Num planeta distante



Num planeta distante Já contei muitas histórias que aconteceram num futuro não muito distante. Mas esta que ouvi, não é do futuro, é do presente. Quem me contou foi meu amigo. É sobre o que aconteceu num planeta, visinho. Tão perto de nós que seus habitantes, um povo muito desenvolvido, tem visitado nosso planeta em várias oportunidades. Bom... Pelo menos foi o que me contou meu amigo. Que foi, aliás, quem me contou toda a história. Ele foi quem contou que tem amizade com várias pessoas desse planeta. E o que ele contou é o que vou contar agora... Por isso não sei se é verdade. Não acredito, mas, como é história de outro mundo!!! Quem sabe? Disse o meu amigo que Lisarb, esse é o nome do planeta, assim contou meu amigo, que seus amigos contaram, é um planeta muito parecido com o nosso. Só que é quadrado, mas quer ser redondo, para aproveitar melhor o movimento de rotação. Mas ele roda, assim mesmo. Vai meio aos solavancos, mas vai. Bem, lá em Lisarb, tem um país chamado Ainodnor. Disse meu amigo que o amigo dele lá de Lisarb, disse que o planeta só não é perfeito porque os habitantes desse país, Ainodnor deixam acontecer muita coisa que não era para acontecer. E aí ele me contou que o amigo dele contou que lá em Ainodnor, nos últimos tempos anda faltando professores. Tem muita gente formada, (pois é um mundo desenvolvido) mas que muitos não querem mais ser professores e outros que são professores estão abandonando a carreira, outros estão entrando numa onda de depressão, stress... Tudo para não ter que ir para sala de aula. Não que os professores de lá não gostem de serem professores. Gostam. Mas não está mais sendo possível. Aí eu perguntei para meu amigo se o amigo dele falou do porque dos professores de lá estarem fazendo isso. Ele respondeu, dizendo que o amigo dele contou o motivo. Disse meu amigo que o amigo dele disse que o motivo é simples: Lá nesse país, em Ainodnor, começaram a fazer umas leis muito doidonas. Dizem essas leis que os alunos ? e as crianças em geral ? têm um montão de direitos. Mas direito todo mundo deve ter, eu disse. Mas ele disse que o amigo dele disse que lá não é bem assim. As pessoas têm direitos e deveres, mas estão mais preocupadas com os direitos que acabam esquecendo de cumprir com os deveres. E aí, disse o amigo do meu amigo que me contou a história, os alunos acabam usufruindo apenas dos direitos e não querem saber de deveres. E quando um professor ? desses mais antigos que querem levar a coisa a sério, como era levado, antigamente, quando as crianças aprendia a ler e escrever, na escola ? quer fazer com que as crianças estudem ocorrem coisas absurdas: primeiro os alunos dizem que o professor é ruim, judia das crianças; depois vêm os diretores e supervisores e orientadores das escolas, dizendo que o professor tem que dar aula, e não ficar se preocupando em ensinar ? pois muita gente aprendendo pode ser perigoso; tem que seguir a lei de dar nota sem que o aluno tenha estudando; depois vêm os pais, dizendo que o professor tem que educar as crianças ? disse meu amigo que o amigo dele disse que tem pai que diz que não consegue mais dar jeito no filho e pede para a escola dar. Ah! O meu amigo disse que o amigo dele disse que outro motivo dos professores estarem deixando de ser professor é o salário: disse que é uma merreca. Lá em Ainodnor, nem o professor, nem a escola, e nem a maioria dos pais, estão conseguindo ensinar as crianças a cumprir regras e a ter limites. As leis não deixam, pois para estabelecer limites tem que estabelecer sanções, e lá as crianças não podem ser sancionadas porque tem lei que proíbe sanções. Disse, e eu achei absurdo, que se um professor falar de forma mais enérgica com um aluno, já vem pais e diretores e outros órgãos (tipo nosso conselho tutelar e ministério público, mas isso lá deles que tem outros nomes impronunciáveis), perguntando o porquê do professor querer ser enérgico. Se o professor gritar em sala de aula, pode até ser preso, pois está constrangido a criança. Mas as crianças podem tudo, até tirar o sossego de outras crianças. Mas se acontece isso, em uma sala de aula, isso eles dizem, a culpa é do professor, que não tem domínio de sala. Achei um absurdo, mas isso é só lá, deles. E aí o professor (mas isso só lá com eles) acaba percebendo que já não tem mais nada a fazer. E deixa de ser professor para vender CD Pirata. Só que lá não é CD Pirata, lá é Disco Alternativo. (Só que são discos quadrados... Mas rodam! Bom não si como é, só sei que é assim.). E o professor ganha muito mais com isso do que dando aula. Só tem que fugir da polícia, de vez em quando, mas é só para a coisa ficar emocionante. E aí o Ministério da Educação, lá deles, anda fazendo campanha, falando da maravilha que é ser professor. Só que ninguém mais acredita, pois lá eles já sabem que quem faz propaganda é porque está em crise. Aí eu falei pro meu amigo: Ainda bem que aqui é diferente. É bem pior! Neri de Paula Carneiro ? Mestre em Educação, Filósofo, Teólogo, Historiador. Leia mais: ; ; ; ;
Autor: Neri P. Carneiro


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