Professora de Língua Portuguesa e Língua Espanhola



BARBARA THAIS PATTA SOARES
















O PAPEL DA LEITURA E DA ESCRITA NA EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM


Artigo apresentado a UNICID como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia.

Orientadora: Profa. Siderly do Carmo Dahle de Almeida





















ITAQUI
2011

BARBARA THAIS PATTA SOARES
















O PAPEL DA LEITURA E DA ESCRITA NA EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM


Artigo apresentado a UNICID como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia.

Orientadora: Profa. Siderly do Carmo Dahle de Almeida






















ITAQUI
2011
RESUMO

Este artigo é resultado de uma pesquisa orientada para elaboração da conclusão do curso de Pós-graduação em Psicopedagogia Institucional pela Universidade Cidade de São Paulo ? UNICID, e apresenta considerações científicas a respeito do papel da leitura e da escrita no processo de aprendizagem. Para tanto, foi elaborado um estudo bibliográfico observando novos métodos de exercitar efetivamente a leitura e a produção textual na escola. Amparando-se nas teorias do epistemólogo suíço Jean Piaget, da Psicolinguista argentina Emilia Ferreiro e do psicanalista austríaco Sigmund Freud, este estudo visa amadurecer novas concepções de aprendizagem, e contribuir na averiguação de um problema epistemológico fundamental. É estabelecendo uma distinção entre a construção do objeto de conhecimento e a maneira pela qual vestígios de informação são ou não incorporados a determinado aprendizado, que esta pesquisa se justifica.

PALAVRAS ? CHAVE: Leitura, Escrita, Teorias, Piaget, Processo de Aprendizagem




1 INTRODUÇÃO

A importância da leitura e da escrita como pressuposto de um aprendizado significativo será o objeto de estudo nesta pesquisa, que, baseada no interesse de superar deficiências inerentes à aprendizagem, tem o intuito de rever procedimentos elaborados para diagnosticar e corrigir essas dificuldades no ensino.
Para que se possa ensinar com mais autonomia, e exercitar efetivamente na escola a leitura e a produção textual, é preciso investigar novas maneiras e considerar um leque de sugestões relacionadas ao processo de aprendizagem.
As possíveis indagações que permearam as discussões sobre aprendizagem nesta pesquisa partem da teoria de Concepção Construtivista da formação da inteligência, criada por Jean Piaget. Juntamente, com as teorias de Emilia Ferreiro, que explica ideias sobre as influências ideológicas e políticas frente ao processo de aprendizagem. Também colaborarão nesta pesquisa os estudos a cerca da aprendizagem, realizados por Sigmund Freud.
A coleta do material será feita em livros e autores que tratam deste assunto e que, darão assim, maior embasamento teórico a este trabalho.

2 O PAPEL DA LEITURA E DA ESCRITA NA EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM


Nesta pesquisa, podem-se conhecer determinadas características do processo de aprendizagem referentes à leitura e a escrita. Assim como, as etapas evolutivas deste processo, apoiadas em algumas correntes de estudo, que disponibilizam ao pesquisador/educador um leque de sugestões, onde ele pode instrumentalizar e fundamentar suas práticas, reafirmando a importância delas no dia a dia em sala de aula.
Para que se compreenda o objetivo deste estudo, torna-se imprescindível observar que a aprendizagem é, pois, colocada como aquisição em função do desenvolvimento intelectual de um indivíduo. Observar-se-á a leitura e a escrita como personagens centrais na evolução da aprendizagem, bem como, na evolução comunicativa e sociocultural. Certos processos ligados a estas práticas, tornam-se cada vez mais complexos, incluindo nesta complexidade o uso crescente de recursos metodológicos e teorias, que servem de complemento às atividades interdisciplinares adotadas pela escola.
Também, se investigará alguns estágios do desenvolvimento, da capacidade de leitura e escrita entre crianças, e a influência do ambiente de aprendizagem no desenvolvimento cognitivo.
De acordo com os estudos do epistemólogo suíço Piaget, o processo de aprendizagem considera assimilação e a acomodação, ou seja, se participa ativamente de acontecimentos, se assimila mentalmente informações sobre o ambiente físico e social e se transforma o conhecimento adquirido em formas de agir sobre o meio. Este saber assimilado constitui o conjunto de experiências que nos permite abordar diferentes situações, e pretende apontar para outras possibilidades de conhecimento, com o intuito de elaborar novas ideias e conceitos. O resultado destas novas aprendizagens refere-se as anteriores, desta maneira, o intelecto humano se desenvolve.
A contribuição de Piaget a cerca do processo de aprendizagem, esclarece que a linguagem reflete a inteligência, porém não a produz. Assim, para que se possa avançar no nível intelectual é preciso exercitar igualmente a leitura e a escrita. É necessário tomar uma atitude ante a dificuldade de leitura e compreensão, produção textual ou reprodução do mundo real, para que ocorra a ampliação do processo de aprendizagem, baseando-se na interrogação, na criação de hipóteses, na formulação de problemas, e na procura de caminhos coerentes, que o aluno vai se desvinculando das informações centradas no professor. Portanto, entende-se que é através do exercício da linguagem oral e escrita que se dá uma interação social eficiente.
A Psicolinguista argentina Emilia Ferreiro, discípula de Piaget direciona este estudo para as considerações sobre o desenvolvimento cognitivo, uma vez que este é determinante no processo de aprendizagem, tendo a função de enriquecer o conteúdo do pensamento infantil. Observando a teoria de Emilia Ferreiro, a qual esclarece que a criança precisa desde cedo ter acesso à diversidade de textos e ser colocada no papel de produtora de cultura, se pode refletir a respeito do papel da escola e do educador, frente à heterogeneidade do âmbito educacional, vista pela teórica como uma vantagem pedagógica. Esta autora destaca a importância de escutar a leitura dos textos em voz alta como forma de ampliar o sentido que está aprendendo sobre o processo de construção da escrita. Elementos como a entonação de voz, as pausas, a pontuação e o ritmo devem ser considerados pelo professor ao ler um texto, uma vez que a audição deve ser exercitada constantemente, ajudando os alunos na compreensão entre o som e a língua escrita.
Segundo a teoria sobre afetividade elaborada pelo psicanalista austríaco Sigmund Freud, toda pulsão se exprime em dois registros, do afeto e da representação. O afeto é a expressão qualitativa da quantidade de energia pulsional e das suas variações.
A sugestão cognitiva da aprendizagem neste contexto relaciona-se a presença de estruturas que organizam os estímulos do conhecimento. A observação do comportamento, a qual apresenta a aprendizagem como um processo dinâmico que defini a variação do indivíduo e o aumento qualitativo na sua possível atuação sobre ela, sugere que as condições externas da aprendizagem são apresentadas como provocação que o meio propicia através de situações afetivas, sociais, econômicas e culturais em que o sujeito/aluno está inserido.
Segundo esta corrente de estudo, o professor possui um papel crucial nas inter-relações escolares. Ele necessita estabelecer uma relação afetiva com os alunos, considerando que seus alunos também possuem informações a oferecer, e que a aprendizagem se dá por intermédio das interações que se estabeleceram. Através das atitudes do educador, o educando progredirá ou não em seu processo de aprendizagem, pois, o aluno que tem suas características valorizadas pelo professor, tende a aperfeiçoá-las a cada dia, enquanto aquele que se sente criticado ou discriminado tende a se afastar da situação e acaba por ver as expectativas negativas do professor.
Portanto, nas observações da psicanálise, o profissional docente deve entender bem as possibilidades de aprendizagens do aluno e suas peculiaridades individuais, para que consiga adequar a metodologia de ensino ao aluno. O conhecimento será feito por intermédio da interação e da comunicação, da observação constante de seus processos de aprendizagem e da reavaliação da proposta a cada nova fase do processo.
O educador como mediador do processo deve ajudar ou facilitar os alunos a construir aprendizagens significativas e, para tal, precisa atribuir um sentido pessoal à aprendizagem para que os alunos compreendam não apenas o que têm de fazer, mas também por que e para quê.


3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Partindo da premissa que o sujeito antes de ser alfabetizado, aprende a ler as coisas do mundo através de uma prática necessária para sua comunicação, se compreende que a leitura é à base da aprendizagem, e que a escrita é a manifestação de uma linguagem real, carregada de significados que provém de experiências existenciais.
Portanto, um dos argumentos que objetivam esta pesquisa é a necessidade de aplicar as teorias e procedimentos que se referem à leitura e a escrita, na resolução de problemas do processo de aprendizagem, bem como, direcionar um novo olhar as maneiras de abordá-las em sala de aula.
Ao considerar que a leitura dos objetos e das coisas foi sempre fundamental para o sujeito, este estudo entende o ato de ler, de escrever e de reescrever como dispositivos essenciais do conhecimento, construtores do processo de aprendizagem, que permitem ao educador o esclarecimento de dúvidas pertinentes no ensino.
A realização desta pesquisa justifica-se ainda, pelas bases teóricas que a motivaram, como os estudos de Sigmund Freud, que explicam que para desenvolver o gosto pela leitura o sujeito precisa encontrar significados presentes em suas ações e desejos. E a ideia piagetiana de estrutura lógica, que neste caso, sugere a escrita como um instrumento baseado em símbolos, utilizado pelo sujeito para identificar e significar sua realidade.



REFERÊNCIAS


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DE LAJONQUIERE, Leandro. De Freud a Piaget: Para Repensar as Aprendizagens. 13 ed. Vozes: São Paulo, 1992.
FERREIRO, Emilia. O Passado e o Presente dos Verbos Ler e Escrever. Cortez: São Paulo, 2002.
PIAGET, Jean. Nascimento da Inteligência na Criança. 4. ed. LTC: São Paulo, 1987.
KATO, Mary (1985): O Aprendizado da Leitura. São Paulo: Martins Fontes.
ROLIM, Maria do Carmo Marcondes Brandão. Manual de apresentação de trabalhos acadêmicos.
Curitiba: IESDE, 2004.
KLEIMAN, Ângela, e MORAES, Sílvia E. (2003): Leitura e interdisciplinaridade. Tecendo redes nos projetos da escola.
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ORLANDI, Eni P. (2004): Cidade dos Sentidos. Campinas, SP: Pontes.
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PÊCHEUX, Michel (1988): Semântica e Discurso ? Uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução de Eni P. Orlandi et al.
Campinas, SP: Editora da Unicamp.
MIRAS, M. Afetos, emoções, atribuições e expectativas: o sentido da aprendizagem escolar. In: COLL, C. et. al. Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia da educação escolar. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 211.
OLIVEIRA, G. A Transmissão dos Sinais Emocionais Pelas Crianças. In: Sisto, F. ;
Martinelli, S. Afetividade e Dificuldades de Aprendizagem: uma abordagem psicopedagógica. 1. ed. São Paulo: Vetor, 2006. p. 78-80

Autor: Bárbara Tahis Patta Soares


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