Humanização nas Unidades deTerapia Intensiva: Um olhar voltado para paciente, familiares e profissional



ASSISTÊNCIA HUMANIZADA NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA: UM OLHAR VOLTADO PARA PACIENTE, FAMILIARES E PROFISSIONAIS
ASSISTANCE HUMANIZADA IN THE UNITS OF INTENSIVE THERAPY: ONE TO LOOK AT COME BACK TOWARD PATIENT, FAMILIAR AND PROFESSIONAL
ASSISTÊNCIA HUMANIZADA NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
Claúdio Vargas do Prado1,Daiana Alcantara de Mesquita1,Elisabete Domingos Santana1, Janara Arantes Santana1, Vanessa Flávia Costa de Morais¹,Xisto Sena Passos2,Gelse Gonzalez da Silva3

















RESUMO
Resumo
Introdução- O Humaniza SUS foi instituído pelo Ministério da Saúde em 2003 com o objetivo de colocar em prática os princípios do SUS, bem como estimular as trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários. A UTI é uma área destinada ao atendimento de pacientes em estado crítico que necessitam de cuidados especiais. A equipe de enfermagem deve prestar uma assistência que ultrapasse as barreiras do cuidado físico e promover ações humanizadas que irão gerar uma aproximação do profissional com o paciente e a família. Este estudo tem por objetivo informar os profissionais de enfermagem às ações que envolvem humanização bem como proporcionar um elo de confiança entre a equipe de saúde, a família e os pacientes nas UTI?s.Metodologia- Revisão da literatura, na qual foram levantados 12 artigos científicos publicados no período de 2001 a 2010 e a partir da análise dos mesmos desenvolveu-se o tema deste estudo. Resultados- Mediante dos dados obtidos, ficou claro que é necessário direcionar a assistência de enfermagem e transformá-la em uma prática gerencial dinâmica e catalisadora de ações humanizadas voltadas para o ser humano com necessidades específicas tendo a família como ponto de apoio para a recuperação do paciente. Conclusão- É necessário que as equipes de saúde passem a investir em ações humanizadas, acolhendo os pacientes e a família de maneira holística e que as unidades de saúde criem melhores condições de trabalho para a equipe que convive diariamente com os pacientes internados na UTI.
Descritores: Humanização, Unidades de Terapia Intensiva, Assistência humanizada, Enfermagem.
ABSTRACT
Introduction ? "Humaniza" wasinstituted by The Health Ministry in 2003; it was created with the objective of placing in practice the principles of SUS, as well as to stimulate the solidary changes among managers, workers and users, committed with the defense of the life. UTI is an area destined to attend patiences in critically ill and that need special cares. The nursing team should render an attendance that surpasses the barriers of the physical care and to promote actions humanized that favors the patient's recovery, these actions will generate an approach of the professional with the patient and consecutively of the professional with the family. Methodology - Revision of the literature, in which were lifted up 12 scientific articles published from 2001 to 2010, the theme of this study is by their analyses. Results - By the obtained data, is necessary to address the nursering attendance and to transform it in a practice managerial dynamics and catalytic humanized actions gone back to the human being with specific needs having the family about to support points for the patient's recovery, on the other hand were found factors that hinder the relationship among professional and patient. Conclusion - It is necessary that the teams of health start to invest in humanized actions with the objective of the health units should create more human conditions of working for the team that lives together daily with the patients interned in UTI.
Descriptors: Humanized, Units of Intensive Therapy, humanized Attendance, Nursering.
Introdução
Nos últimos tempos, a humanização em UTI tem sido um assunto muito abordado, em decorrência da preocupação dos profissionais da saúde em oferecer uma assistência de qualidade. Sendo assim, o foco central é entender as necessidades individuais de cada paciente, fortalecido pelo contato mais próximo com os familiares, os quais influenciam diretamente no processo de cura e reabilitação. No tratamento de pacientes críticos, a humanização é tão importante quanto à medicação e os procedimentos instrumentais utilizados no trabalho do enfermeiro. Entretanto, observa-se uma grande valorização das técnicas executadas superando, a atenção ao paciente como ser humano1.
Segundo Delandes 2004 humanização representa um conjunto de iniciativas que visa a produção de cuidados em saúde, capaz de conciliar a melhor tecnologia disponível com promoção de acolhimento, respeito ético e cultural ao paciente, espaços de trabalho favoráveis ao bom exercício técnico e a satisfação dos profissionais de saúde e usuários2.
A equipe de enfermagem deve prestar uma assistência que ultrapasse as barreiras do cuidado físico e promover ações humanizadas que favoreçam a recuperação do paciente, compreendendo-o através de seus gestos, expressões e palavras, criando assim uma aproximação entre profissional, paciente e família3.
Para que os profissionais de enfermagem possam prestar uma assistência humanizada, é preciso que a condição humana seja respeitada, recebendo remuneração justa, condições adequadas de trabalho além de reconhecimento e valorização4.
Este estudo tem por objetivo informar aos profissionais de enfermagem o conceito de humanização e os aspectos positivos e negativos da assistência de enfermagem nas Unidades de Terapia Intensiva.
Humanização do pacientes e familiares
A admissão de um paciente na UTI comumente requer uma rápida intervenção, já que o paciente apresenta alto risco de instabilidade de um ou mais sistemas fisiológicos, com possíveis riscos à saúde, cuja vida encontra-se no limite com a morte3.

Fatores negativos pacientes
? Medo, ansiedade e insegurança, depressão, esses fatores estressantes que o paciente manifesta durante sua internação na UTI são fatores que prejudicam ou até mesmo anulam os efeitos benéficos do tratamento intensivo e que na maioria das vezes esses fatores poderiam ser evitados, se a equipe que atua em UTI se mantiver atenta aos primeiros sinais desses fatores.
Fatores positivos pacientes
? Comunicação verbal é aquela feita através de palavras expressas tanto por meio da linguagem escrita como falada, e deve ser clara afim de que o outro compreenda o que estamos querendo dizer5.
? Ambiente ou estrutura física fazem-se necessárias mudanças no ambiente físico das UTI?s para que tanto o profissional, o paciente e a família tenham bem-estar, mudança essas muito simples: colocação de calendários, relógios e janelas amplas para que o paciente e a equipe se situem no tempo e no espaço6.
Fatores negativos familiares
? Falta de informação a família freqüentemente sente-se desamparada e temerosa à beira do leito de um paciente gravemente enfermo. Os tubos, curativos, fios e aparelhos, são amedrontadores para os membros da família. Eles vêem estes equipamentos fixados ao seu ente querido e podem relutar em tocar o paciente por medo de causar dano a ele ou ao equipamento7.
? Falta de flexibilidade dos horários de visita ainda que exista uma política institucional que determine a rotina de horários para visita, é necessário flexibilizá-la para fortalecer as relações interpessoais.
? Falta de apoio emocional, não é suficiente permitir a entrada da família na UTI, é necessário prepará-la e acompanhá-la durante a visita identificando e esclarecendo suas dúvidas, observando as reações e comportamentos e, especialmente compreendendo seus sentimentos8.
Fatores positivos familiares
? Inter-relacionamento entre enfermeiro-paciente-familia é tão ou mais importante que a assistência técnica - cientifica os pacientes só conseguem suportar longos períodos de internação pela atenção dada a eles3.
Humanização dos profissionais
A rotina diária e complexa de uma UTI faz com que os membros da equipe de enfermagem, na maioria das vezes,esquecem de tocar, conversar e ouvir o ser humano que está a sua frente8.
Tendo como pressuposto que a humanização da assistência emergirá com a realização pessoal e profissional dos que a fazem, desenvolver um processo de humanização com ênfase no trabalhador, demanda, principalmente por parte dos dirigentes, acolhimento, escuta e uma atitude de sensibilidade, para compreender a realidade de trabalho do enfermeiro5.
O trabalho é fundamental, devendo ser encarado como fonte de prazer e satisfação, por isso as mudanças internas são necessárias, bem como alterações no ambiente de trabalho e nas relações interpessoais que deveriam estar baseadas no amor ao próximo, para que a humanização venha ser uma realidade no cotidiano9.
É preciso assim, estimular o trabalhador a participar ativamente do processo de construção de uma proposta de humanização, ou seja, auxiliá-lo a tomar consciência da realidade, do seu estado existencial e de sua própria capacidade de mudança4.
Fatores negativos dos profissionais
? Alta rotatividade, o fluxo de profissionais na UTI, aos ruídos dos aparelhos, acabam gerando um estresse mental muito grande nos profissionais, contribuindo assim para falta de humanização;
? Absenteísmo, muitas vezes o estresse físico e mental causado pelo convívio diário com o sofrimento do outro, número de óbitos freqüentes, limitações técnicas pessoais e materiais, fazem com que esses profissionais deixem de ir ao trabalho.
? Insatisfação no trabalho sobrecarga de atividades, má remuneração, alto número de plantões, competitividade entre os próprios profissionais, intercorrencias inesperadas são fatores que geram estresse e insatisfação no trabalho, esses sentimentos podem levar a depressão, raiva, depressão e falta de confiança em si próprio, diminuindo a satisfação no trabalho.
Fatores positivos dos profissionais
? Capacitação da habilidade emocional, os profissionais vivem no dia-a-dia com situações emocionalmente conflitantes e de estresse, para isso é necessário um melhor preparo físico e mental de modo que criem alternativas para superação das frustrações presentes na UTI. O cuidado emocional é de responsabilidade de toda equipe de saúde, pois esses profissionais devem estar emocionalmente bem para lidar com os pacientes e familiares.
? Educação continuada deve ser realizada baseada nos problemas encontrados na realização da assistência de enfermagem, esses profissionais precisam de um ambiente físico adequado de trabalho, necessitam também de uma estrutura física programada para atender os pacientes, constituindo assim como facilitador da humanização da assistência. Deve haver uma equipe multidisciplinar que promova atenção dinâmica e sistematizada, materiais e equipamentos sofisticados, além de conhecimento técnico - cientifico.
? Reconhecimento e valorização é preciso salientar para a valorização profissional como ponto básico para o desencadeamento de qualquer processo de trabalho que se pretende humanizar, lembrando que as pessoas independentes desejam trabalhar em organizações que lhes dêem retorno pela dedicação4.
Considerações gerais
A enfermidade vivenciada por uma pessoa não afeta apenas sua condição física, pois quando o paciente é admitido na Unidade de Terapia Intensiva, ele perde vínculo com seus familiares, com a sociedade onde vive e passa a conviver diariamente com pessoas estranhas, isso acaba gerando no paciente um grande estresse emocional. Portanto o profissional de enfermagem juntamente com sua equipe deve tratar o paciente de maneira holística, ou seja, compreender o paciente através de seus gestos e expressões, criando assim uma aproximação com esse paciente e também sua família, essas ações geram uma resposta positiva ao tratamento.
O profissional deve oferecer um atendimento humanizado muitas vezes a preocupação com os aspectos administrativos do cuidado consome boa parte do tempo do profissional de enfermagem, isso acaba dificultando essa assistência, porém é possível durante a execução de suas técnicas oferecer um atendimento sensibilizado e humanizado sem deixar de lado sua postura ética, lembrando que cada paciente deve ter sua individualidade e privacidade respeitados3.
Os profissionais priorizam o atendimento tecnológico o atendimento tecnológico influencia na qualidade da assistência pelo fato de oferecer precisão, rapidez e segurança no diagnóstico da doença, aumentando assim a sobrevida do paciente, isso as vezes acaba distanciando a equipe de saúde dos pacientes e familiares, a tecnologia deve ser usada como mediadora, favorecendo e aprimorando o cuidado ao paciente na UTI , os profissionais de enfermagem não devem se preocupar apenas com os problemas patológicos do paciente, mas também devem preocupar-se com as questões psicossociais, ambientais e familiares desse paciente.
Contradição entre o que é falado e o que é vivenciado nas UTI?s, o contexto real das UTI?s mostra a dicotomia que existem entre a teoria e a prática, apesar de conceituarem cuidado humanizado como respeito, amor, carinho, às atitudes que se vê são condutas e comportamentos que caracterizam a UTI como um ambiente mecânico e desumano com o paciente a família e a equipe de enfermagem. O enfermeiro deve reconhecer que sua presença para o paciente é tão importante quanto as técnicas necessárias para sua recuperação9.
Conclusão
Atenção especial a equipe multidisciplinar, interação mútua entre equipe-paciente-família o respeito à dignidade e autodeterminação de cada pessoa internada divulgando a humanização nos seus trabalhos e transformando o ambiente da UTI.
Oferecer assistência de enfermagem baseada no indivíduo não através da sua patologia ou número do leito em que ele se encontra.
Devemos acolher os membros envolvidos, proporcionando- lhes confiança e adaptação diante da nova realidade. È preciso ouvir a familia a respeito do que sente e de suas necessidades, além de orientá-la sobre como participar positivamente do tratamento e recuperação do paciente e, assim amenizar a ansiedade e o desconforto gerados pela internação

Referências
1. Caetano JA, Soares E, Andrade LM, Ponte RM. Cuidado humanizado em terapia intensiva: um estudo reflexivo. Esc. Anna Nery. 2007; 11(2): 325-30.
2. Salicio DMB, Gaiva MAM. O significado de humanização da assistência para enfermeiros que atuam em UTI. Ver. Elet. De Enfermagem. 2006; 8(3):370-6.
3. Siqueira AB, Filipine R, Posso MBS, Fiorano AMM, Gonçalves SA. Relacionamento enfermeiro, paciente e família: fatores comportamentais associados a qualidade da assistência. ArqMed ABC. 2006; 31(2): 73-7.
4. Backes DS, Filho WDL, Lunardi VL. O processo de humanização do ambiente hospitalar centrado no trabalhador. Rev. Esc. Enferm. 2006; 40(2): 221-7.
5. Silvia MJP. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais em saúde. 5ª Ed. São Paulo: Editora Gente.
6. Bolela F, Jericó MC. Unidade de terapia intensiva: considerações da literatura acerca das dificuldades e estratégias para sua humanização. Esc. Anna Nery. 2006; 10(2): 301-9
7. Saúdesaúde.[ online]. Brasil 2011. [Capturado 01 de mar. 2011]. Disponível em: HTTP://www.saudesaude.com.br/saudesaude/arquivo.php?numero=40.
8. Silveira RS, Lunardi L, Filho WDL, Oliveira AMN. Uma tentativa de humanizar a relação da equipe de enfermagem com a famílias de pacientes internados na UTI. Texto Contexto de Enfermagem. 2005; 14(Esp.): 125-30.
9. Villa VSC, Rossi LA. O significado do cuidado humanizado em unidade de terapia intensiva: "muito falado e pouco vivido". RevLat-am Enfermagem. 2002; 10(2): 137-44.
10. Leite MA, Villa VSC. Dificuldades vivenciadas pela equipe multiprofissional na unidade de terapia intensiva. RevLat-am Enfermagem. 2005; 13(2): 145-50.
11. Silva RCL, Porto IS, Figueiredo NMA. Reflexões acerca da assistência de enfermagem e o discurso de humanização em terapia intensiva. Esc Anna Nery Rev enfermagem. 2008; 12(1): 156-9.
12. Amestoy SC, Schwartz E, Thofehrn MB. A humanização do trabalho para os profissionais de enfermagem. Acta Paul Enfermagem. 2006; 19(4): 444-9.










Autor: Daiana Alcantara De Mesquita


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