Secções de pensamento.



E ainda, venho estes dias me sentindo exaustivamente carente de poemas românticos e palavras que afagam ? como saídas daqueles filmes hollywoodianos (mas, que só me fazem me sentir mais infeliz ainda). Não sou destes "tipos" melodramáticos, que acreditam em casamentos felizes, casas saídas de revistas e um par de filhos rechonchudos. Quem me conhece bem sabe, sou dura na queda e cheia de ódio (e mágoa) no coração. Tá, ok, talvez esse seja um "eu-lírico" mais íntimo. Mas, quem me conhece, bem sabe que odeio destes protocolos sociais e comercias de (falsa) felicidade. Parecem-me muito aqueles comerciais televisivos de refrigerante: "Beba, Grapete ? quem bebe grapete, repete". Não! Não repete, não. Contudo, sinto-me meio vira-lata, entregue aos braços gelados das ruas à espera de um afago qualquer. Mas, ao mesmo tempo, percebo-me um tanto apavorada. Não, ansiosa (é a melhor palavra). Minha vontade primordial segue meio impulsiva na garganta e antes que se solte e alce vôo livre, contenho-a as minhas amídalas (levemente inflamadas). Palavras que tomam vida própria, no obscuro úmido lar da minha laringe. Ganham forma, sentimento e personalidade: esfomeadas por ar fresco. São simples, exaustivas (devo-lhe confessar), menosprezadas (em meio a tantos protocolos sociais). Entretanto, continuamente, arranham-me a cavidade bucal como três leoas esfomeadas: Eu Te Amo.
Autor: E Azevedo


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