A Virtude Socrática



Partindo do ponto em que Sócrates, aborda a virtude como o conhecimento e desprezando toda forma material de valores populares como: dinheiro, fama, saúde, vigor e até a própria vida, podemos entender que para Sócrates a virtude está extremamente vinculada ao que é bom e perfeito e esse bom e perfeito é o pensamente racional, como ponte não-material para uma vida fora das paixões carnais, assim como dizia o apóstolo Paulo, apesar de Paulo não pôr a sabedoria ou o conhecimento humano como a maior virtude, ele se assemelha a Sócrates no que diz respeito ao desapego total da matéria em função da plenitude da alma.

E esta plenitude da alma socrática pode ser encontrada no texto de Platão chamado Fédon, no momento em que Sócrates está preso e com privação total de matéria, assim ele demonstra, ao falar para Símias que "[...] deve permanecer confiante a respeito de sua alma aquele que ao longo de sua existência desprezou os prazeres do corpo e seus ornamentos, pois a meu ver são coisas estranhas e prejudiciais." E Críton ao falar para Sócrates beber e comer à vontade, assim como outros fizeram antes da morte, Sócrates é objetivo e responde: "[...] tiveram seus motivos. Julgaram que sairiam ganhando com isso, mas eu também tenho os meus para não agir dessa forma." Desta forma a verdadeira virtude socrática está vinculada e amarrada a correntes invisíveis da racionalidade, mas que é concreta em seu modo de agir e se relacionar com os outros, portanto assim como o Deus de Sócrates é invisível, inteligente e ordenador, a sua virtude está baseada na alma, invisível, inteligente e real.
Autor: Rafael Henrique Gomes Botelho


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