O santo louco dos teus olhos



O santo louco dos teus olhos...

O santo louco dos teus olhos abre suas ouças sempre que você resmunga em tom de desagravo...
Ele é a divina dúvida que te escuta, que te atura.
Pois dura é a vida do desconsolado.
Rouco dos gritos incontidos que por não ecoarem o orgulho tem ofendido.
Fazendo trapos, o que ainda é pouco, dura é a vida do desconsolado...
E o teu santo não mais que louco jogas as cartas que te afagam e arrasta o tapete que te firma os pés.
Insano mesmo são teus olhos, vês?
Palmilha com cuidado o que eles te asseguram, e, rasga sem demora as notas que fizestes em transe.
Não custes a pisar em solo firme!
E, sempre que vires nova emoção, serão teus loucos olhos apontando santos filhos da tua febril imaginação...
Euforia nua que te consome, rasgando o verso que tem teu nome.
Deixes a poesia apócrifa, de mais a mais, nadando em águas que se revoltam, para onde vais?
O que tens além dessa fome?
Serão loucos os teus olhos?
Ou o santo que te ampara, de ser homem não pára, e, ainda assim tens essa tara...
Dorme agora na esteira que te separa do chão.
Estás, enfim, a alguns milímetros da razão...

Autor: Manoel Florencio Leite Neto


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