Relatório de Estágio Educação Infantil.




UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
CURSO DE PEDAGOGIA




JAKSON QUEIROZ RAMOS



Vivências e Contextos: (re) construindo uma prática reflexiva









Itabuna, 06/2011

JAKSON QUEIROZ RAMOS



Vivências e Contextos: (re) construindo uma prática reflexiva

















06/2011



























AGRADECIMENTOS

... A Deus, a minha família, os meus professores queridos, aos meus companheiros de turma e alguns amigos especiais, por terem apoiado e acreditado em meu potencial a alcançar mais este objetivo em minha vida.
























Sumário

1NTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------------1
2EM CADA PÁGINA UM PEDAÇO DA HISTÓRIA----------------------------5
3OBSERVAR PARA CONHECER-------------------------------------------------5
4MUDANÇAS PROVOCADAS PELA OBSERVAÇÃO----------------------9
5ROTINA DAS CRIANÇAS---------------------------------------------------------12
6TORNANDO POSSÍVEL A APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS------14
7PARECER DO ESTÁGIO---------------------------------------------------------17
8REFERÊNCIAS----------------------------------------------------------------------26
9ANEXOS


























Introdução
O presente estágio de docência na Educação Infantil tem como objetivo, fazer uma reflexão das vivencias e diversos tipos de contextos, dentro do cotidiano e dos bastidores da Educação Infantil, propondo assim uma (re) reconstrução e assim contrastar os equívocos e avanços apontados dentro da práxis escolar.
Segundo Paulo Freire (1996), "é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática."
Uma visão critica não só da prática, mas também do investimento relativo a está mesma prática é que eu proponho que seja comparado, pois é dentro de uma sala com diversos tipos de possibilidades de prática que fará com que o docente desconstrua e refaça suas vivencias relativas à mesma dentro do âmbito escolar. Partindo do pré suposto que não se faz Educação sem investimento, podemos entender as causas de tantos docentes continuarem tendo uma visão vertical da prática, reflexão, proposta dentro das escolas.
A Educação Infantil, atualmente, adquiriu nova dimensão, com a implantação do Ensino Fundamental de nove anos, com as crianças chegando à escola na idade de 0 a 05 anos, e também se alfabetizando cada vez mais cedo. No entanto a evasão escolar se contrapõe, fazendo com que as crianças que abandonam a Educação Infantil, por causa dos mais diversos motivos como mudança de Estado ou cidades dos pais, falta de tempo para levar e trazer das escolas, enfermidades, condução etc. Tudo isso atrapalha o desenvolvimento, cognitivo, psicomotor e social das crianças. Isso ocorre por que trazemos impregnado em nossa cultura resquícios do cotidiano vivido e não modificado da Europa desde o século XVIII e XIX.
"Na Europa com a Revolução Industrial, a sociedade agrário-mercantil transforma-se em urbano-manufatureira, num cenário de conflitos, onde as crianças eram vitimas de pobreza, abandono e maus-tratos, com grande índice de mortalidade. Aos poucos o atendimento às crianças torna-se mais formal, como resposta a essa situação, foram surgindo instituições para o atendimento de crianças desfavorecidas ou crianças cujos pais trabalhavam nas fábricas" (OLIVEIRA, 2002).
Com está idéia de outrora, a Educação básica, ou seja, as instituições que foram criadas a principio eram para o simples cuidar, para que os pais trabalhassem fora, contudo observando o comportamento dos pais e familiares das crianças que freqüentam Pré-Escolas e creches elas continuam com o pensamento que ainda não foi transformado modificado acerca da idéia de que a criança não é uma tabula rasa (PIAGET, 19820). Essa concepção pode ser observada nos discursos que os pais ou de quem tenha a tutela da criança discorre quando apontam que estão matriculando as mesmas porque precisam trabalhar e não tem com quem deixar, ou mesmo por estarem cansados do cuidar cotidiano da criança em seus lares, então as colocam nas Instituições Infantil a fim de que fiquem durante o tempo em que elas podem descansar. Na realidade só começaremos a mudar, reformular esses pensamentos quando os pais e tutores começarem a entender que a Educação Infantil é um direito da Criança e que é de fundamental importância para o seu raciocínio lógico, motor e cognitivo.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil, no seu Art.5° apontam que a Educação Infantil, primeira Etapa da Educação Básica, é oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a cinco anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social.
Como afirma o Art. 5° acima citado, que chama atenção para as instituições que EDUCAM e cuidam, ou seja, a primeira função é educar, partindo deste pré suposto podemos entender que a Educação Básica está suprimindo o educar e a ênfase está maior no cuidar. Ainda porque o nosso país investe milhões e bilhões em construção e estádios de futebol, por exemplo, e nem chegamos a 1/3 deste investimento nas escolas e creches.
Sendo assim, necessitamos também de uma Educação para a paz que comece já na primeira infância. A Educação Infantil torna-se, então, uma etapa imprescindível para a aprendizagem de valores, incluindo valores de acordo com uma cultura de paz, como o respeito, a cooperação, a igualdade, a ternura, autonomia, justiça e a solução de conflitos de forma pacífica, e também um espaço para brincar e ser feliz.
Essa etapa educativa tão importante e marcante na vida de nossas crianças exige que seja atendida por profissionais com a devida formação, instrumentalização e paixão pelo trabalho que realizam, pois entendemos que não se faz educação sem investimento capital e humano.







Uma Educação Consistente se Faz com Respeito e Seriedade.
Jakson Queiroz Ramos


Em cada página um pedaço da história.
O CAIC - Centro de Atenção Integral à Criança - Jorge Amado é uma escola com capacidade para atender mais de 1.500 estudantes. Foi inaugurado em 29 de setembro de 1996.
Seu projeto original nasceu de um programa financiado, na época, pelo Governo Federal. Possui 30 salas de aula. Atualmente, divide-se em duas partes principais: O Prédio Principal e o Anexo. No Prédio principal, oferece-se todos os cursos do Ensino Fundamental organizados na modalidade Ciclos de Desenvolvimento Humano, e também as Oficinas do Programa "Mais Educação" (manhã e tarde). Neste mesmo prédio, oferecem-se, no turno noturno, cursos específicos voltados para Educação de Jovens e Adultos, também em nível de Ensino Fundamental. No Anexo (também conhecido como Prédio de Cima), oferecem-se os cursos nas modalidades Creche (tempo integral, para crianças com idade entre um ano e meio e três anos) e Pré-Escola (para crianças com idade entre 4 e 5 anos), este anexo conta com 04 salas de pré-escola, sendo duas para educando de 04 anos e 02 para os educando de 05 anos.
Espaço do pátio onde as crianças brincam durante o recreio.
A creche atende em tempo integral, das 07h30min às 17h, oferecendo 04 refeições diárias, a pré-escola atende no horário matutino das 7:30 as 11:30 e vespertino das 13h às 17h oferecendo um lanche em cada turno.
O CAIC Jorge Amado, está situado no caminho 06, sem número no bairro Parque Habitacional URBIS II, bairro Jardim Primavera é, considerado atualmente, uma das melhores escolas de Ensino Fundamental da Rede Pública de Itabuna. Está vinculado à Rede Municipal de Educação. Possui quadra poliesportiva, auditório, anfiteatro, estúdio de rádio, laboratórios de aprendizagem, laboratório de informática, lan-house, espaços para recreação, refeitório, sala de vídeo e a Biblioteca Valdelice Soares Pinheiro, sob a Coordenação da Profª Zélia Posidônio. Apesar do CAIC contar com uma infra- estrutura ampla, bem arejada e de boas dimensões, ainda faltam em seus aspectos diversas manutenções de caráter urgente, como carpina de área externa onde se encontra o parque infantil, e áreas de extensão de salas de aula.
Dentro do CAIC, atua uma equipe composta pelo diretor, três vice-diretoras, cerca de 61 professores, 13 coordenadores pedagógicos e 38 funcionários, além de estagiários, monitores de ensino e voluntários diversos.
Observar para conhecer.
Chegando ao colégio CAIC, fui bem recepcionado pela coordenadora Mariegna e pelos demais funcionários e professores que encontrei quando adentrei na escola pela primeira vez. Este dia foi marcado por um sentimento de ansiedade muito grande, pois mesmo já estando atuando em sala de aula era uma experiência nova e que eu não sabia como seria.
A tarde foi inteirinha de chuva e por conta disto faltaram muitos estudantes, só contamos com sete dos dezoito educando que compõe a turma. Foi proposta nesta aula que se juntasse as duas turmas de pré-escola de 04 anos para ensaiar uma apresentação que aconteceria nos dias das mães.
Depois do ensaio os estudantes fizeram uma dinâmica proposta pela professora, onde os mesmo pegavam os seus nomes respectivos escritos no chão, numa cartolina, depois que conseguiam encontrar os nomes, percorriam com o dedinho conhecendo o desenho e o traçado da letra. Em seguida a professora começou a trabalhar números, os educando já conheciam os números 1,2,3 e hoje foi apresentado o numeral 04, a professora fez uso do recurso giz e do quadro negro onde cada educando vinham a tentar fazer os traçados, neste dia pude observar os primeiros traçados, rabiscos, garatujas pela primeira vez.
Nas fotos acima uma atividade que fiz, para reconhecimento dos nomes.
O ponto forte desta primeira observação na sala de aula é que não pude observar de uma maneira evidente uma rotina a ser seguida pela professora regente.
No meu segundo dia junto com a turma da professora Ana Isa, regente da turma vespertina da pré-escola, foi bem envolvente, pois adentrei a sala de aula, onde estava acontecendo acolhida com brinquedos variados, isso durou 10 minutos mais ou menos, logo depois a professora fez uma oração do Santo Anjo, logo após as crianças agradeceram a Jesus pelas diversas coisas como o sol a vida etc. Também foi cantada a musica borboletinha e uma minhoquinha faz ginastiquinha.
Compareceram 08 meninas e cinco meninos, a professora aproveitou a contagem das crianças para fazer uma revisão dos números que ela começou ensinar ontem, relembrando o numero 4.
Considerando que estamos trabalhando a semana da mãe, a professora trabalhou a letra M, perguntando as crianças as crianças quais palavras começam com a letra M. Dando seqüência a professora fez a dinâmica dos nomes no chão, para que o educando comece a conhecer e identificar seu próprio nome, neste momento também foi abordado o nome da escola, o dia do mês e o ano, fazendo perguntas e deixando as crianças responderem. Encerrou a aula com o ensaio do coral com a musica mãe, para homenageá-la no café que será oferecido na sexta dia 06 de maio.
Neste segundo dia pude observar mais uma vez que a professora não segue uma seqüência didática ou rotina, ou plano de aula no cotidiano escolar.
O terceiro dia em que observei a turma da professora Ana, comecei entrosar com a turma, ajudando a mesma em algumas atividades. Na acolhida foi proposto que eu fizesse a oração com as crianças, e pude também fazer as perguntas rotineiras que são propostas a elas todos os dias, tais como que dia é hoje? Que dia foi ontem? Quem almoçou? Quem comeu feijão etc. Segundo a regente toda quarta feira é oferecido um filme para os educando. O filme de hoje foi o Dia das Mães da turma da Mônica, dando seqüência às atividades da semana das mães.
Continuando as atividades do dia foi mostrado para as crianças pela professora que o dia de quarta representa o numero 04 e que é o mesmo da idade deles, 4 anos.
Compareceram na aula de hoje 05 meninos e 05 meninas. Ao terminar o filme, as crianças fizeram um cartaz, colocando a marca da mão com tinta no papel metro, significando o cartaz de mãos dadas com você eu vou seguindo meu caminho.
O contato direto com as crianças mesmo com a presença ainda direta da professora fez com que eu estivesse mais segurança, hoje eu pude perceber que conseguiria ter o domínio da turma, pois conseguir o controle, respeito e confiança eram o que mais queria conseguir como objetivo meu com eles.
O acolhimento foi feito mais uma vez pela professora Ana no meu quarto dia de observação e co-participação, onde ela fez a oração do Pai nosso com as crianças. Pude perceber os educando distraídos no dia de hoje, compareceram 07 meninas e 04 meninos.
Nesta aula uma nutricionista estagiaria fez uma atividade com as crianças, falando de higiene, ela propôs que as crianças cantassem a música o sapo não lava o pé, depois estimou as crianças a falarem de sua própria higienização, como escovar os dentes, lavar os pés, o asseio corporal em si. Mesmo depois da música as crianças continuavam sem muito animo para a atividade proposta.
No meu quinto dia de observação, fiz uma participação junto com a professora Ana, eu propus que acolhida fosse feita com a música aquarela de Toquinho, onde as crianças não conheciam a letra da música, contudo não desanimei, pois a professora falou que elas não conhecem músicas assim porque é muito grande. Contudo continuei insistindo na música porque acredito que se for constante elas começarão a identificar o som a letra e interagiriam com a música proposta.
Não me esqueço dos apontamentos nas aulas da disciplina Arte e Educação acerca de música, quando a professora Juliana apontava justamente para que se oferecesse até musica clássica e se não oferecer como conheceriam então?
Em seguida ofereci a música Silêncio, para fazer a oração do Pai Nosso, logo depois propus uma rodinha de conversas para trabalhar identidade com a música a canoa virou, observando o nome deles nas cadeirinhas. Dando seqüência contei a história da bicicletinha. Compareceram neste dia 07 meninas e 04 meninos.
Mudanças provocadas pela observação.
Durante toda semana, desde o primeiro dia que comecei minha observação, pude realmente perceber alguns pontos fundamentais, que deixamos muitas vezes passar despercebido, pois o consideramos banal, relativo ou secundário. Sabendo-se, por exemplo, que uma rotina é importante, nesta primeira semana pude ver com clareza o porquê de ela ser considerada fundamental, levando em consideração que a regente não fazia uso da mesma, já sinalizava Froebel, em E o Primeiro Jardim de Infância, que "no trabalho pedagógico desenvolvido nos Jardins de Infância, apesar dos dons representarem a atividade central, havia atividades manuais que complementavam estas ocupações, como atividades que envolviam as continhas, entrelaçamento, dobradura, modelagem, tecido, picado, desenho, mosaico, tecelagem, botões, costura, alinhavo. O objetivo destas atividades era levar a criança a adquirir destreza e desenvolver forças e aptidões."
Eu tive o cuidado de tentar perceber a rotina cotidiana, em relação às atividades que se desenvolviam durante as aulas, não queria que chocasse com a rotina da professora, contudo para meu espanto modifiquei o cotidiano da sala de aula de maneira que envolvi as crianças a não perceber estas mudanças.
O meu primeiro passo foi fazer e seguir minha rotina, entrelaçando com meu plano de aula, fazendo com que o que planejei na rotina estivesse um objetivo a ser alcançado em todas as aulas.

Nas fotos acima, algumas mudanças que proporcionei na acolhida.
O que mais me espantou é que não ouve resistência da turma com minha rotina, isso fez com que eu observasse que a rotina estabelecida pela professora não estava sendo automático como se espera, ou seja, as crianças não têm as atividades do que fazer estabelecidas no seu dia-a-dia.
Então dividi minha rotina em 06 momentos distintos, eram eles:
Chegada-(acolhida, oração, calendário, conversa informal).
Atividade Permanente.
Lanche-(recreio)
Projeto da Escola.
Atividade Seqüenciada.
Saída.

Mudanças na acolhida das crianças.
Com isso eu tive o cuidado de na minha segunda semana já na regência de perguntar sempre a turminha o que vinha logo após uma atividade para perceber se estava sendo implantada esta rotina da maneira que eu havia determinado no meu objetivo. Ex: Perguntava o que nos vamos fazer depois que acabamos de guardar os brinquedos? E eles respondiam. Vamos falar com Papai do céu.
Também tive o cuidado de está sempre mostrando as crianças que elas eram responsáveis pela limpeza da sala, ou seja, se sujamos, devemos limpar, também como citei a cima, os brinquedos eram guardados pela professora e com a minha chegada trabalhamos para que eles mesmos os fizessem.
Na verdade o que eu queria ouvir no meu intimo deles era assim: Não tio agora é hora de tal coisa, por exemplo, quando eu determinava uma atividade que eles não faziam naquele momento.
Com a minha chegada mudaram muitas coisas desde o tempo para brincar, como as atividades que eram propostas no cotidiano das crianças. No meu primeiro dialogo com a professora regente, pude perceber nas falas dela que ainda tem uma postura tradicional na sua práxis, pois em uma das atividades em que ela desenvolvia eu a observava e ela me confessou que adotava esta postura em algumas atividades, mas que, porém a coordenadora Mariegna condenava este tipo de postura, segundo ela a prática tradicional bloqueia e não dá o desenvolvimento cognitivo, social e motor, que se espera dentro de uma postura construtivista.
Ainda analisando a práxis adotada com a professora Ana e observando a que eu adotei, mais uma vez volta a me perguntar até que ponto o investimento público pode influenciar na rotina de uma escola? Pois no momento considero-me numa posição privilegiada, pois estou fazendo um estágio onde tenho que observar vários aspectos dentro do ambiente escolar. Contudo meu estágio é de 27 dias, onde eu preparei minhas aulas com recursos próprios. E o professor que tem os 200 dias letivos em sala de aula? Sem investimento, com pouco recurso e ainda tendo que economizar aquilo que às vezes nem a escola providenciou.
A consultora em Educação Regina de Assis, relatora das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil, costuma dizer que o investimento feito na criança de até 06 anos gera lucro para o país porque previne a reprovação e a evasão e resulta na formação de cidadãos mais éticos.
Isso comprova que a falta de investimento na educação infantil, pode muitas vezes desmotivar a práxis de um professor, pois o mesmo não tem atividades diversificadas que preencham todo o horário do dia escolar, fazendo com o que o mesmo adote uma postura tradicional, onde os recursos a serem usados serão os mínimos possíveis, ou seja, na sua maioria giz e quadro negro. E mais uma vez, volto a afirmar, que não se faz Educação sem investimento.
Rotina das Crianças.
A turma da pré-escola 2B vespertino instruída pela professora Ana Isa é composta por 18 crianças, 10 meninas e 08 meninos com idades de 04 anos sendo que a maioria das crianças já participou do convívio escolar.
Eu conheci a maioria dos pais que se apresentavam na escola ao levarem seus filhos, sendo estes deixados na porta da sala, ou ainda alguns que adentrava a mesma.
A adaptação das crianças foi muito boa, com exceção de Jonathan que chegou à semana final do meu estágio. O mesmo no primeiro dia chorou muito, talvez por sentir insegurança acredito, por ter sido sua primeira experiência escolar. Apesar de Jonathan ter sido inserido na pré- escola quase no meio do ano, pude perceber nos primeiros dias comigo que o mesmo soletrava as letras do seu nome e já contava até 15, ensinados pelos seus pais.
As crianças na sua maioria conversavam naturalmente e relatavam fatos. Em destaque eu chamo atenção para a música borboletinha que é a que mais gostavam.
A maioria compreende e obedecem as normas e acordos que fazíamos durante o cotidiano na sala de aula. No entanto a criança está numa fase que o brincar é muito mais importante do que qualquer rotina que for apresentada a mesma.
A turma conversa muito usando um timbre de voz alto, para expressar suas vontades, sentimentos e insatisfações.
As crianças demonstram grande interesse por jogos (principalmente por aqueles de encaixe) modelagem com massinha, histórias etc.
Seguindo este diagnostico que fiz na minha observação, preparei uma rotina que não cansasse as crianças, pois já tinha percebido que as mesmas não prenderiam sua atenção numa mesma atividade por mais que 20 ou 30min.
Sendo assim minha rotina foi desenvolvida em seis momentos fixos como já relatei e subdividido em varias atividades, que me proporcionasse alcançar este objetivo.
O fundamental nesta parte da rotina é que na minha observação pude observar com muito cuidado que realmente acontece o que muitas vezes debatemos na faculdade acerca deste assunto, quanto menos atividades for proposta as crianças, menos elas desenvolve-se, mais cansativa fica a aula e menos prazerosa também, digo isto para ambos os professores e estudantes, sendo porque pude ver claramente a exemplo do que a professora Juliana apontava sobre o momento da saída que trinta minutos antes elas já estavam prontas de mochilinhas só esperando os pais, no entanto esse tempo se tornava perdido, as crianças ficavam inquietas, e nada era feito para que elas se ocupassem até a chegada dos pais de fato.
Tornando possível a aprendizagem das crianças.
O criador dos jardins-de-infância, Friedrich Froebel defendia um ensino sem obrigações porque o aprendizado depende dos interesses de cada um e se faz por meio da prática.
As técnicas utilizadas até hoje em Educação Infantil devem muito a Froebel. Para ele, as brincadeiras são o primeiro recurso no caminho da aprendizagem. Não é apenas diversão, mas um modo de criar representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo.
Partindo deste pré-suposto, e fazendo-me valer das falas de Froebel, pode-se entender claramente a necessidade do aprendizado significativo, com interesse, pois nesta idade de 04 anos as crianças estão no estagio operatório concreto, ou seja, ela precisa de uma referencia de um significado para ter um significante, pude perceber claramente quando estava trabalhando a musica borboletinha, num momento livre e depois fomos aprender a letra B, escrevi no quadro a palavra borboletinha, e perguntei gente que nome é este e eles falavam nomes irrelevantes, então desenhei uma borboleta no quadro e quando eu disse gente que nome é este? Eles responderam: Borboleta tio, na verdade qualquer palavra para eles não vai fazer diferença até que se tenha um significado concreto para eles poderem associar.

Na foto acima atividade com a letrinha B.
No entanto eles terem associado o nome ao desenho não significa que os mesmos já aprenderam a letra B, ou a palavra em si, na verdade é um trabalho de formiguinha onde está aula teve um significado diferente, pois quando eu colocava a borboleta logo eles colocavam a letrinha B.
No meu estágio eu tentei fazer e aplicar o máximo de conhecimentos que tinha angariado no decorrer de todo meu curso até aqui, tentando sempre diversificar, inovar, mudar, refletir, associar, entreter, reconhecer, atribuir, fazer. Para tornar possível aprendizagem das crianças, tentei condensar algumas atividades, entrelaçando uma com as outras formando assim uma teia entre elas.
Na primeira semana de regência a escola estava trabalhando Identidade, então ao longo da semana desenvolvi com as crianças diversos tipos de atividades que proporcionasse a elas o reconhecimento do Eu. Que é de fundamental importância para formação autônoma da mesma. Desenvolvi atividades como a música a canoa virou, alem de ficar muito prazerosa à aula, também as crianças se divertiam muito com o barquinho de papel com o nome deles escrito.
Outra atividade que obtive um resultado muito bom foi quando trabalhamos o reconhecimento do outro com o toque de olhos vendados, eles adoraram, e neste momento eles começaram a perceber a textura do cabelo, o formato do corpo a altura e características das roupas etc. Nesta mesma aula, dando seqüência as atividades, apliquei outra atividade em que eu dava a pista para eles do coleguinha que estava falando e eles descobriam e davam muita risada uma aula que pude perceber que eles gostaram muito, talvez por estarem descobrindo coisas novas deles por eles mesmos.

Na foto acima atividade para reconhecimento do outro.
Uma atividade que apliquei e que sei que deveria ser uma atividade encaixada nas atividades permanente, é a rodinha de leitura, em uma destas atividades para tornar a aprendizagem das crianças possível e significativa, trabalhei a historia do camaleão de Ruth Rocha, Bom dia todas as cores, enquanto a historia era tocada no som deixei vários livrinhos de historia que eles adoravam folhar mesmo quando estavam de cabeça para baixo. A rodinha de estória na minha rotina se tornou fundamental, porque na verdade entendemos que precisamos desenvolver o prazer pela leitura desde as idades inicias, formando assim cidadãos leitores e críticos.
O cantinho da leitura e a roda de histórias foi uma observação que eu fiz e me questionei desde o primeiro dia de meu estágio no CAIC, pois não tinha percebido nenhum cantinho da leitura na sala, ou seja, os livros que a sala disponibilizava, eram livros de séries normais a exemplo de 5°, 6° etc. e de matérias especificas como matemática, português, livros que foram deixados para no meu entender entreter as crianças principalmente no início e final das aulas.
Então no meu período de regência, além de ter um cantinho sempre com livrinhos de histórias, as contava na rodinha, entendo que isto fez muita diferença no cotidiano de minha práxis no meu estágio.
Estas três imagens mostram claramente nas duas primeiras ilustrações os livros que as mesmas têm disponibilizado a elas todos os dias, e na terceira imagem o cantinho que eu propus nas minhas aulas.
Parecer do estágio.
Este estágio exigiu muito de mim pelo desafio que o mesmo me proporcionava, por se tratar de uma turma de tão pouca idade, cheia de particularidades e autonomia.
Uma turma, cheia de realidades diferentes, onde a tarefa de educar se torna muito mais complexa.
O primeiro estágio que encabeça a série de quatro, que os discentes do curso de Pedagogia têm que fazer por isso que se chama obrigatório é muito mais do que mais uma simples tarefa que muitos entendem que vão passar para ter o título de Graduado em Pedagogia, ou seja, se tornar um Pedagogo. Este primeiro estágio confronta justamente as principais angustias anseios, medos, frustrações que encontraremos ao longo da carreira.
Na verdade é neste primeiro estágio que muitos se vêm ou não dentro da Educação. È a partir dele que observamos aspectos de fundamental importância que nos foram apresentados até o presente momento no curso. É neste momento que entendemos, questionamos e construímos e desconstruímos conceitos, ações, certezas que se tornam em incertezas e é justamente neste momento que se tem o aprendizado.
Nele se aplicam as principais teorias de Piaget, que nos foi apresentado na disciplina de Psicologia infantil, os fundamentos que nos são apresentados nas Práticas Educativas em Creche, o desenvolvimento e a importância de Arte e Educação, que no meu ponto de vista se torna uma grande potencia dentro das práticas educativas e principalmente dentro das séries inicias, Os fundamentos Metodológicos da Alfabetização e Letramento, onde engloba principalmente a parte lúdica nesta alfabetização dando o caráter a aquisição do todo para as partes, dentre todas as outras que se harmoniza entre si nos dando este embasamento tão necessário neste momento de prática.
Neste momento tão importante de observação e de práxis no estágio, não posso esquecer-me do olhar criterioso nas Instituições de Educação Infantil que foi apresentado pela professora Gilvânia com a disciplina de Políticas Públicas, que é onde tudo acima descrito tem seu ponto de partida estabelecido, pois sem a mesma não se tem Educação. E foi nesta disciplina que eu ouvi pela primeira vez a frase, "sem investimento não se tem Educação" que se torna fundamental neste presente Portfólio ao qual estou construindo.
Se pensar em uma Instituição apropriada para criança é uma questão que se torna forte, principalmente por trabalhar com crianças de tão pouca idade e com tantas emoções e sentimentos como é uma criança de quatro anos de idade.
De acordo com Isabel Adrados (1980, p.309 a 312).
A criança, aos quatro, é mais imaginativa, mais criadora. Quando muito sozinha, por ser filha única ou por distanciar-se muitos anos dos seus irmãos, costuma criar o «amigo imaginário». E tão necessário o jogo para manter o equilíbrio e a saúde mental que, quando a criança não tem um amiguinho, ela o cria lhe dá nome e, se agente pergunta como ele é, poderá descrevê-lo como se fosse um ser real. Lembro-me a esse respeito, da filha única da minha arrumadeira: durante o tempo todo em que a deixavam livre, para brincava com seus companheiros imaginários e isso praticamente até os sete anos, pois ela era proibida pela mãe de brincar na rua e, não tendo está possibilidade de acompanhá-la a parques de recreio ou à praia tinha contacto com crianças de sua idade somente na escola.
Mas, voltando aos brinquedos próprios dessa idade: estando já estas dotadas de fina imaginação, devem ser estimuladas a brincar com fantoches, o que ajuda a descarregar suas mágoas projetando os sentimentos de ciúme, agressividade ou necessidade de amor nos bonecos de pano.
Está na idade da menina brincar de boneca e de casinha com outras crianças. Os garotos mais ativos apreciam principalmente uma bola. Aliás, a bola feita de material o mais variado possível, é brincando para todas as idades e dá prazer ás crianças de todos os países, desde os tempos mais antigos. Stan Hegeler afirma que nas tumbas escavadas em Tebas acharam bolas feitas de couro que se calcula tenham quatro mil anos de antiguidade.
Também continuam a gostar de construções com grandes blocos, podendo ser introduzidos os blocos de encaixar. Essa tarefa envolve criatividade, desenvolve o «ego», amadurece a criança e lhe permite aliviar suas tensões.
Entendendo que a criança é um ser único e dotados de desejos e vontades, como afirma Isabel Adrados no texto acima podemos entender como é importante o primeiro ciclo da infância, como é importante que as pessoas ao qual estejam com elas sejam pessoas capacitadas, que entendam de suas necessidades.
O ambiente ou instituição tem que ser um local apropriado e pensado para a mesma, com condições especifica para auxiliar o seu desenvolvimento social, cognitivo e motor.
No CAIC, onde desenvolvi minhas práticas, educativas, pude observar alguns aspectos que comentarei neste parecer, que julgo de muita importância e que deve ser refletido para que possamos reconstruir essa prática.
Infra Estrutura:
Apesar de ser gigantesco em sua extensão física, o CAIC aponta falhas na sua distribuição de espaços que acabam por ficar inutilizados, desprezados, e sem manutenção.
Observando a escola verifiquei os banheiros, e bebedouros. Percebi que os mesmos não são adaptados para as crianças, o local onde se lava as mãos para o lanche se encontrava com o cifrão quebrado, ocasionando transtornos e perigo para as crianças que por ali transitavam no pátio principal da escola. A escola não conta com um sistema de bebedouros, sendo usados ainda nas salas de aula os conhecidos filtros de barros, onde pode acontecer a proliferação de bactérias retidas nas velas de filtragem dos mesmos.
As salas de aula têm uma desproporção significativa, pois as maiores salas estão ocupadas por quantidades de criança menor do que outras com maior quantidade de crianças e tamanho menor da sala. Na sala que eu estagiei o tamanho era muito bom, arejada, podendo-se assim fazer e desenvolver diversos tipos de atividades, contudo a mesma é mal cuidada por parte da limpeza muito empoeiradas com presença até de casas de arranha. A mesma contava com uma extensão tipo quintal que era muito mal aproveitado, sendo que se tornaria um excelente ambiente de práticas para as crianças, podendo se fazer piqueniques, hortas, aulas referentes a natureza e meio ambiente.
A falta de cuidados referente ao colégio CAIC é muito grave, pois o mesmo está tomado por matagal, onde é propicio para o aparecimento de animais peçonhentos, e até mesmo esconderijo de marginais que se apropriam do espaço para roubos e assaltos.
Na primeira imagem, filtro utilizado na sala de Educação Infantil, na segunda imagem, sanitário usado pelas crianças, e na terceira imagem ao fundo o tipo de extensão da sala com grande matagal.
Incentivo ao leitor autônomo:
Quando adentrei no colégio uma das primeiras coisas que observei foi a biblioteca, nossa muito boa de um acervo de livros muito grande. No entanto ela fica no prédio principal do CAIC, tornando-se assim complicado a freqüência das crianças na mesma, pois elas ficam no anexo a este mesmo prédio. Levando-se em consideração que freqüentar uma biblioteca e tornar o mais acessível o manuseio de livros a criança é o que precisamos para dinamizar e formar leitores autônomos fiquei entristecido com o que vi.
Chegando na sala de aula, fiquei mais frustrado ainda, pois não encontrei um livrinho se que infantil, para as crianças, nossa como pode uma sala de educação infantil sem livros apropriados para a mesma. Na verdade encontrei uma estante onde tinham alguns poucos livros de seriação onde elas ficavam observando e riscando os mesmos, eu percebi que o interesse por livros e por ler eles tem, no entanto faltam os livros apropriados e o incentivo que eles merecem e tem direito.
Tendo acesso à biblioteca, e tornado possível um cantinho da leitura na sala de aula, também podemos mediar o despertar pelo gosto pela leitura autônoma, através da pratica de ler histórias na sala de aula, pude perceber como eles apreciam esta pratica, pois isso lhes dá prazer. Elas também aprendem com as histórias outras culturas, conhecem seus valores, modos de ser e viver.
Indaguei a professora a esse respeito e ela com muita consideração me explicou que não se pode ter cantinho da leitura na sala, por causa dos constantes assaltos que bandidos fazem a escola, e o acesso a biblioteca só agendando com antecedência, e tendo o máximo de cuidado com o ambiente, pois o mesmo possui tapete, e bons livros para que as crianças não os danifique. Realmente passei todos os dias do meu estagio esperando o dia da visita que a professora falou que estava agendado, e esse dia não chegou, e o cantinho da leitura que elas tiveram, foi o que eu fiz durante meu estágio.
Ora, como poderíamos envolver o enorme contingente de crianças brasileiras, carentes de livros e leitores, senão proporcionando-lhes a freqüência a bibliotecas infantis, infanto-juvenis e escolares onde possam encontrar a riqueza e a diversidade de leitores, livros, formas de leitura e praticarem escolhas espontâneas e criticas. (Biblioteca Infantil e sua importância para a formação do leitor).
Partindo deste pré suposto, entendemos como é imprescindível a constante freqüência as bibliotecas, pois as freqüentando é que ensinamos como cuidar, gostar, guardar, viajar, pelos encantos que a leitura nos propicia, a libertação que a leitura, nos dá é inquestionável, aprendemos a questionar, opinar, refletir, interferir, representar através desta importante ferramenta, que se oferecida nas series iniciais, deixara seus frutos e veremos os reflexos na sociedade leitora.

Na primeira imagem, estante com os livros disponibilizados na sala da pré-escola. A segunda imagem mostra a criança com o livro que coloquei no cantinho da leitura que proporcionei a eles no meu período de estágio.
Jogos e Brincadeiras:
O brincar, jogar na Educação Infantil, é um dos temas mais discutidos, vistos e revistos, porém tantas discussões não têm surtido muito efeito, tendo em vista as práticas adotadas por muitos dos professores de pré-escola. Talvez esta pratica esteja vinculada a comodidade que uma linha tradicional proporciona e a falta de INVESTIMENTOS, que fazem com que os professores adotem esta postura.
"A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder - alguém muito consciente e que se preocupe com ela e que a faça pensar, tomar consciência de si de do mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir com ela uma nova história e uma sociedade melhor". (ALMEIDA, 1987, p.195).
Junto com o impacto sofrido de não ver na sala da pré-escola que eu estagiei, um cantinho da leitura, foi de proporção igual ao observar os jogos, brinquedos e brincadeiras, ou seja, o aspecto lúdico tão necessário para o desenvolvimento cognitivo, motor, e social da criança. Durante a semana de observação não percebi nenhuma pratica lúdica, a não ser umas musicas que a professora regente, cantava as vezes no momento da acolhida, nada de muito forte ou lúdico.
Na verdade as crianças têm uma caixa com alguns brinquedos, todos danificados, quebrados ou faltosos de peças. Quando observei fiquei imaginando o cotidiano escolar durante todo o ano. Como deve ser triste, que atrativo estas crianças tem para estar na escola. Na verdade, os pais não ligam pois o que a maioria quer é deixá-las durante o período em que estão trabalhando ou cuidando dos seus afazeres diários, e as crianças no cotidiano sem encanto, alegria, dinamismo.
A escola precisa proporcionar um melhor material para que as crianças tenham prazer de estar ali. Para que no final da aula, algo novo elas possam ter conhecido, ou desenvolvido, construído.
O radicalismo, em dizer barbaridades sobre a pratica do professor, não adiantaria, pois o mesmo trabalha com o que lhe foi oferecido, e até mesmo conseguido através de doações, no entanto mais uma vez, pergunto e refiro-me ao investimento na Educação Infantil, que está faltando. E estão deixando nossas crianças numa situação muito ruim.
O acesso a merenda escolar é um direito de todas as crianças, no entanto não podemos deixar que as mesmas venham para a escola, simplesmente para comer. O que queremos é um todo, um entrosamento significativo, onde possamos perceber a preocupação de todos, governo, escola,pais, sociedade.
Privar uma criança de um bom local de brincadeiras e jogos é cometer um crime contra as mesmas, pois é garantida a elas no Referencial Curricular Nacional,para Educação Infantil (Brasil,1998, p. 13), o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, á comunicação, á interação, ao pensamento, á ética ,e a ciência.
Sendo garantido por este instrumento suas necessidades lúdicas como forma de desenvolvimento e inserção no meio social.
Tenho que pontuar que durante o meu estágio, minha turma foi contemplada por um projeto que leva o jogo LEGO, de construção e raciocínio com blocos de encaixe que as crianças adoram. Neste dia foi uma maravilha, eu observando a professora do projeto e imaginando como seria se pudéssemos ter estes jogos e brinquedos durante todo o ano. Na verdade questionei muito e depois fiquei muito triste com o que a professora do projeto me explicou, ela era muito cuidadosa com as peças, e as crianças eufóricas por brincar com o novo jogo, no entanto perdeu-se tanto tempo explicando como jogar e montar que nem terminamos o primeiro robô, que foi a proposta de construção deste dia.
Todo o meu estágio, desde as preparações com as rotinas, e planos de aula, como também durante todo período de observação, até chegar as vias de fato da prática, fiz muitos questionamentos, aceitei alguns, transformei outros contudo, posso afirmar que realmente uma educação se faz com a utilização dos três pilares fundamentais: Governo com investimento. Escola com conhecimento. E família com valores fundamentais. Na verdade o entrelaçamento destes três pilares forma uma corda trançada que da força para formação dos seres mais frágeis, dotados de conhecimentos e particularidades que são nossas crianças.
Para minha formação, levarei no meu coração e na minha mente, estes seres tão pequeninos e amorosos, que muitas vezes por estarem sendo cuidados por pessoas incapacitadas acabam por se tornar adultos frustrados, tristes e incompreendidos.
Uma educação forte se faz com respeito sim, responsabilidade e conhecimento junto com investimento nas suas categorias iniciais.
Não podemos aceitar o mínimo, pois nos é retirado o máximo, desde os impostos, até o material humano quando perdemos uma criança para evasão escolar por exemplo. Não podemos aceitar uma escola de tão grande proporção diga-se em tamanha estrutura, como no nome que a carrega, de aceitar um parque tomado por matos, com brinquedos enferrujados, banheiros desapropriados, salas desconfortáveis, pela incompetência de quem as gere.
Para mim fica a sensação que meu dever não está cumprido, pelo contrario, está apenas começando, como a vida das crianças que acompanhei durante um certo período de estágio.
Contudo, estarei observando, precisamos sim de muito mais investimentos, livros apropriados para as series iniciais, bibliotecas abertas para as crianças, onde elas poderão construir seus conhecimentos, lugar adequado para praticas livre, tanto no brincar livre como dirigido, um ambiente onde as crianças tenham prazer de estar. Onde não se torne maçante seu período ali.
Precisamos sim de salas com LEGO, onde desde 1980, se é apontado por Isabel Adrados sobre os blocos de encaixe, e também de professores que queiram fazer este diferencial, que assumam suas responsabilidades que atribuídas nas práticas do magistério, e principalmente que haja um gestor comprometido e coordenadores capacitados para trabalhar com estas crianças.







Referências
ISABEL ADRADOS, Orientação Infantil: Psicologia do ISOP e da UFRJ 1980.
PAULO FREIRE, Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa, 1996.
RESOLUÇÃO N° 5, 17 de dezembro de 2009.
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL, MEC/SEF,1998.
LEGISLAÇÃO, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 5° edição de 1996.
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/friedrich-froebel-307910.shtml
http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/concepcao-de-infancia-e-educacao-infantil-1080579.html






























































Autor: Jakson Queiroz Ramos


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