Vinte E Poucos Anos
VINTE E POUCOS ANOS
Uma
carta assinada sobre a mesa da sala
Procura
explicar o que ninguém consegue entender.
Papéis
virtuais amontoados mostram palavras
Que
sempre fizeram sentido em meio a falta de percepções.
Nem
tudo é fácil de entender
E
todos, em algum momento, submergem em seus egoísmos.
Não
há explicação pra tudo o que acontece
E
todos, em algum momento, julgarão alguém.
Ela
gostaria apenas de compreender algumas coisas,
De
se sentir compreendida em outras,
De
perceber que o mundo não é apenas o que sente
Mas
o que faltou sonhar.
O
que a gente quer a gente não faz
Qualquer
transformação parece ser mera encenação.
E
não se curar do que passou resulta em remédios
E em
tratamentos vãos.
Ninguém
afasta o anjo triste quando ele chega.
Ninguém
entende quando alguma dor aparece.
Há
pouco tempo atrás ela se trancou no quarto por vários dias,
Não
entendia porque a vida funcionava assim.
Das
vezes que as lágrimas foram suas companhias
Não
houve alguém que a pudesse ouvir
E a
dor de sentir o que o mundo produz
Confundiu
a lógica de sua compreensão.
Tão
abstrato quanto desaparecer
É
não perceber que ao lado pode ter alguém
Com
algum sentimento
Que provavelmente
você recriminaria.
Tanto
tempo perdido com inúteis satisfações.
A
conduta moral do mundo é tão hipócrita
Quanto
a cerne de cada ser humano,
Onde
todos se configuram com alguma máscara.
Ela
não vai voltar
E
cada momento que se foi... se perdeu.
Talvez
alguém entenda agora,
Mas
agora tanto faz.
Ela
tinha vinte e poucos anos.
Riva Moutinho 26/06/2008
Autor: Riva Moutinho
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