E O VENTO LEVOU...



E O VENTO LEVOU...

"How many roads must a man
walks down
before you call him A Man?
(Bob Dylan, cantor)

O artigo primeiro da Lei da Incompetência, de Murphy, diz: "Todo mundo é incompetente, inclusive você". Assusta-nos a ideia de virmos a admitir tal fato, mas não podemos deixar de reconhecer nossa impotência diante da cruel e avassaladora desmoralização da sociedade, dita civilizada, em que vivemos. Somos, ao mesmo tempo, vítimas e carrascos de nós mesmos.
Somamos 190 milhões de brasileiros com uma população carcerária que se aproxima de 500 mil presos. Isto significa a média de um detento por grupo de 380 pessoas, donde se conclui: se 379 cidadãos não são capazes de recuperar e promover um só presidiário, os incompetentes somos todos nós.
Podemos achincalhar os políticos e escorraçar os governantes que se sucedem, mas eles são eleitos por nós, produtos do meio onde vivemos, ou seja, são crias conscientes paridas por esta sociedade hipócrita e perversa que nos devora enquanto finge enaltecer a nossa frágil existência. Esta sociedade com a qual nos deleitamos e ajudamos diariamente a construir, a partir dos moldes ditados pela consciência coletiva.
"Conhece-te a ti mesmo", eis a chave da suprema sabedoria, que foi gravada na entrada do Templo de Apolo, em Delfos. Mas a humanidade ingênua e presunçosa ignorou por séculos esta sábia orientação e preferiu tatear no escuro, buscando desenvolver uma civilização apoiada apenas no conforto material; desenvolvendo a inteligência e desprezando sumariamente a essência divina que anima nossa existência. Agora tentamos encontrar paliativos para combater o crime e a violência, sem nos preocuparmos com as causas que lhes deram origem e emprestam forma e conteúdo para a sua disseminação.
Se somarmos os investimentos em recursos humanos e financeiros aplicados em segurança pública, incluindo forças armadas, polícias, aparato judicial, viaturas, armas, munição, uniformes, calçados e a infernal burocracia concluiremos que empregamos mais de 20% dos nossos esforços para nos protegermos de nós mesmos. O Banco Mundial divulgou no seu relatório anual que o comércio global totalizou 35 trilhões de dólares em 2007 sendo que 7 trilhões (20%) corresponderam a negócios de compra e venda de armas. Para onde, afinal, pretende esta Humanidade se dirigir? O verniz da civilização, que nos faz reluzir por fora, apenas disfarça os "sepulcros branqueados, cheios de podridão e vermes" em que a quase totalidade da raça se transformou. A hipocrisia e a técnica orientam a elaboração das leis humanas; o orgulho feroz e a insensatez determinam a interpretação das mesmas ao sabor dos interesses humanos, muitas vezes espúrios e inconfessáveis.
Alguém afirmou ser "a testemunha a prostituta das provas", mas parece-nos que, atualmente, o dinheiro se tornou a meretriz do Direito.
Estudos espiritualistas indicam que o planeta Terra deverá inclinar-se 180 graus e este fato já vem sendo observado desde 1988, quando se concluiu a transição planetária e entramos na Era de Aquário.
As mudanças climáticas decorrentes se intensificam a cada dia; as geleiras começam a se derreter, e o buraco na camada de ozônio, que é um bem inapreciável, aumenta na mesma proporção em que o fato é abordado pela imprensa. Discutem-se os termos do Protocolo de Kioto, mas os países poluidores, entre eles o Brasil (quarto colocado no ranking), apenas fingem buscar alternativas tímidas e inconsequentes.
O problema criado é maior do que a capacidade humana disponível para enfrentá-lo. O futuro sombrio já nos brinda com a colheita do que foi plantado.
Atlântida caiu porque fez uso de uma ciência perigosa, a energia nuclear; esta raça atual está caindo porque não fez uso do Amor-Sabedoria, a sublime configuração energética e emocional que nos teria conduzido à verdadeira Fraternidade, através da compreensão e aceitação das nossas aparentes diferenças. E agora, José?
Lembremos a canção de Bob Dylan:
"The answer, my friend, is blowing in the wind?"
A resposta, meu amigo, o vento carregou.
Os sonhos resistem. Por algum tempo ainda


Autor: João Cândido Da Silva Neto


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