O menino maltrapilho








O menino maltrapilho
Que joga bola
Tanta algazarra
Cheira cola
Era apenas um garoto
Não um garotinho
Menor que um grão de areia
Apenas um menino
Encolhido pelo medo, pavor
Sujo pela fuligem , pó
Mas que importa?
Com a Morte iminente
Sozinho
Como um gatinho abandonado
Seus olhos azuis escuros pelo terror e medo
Era um menino
Que dava vontade
De carrega-lo no colo
Protege-lo contra o perigo
Tão solitário
Se eu pudesse afastá-lo
Desse sonho louco,
Que é a guerra
Tão pequeno ,
Tão frágil
Seu chinelinho saia dos pequenos e pretos
Ora os trazem descalço
O rosto triste,
Medo
Onde está sua mãe , meu pequeno?
Um lar eu queria lhe dar
Devolver-lhe o sorriso
E os brinquedos de criança
E as algazarras de menino
Queria lhe devolver no rosto a alegria
Nos seus olhos o riso de criança
Devolver-lhe a esperança do sonho
De reencontrar seus pais
Mas meu pequeno é fantasia
Não vou poder apagar
Da suas lembranças o abandono, a fome
E que tudo não passou de um sonho

Menino sem rosto
É só mais um indigente
Com roupas gastas
Com olhar carente
Um menino pobre
Sem rosto, sem nome
Entre tantos que passam pela rua
Não sei porque ele atraia o olhar
Não sei seus olhos tristonhos


O rosto cansado apesar de tão jovem
Descalço andava pelas ruas, desesperançoso ,esfomeado
A vitrine olhava guloso as guloseimas

Faz tanto frio
Que a roupa esfarrapada
Não era suficiente protegê-lo do frio
O vento frio feria o rosto rígido de frio
Os lábios pálidos partidos...
Estava trêmulo,castigados pelos ventos gélidos
Esse pobre menino,só queria se afastar do frio
Os lábioss pálidos partidos
Estava tremulo,castigado pelo vento gélido
Esse pobre gélido, esse pobre menino,só queria se afastar do frio
Tomar algo quente
E se envolver num abraço de alma
Era sedento de afeto
Carente
Se tivesse recebido afeto teria sido tudo diferente?

De um transeunte caridoso, do homem da loja
Alguem lhe dado abrigo
E afastado das pancadas,cruéis do pai, que o fazia só encolher só de lembrar
Mas todos preocupados mais preocupados com seus próprios problemas que só em sonhos comeria.
Se lambuzava
Eram sonhos
Despidos das fantasias rançados pela força de casa.
Para com a mão pequena e calosa.
Pedir esmola
Tão pequeno e franzino, Hertzberg.
O homem se aproximado espantado o menino, preocupado s dele roubar a sua loja.
O menino sugismundo
Se afasta, com a fronte baixa.
Era loiro,de pequenos cachos que emolduravam o rosto
Sujos pareciam de ouro velho
Os olhos úmidos pareciam dos lagos
O rosto do judeu, guardou no seu coração
Naquele coração sofrido
Martirizava as palavras ásperas
Como um espinho cravou em seu coração
Não era a primeira nem a última que seria traçado como um cão sem dono.


A sopa rala de batatas mal dava para sustentar o garoto sobre as pernas...



Muitos quando caminham pela rua não o vêem
É mais estorvo do que um menino
Seu corpo coberto de pancadas
É só uma sombra
Uma margem na sociedade
Só lágrimas por um futuro perdido...

Autor: Priscila Dias De Carvalho


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