos excesso de egoísmo. O dar-se bem em primeiro lugar. O sexo sem o verdadeiro encontro do corpo. A displicência no toque. A complicação no desenrolar de algo simples, (aquelas velhas briguinha por nada). O sentimento de posse na relação. A desconfiança. Isso é Amor? Esses são seus atributos?

Platão via o Amor como algo que se realiza pelos sentidos. Você quem faz a Ideia dele, o sente. O verdadeiro Amor, portanto, é o do ‘mundo das ideias’, do mundo Real. É o Amor pela Ideia. Não há necessidade de participar dela. O que não quer dizer que ele seja impossível! Como muitas pessoas supõem. Ele é possível sim, pelas Ideias. Realiza-se nela. Mesmo que não possamos ‘tocá-lo’, porém, podemos sentir. A beleza física, por exemplo, propriamente dita, ‘não existe’. Nós a vemos como algo admirável por excelência, mas, ela é apenas um Ideal. Não por acaso que varia de pessoa por pessoa. ‘Quem ama o feio bonito lhe parece’. Lembra?

Por mais estranho que possa parecer, quando alguém diz nos Amar, este amor deve ser entendido apenas como a busca do Amor. Pois, o verdadeiro Amor não nos compete. Nos pertence apenas como Ideal o que não quer dizer que é Real. Triste decepcioná-los! Seres imperfeitos como nós, são incapazes de Amar com Perfeição. Esta, apenas faz parte de nossas ideias imaginárias. Do ludus, latim: lúdico.

Infelizmente, esse ‘Ideal’ (Amor) aparece em nossa sociedade como Mercadoria. A beleza é um corpo sem ‘alma’. Pronto para usar e ser descartado. O desejo é pela quantidade de relações e não pela Qualidade. É o culto ao ‘corpo bombado’ e, depressão! Tristeza, descontentamento, inadequação. Poucas pessoas compreendem que ‘não nascemos amando, aprendemos a Amar... ’ (Simone de Beauvoir). E, AMAR tem que ser muito mais que sentir e idealizar. Tem que necessariamente ser praticado por intermédio de nossas ações. O sonho já acabou faz tempo. E como viver sem essa ilusão? O Amor, Do Amor! Do Amor? Ah! Tu Amas? Identifique-se, justifique-se, se assim for possível.

 

“É excêntrico notar em que situação um suposto amor morre. Ora, quando começa a convivência ele tende acabar. Não deveria ser o contrário? Se ao menos soubéssemos o que sentimos ajudaria um pouco...” 


Autor: Bessani, Dinaldo


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