Forragicultura: Os Tipos de Forragem



Gênero Panicum
As gramíneas são classificadas em duas categorias quanto a sua adaptação ambiental e eficiência fotossintética, espécies temperadas (plantas C3) e tropicais (plantas C4). Normalmente, as espécies forrageiras temperadas apresentam melhor qualidade, definida em termos de digestibilidade, consumo e teor de proteína (Moreira et al. 2006).
O gênero Panicum L. é um dos maiores e mais importantes da família Poaceae. De acordo com a circunscrição anteriormente aceita para o gênero, 470 espécies foram reconhecidas para o mesmo por Clayton & Renvoize (1986) e aproximadamente 370 por Watson & Dallwitz (1992). De acordo com a circunscrição atual (Aliscioni et al. 2003), o gênero Panicum "sensu lato", compreende cerca de 400 espécies, das quais cerca de 100 incluídas no subgênero Panicum, distribuídas em regiões pantropicais, algumas das quais se estendem até as regiões temperadas.
Gênero Panicum - Principais cultivares do gênero cv. Colonião (Brasil séc. XVIII) cv. Tobiatã cv. Vencedor cv. Tanzânia cv. Mombaça cv. Green Panic cv. Massai cv. Aruana cv. Aries cv. Guiné Capim Colonião - Panicum maximum Jack - cv. Colonião Origem: África, alguns autores creditam a sua introdução como acidental enquanto outros consideram um capim nativo.
Descrição: é uma gramínea perene, crescimento cespitoso, forma touceiras com largura média de 1m densas, que podem apresentar-se tombadas quando muito desenvolvidas, atinge em média de 2,5 - 3,0m de altura. As folhas são largas com coloração verde azulada inflorescência aberta, de cor verde clara.
Exigências: apresenta elevada exigência em temperatura e umidade, desenvolvendo bem em locais com precipitação superior a 800mm, alta luminosidade, a produção é estacional sendo 80% da produção no período da (prim.-ver.), exigência elevada em fertilidade do solo, prefere solos mais arenosos, não tolera a geada e encharcamento do solo.
Capacidade de suporte: média entre 3,0 - 4,0 U.A/ha.
1 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula Produtividade: apresenta uma média anual entre 40 - 100 t/MV e entre 45-50 t/MS/ha em 2-3 cortes.
Composição química: 4-10%%PB na MS. O colonião quando maduro apresenta perdas elevadas de qualidade, aumento da fibra, e redução da palatabilidade.
Indicações: mais recomendado para pastejo, contra indicado para a fenação e ensilagem.
Plantio: planta com alta capacidade de produção de sementes (produz 150 200 kg/ha). No plantio pode ser utilizada a densidade de 15-20 kg/ha em linha ou 40 kg/ha em plantio a lanço, caso seja implantado por mudas o gasto médio é de 4 t/ha com espaçamento de 0,5 x 0,5 m utilizando de 3-5 mudas por cova.
Problemas: ataque de cigarrinha das pastagens e lagartas.
Manejo do colonião: recomenda-se um manejo alto, com a entrada dos animais com as plantas numa altura média de 60-80 cm e a saída aos 30-40 cm. Em pastejo contínuo, recomenda-se passar a roçadeira uma (1) vez ao ano, na estação das chuvas, com vistas a eliminar colmos secos (Macega).
Tolerância: apresenta moderada ao sombreamento e a queimadas, rebrota rápida após a queima.
Consórcio: pode ser feito com as leguminosas; siratro, soja perene.
Capim Tobiatã - Panicum maximum - cv. Tobiatã Origem: Costa do Marfim. Introduzido no Brasil em 1977 pela EMBRAPA, foi avaliado pelo IAC até 1982.
Descrição: é uma forrageira com características similares ao colonião, apresenta folhas de comprimento médio 80 cm e com largura 4,5 cm. As folhas, bainhas e lígulas apresentam-se densamente pilosas com inflorescência arroxeada, é uma gramínea altamente responsiva a aplicação de fertilizantes.
Exigências: em clima e solo é muito semelhante ao colonião, requer solos mais profundos, apresenta mais folhas do que talos, comparado ao colonião, não tolera solos com acidez elevada.
Composição química: apresenta entre 8-16%PB na MS e DIVMS 65-70%.
Tolerância: Apresenta uma tolerância a seca maior do que o colonião, em função de um sistema radicular profundo, resiste mais aos ataques de cigarrinha e pragas do que o colonião, entretanto produz menos quantidade de sementes.
Plantio: mais freqüente é feito utilizando sementes.
Capim Vencedor - Panicum maximum - cv. Vencedor Origem: África. Introduzido, avaliado e lançado pela EMBRAPA CERRADOS.
2 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula Características: É uma planta de menor porte do que colonião. Apresenta folhas e colmos mais finos com uma coloração menos azulada.
Exigência: menor exigência em fertilidade do que o colonião e o cv. tobiatã, tolera níveis elevados em acidez do solo e níveis de Al, indicado para o cultivo em solos com fertilidade mediana, exige precipitação superior a 700 mm, tolerante a seca e ao frio.
Produtividade: produção inferior comparado a outros Panicum, os colmos finos são a sua principal vantagem, característica que permite um maior aproveitamento da planta pelo animal.
Composição química: média de 12% PB/MS, pode atingir uma produção de 90 kg sementes/ha/ano.
Indicações: mais recomendado para pastagens, para espécies bovinos, eqüinos e ovinos.
Plantio: mais comum por sementes.
Capim Tanzânia - Panicum maximum - cv. Tanzânia Origem: Tanzânia - África. Avaliado e lançado em 1990 em uma parceria de instituições EMBRAPA's ACRE, CERRADOS e Amazônia Oriental,EPAMIG e CEPLAC.
Características: as plantas são bem semelhantes ao colonião, no entanto, apresentam maior quantidade de folhas e colmos mais finos, a inflorescência apresenta pigmentação arroxeada nas espiguetas, e o eixo central ou (raquis) tem coloração verde, a altura média da planta é de 1,30 m.
Exigência: É semelhante ao colonião e ao tobiatã, em fertilidade de solos, exige precipitação anual superior a 750 mm e apresenta melhor distribuição da produção ao longo do ano, tolerante a seca, entretanto, não tolera o encharcamento.
Manejo: recomenda-se um manejo com a entrada dos animais a altura média de 70 cm e a saída com altura média de 30 cm altura.
Utilização: muito utilizada em pastejo rotacionado e ensilagem sendo contra indicado a fenação.
Resistência: maior resistência às cigarrinhas, Notozulia entreriana e Deois flavopicta do que os cvs.Tobiatã e Mombaça.
Composição química: 13,5 % PB na MS, pode atingir 18% PB com adubação nitrogenada, cultivar Panicum com maior valor nutricional, apresenta coeficiente de digestibilidade médio de 65% (DIVMS) com excelentes resultados em desempenho animal, A EMBRAPA relata ganhos de 720 g/dia utilizando 2,0 U.A/ha sendo a média 610 a 1100 g no período das águas e 100-400 g nas secas.
Plantio: feito utilizando sementes 3 kg/ha conforme VC (produção média de 150 200 kg/sementes/ha/ano).
3 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula Produtividade: maior que 30 t/MS/ha.
Capacidade de suporte: 2 - 6 U.A no período das águas e 1,0 - 1,5 U.A/ha nas secas.
Produção: estacional sendo 90% na época das águas.
Capim Mombaça - Panicum maximum - cv. Mombaça Origem: África. Avaliado entre 1984-1993 EMBRAPA.
Características: apresenta crescimento cespitoso, altura média de 1,65 m, folhas com largura média de 3,0 cm, pouco pilosas apresenta bainhas glabras (sem pêlos) e colmos levemente arroxeados e inflorescência com panícula longa com eixo central arroxeado, apresenta alta produção MS.
Produtividade: 30 t/MS/ha 130% maior que o Colonião e 28% maior que o cv.
Tanzânia. Apresenta maior produção/animal/ha.
Exigências: em precipitação superior a 800mm, tolera seca, exige fertilidade, menor do que o Colonião, Tobiatã e Tanzânia, não tolera encharcamento, apresenta problema de pastejo desuniforme.
Composição química: média de 11,5% PB - MS.
Capacidade de suporte: 2,3 U.A/ha.
Plantio: mais utilizado por sementes CAPIM GREEN PANIC - Panicum maximum - var. Trichoglume, cv. Petrie ORIGEM: Índia (Austrália). Foi melhorado na Austrália levado pelo General Inglês Petrie, que possuía fazendas naquele país, de lá veio para o Brasil.
Características: crescimento em touceiras com 1,5 - 1,7 m de altura, sendo menor do que o colonião. Apresenta colmos e folhas finos com coloração verde amarelada, a inflorescência é semelhante a do colonião, entretanto é menor, o sistema radicular é mais desenvolvido do que o cv. colonião.
Produtividade: 10 t/MS/ha/ano.
Exigência: adapta-se bem em pluviosidade média entre 650 a 1700 mm, requer solos férteis, tolerante a seca, desenvolve bem em áreas com sombra, menos exigente em fertilidade do solo do que o cv. colonião, apresenta boa resposta a adubação, com boa palatabilidade e pouca tolerância a fogo.
Composição química: 13 - 16% PB MS e DIVMS 63%.
Indicações: Pastejo e fenação.
Restrições: apresenta alta suscetibilidade a cigarrinha e lagartas.
Plantio: pode ser feita por sementes com densidade 10-14 kg/ha pode ser utilizado o plantio em mudas.
4 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula CAPIM MASSAI - Panicum maximum - cv. Massai Origem: Capim hibrido entre Panicum maximum e Panicum infestum, coletado em Tanzânia - África. A EMBRAPA lançou a cultivar em 2001.
Características: É o cultivar de menor porte entre os Panicum, forma touceiras com altura média de 0,60 m, apresenta folhas finas, largura média de 1 cm com inflorescência intermediária entre a panícula e o racemo, promove uma boa cobertura do solo e rebrota rápida após desfolha.
Indicações: pastejo bovinos, ovinos, caprinos e eqüinos, e fenação.
Exigências: em precipitação superior a 700 mm/ano, tolerante a secas prolongadas, exigente em fertilidade do solo, tolera solos ácidos.
Composição química: apresenta de 9-11% de PB na e coeficiente de digestibilidade entre 49 -55% DIVMS.
Produtividade: promove ganhos de peso vivo médio de 620 g ha/ano.
Resistência: é a cultivar de Panicum de maior resistência ao ataque da cigarrinha das pastagens, é tolerante ao fogo e ao pastejo intensivo.
Plantio: pode ser realizado por sementes e mudas, profundidade de plantio 0,5 a 1 cm.
CAPIM ARUANA - Panicum maximum - cv. Aruana Origem: África. Esta gramínea foi introduzida no Brasil pelo Instituto de Zootecnia de Nova Odessa, SP em 1974, atual APTA, sendo avaliado e lançado como cultivar em 1995.
Características: apresenta hábito de crescimento cespitoso e porte médio, atinge entre 1 - 1,4 m de altura, apresenta folhas estreitas de coloração verde escuro. As inflorescências são do tipo panícula pequena, e de menor tamanho do que as do cv.
colonião. Apresenta rebrote rápido após pastejo e uma boa cobertura de solo.
Exigências: alta exigência em fertilidade de solos, desenvolvendo bem em locais com precipitação pluviométrica superior a 1000 mm.
Produtividade: capacidade de produção média de 15 - 20 t/MS/ha/ano, sendo a produção distribuída em 40% no período da seca.
Utilização: é mais recomendada para o pastejo baixo por ovinos e eqüinos.
Composição química: apresenta em média de 9 - 12% PB na MS 64 - 66% DIVMS.
Capacidade de suporte: pode suportar até 7UA/ha.
Plantio: mais comum por mudas e sementes.
Resistência: tolerância mediana a seca, maior tolerância ao frio e a cigarrinha das pastagens, não tolera encharcamento.
5 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula Fonte: Carvalho et al., 2009 CAPIM ATLAS - Panicum maximum - cv. Atlas Origem: é um híbrido desenvolvido pela Matsuda Sementes. É proveniente do cruzamento da linhagem Tobiatã com a linhagem K-68 (originária da Costa do Marfim). Os trabalhos foram iniciados em 1993 e o lançamento do cv. Atlas foi em 2003.
Características: é uma planta cespitosa, perene, com altura média variável entre 1,5 a 2,0 m. Apresenta colmos com diâmetro médio, internódios curtos e pouca cerosidade, as folhas possuem pouca pilosidade na bainha, comprimento médio e coloração verde clara.
Exigência: mediana em fertilidade tolera níveis elevados de Al, muito semelhante ao cv. Vencedor, tolerante a seca, desenvolvendo bem em locais com precipitação anual média entre 800 - 1800 mm.
Produtividade: produção média entre 20 - 22 t/MS/ha em 6 (seis) cortes anuais.
É menos produtivo do que o cv. Tobiatã e Tanzânia. Promovendo ganhos de peso vivo GPV 850 g/animal/dia na estação das águas e 216 g animal/dia nas secas.
Composição química: média de 10 - 12%PB na MS e coeficiente de digestibilidade entre 60-70% (DIVMS).
Indicações: mais recomendado para a utilização na forma de pastagens para espécies, bovinos e eqüinos.
Plantio: uso de sementes com densidade 10 kg/ha conforme VC ou plantio em mudas.
CAPIM ARIES - Panicum maximum - cv. Aries Origem: é um cultivar obtido do cruzamento realizado em 1993 pela Matsuda Sementes entre o LSC2 (linhagem Centauro) com o cv. Aruana (IZ), avaliado nos anos de 2001 e 2002 e lançado em 2003.
6 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula Características: é uma planta cespitosa, perene, com altura média entre 1,2m e 1,5m apresenta um porte baixo, com colmos finos e internódios curtos apresentando pouca cerosidade, bainha com folhas sem pêlos, lâmina curta e de coloração verde clara.
Exigências: precipitação média entre 800 - 1800 mm apresenta rebrote rápido, e desenvolve bem em solos de fertilidade mediana.
Produtividade: média de 18-20 t/MS/ha/ano em 6 cortes.
Composição química: em média apresenta de 12-15%PB MS e coeficiente de digestibilidade entre 66 - 70% DIVMS.
Indicações: recomendada para pastejo por bovinos, ovinos e eqüinos.
Tolerância: não apresenta tolerância à cigarrinha, tolera bem condições de encharcamento e seca temporária, não tolera frio.
Plantio: por sementes com densidade de 10 kg/ha e por mudas.
Gênero Cynodon As gramíneas deste gênero são conhecidas como gramas estrela e bermuda. Em
áreas plantadas representam mais de 10 milhões/ha cultivados no mundo, são superadas em importância somente pela Brachiária brizantha. É considerada pela agricultura como uma gramínea invasora. Apresenta grande demanda entre os pecuaristas pela popularidade que se deve a; Facilidade de cultivo, Alta produção de forragem, 20 - 25t/MS/ha/ano, Alto Valor Nutritivo, 11-13%PB, e coeficiente de digestibilidade entre 58-65%DIVMS.
PRINCIPAIS ESPÉCIES Nome cientifico: Cynodon dactylon, (L) Pers Nome comum: capim coastcross Variedades Comuns deste grupo: grama seda, capim de burro (jardins campos) ou grama paulista (altura média 20 cm) Década: na década de 50 produzido por Melhoramento Genético da variedade dactylon.
Nome cientifico: Cynodon plectostachyus (K. Schum) Pilger Nome comum: grama estrela branca Nome cientifico: Cynodon nlemfuensis, Vanderyst Nome comum: estrela de Porto Rico ou estrela roxa Principais cvs. Cynodon dactylon
7 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula
1. Bermuda comum
2. Coastal
3. Comum
4. Tift Bermuda
5. Santa Lúcia
6. Allicia
7. Callie
8. Tifton 44
9. Oklan
10. Brazos 11. Grazer 12. Swanne Bermuda 13. Coastcross 1 14. Midland 15. Hardie 16. Greenfield 17. Tifton 68 18. Tifton 78 (Materna Callie x Tifton44) 19. Tifton 85 20. Florakirk (Materna Tifton 44 x Callie) 21. Jiggs 22. Vaquero PRINCIPAIS VANTAGENS DAS GRAMÍNEAS DESTE GÊNERO Alto valor nutritivo, Muito responsivo a adubação, Alta resistência em pastejo, Uso tanto em pastejo como em fenação, Apresenta boa tolerância ao frio.
PRINCIPAIS DESVANTAGENS Propagação vegetativa, Exigência alta em fertilidade do solo, Pode apresentar teores elevados de HCN, Riscos aumentam acima de 200mg/HCN /kg/MV, Redução de qualidade após 5 semanas de rebrote ou geada.
Características
8 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula Caule: cresce até 40 cm, glabro, estolão e rizoma perene.
Folhas: lâmina foliar com 8 cm de comprimento e lígula membranosa pequena com cílios.
Inflorescência: digitada com arranjo de 3-6 espigas de 8 cm com muitas espiguetas em duas linhas ao longo do eixo.
Flores: espiguetas com 1 flor (floreta) perfeita e glumas de 2 mm lanceoladas.
Hábito de crescimento: prostrado, estolonífero, rizomatoso ou não, colmos finos e folhas estreitas, alta capacidade competitiva e ocupação rápida solo, a inflorescência espigas (3-6), dispostas digitalmente na extremidade do colmo.
Cynodon dactylon Adaptação: alta exigência em fertilidade do solo. Requer adubação especialmente nitrogenada coastcross1 quando em uso intensivo.
Propagação: por mudas (apresenta estolões, com ou sem rizomas).
Coastal bermuda e suwanne bermuda: mais utilizados.
Grama paulista: muito utilizada para piquete para suínos.
Coastcross 1: utilizada para piquetes de animais jovens e adultos, fenação e pastagens Cv. Coastcross 1 - Cynodon dactylon Origem: África (hibrido EUA Geórgia) grama estrela, bermuda, coastcross 1 Características: Não rizomatoso, de fácil erradicação, melhor VN, do que outras bermudas. Através do seu melhoramento chegou-se ao coastcross 2, atualmente apenas coastcross, apresenta uma alta relação folha:caule, e altura média de 60 cm.
Utilização: pastejo e fenação (macio produz bom feno).
Manejo: recomenda-se a entrada dos animais com 30 cm de altura média e a sua retirada aos 8-10 cm de altura.
Rendimento: 15-18 t/MS/ha (média - 4 cortes/ano).
Tolerância: foi melhorado para apresentar maior tolerância ao frio (geadas), seca e fogo, requer pluviosidade anual entre 700 - 1800 mm.
Multiplicação: pode ser realizada por estolões 1 ha mudas para 20 ha.
Composição química: 10 - 12% PB/MS 55 - 60 - 70% (DIVMS) na literatura existem relatos de 15 -17% de PB.
Capacidade de suporte: média de 2,5 UA no período das águas e 1 UA/ha nas secas.
Consórcio: consorcia bem com leguminosa forrageira amendoim forrageiro Arachis pintoi.
9 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula Figura 1: Cynodon dactylon cv. coastcross 1 Tabela 2: Composição bromatológica de silagem de milho (SM) e dos fenos de alfafa (FA) e capim coastcross (FCC).
_________________________________________________________________ Fonte: Moreira et al., 2000 Tifton 68 - Cynodon nlemfuensis
É um Hibrido entre as introduções PI255450 e PI 293606 desenvolvido na (Geórgia em 1984). Apresenta colmos grandes e estolões longos, não possui rizomas é um Cynodon nlemfuensis mas é considerada uma grama bermuda Cynodon dactylon. Alta suscetibilidade ao ataque de formigas e cigarrinhas.
Composição química: 18% PB e coeficiente de digestibilidade médio de 62% DIVMS.
Manejo: Para o pastejo recomenda-se a entrada dos animais com 25-30 cm de altura e a sua retirada quando atingido 10 cm altura. Período de descanso médio de 30 dias.
Tifton 78
É um lançamento da Universidade da Geórgia em 1978, apresenta boa e rápida cobertura do solo, é estolonífero com alta produção de MS e bom coeficiente de digestibilidade. É um hibrido entre o Tifton 44 e o cv. Callie.
Tifton 85 - Cynodon sp.
Origem: Hibrido de Gramas Africanas, foi lançado em 1992 pela Universidade da Geórgia na Estação Experimental de Tifton sendo um Cruzamento do TIFTON - 68 com a Bermuda Grass da África do Sul introdução (PI 290884).
10 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula Características: É perene estolonífera e apresenta alta produção de biomassa entre (15-18 t/MS/ha), é rizomatosa, e possui colmos mais grossos do que o cv.
coastcross e mais finos do que o cv. Tifton 68.
Tolerância: apresenta boa a seca, ao frio e ao pisoteio.
Usos: mais recomendado para o pastejo e fenação.
Multiplicação: utilizando mudas com mais de 90 dias.
Consórcio: consorcia bem com o amendoim forrageiro.
Capacidade de suporte: 2,5 UA/ha na estação das águas e 1,5 UA nas secas.
Composição química: 12-13% PB até 20% PB 55-60% DIVMS Manejo: recomenda-se a entrada dos animais com altura média de 30 cm e a sua retirada (saída) ao atingir 10 cm. O período de descanso médio é de 30 dias.
Tabela 3: DIFERENÇAS MORFOLÓGICAS ENTRE TIFTON 68 E 85
______________________________________________________
__________________Tifton 68____________Tifton 85_______________ Folhas > pelos compridos, larga verde < pelos curtos estreita verde Hastes grossa e ásperas delgadas e lisas Estolões grosso pigmento roxo médio pouco pigmento roxo Rizomas ausência presença Características Tolera frio, seca e pisoteio
____________________________________________________________ Cynodon plectostachyus - capim (grama) estrela africana
É perene, prostrada, estolonífera com estolões arqueados, não possui rizomas, apresenta colmos grossos, com folhas largas e coloração mais verde claro, e a inflorescência com espigas (mais longa) e disposição digitada no extremo do colmo.
Exigência: elevada em fertilidade de solos.
Adubação: especialmente a nitrogenada.
Propagação: por mudas, estolões.
Utilização: mais recomendado para a fenação e menos utilizado em pastagens.
Cynodon nlemfuensis - cv. Estrela Porto Rico (roxa) Características: Estolonífera, com altura 30 - 70 cm de altura, apresenta lâmina foliar glabra, lígula membranosa e ciliada.
Plantio: mudas (sementes inférteis) recomenda-se para recuperar e melhorar pastagens em solos mais férteis.Tem sido utilizada onde a B. brizantha tem morrido Na região Norte do país. O plantio mais comum é próximo aos currais, e taludes de açudes, é uma planta agressiva, tolerante ao pastejo e ao pisoteio animal.
11 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula Cv Florakirk - Cynodon nlemfuensis Híbrido lançado pela Geórgia University em 1994 Características: perene, estolonífera e rizomatosa, nós e entrenós glabros, colmos com muitas folhas, ramificado, pode atingir até 70 cm de altura, é uma gramínea exigente em fertilidade.
Tolerância: moderada ao frio e ferrugem (lançamento pela Universidade da Flórida foi desenvolvida na Universidade da Geórgia) Produtividade: 14-16 t/MS/ha/ano, apresenta capacidade de suporte com elevadas taxas de lotação com elevado GPV animal.
Composição química: 11-12% PB coeficiente de digestibilidade entre 55 60%DIVMS maior do que a FLORICO - FLORONA.
Utilização: lançado para fenação, possui caule fino, boa persistência, produção de qualidade e resistência, pode ser usado em pastejo.
Manejo: entrada dos animais com 25-30 cm altura e retirada (saída) com 10 cm período de descanso médio 30 dias.
Consórcio: Amendoim forrageiro.
Cynodon nlemfuensis - Florona ou roxa e florico Florona
É uma cultivar perene estolonífera, não possui rizomas, apresenta hastes e folhas verde clara, inflorescência roxa.
Selecionado para altas produções de matéria seca MS com produção mais rápida que o cv. florico entretanto com menor coeficiente de digestibilidade, melhorado para adaptar-se ao clima frio da Flórida.
Florico
É proveniente do Quênia, África, foi liberado em 1989. É uma gramínea que não apresenta rizomas, toda arroxeada, sobretudo as inflorescências, alta produção de matéria seca MS, apresenta boa adaptação em solos tropicais, responde bem a doses elevadas de fertilizantes e ao manejo intensivo, é perene estolonífera, atinge em média de 50 - 60 cm de altura. Não tolera pastejo contínuo, é uma planta com maior indicação para fenação.
Tabela 4: Produção de MS e PB de Cynodon média 3 anos
Cultivar MS (kg/ha) PB (kg/ha)
Tifton 68 10740 1714
Florakirk 9850 1253
12 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula
Estrela 9796 1112
Coastcross 8069 1100 Cv. Callie - Cynodon dactylon (L.) Pers var. Aridus Origem: África, foi avaliado e lançado Sul EUA, no Brasil foi avaliado pela EMBRAPA (CNPC) sendo considerada uma alternativa ao semi-árido.
Características: planta perene, porte médio, atinge até 1 m altura, estolonífera e rizomatosa, folhas aveludadas ou glabras e inflorescências com 3 -7 espigas.
Exigência: precipitação superior a 600 mm, tolerante a seca, estolões crescem mesmo no período da seca, agressiva cobre bem o solo, apresenta bom valor nutricional, altamente palatável.
Utilização: pastejo e fenação.
Plantio: mudas com mais de 100 dias de idade espaçadas (1 x 1,5m).
Capim Elefante - Pennisetum purpureum Schum Nome comum: Elefante, Napier ou Capim-cana. O Napier é uma variedade, o nome dado de forma errada a quase todas variedades de forrageira.
Origem: África (Rodésia) no Brasil em 1920 a partir de mudas vindas de Cuba.
Exigências: alta em fertilidade de solo, e drenagem.
Utilização: apresenta boa palatabilidade, para ser empregada em pastejo ou forragem para corte e ou ensilagem. Para ensilagem recomenda-se utilizar aditivo rico em carbohidratos (cana, melaço, sorgo, milho) com alto teor de umidade, e baixo em carbohidratos. Recomenda-se a pré-secagem na melhoria da qualidade da silagem.
Características: é uma gramínea cespitosa, perene, rizomatosa, que pode atingir até 6m de altura, sendo comum altura média entre 3 - 4 m, recomenda-se o corte com altura média entre 1,3 m a 1,8 m, apresenta folhas largas e compridas, e colmos com até 20 entre - nós com boa resistência a planta.
Manejo: recomendado a entrada dos animais com 60-80 cm de altura e retirada (saída) a 30-40 cm, com período de ocupação entre 1 - 7 dias e período de descanso com plantas não desejáveis (PND).
Capacidade suporte: 3 - 8 U.A/ha nas águas e capacidade reduzida nas secas, crescimento paralisado e redução no teor protéico. Em pastejo rotacionado com utilização de fertilização permite elevação na Capacidade de Suporte.
Produtividade: de 20-40 t/MV/corte a 20cm do solo com altura das plantas entre 1,3 -1,5 m. Pode atingir produções de 180 t/MV/ha/ano em 4 - 5 cortes.
Tolerância: gramínea rústica, que suporta bem ao pisoteio, com tolerância moderada ao frio e fogo, sendo crestada na ocorrência de geadas.
13 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula Multiplicação: pela baixa produção sementes viáveis, a fração do colmo ou colmo inteiro. Quando o colmo fracionado deve apresentar de 3 a 5 gemas, e plantas acima de 100 dias, o plantio deve ser feito a 15-20 cm de profundidade e espaçamento de 0,5 a 1,0 m. O gasto médio de mudas é de 1:10, e as mudas se conservadas a sombra podem ser utilizadas por até 20 dias.
Variedades: mais recomendadas as de florescimento tardio ou baixo, colmos macios e tenros. Mineiro, Cameroon, Porto Rico, Wrukwona, Taiwan A-148, A-144, Elefante roxo.
Mercker, Gold coast, Niagara, Taiwans 143 e 241, Elefante anão (cv. Dwarf) As diferenças são pequenas entre variedades, diâmetro, dureza, porte colmo, comprimento época de florescimento, modificáveis em função manejo.
Composição química: 9% PB com 40 -55 dias e em idade maior entre 3-4% PB na MS.
Consorciação: dificultada em função do porte, alto pode ser empregado a Soja perene, Siratro e a Galactia.
Inflorescência: é uma panícula fechada cilíndrica compactas com média de 8-30 cm de comprimento e 1,5 a 3 cm de diâmetro com cerdas com coloração, esverdeada, amarelada, castanha e purpurescente.
Grupo Cameroon: forma touceiras densas, colmos grossos, com predominio de perfilhos na base, folhas mais largas, florescimento tardio ou não floresce.
Grupo Napier: Touceira mais abertas, com colmos mais finos, folhas mais estreitas, florescimento intemédiario (abril a maio) Napier, Mineirão, Gigante de Pinda e Taiwan 144, 146 e 148.
Grupo Mercker: plantas de menor porte, apresenta colmo fino, com folhas mais estreitas e numerosas, muita pilosidade e florescimento precoce (março a abril).
Grupo Anão: plantas de porte baixo (1,5m) com internódios curtos e alta relação folha:caule, variedade anã cv. Mott.
Razões de cultivo Facilidade de cultivo, Elevada produção MS, Bom Valor Nutritivo, Resistência a pragas e doenças, Boa Palatabilidade, Formação de capineira, Corte e fornecimento cocho,
14 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula Ensilagem: aditivos, Pastagens : rotacionado, CAPINEIRA A localização e o plantio deve ser realizada em terreno plano ou levemente inclinado, com boa drenagem, próximo ao local de fornecimento para otimizar a logística. A área de plantio deve ser destocada, arada e gradeada para facilitar o desenvolvimento das plantas, a manutenção e a utilização. O plantio deve ser iniciado no período das chuvas. As mudas devem ser de plantas com 3 -12 meses idade, sugere-se aparar as folhas para proporcionar maior brotação. As estacas com 2-3 nós, devem ser colocadas horizontalmente nos sulcos de plantio a 15 cm de profundidade. A relação de mudas por há é de 1 ha de mudas : para 10 ha de plantio. As mais utilizadas são: Cameroon, Mineiro e Pioneiro.
Capim Elefante Guaçu: é uma variedade semelhante ao Cameroon ou Napier, foi introduzido no Brasil em 1978, sendo o centro de origem a África , veio da Venezuela, trazido por pesquisadores do Instituto de Zootecnia atualmente (APTA).
O capim elefante Guaçú é uma planta que apresenta alta produção de massa de forragem, com produção média entre 25 a 80 t/MS/ha ano, em função da adubação, freqüência de corte e demais manejos (Pereira 1994).
Tabela 5: Produções de matéria seca do capim elefante, cv. Guaçú, em Nova Odessa e Brotas, em função das freqüências de corte.
Andrade et al., 2003 Capim Elefante Carajás (Ex. Paraíso): o melhoramento genético resultou em um híbrido do milheto (Pennisetum glaucum (L) R.Br) e o capim elefante (Pennisetum purpureum Schum)., Com uma combinação da qualidade do milheto com o potencial produtivo de matéria seca MS do capim elefante. O capim Elefante híbrido foi introduzido Brasil em 1995, pela Empresa Matsuda Sementes. O nome Paraíso foi uma homenagem ao Município São Sebastião do Paraíso onde o capim foi introduzido. A sobrevivência após o corte varia entre 88 a 100%, SCHANK et
15 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula al., (1989). Apresenta alta tolerância a temperaturas baixas (-18oC). è bastante tolerante a condição de estresse térmico.
Referencias bibliográficas AGUIAR, A P. A e DRUMOND, L. C. D. Pastagens Irrigadas. In: CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MANEJO DA PASTAGEM. Apostila. Uberaba:FAZU, 2001.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Regras para análise de sementes. Brasília :
SNDA, 365 p.1992.
EVANGELISTA, A.R.; ROCHA, G.P. Forragicultura. Lavras, UFLA/FAEPE, 1998.
FILGUEIRAS, T S, Africanas no Brasil: gramíneas introduzidas da África, Cadernos de Geociências, 1990, (p.57), Artigo HODGSON, J. Nomenclature and definitions in grazing studies. Grass and Forage Science v. 34, p. 11-18, 1979.
LAMBERS, H., CHAPIN, FSIII & PONS T. Plant Physiological Ecology. Springer Verlag. p. 352, 1998.
MOURA ZANINE, A.; MAURO SANTOS, E.; JESÚS FERREIRA, de D. Principais terminologias utilizadas em forragicultura e pastagem. Revista Electrónica de Veterinaria REDVET ®, ISSN 1695-7504, Vol. VII, no 03, Marzo/2006, PUPO, N.I.H. Manual de pastagens e forrageiras. Campinas: ICEA, 2000.
RADÜNZ, E. A estrutura de gramíneas do gênero Cynodon e o comportamento ingestivo de eqüinos. Dissertação. Curso de Pós-graduação em Ciências Veterinárias. UFPR. Curitiba. 48 p., 2005.
RAVEN, P.H., EVERT, R.F. & EICHHORN, S.E. Biologia Vegetal. 5 ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.1996 Terminology For Grazing Lands and Grazing Animals. Journal Production Agricultural, v. 5, n. 1, p. 191-201, 1992.
16 Forragicultura e Pastagens - IFMG/ Campus Bambuí - Notas de Aula

Autor: Eduardo Henrique Oliveira Lima


Artigos Relacionados


Gliricidia

Degradação Ruminal Da Massa Seca E Da Fibra Em Detergente Neutro De Genótipos De Cynodon Spp Em Diferentes Idades

Planta Forrageira?

Os Benefícios Da Cana-de-açúcar Transgênica

Projetos Agropecuários Bovinocultura De Leite

Faveleira

Aroeira