DIDÁTICAS DO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR



O ensino superior no Brasil encontra-se paralisado para uma nova realidade a qual se instala nesta década que estamos vivenciando. As mudanças estão crescentes a cada dia, e alguns professores não estão acompanhando. Desta forma, o mercado profissional voltado para a educação de adultos se expande e cria, portanto, uma nova necessidade de profissionais qualificados e capazes de atender a crescente demanda.

A maioria dos professores brasileiros que lecionam em estabelecimento de ensino superior, mesmo muitas vezes possuindo títulos de Mestre e Doutor, não passou por qualquer processo sistemático de formação pedagógica. Alega-se que por lidar com adultos, o professor universitário não necessitava tanto de formação didática, com a crença de que o fundamental para o exercício do magistério em nível superior é o domínio adequado dos conteúdos das disciplinas que o professor propõe lecionar, aliado sempre que possível à prática profissional (OLIVEIRA, 2010).

Acompanhando o mesmo raciocínio do autor, surgem varias questões sobre esta realidade, dentre as quais se destaca a falta de didática constante no ensino superior.

A partir deste olhar, as instituições de ensino superior têm como responsabilidade, preocupar-se em buscar professores que sejam titulados, que possam contribuir com sua experiência profissional para a qualidade do curso, mas, em especial, oferecer a eles a preparação pedagógica para atuação em sala de aula e envolvê-los nela, pois é importante que o docente entenda que, a docência no ensino superior exige não apenas um domínio de conhecimento a serem transmitidos, mais também um profissionalismo semelhante aquele exigido para o exercício de qualquer profissão (BEHRENS, 1996).

Partindo do ponto de vista do autor acima, constata-se que o professor no ensino superior não está qualificado para ministrar aulas para alunos surdos. Como seria? Qual ensinamento que estes teriam?

O contexto universitário é desafiador para todos os jovens. Problemas de adaptação à vida acadêmica e às obrigações que ela impõe conduzem muitas vezes ao fracasso e ao abandono. Para conseguir assimilar as novas informações e os novos conhecimentos, eles precisam contornar as falhas da trajetória escolar anterior, como deficiências de linguagem, inadequação das condições de estudo, faltam de habilidades lógicas, problemas de compreensão em leitura e dificuldade de produção de textos (SAMPAIO; SANTOS, 2002, p. 31).

Em muita das vezes, o professor no ensino fundamental não estando preparado para trabalhar com quaisquer tipos de crianças, deixa um trauma nas mesmas, Com isso, comparamos a profissão do professor com a do médico, pois ambas necessitam de lidar com pessoas. A profissão médico se obtiver erro destrói o ser humano de uma vez, em contra partida, a profissão professor se errar, destrói as pessoas aos poucos.

Uma vez que um professor critica o trabalho, uma redação, um desenho, dentre outras coisas desta natureza, a criança por si só, costuma-se guardar esta magoa, e está magoa vai acompanhando-a em todas as séries. Segundo Martins (2006, p. 157), o interprete deve ser capaz de perceber as dificuldades do aluno surdo e de descobrir caminhos e métodos para atenuá-las.
Por isto é de suma importância ter professores qualificados para cada disciplina, assim fica claro o entendimento e absorção da matéria. Para exercer qualquer profissão tem que amar não almejar a profissão por dinheiro, mas sim por amor.

A cada ano que se inicia e que se finaliza, fica mais nítido que a falta de professores para o exercício da educação inclusiva, está cada vez maior. O mercado está carente de profissionais tanto na área de professores quanto na parte administrativa das instituições educacionais. Muitos professores alegam a falta de cursos na cidade para os mesmos participarem. Para os que têm mais interesse buscam fora da cidade, onde segundo eles o gasto fica excessivo e o salário não permite.

A didática é a postura de escolha de procedimentos para que o aluno aprenda. São os métodos, recursos, posturas, utilizados pelos docentes, visando à aprendizagem do aluno. O professor universitário que não tem didática, só pensa na transmissão do conteúdo trabalhando sem se importar com o desempenho dos alunos, ou melhor, sem se preocupar com a formação integral do sujeito que forma para vida (DEMO, 2003).

Muitos professores que cursam uma especialização voltada para a pesquisa, deixam de expor suas experiências nas práticas pedagógicas, isto acarreta um grave aprofundamento de fatos que poderiam ser citados para uma melhor compreensão e até mesmo uma solução.

É importante que os professores das mais variadas áreas do conhecimento, ao optar pela docência no ensino universitário, tenham consciência de que, ao adentrar a sala de aula, seu papel essencial é ser educador (VASCONCELOS, 1996).

O professor precisa ser humano e, este, é o primeiro passo para o sucesso em sua profissão. Além disso, ele precisa se entregar a turma, não fazer uso da profissão como um trabalho extra, mas sim dedicar, proporcionar ao aluno o interesse em voltar na aula a cada dia, buscar informações coerentes, fazer o aluno pensar, não entregar tudo fácil para o aluno, ajudar o aluno a exercitar sua mente para que possa a ser um bom pesquisador futuramente.

Acredita que muitas mudanças podem e devem ser feitas no cotidiano escolar, principalmente se o professor mudar sua conduta e, ao invés de falar em nome do outro, e dizer-lhe como agir, caminhar ao seu lado, contribuindo para que este possa se sentir seguro o suficiente para se expor. (FERNANDES, 2008, p. 40).

Para que se estabeleça o ensino com êxito, o professor precisa estabelecer algumas características de como permitir aprender constantemente, tendo compreensão ao lidar com dúvidas e incertezas como parte do processo de ensino-aprendizagem. É necessário ter entendimento de tal processo, para que o professor não se expresse de forma errada perante os alunos.

Temos conhecimento de alguns professores em certas instituições que não se entrega ao trabalho por completo, que fazem da profissão professor, um ganho extra, pois, em muitos casos, lecionam em várias instituições, e isto interfere no ensino que eles passam para os alunos, uma vez que, a falta de tempo para preparar trabalhos, provas, oficinas, e o mais importante a atenção e paciência para ouvir e saber interpretar cada aluno com suas dúvidas. Em muitas das vezes a atenção que o professor proporciona ao aluno, é o que faz a diferença por toda sua trajetória acadêmica.
Os professores precisam alertar-se para está realidade que vivenciamos hoje, que estamos em um século onde o ensino está acelerado, que os alunos cobram, querem ensino, querem experiência. É de suma importância que uma experiência visual que é o foco do nosso artigo seja pensada no desenvolvimento da didática dentro das salas de aula, possibilitando uma interação de pessoas ouvintes e pessoas com deficiência auditiva. O autor abaixo nos afirma que:
Ao trazer a epistemologia visual para o campo pedagógico, os surdos, ao mesmo tempo, que evidenciam as limitações do processo pedagógico centrado no som também apresentam a sua experiência visual como uma das alternativas possíveis para sua inserção e permanência no sistema de ensino brasileiro. SILVA (1999, p. 34).

Partindo do mesmo raciocínio do autor acima Zanata, (2004, p.111nos mostra algumas citações de estratégias que proporcionam melhoria no ensino-aprendizagem abaixo listada:
? Utilizar a língua de sinais, gestos naturais, dramatização, mímicas, desenhos como recursos para facilitara compreensão dos textos que estejam sendo trabalhados em aula.
? Proferir frases completas, não exagerando na articulação das palavras nem na velocidade da fala.
? Utilizar sempre a escrita no quadro de giz e diagramas de qualquer tipo de material escrito, slides, transparências, desenhos entre outros, para escrever as palavras-chave.
? Utilizar recursos materiais adaptados durante o processo de ensino e aprendizagem, a exemplo do treinador de fala, tablado ou softwares educacionais.
? Manter o rosto do professor em determinada localização de forma que fique iluminado pela luz durante a pronúncia das palavras.
? Falar sem movimentar muito a cabeça ou o corpo para que o aluno registre a leitura da fala.
? Fazer síntese e resumir conclusões para favorecer a apreensão das informações abordadas verbalmente.

O professor não sabe o quanto essas estratégias acima são de suma importância para os alunos com deficiência auditiva. Utilizando todos estes fatores este aluno poderá entender de forma clara e objetiva todo o conteúdo. Sendo assim, o professor precisa estar bem preparado, estando em sintonia total, pois a voz não pode ter alteração muito alta e muita baixa, utilizar sempre a escrita na lousa para que o aluno possa ler.
Pesquisar e levar para dentro da sala recursos materiais para que o aluno com deficiência auditiva possa ter algo que o ajude a ter um entendimento melhor.
O aluno com deficiência auditiva aprende de modo mais fácil o conteúdo das disciplinas e sente se mais seguro e tem mais chances de compreender e ser compreendido. O processo de ensino-aprendizagem fica menos exaustivo e mais produtivo para ambas as partes.
Atualmente, as propostas para transformar as condições do deficiente auditivo no ensino superior se referem, primeiramente, ao direito da presença de sua língua na escola, por meio do intérprete. O intérprete é a chave principal, pois ele vai garantir ao aluno o acesso aos conteúdos curriculares. É imprescindível a presença destes profissionais dentro das salas de aulas.

Refêrencias:
BEHRENS, Marilda Aparecida. A formação continuada dos professores e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1996.

SAMPAIO, I. S.; SANTOS, A. A. Leitura e redação entre universitários: avaliação de um programa de intervenção. Psicologia em Estudo, Maringá, v.7, n.1, p.31-38, jan. 2002.
Autor: Viviane Pereira Silva


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