A Organização do Espaço Mundial
Ronaldo Cardoso da Silva1
Valdicélia Rodrigues dos Santos Cruz2
RESUMO
O capitalismo nos últimos anos se fixou no âmbito da grande maioria das nações civilizadas do mundo, notadamente hoje, através da sua face mais debatida: o neoliberalismo econômico. O que se propõe ao ressaltar esse processo de exploração e acumulação do modo de produção capitalista baseia-se na preocupação das desigualdades, resultantes do processo de diferenciação entre acumuladores e expropriados. Essa nova ordem mundial compõe uma ideologia de quebrar barreiras impostas pelas fronteiras, fala-se na verdade, da ação dos diversos grupos empresariais hegemônicos que transpõem os limites físicos e políticos mundiais. Sendo preciso combater as facetas do capital sobre a educação, visto que nenhum país terá desenvolvimento econômico se não elevar a importância do conhecimento no mundo moderno. Pois, a crítica, criatividade e a inovação, é um excelente instrumento de ampliação da cidadania entre os povos, posto que se revela oportunidade de desenvolvimento humano sustentado servindo para gerar ao mesmo tempo superação.
Palavras-Chave: Capitalismo, Conhecimento, Desigualdade, Exploração, Ideologia e Superação.
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1-Pedagogo [email protected]
2-Assistente Social ? [email protected]
O capitalismo nos últimos anos se fixou no âmbito da grande maioria das nações civilizadas do mundo, notadamente hoje, através da sua face mais debatida: o neoliberalismo econômico.
Na história evolutiva do capitalismo percebe-se que suas diversas crises como a recente crise econômica mundial refletiram-se na economia dos diversos países do mundo.
O consumismo exagerado, a valorização das instituições e organizações transnacionais aliadas à intensa competição econômica internacional resultante da denominada globalização, ou seja, da mundialização do capital, deram origem a diversos tipos de exploração econômica, política e militar.
O que se propõe ao ressaltar sobre exploração e acumulação do modo de produção capitalista que baseia-se na prepertuação das desigualdades, resultantes do processo de diferenciação entre acumuladores e expropriados. Metodologicamente foi utilizada uma pesquisa bibliográfica para falar sobre o assunto.
Essa nova ordem mundial compõe uma ideologia de quebrar barreiras impostas pelas fronteiras, fala-se na verdade, da ação dos diversos grupos empresariais hegemônicos que transpõem os limites físicos e políticos mundiais. Surgem redes de ação instantâneas que emanam das relações econômicas estabelecidas nas diversas partes da superfície terrestre.
O estágio contemporâneo ou tardio do capitalismo caracteriza-se pela expansão da produção instantânea de mercadorias via desenvolvimento tecnológico, resultando ao mesmo tempo em superprodução e em diminuição da força de trabalho empregada na indústria. A exclusão social é o resultado da dominação capitalista que representa a divisão de classes e soberania dos mais afortunados, afirmados na mundialização econômica multifacetada.
A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL
Na visão Marxista, o modelo capitalista de produção produz riquezas e acumula o capital nas mãos dos donos dos meios de produção (terra, máquinas, dinheiro etc.). Cabendo aos trabalhadores, venderem seu único meio de produção que é a sua força de trabalho (física ou intelectual). Esse modo de produção determina a estrutura econômica e social como um dos fatores mais expressivos para definir a ocupação dos espaços.
Os planos políticos e ideológicos baseados no liberalismo e neoliberalismo refletem sobre a evolução do capitalismo hegemônico. Conforme Milton Santos:
A formação socioeconômica é realmente uma totalidade. Não obstante, quando sua evolução é governada diretamente de fora, sem a participação do povo envolvido, a estrutura prevalece ? uma armação na qual as ações se localizam ? não é da nação, mas sim a estrutura global do sistema capitalista. As formas introduzidas deste modo servem ao modo de produção dominante em vez de servir à formação socioeconômica local e às suas necessidades específicas. Trata-se de uma totalidade doente, perversa e prejudicial. (SANTOS, 2003, apud MORAIS, 2007, p. 185)
A doença social, portanto, é surgida das intenções dos planos liberais e neoliberais, verdadeiros carros chefes da nova ordem mundial baseada na globalização. Este cerne ideológico que visa a dominação consentida dos trabalhadores, através da operação de identificar o interesse da classe dominante (a manutenção da ordem social vigente) com o interesse da sociedade como um todo:
O capital pode tomar a forma de dinheiro ou de crédito para a compra da força de trabalho e dos materiais necessários a produção, a forma de maquinaria física (capital em sentido estrito), ou, finalmente, a forma de estoques de bens acabados ou de trabalho em processo. Qualquer que seja a sua forma, é a propriedade privada do capital nas mãos de uma classe, a classe dos capitalistas, com a exclusão do restante da população, que constitui a característica básica do capitalismo como modo de produção. (BOTTOMORE, 1988, apud MORAIS, 2007, p.51)
Assim, o neoliberalismo não consegue reconstruir o ambiente do mercado, acaba sendo resumido em um neologismo do Estado de bem-estar, gerando um Estado de concentração de capital, de renda e o prolongamento insustentável do endividamento para financiar o consumo.
Os trabalhadores sem opção de um emprego estável e formal deslocam-se da indústria para os serviços, dando origem aos fenômenos conhecidos como terceirização, decorrente da automação:
A crise do capitalismo desemboca, na verdade, em uma crise de amplitude maior ainda: tornou-se insustentável, também, a manutenção do simples crescimento do consumo e, evidentemente, da produção, pela exaustão dos recursos naturais, o que coloca em xeque já não somente o capitalismo, senão a própria reprodução ampliada. (MORAES, 2007, p. 182)
Existe um paradoxo em que o Brasil nos últimos anos ampliou sua posição no cenário econômico mundial, além de construir excelentes reservas cambiais que já ultrapassam U$ 250 bilhões de dólares. Porém, esse mesmo neoliberalismo infelizmente, não conseguiu afirmar o mesmo em relação aos investimentos sociais, pois, isso foge ao ideário da doutrina neoliberal.
O mundo globalizado e sua economia estão pautados sob o jugo do sistema econômico capitalista que tem como estrutura as economias dos países que compõem o G8, ou seja, o Grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia. Porém, essa hegemonia depende muito da relação desses países ricos com países em desenvolvimento como o Brasil.
Essa nova posição de países como o Brasil, México, Argentina, África do Sul e Índia, serve para contestar que a pobreza nessas regiões é decorrente dos próprios problemas e não em função de relações econômicas e históricas desiguais, ou da exploração de um país economicamente mais forte sobre outro mais fraco.
A filosofia capitalista é tão perversa que segrega as mulheres pela renda em relação aos ganhos da população masculina. Separa os alunos filhos dos proletariados de acordo com os interesses de manipulação pela formação desenhada na matriz curricular das escolas. Há uma exclusão ao acesso à universidade pública, principalmente aos cursos mais concorridos. Não esquecendo que é enorme a dívida social do Estado Brasileiro com a população de adultos e jovens que não tiveram acesso, igualdade de condições de permanecerem na escola. Tais, elementos abordam uma visão excludente proporcionada pelo sistema capitalista à educação e conseqüentemente a toda população. Para Costa (2009, p.75): "Na perspectiva da análise das chamadas populações mais vulneráveis, ou seja, aquelas que mais sofrem na sociedade de nossos dias, tomam uma dimensão muito forte, quando em uma delas sempre existe um grupo social marginalizado..."
O êxodo populacional é outro produto da fúria capitalista que conserva o individualismo, consumismo e a busca melhores oportunidades educacionais. Sem dúvida esse processo migratório brasileiro tem sua própria história baseada nas disparidades regionais, desenvolvimento contraditório entre a urbanização desorganizada e a falta de planejamento estratégico.
Enquanto esse país não levar a sério a educação para formação da população e o posterior desenvolvimento econômico e social, não conseguiremos avançar, visto que a ascensão de um povo se faz pelo acesso, também pela inclusão:
Assim, tomando como exemplo outros países desenvolvidos nos quais a educação representa o principal investimento na oportunidade de desenvolvimento humano sustentado, é que se nota como no mundo moderno o capital intelectual é fator decisivo no desenvolvimento das nações e serve como instrumento primordial da cidadania além de estratégia de desenvolvimento econômico. (COSTA, 2007, p.40)
Porém, a educação brasileira precisa ser reformulada, não é pretenso para uma nação manter uma educação excludente, Conforme Costa (2007, p.41):
Esse tipo de proposta educacional comum em economias capitalistas atrasadas se revela perversa. Esse modelo não proporciona as oportunidades de desenvolvimento humano sustentado e desenvolvimento econômico que esses países necessitam, porque está baseada na ignorância submissa, na exclusão da cidadania e no privilégio de alguns poucos.
Portanto, é preciso combater as facetas do capital sobre a educação, visto que nenhum país terá desenvolvimento econômico se não elevar a importância do conhecimento no mundo moderno. Pois, a crítica, criatividade e a inovação, é um excelente instrumento de ampliação da cidadania entre os povos, posto que se revela oportunidade de desenvolvimento humano sustentado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produtividade do capital físico, do trabalho e do capital humano é um derivado do conhecimento enquanto instrumento de desenvolvimento das nações. A educação construída para a inclusão e a acomodação de todos, edificará os pilares de qualquer povo. Sendo, necessário apenas que estude.
A população constrói seu desenvolvimento e capital a partir da real compreensão da sua própria realidade. Sendo prioritária a elevação dos índices de investimentos na educação e qualificação da força de trabalho.
O novo capitalismo e sua doutrina neoliberal exigem diversas habilidades e conhecimentos adquiridos ao longo da escola formal e informal. As escolas cabem associassem e compartilhar o conhecimento a partir das trocas idéias.
Quando o Brasil parar de exterminar culturalmente suas crianças e jovens teremos a certeza de que os males da educação serão solucionados. Reconstruindo a qualidade do ensino e emancipando através da valorização da cidadania.
A transmissão do saber não se propõe a transmitir um simples conhecimento qualquer, mas daquele que se propõe a desenvolver uma massa crítica capaz de pensar na realidade do país.
Um capital intelectual deve servir para gerar ao mesmo tempo inovação, criticidade e desenvolvimento humano voltado para o desenvolvimento econômico de um país.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, José Eloízio da. Geografia da população. São Cristovão: Universidade Federal de Sergipe. CESAD, 2007.
GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de monografia, dissertação e tese. ? São Paulo: Avercamp, 2004.
MORAES, Maria Ângela Barros. Organização do espaço mundial. São Cristovão: Universidade Federal de Sergipe. CESAD, 2007.
Autor: Ronaldo Cardoso Da Silva
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