Os tempos estão mudando




Os tempos são outros! Não há mais espaço para velhos paradigmas ditados por velhos generais se consumido em suas ideologias ultrapassadas. Não dar mais pra surrupiar os cofres públicos e tentar manter a imagem de salvador da pátria; não dar mais pra se dizer gestor democrático e utilizar de retaliação, perseguição, assedio moral, ou apenas relaxar com os pés sobre a mesa enquanto o tempo passa; não dar mais pra aprisionar e torturar física ou psicologicamente para fazer seu egocentrismo valer; não dar mais pra se fingir de surdo e fazer que não ouve os gritos de reinvindicações; não dar mais pra adiar reformas quando a casa apresenta fissuras em todas as paredes e a tinta não esconde mais as velhas mentiras; não dar mais pra bater o martelo e sentir-se deus, esse deus Nietzsche disse que morreu; não dar mais pra ter os punhos livres e tentar meter medo com o peso dos grilhões; as estrelas que um dia os velhos generais colecionaram já ficaram enferrujadas após 21 anos de ditadura militar. As vitimas deixaram sair seus gritos de revolta, os que ouviram temeram viver o que elas sentiram na pele, na carne e nos ossos. Os tempos mudaram, a democratização da informação se nega curvar a espinha para o autoritarismo que copula com a ditadura.

Os bordeis políticos continuam de portas abertas para abrigar mais um que se identifique com a copula e a cúpula que buscam alcançar o lugar mais alto que o dinheiro sujo de mentiras, fome, miséria, desespero e negligencia pode levar. Dinheiro que muda de cor e tamanho, mas não muda o desemprego, as greves, os retirantes em busca de uma morte que não seja por inanição, a miséria, o descaso; não muda porque não é utilizado pra nada além de agraciar o tio Sam, pra pagar regalias que o desfavorecido só conhece nas novelas das oito; dinheiro que é usado pra fazer viagens de negócios. Mas de qual negocio estamos falando! Os negócios que nunca chegam à casa de palafita, de pau a pique, de sarrafos que enfeitam as margens de rios, agreste e favelas. Esses negócios podem até ser da china, mas nunca foi até os catadores de lixos que disputam espaço entre os urubus em lixões a céu aberto, o que eles fazem lá? Buscam sustento das sobras, dos desperdícios, da luxuria dos que poderiam fazer mais que apenas enrugar a testa, mandar prender, chamar de vagabundo quem trabalha de verdade, ignorar que também são humanos e mortais.

Se um dia os generais, que deixaram seus uniformes e condecorações em casa em troca de terno e gravata, olhassem para si e se sentissem ridículos, eles poderiam entender que os tempos mudaram ou ignorar a sua mais dramática condição cômica. Veriam que o povo nunca foi palhaço, pois ele sempre viu e fez que não via palhaços manobrando palavras, cuspindo enquanto falam aos gritos em palanques, rosnando com outros generais que ameaçavam e são ameaçados diante do povo que decide quem atuará nesse circo por 4 ou 8 anos. É ele o júri e o carrasco dos palhaços que não atuam com profissionalismo ou que atuando são usados para a aplicação de votos de repudio e revolta.

A verdade é que os tempos mudam a cada momento, agora mesmo já deixou de ser agora, o que não se pode é acreditar que o Brasil de 1500, de 1964, de 1980, 1990, continua o mesmo no agora, quem age desse modo tem sérios problemas de encarar o fracasso ou a covardia de não querer mudanças, como nossos velhos generais que continuam iludidos com suas estrelas enferrujadas.

Autor: Chardes Bispo Oliveira


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