Fibra na Alimentação de Coelhos



Segundo RETORE, 2009, nesta atividade, cerca de 70% dos custos de produção são representados pela alimentação, geralmente composta por feno de alfafa, milho e farelo de soja, o que resulta em alto custo do produto final. Este fato demonstra a importância de direcionar esforços científicos para o estudo de fontes alternativas ao uso de ingredientes tradicionais, reduzindo assim os custos de produção, porém, sem afetar a eficiência de conversão em produto comercial. Segundo Cheeke (1989), os coelhos podem ser criados com dietas constituídas por forragens e co-produtos agroindustriais, os quais são mais digestíveis para esta espécie do que para os suínos e aves, devido à sua capacidade intestinal, que lhes permite aproveitar com maior eficiência os nutrientes, transformando-os em carne de nobre qualidade.
De acordo com MACHADO, A maioria dos estudos objetivando avaliar as recomendações nutricionais e seus efeitos sobre o rendimento produtivo de coelhos, demonstram uma grande variabilidade na eficiência alimentar, a qual deve-se em grande parte às diferenças na qualidade das matérias-primas utilizadas para o balanceamento do trinômio proteína, energia e fibra dietética. Assim a inclusão de volumosos para atender a necessidade de fibra dietética, apresenta difícil padronização e possui efeito.
Desta forma, o coelho apresenta capacidade de se alimentar com considerável quantidade de produtos fibrosos, no entanto, é um animal pouco eficiente no uso da fibra como fonte de energia, sendo inferior, neste aspecto, aos ruminantes e aos eqüinos e, inclusive, aos suínos. Essas diferenças podem ser atribuídas mais ao conteúdo em complexos lignocelulósicos, que ao próprio teor de fibra da dieta. (GARCIA, 1997). A importância da fibra na nutrição dos coelhos não se limita, apenas, ao seu valor como suplemento nutritivo, mas também se relaciona com a regulação do trânsito da digesta e com a manutenção da integridade da mucosa intestinal (De BLAS et al., 1999). Assim, o papel da fibra parece ser o de estimular e facilitar o trânsito digestivo dos alimentos, principalmente por sua fração indigestível, papel que não pode ser substituído, satisfatoriamente, por substâncias inertes (De BLAS, 1992).
Embora a carne de coelho seja entendida como fonte alternativa de proteína animal para o homem (CHEEKE & PATTON, 1981) devido ao bom aproveitamento de alimentos fibrosos pela espécie (LEBAS, 1983), a sua comercialização não tem estado em evidência no Brasil. Uma solução possível seria diminuir o custo de produção da cunicultura utilizando alimentos mais baratos, não competitivos com o homem, disponíveis em quantidade e que se caracterizem como subprodutos do processamento agroindustrial.

1.DESENVOLVIMENTO

Segundo RETORE, 2009, a utilização de co-produtos agroindustriais na alimentação animal sempre foi uma realidade e a possibilidade de incorporação depende, entre vários fatores, da disponibilidade desse material, dos níveis empregados na produção animal, da competição com os outros produtos alternativos, da segurança de utilização, dos custos e, logicamente, do valor nutricional (MEJÍA, 1999). Considerando-se estes parâmetros, muitas pesquisas na área de nutrição animal têm sido direcionadas com o objetivo de avaliar fontes alimentares alternativas, visando, principalmente, o conhecimento de seu valor nutritivo e a otimização do seu uso nas dietas animais.
O coelho possui ceco funcional e, também uma flora ativa o que resulta em sua capacidade relativamente alta, quando comparada à de aves e suínos, em aproveitar os alimentos grosseiros. Esta capacidade, no entanto, não se equipara à dos ruminantes, como demonstrado por CRAMPTON et al., (1940), HAWKINS (1957), PROTO (1963 a,b) e INGALLS et al., (1965).
De acordo com ARRUDA et al. (2003b), os coelhos estão adaptados ao consumo de alimentos fibrosos, especialmente pelo fato de os constituintes menos digestíveis da parede celular poderem também concorrer para manutenção do funcionamento normal do trato digestório.
A nutrição cunícula conta com grande variedade de co-produtos oriundos do
processamento de fontes vegetais (óleos, cereais e frutas) que estão disponíveis no mercado sob a forma de farelos, tortas e cascas. Muitos deles apresentam em sua composição, além da fibra dietética, elevados teores de proteína e energia. Segundo a EMBRAPA (2002), a América Latina produz mais de 500 milhões de toneladas de co-produtos agroindustriais por ano, sendo o Brasil responsável por mais da metade desta produção. No entanto, a principal barreira encontrada no uso desses ingredientes é a deficiente informação dos valores nutritivos que essas matérias-primas apresentam (FERREIRA, 1989).
Assim, antes de incluir alimentos alternativos na dieta de coelhos, torna-se necessário o desenvolvimento de análises mais detalhadas de seus componentes a fim de se evitar distúrbios nutricionais, consequentemente, garantindo o máximo desempenho e saúde dos animais.



2.CONSIDERAÇÕES FINAIS


A fibra por ser um importante componente na fisiologia digestiva do coelho, é, portanto, necessária para melhorar o trânsito do trato ? gastrointestinal deste animal. Desta forma, diversificar as fontes alternativas de fibra que possam suprir todas as exigências nutricionais que o animal requer para sua alimentação.



3.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Caracterização da fibra de Co-Produtos agroindustriais e sua avaliação nutricional para coelhos em crescimento. Disponível em: . Acesso em: 27/03/2011.

Bagaço De Cana-De-Açúcar Hidrolisado para Coelhos em Crescimento. ZANATO, Joseli Alves Ferreira. Dissertação de Mestrado.

FERREIRA, Walter Motta, FERREIRA, S. R. A., EULER, A. C. C. et al. Avanços na nutrição e alimentação de coelhos no Brasil In: ZOOTEC 2006, 2006, Recife. Anais das palestras do ZOOTEC 2006. , 2006.

MACHADO, L. C., FERREIRA, Walter Motta, OLIVEIRA, C. E. A., EULER, A. C. C. Feno de Tifton 85 (Cynodon ssp.) para Coelhos em Crescimento: Digestibilidade e desempenho.Veterinária e Zootecnia. , v.17, p.113 - 122, 2010.

HERRERA, Alexandra del Pilar Naranjo, Santiago, Genário Sobreira et al. Importância da fibra na nutrição de coelhos. Ciência Rural, Santa Maria, v.31, n.3, p.557-561, 2001.

FERREIRA, Mauro, MACHADO, L. C., Potencialidade da utilização das frações do processamento da rama de mandioca obtida a partir de plantio adensado para Coelhos. ABZ; ZOOTEC, 2009.
MACHADO, L. C, FERREIRA,W,M., Uso de dietas simplificadas com base em forragem na alimentação de coelhos.Universidade Federal de Minas Gerais.Escola de Veterinária,
Autor: Eduardo Henrique Oliveira Lima


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