Gesto de carinho



Gesto de carinho
Toda vez que ele saia de casa para ir para o trabalho, beijava a face de sua esposa e também a de seus filhos. Desejava sempre que tivessem um bom dia e que este fosse proveitoso. Entrava no carro, ligava e não saia sem acenar para a mulher que fazia questão de acompanhá-lo até a porta.
No retorno, abraçava sua esposa e filhos, tinha sempre um comentário positivo mesmo que seu dia tivesse sido coberto por muitas encrencas e problemas a resolver. Apesar de cansado ele tentava desligar-se de sua rotina e se posicionar como alguém que volta ao lar e encontra todos bem. Questionava o filho como tinha sido seu dia e ameaçava, brincando, roubar a boneca da filha. Deixava sempre a sensação de que voltou definitivamente para casa.
Cenas assim a gente vê cada vez menos e cada vez mais se fazem necessárias. Pais que saem e chegam despercebidos pelos entes queridos, filhos que não conseguem chegar próximo aos pais e, num gesto natural, abraçar e saber que podem contar com alguém que lhes é seu porto seguro em qualquer situação.
O que será que leva a família a se portar assim? Será que os pais não tiveram esse tipo de tratamento em casa quando eram jovens e automaticamente transferem para o seu lar esta forma de lidar com os seus?
É interessante ouvir os pais dizendo, com firmeza nas palavras, que buscam dar aos filhos tudo aquilo que não puderam ter quando criança, mas, será que essa referência é apenas no campo material? Creio que se não tiveram um beijo na face ou um abraço de boas vindas de seu pai, deveriam buscar dar isso aos seus filhos.
A rotina, os problemas, a falta de atenção por parte dos superiores, as contas a pagar, o excesso de trabalho, enfim, tudo isso forma uma atmosfera pesada e preocupante, mas, não deveríamos ensinar nossos filhos a superar todos os obstáculos com a cabeça erguida? Não buscamos dar aos nossos filhos aquilo que não tivemos?
É difícil quebrar esse gelo quando não estamos acostumados, pois, nossos próprios familiares nos conhecem e mantém uma distância considerável de um beijo de olá ou de um até daqui a pouco. Mas essa manifestação de carinho tem de acontecer.
Num primeiro momento é um tanto estranho, mas depois que nos acostumamos a dar esse carinho, passamos a recebê-lo também de forma natural e essa vitamina é fundamental à vida.
Quando meu filhote chega em casa de seu dia, eu o abraço e beijo. Essa proximidade me dá a certeza de que ele está bem ou posso sentir se algo está errado. Da mesma forma minha esposa age assim e esse carinho nos torna fortes para enfrentar os obstáculos naturais da vida.
E você, mantém essa proximidade das pessoas que ama? Se a resposta é não, experimente começar e sinta como é bom ter sempre perto do coração as pessoas que nos fazem bem e que avivam nossa longa caminhada.
Quebre o gelo e transmita carinho. Todo mundo sai ganhando!
Um abraço a todos.
Estamos a bordo.


Autor: Clovis De Mello


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