Dois lados



Dois lados

Um lado:

Fantástico sermos expectadores de tantas coisas incríveis e tão eternamente mudas?
O que farei com estes bilhões de estrelas? O vasto espaço vazio? Tem dono tudo isto? Não me importo só ambiciono o abstrato redutível?
Pelo amor da mente mundana meu filho cerebral, só possua si mesmo.
Ando tanto entupido que me vomito pelo escape de minhas criações.
Seja eu verme ou o Adão vejo degraus em todas as direções.
Já não me importo ou não me reduzir a grãos que levanta as escadas.
Estou eternamente esquecido de esquecer, estou morrendo para mim mesmo nas cavernas da memória.
Vejo-me no espelho um sou Eu e o outro sou Eu no futuro e o espelho sorri da minha posse insensata. A imagem que fica são pensamentos que pensam que pensam.
Estou oposto a mim mesmo? Olho-me no espelho um sou Eu e os outros também.

O outro lado:

A fechadura do universo está sem chaves olho exatamente no espaço da chave.
Vejo na fresta as festas que fazem do outro lado.
Estou destrancando cadeados incorporados enquanto minha memória se abre.
Eu não criei nada diz ela muito claramente. É tudo muito rápido para quem cria a não ser que goste de viver abraçado a esqueletos. E o criado nem sempre corresponde à necessidade do momento seguinte a criatura. A minha não corresponde com a criação, ando criando para mim uma teia onde aonde espero prender o momento em que não se cria mais nada.
Tudo é esperado sem esperas vem sem ter que chegar.
Desperta sem acordar, morre sem estar vivo, sem criar cria.
Vai à frente olhando para trás.
Abra esquecimento do mundo e esqueça uma vez, assim falou a memória.
Ah! Agora descobri tudo: Eu sou um espelho que vomita vermes.
Um Adão entupido de imagens em futuras fechaduras.
Não estou oposto a mim mesmo porque vejo as festas que fazem do outro lado.
Adoro o que sou porque estou abraçado a esqueletos do esquecimento.
Não há semente alguma para florescer porque ela já está viva na teia do momento em que se criou tudo.
Esperei e veio. Acordei e vi. Que um Cria Dois. Dois Lados do mesmo Um.

Autor: Cesar Valerio Machado


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