Responsabilidade Social nas Empresas Atuais



RESUMO


Tem se tornado muito comum na atual sociedade, o fato de que as empresas não estarem se preocupando tanto com o tema responsabilidade social. Verifica-se que os incentivos fiscais ainda são tímidos para tais organizações e suas posições ainda não são muito favoráveis em relação às demais. Este artigo tem a finalidade de analisar os mais variados tipos de empresas atuantes ou não do tema. Na busca por um modelo mais ativo na sociedade, as empresas tentam desenvolver a sustentabilidade de forma a superar o modelo racionalista criterioso. Além disso, estas devem caminhar para uma superação interna no quesito responsabilidade social empresarial. Para tanto, um estudo exploratório foi executado baseado em pesquisas sobre o tema onde foi possível analisar a visão destas empresas em relação ao assunto abordado. Diante do atual cenário, onde mudanças paradigmáticas acontecem a todo instante, fica difícil afirmar a posição das empresas diante do tema abordado. Mesmo porque a velocidade com que elas se alteram, é fortemente significante. Portanto conclui-se que as empresas sozinhas não despertarão o sentimento de serem sustentáveis. Elas necessitam encarecidamente da figura de um gestor muito bem treinado, atualizado e motivado para que nele se inspirem e procurem acordar o lado sustentável em suas ações.


Palavras chave: Responsabilidade Social. Sustentabilidade. Ecodesenvolvimento.





1 INTRODUÇÃO


Este artigo tem o objetivo de mostrar o que as empresas vêm fazendo para se manterem sólidas e inseridas em um mundo tão competitivo como os tempos atuais. Observa-se que para crescer com competitividade, elas vem buscando cada vez mais se adequarem ao novo conceito de empresa sustentável.
Para uma empresa receber a intitulação de sustentável, ela deve além de usar papel reciclado ou realizar a correta destinação do lixo, buscar a conscientização como um todo. Desde ao pequeno funcionário ao dono da empresa. Instaurando o conceito sustentável em cada um de seus colaboradores. Deve também atuar de forma pró-ativa na comunidade em que está inserida uma vez que este conceito não se aplica somente dentro da empresa. É necessária uma visão muito mais ampla que simplesmente olhar para dentro dela.
Muitas empresas ainda não conseguem ter em mente o que o termo "Responsabilidade Social" quer dizer em sua essência, quando na verdade, ele diz tudo em seu nome. Ter uma empresa nos atuais tempos e não se preocupar com a comunidade à sua volta, é no mínimo um ato desrespeitoso.
O foco de todas as empresas, exceto as ONGs (Organizações Não Governamentais) e assistencialistas, são em tese sempre a mesma coisa: o lucro. E é neste contexto que as empresas pecam, demasiadamente buscam por resultados cada vez mais agressivos, cada mês há uma meta maior que a anterior e, muitas delas, esquecem que ao seu redor vivem pessoas que às vezes trabalham até mesmo na própria empresa e que pela busca excessiva do lucro, acabam sendo vítimas de uma desigualdade social criada pela companhia. Isso acaba formando um desequilíbrio no comportamento dos colaboradores e alta concentração de renda nas mãos de poucos.
Por outro lado, as ONGs que atuam no terceiro setor da sociedade civil, com finalidade pública e sem fins lucrativos, aceitam voluntários dispostos a combater as desigualdades sociais. Trabalhando no combate à pobreza, assistencialismo social, reciclagem, entre outros. Para sobreviverem, fazem parcerias com o Estado, financiamentos, ajuda de empresas privadas e venda de produtos da população em geral (normalmente são doações da comunidade).
Assim, os valores sociais são mais relevantes em ONGs do que propriamente dito nas empresas privadas, já que nelas a pressão pela produtividade excessiva, é alta.



2 O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL?

Diante do contexto atual, definir Responsabilidade Social é arriscado. Pois ela sofre variações com o passar do tempo. Seu significado é alterado gradativamente e sofre influência direta do tempo e das circunstâncias.
Por muito tempo a empresa era vista apenas como uma entidade geradora de lucros e resultados, enquanto era velada o tempo todo por seus acionistas e investidores. Porém, este cenário não é mais comum no mundo contemporâneo. Hoje, a empresa não se resume mais em resultados apenas. Sem as pessoas e os produtos vindos da natureza, seu sucesso não seria expressivo. Consequentemente, não agradaria a população, não promoveria o progresso e limitaria a qualidade de vida da humanidade.
Para Bueno (2005, on-line), Responsabilidade Social é definida como:

[...] o exercício planejado e sistemático de ações, estratégias e a implementação de canais de relacionamento entre uma organização, seus públicos de interesse e a própria sociedade.

Segundo Ashley (2003) a responsabilidade social empresarial pode ser definido como o compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que afetam positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de modo específico, agindo pro ativamente e coerentemente no que tange a seu papel específico na sociedade e na prestação de contas para com ela.
De acordo com Oliveira (2005), não existe uma lista rígida de ações que uma empresa deve fazer para ser socialmente responsável, ou seja, não existe uma definição consensual. Responsabilidade social envolve uma gestão empresarial mais transparente e ética e a inserção de preocupações sociais e ambientais nas decisões e resultados das empresas.
Para Silva (2001), responsabilidade social empresarial é o comprometimento permanente dos empresários de adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo.
Portanto, entende-se que responsabilidade social é o ato de a empresa se preocupar além de suas tarefas básicas, priorizando a consciência que ela precisa ajudar a quem está a sua volta, além de seus colaboradores.



2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL: SENSIBILIDADE OU INTERESSE?

A organização que adota a responsabilidade social procura ativamente por envolvimento e comprometimento, busca a conscientização social, especialmente com a comunidade e encoraja seus colaboradores a fazerem o mesmo. Enquanto o método da responsabilidade social prega o envolvimento individual e empresarial em causas sociais já estabelecidas, a responsabilidade social tem uma visão mais ampla ao se preocupar com o futuro da sociedade.
Enquanto alguns tentam decifrar se as empresas que praticam a responsabilidade social, o fazem por interesse ou não, outros preferem adquirir produtos comercializados com empresas conhecidas no mercado e que realmente atuam na sociedade e não precisam de mídia para comprovar, basta o famoso "boca-a-boca".
Milton Friedman (1984) é defensor da tese que as empresas devem maximizar os lucros, diz também que a Responsabilidade Social deve estar inserida dentro de uma organização somente para cumprir com as obrigações legais. Muitas empresas seguem este caminho e na verdade acabam tendo resultados comprometedores.
Para o economista e ganhador do Prêmio Nobel, Friedman (1984, on-line) afirma:
[...] a maioria dos gerentes da atualidade é constituída por profissionais, ou seja, não são donos dos negócios que administram. Isto significa que são apenas empregados, e que a sua única responsabilidade é prestar contas aos acionistas. Portanto, sua responsabilidade primária consiste em dirigir os negócios com a finalidade de proteger os interesses dos acionistas.

Friedman (1984) coloca que os acionistas têm um único interesse: obter um rendimento financeiro. Ainda de acordo com ele, quando os gerentes tomam a decisão de gastar os recursos da sua organização em benefício do "bem social", estão debilitando o mecanismo do mercado. Alguém terá que pagar por essa redistribuição dos ativos.
O autor ainda afirma que quando os gerentes profissionais se propõem a conseguir algo mais além dos lucros, se elegem implicitamente criadores de políticas sem que tenham sido eleitos por ninguém. Além disso, duvidam que os gerentes de firmas comerciais tenham a capacitação necessária para decidir como deve ser a sociedade, e acrescenta que para isso escolhemos nossos representantes políticos, ou seja, para que tomem esse tipo de decisões que não dizem respeito ao empresariado.
Já para Keith Davis (1967), a Responsabilidade Social vai além do lucro. Além do que todas as empresas querem. Dão valor ao colaborador, são mais flexíveis em relação aos mesmos. Colaborador feliz rende mais. Render mais, gera mais receita e conseqüentemente mais lucro. É cíclico. É isso que falta em algumas empresas, dar valor não é perder a autoridade e o poder, é saber que em cada funcionário, há por traz uma família que dele depende.
As empresas que possuem como foco a Responsabilidade Social, não esquecem das pessoas a sua volta e o fazem por amor, dessa forma o rendimento é igual ou superior àquela que pensa somente em lucro.
Pensar no próximo é um ato de respeito e solidariedade. É querer além de realizar as atividades propostas, ajudar ao próximo de uma maneira em que o que ali gerar, ali mesmo será repartido sem gerar desconforto social.
A empresa deixa de ter apenas metas econômicas e sociais para também se antecipar aos problemas sociais do futuro. Para isso, é necessário agir agora em resposta a esses problemas. Questionar se atualmente as empresas atuam na sociedade de forma influente ou não, é algo realmente difícil de ser respondido. Pois foge dos olhares públicos se realmente é ação social sem visar benefícios futuros ou interesse estratégico de crescimento, por exemplo.
A responsabilidade social é o método que mais exige das organizações: exige que a organização se antecipe aos problemas sociais e que lide com eles antes que se tornem evidentes; ao lidar com problemas sociais do futuro, a organização pode precisar fazer uso de recursos organizacionais agora, criando um impacto negativo na otimização de lucros do presente. Montana e Charnov (2003, on-line) salientam que:

A empresa que adota esse método acredita que a boa cidadania corporativa implica assumir um papel verdadeiramente pro ativo na sociedade, o de fazer uso do poder que lhe é conferido para a melhoria da sociedade. Isso, no final, produzirá um efeito benéfico na empresa já que ela faz negócios no interior dessa sociedade.

Porém, a responsabilidade social não é algo que se possa ser medido. Assim, fica difícil aguardar por empresas perfeitas. É possível que seja estabelecido critérios que para que possamos comparar o comportamento de responsabilidade social das empresas, focando os diversos públicos com os quais elas interagem: cliente interno, meio ambiente, fornecedores, consumidores, comunidade, governos e a sociedade em geral.


2.2 GANHOS E PERDAS EMPRESARIAIS

No cenário atual onde as organizações acumulam riquezas, já se torna importante o ato de mudar seus conceitos e paradigmas para melhorar o ambiente social. Pois para uma empresa bem sucedida, toda mudança se torna mais tranqüila e melhor encarada pelos administradores.
O objetivo das empresas é manter-se no mercado com produtos e preços que estejam enquadrados dentro da realidade que os permitam uma decolagem ao sucesso. E dificilmente ela consegue isso sem realizar seus objetivos sociais. Se não é pela lei dos homens é pela lei da consciência. Fazendo bem seu papel social, os clientes se tornarão fiéis da corporação. Cliente fiel rende mais clientes e consequentemente a receita aumenta. Ou seja, empresa cidadã e atuante na sociedade, fatura mais que seu concorrente que não o faz.
Para Donnelly, Gibsob e Ivancevich (2000) muitas empresas já optam por assumir as suas responsabilidades para com os clientes, respondendo prontamente às reclamações fornecendo informação completa e exata sobre os produtos comercializados, implementando campanhas de publicidade absolutamente verdadeiras quanto ao desempenho do produto e assumindo um papel ativo no desenvolvimento de produtos que respondam às preocupações sociais dos clientes e parceiros.
Atualmente é comum que cada empresa execute seu papel social fazendo com que os impactos ambientais sejam menores a cada dia. Com o passar do tempo, as empresas atuam cada vez mais socialmente voluntariamente. O cenário de "obrigações" foi deixado de lado e deu lugar ao que chamamos de "voluntariado". Se todas as empresas conseguissem enxergar o que de fato sustentabilidade representa, o mundo não seria o mesmo.
A empresa é o que ela diz ser. Ou seja, em algum lugar deve estar escrito o que ela faz, o que ela representa na sociedade e o que ela gera. Mas para isso, pesquisas são feitas com clientes, colaboradores e fornecedores. É através de seus indicadores que elas conseguem medir o índice de satisfação dos mesmos em relação a ela.
Isso já vem funcionando com índice de satisfação de clientes, de entregas de fornecedores, de condições de estrutura concedida ao colaborador entre outras. Não seria diferente com o que diz respeito ao tema responsabilidade social. Tudo que a empresa faz, está guardado em forma de documento.
E para que seja medido e analisado o resultado das ações sociais da empresa, entram os indicadores para analisar a responsabilidade social de cada organização. São eles: indicadores sociais que para Jannuzzi (2001) representam um instrumento operacional para monitoramento da realidade que orienta a formulação e a reformulação de políticas públicas.
Dentro deste contexto existem também os indicadores sociais funcionais internos e externos. Existem também, os indicadores de desenvolvimento sustentável que para Carvalho (2003) podem se referir ao planeta, a um país, a uma região, a uma comunidade ou a uma empresa.
É comum que as empresas nos dias atuais se preocupem com algo que vá além de seus objetivos e metas internas. Essa mudança de conceito, essa quebra de paradigma se deve ao fato de que existe algo mais a se preocupar de uma maneira em geral com o nosso mundo, existem práticas sustentáveis, responsabilidades sociais que vão além de seus focos.
Conter um planejamento que haja preocupação com o meio ambiente tais como, direcionamento correto dos vários tipos de lixo, reciclagem correta dos restos como papeis usados sem valores e que poder ser reutilizados como rascunho etc, é uma atitude que demonstra respeito e preocupação com o meio ambiente mostrando que a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável ali habitam.
As empresas possuem várias formas de medir resultados dos mais variados aspectos dentro delas e na gestão sócio-ambiental não poderia ser diferente, existe um indicador que mede a qualidade do desenvolvimento sustentável dentro delas. Uma resposta automática a isto, são os clientes que podem responder livremente sob determinada empresa, o que ela faz que a torne considerada preocupada com o meio ambiente.
Os colaboradores também são peças chave nesta ?avaliação?, pois, com esta atitude, a empresa saberá exatamente como esta diante do mercado. Se está ou não agradando aos seus clientes, fornecedores e colaboradores. Ela (os donos) saberá como esta a visão dos que vêem de fora (clientes e fornecedores) e dos que vêem de baixo (colaboradores).
Para que a empresa possa ser intitulada como corretamente sustentável ou preocupada com a sustentabilidade, é necessário que ela se organize e enxergue que se ela não fizer outras empresas concorrentes no ramo o farão e sairão na frente no quesito preocupação social e ambiental. É importante que ela enxergue isso o quanto antes para não perder negócios e obter um futuro promissor.
Além dos benefícios de imagem, vendas, mídia e fiscais, as empresas que atuam em ações socialmente responsáveis, apostam no endomarketing para ganhar a admiração de seu publico interno, funcionários e colaboradores. Segundo pesquisa publicada pelo Business for Social Responsibility (BSR), [...] 68% dos jovens norte-americanos preferem trabalhar em uma empresa ligada a algum projeto social [...] (CHIAVENATO, 1999, p. 446).



3 ECODESENVOLVIMENTO, UMA EVOLUÇÃO CONSTANTE

O Ecodesenvolvimento é forma de preocupação com o futuro de modo em geral, pois ele visa a harmonia entre o desenvolvimento humano e o meio ambiente.
"O ecodesenvolvimento é um conjunto de princípios que busca a harmonia entre desenvolvimento humano e meio ambiente de modo que as gerações futuras possam usufruir as mesmas benesses da geração atual" (CMMAD, 1988, pág.9).
Ou seja, entende-se que o ser humano se desenvolva à medida que o tempo passa e se preocupa com o cuidado que ele terá em respeitar seus limites com o meio ambiente, fazendo que com que sua evolução não interfira na qualidade de vida da população e com suas gerações vivam essas mudanças de acordo com a evolução da espécie humana.
E essas mudanças devem ocorrer gradativamente para não haver um trauma tanto na evolução da espécie quanto no meio ambiente. Segundo Sachs (2001) as mudanças não podem ser rigorosas e sim que haja um planejamento para o ecodesenvolvimento contemplando algumas dimensões de sustentabilidade como: social, econômica, ecológica, espacial e cultural.
Um planejamento com uma visão a longo prazo é necessário à gestão para o ecodesenvolvimento. Com estratégias concretas de intervenções corretivas, baseadas em um novo critério de racionalidade social. O planejamento e a gestão para o ecodesenvolvimento devem contemplar simultaneamente as preocupações com os aspectos vitais para a sobrevivência das organizações e, ainda, utilizar processos democráticos nas tomadas de decisões. (SOUTO-MAIOR, 1988).
3.1 POSIÇÃO DAS EMPRESAS EM RELAÇÃO AO BRASIL

Segundo estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) (2008) há pesquisas que mostram que o Brasil não é considerado um país pobre, mas sim injusto e desigual. Neste contexto, a desigualdade é nítida, a riqueza é produzida e concentrada nas mãos de poucos e não há redistribuição para os que não têm. Pelo contrário, vêm aumentando a queda na participação na renda nacional de pessoas com baixa renda e um crescimento da participação de pessoas com rendas maiores que cinco salários mínimos. Aumentando assim concentração de renda nas classes mais altas.
Alguns países implantaram a cultura no plano de metas nacionais e o Brasil ainda fica atrás. Apesar disso, o Brasil implantou um "Sistema de Informações e Indicadores Culturais" que na verdade visa organizar e sistematizar informações relacionadas ao setor cultural. E Ministério da Cultura ainda quer ampliar o número de pontos de cultura, aumentando assim as bibliotecas municipais e principalmente onde há os maiores índices de violências e baixos índices educacionais para que a inclusão social seja bem aceita e usada.
Hoje, as empresas estão cada vez mais interessadas em ser sustentável. Além do benefício ao meio ambiente, ela mesma é alvo de vários benefícios que outras por não serem sustentáveis, não são.
Já existe na Câmara o Projeto de Lei 6729/10, que busca incentivar o setor produtivo a adotar processos ambientalmente adequados. Para que isso ocorra, é necessário conscientizar os colaboradores e seus familiares para que adotem medidas e atitudes sustentáveis, que não agrida ao meio ambiente nas próximas gerações. Com isso, a empresa que apostar nesta idéia, terá como "recompensa" isenção de impostos por vinte anos (2010, on-line).
Para os importadores e exportadores, os benefícios comerciais são inúmeros. A legislação brasileira incentiva a empresa que pratica doações ou promovem patrocínios. Há isenções de impostos Municipais, Estaduais e Federais. E as pessoas jurídicas que usam isso a seu favor, possuem incentivo fiscal de âmbito federal, ou seja, dedução do imposto de renda.



3.2 ISO. UMA CONQUISTA SUSTENTÁVEL

Para obter um certificado da ISO (International Organization for Standardization), a empresa deve antes de tudo atender a vários pré-requisitos. ISO 9001 atende ao sistema SGQ (sistema de gestão de qualidade) e a ISO 14001 atende ao sistema SGA (sistema de gestão ambiental). E a empresa deve receber o título apenas se apresentar requisitos que o qualificam para tal intitulamento. A ISO não qualifica qualquer empresa. Os processos internos devem estar inteiramente adequados ao foco da empresa (2011, on-line).
Com isso, a empresa adepta ao modelo, ganha não só em qualidade, mas sim em clientela. O cliente analisa muito bem a empresa de onde está comprando. E claro, a preferência é nítida pela que atenda ao maior número de exigências tanto comerciais, quanto sociais. Para a empresa que quer seguir firme em sua responsabilidade social, deve adotar a ISO 14001. Norma desenvolvida em 1993, por um Comitê Técnico, que visa aprimorar o desempenho ambiental interno da empresa. Ela ainda prevê a melhoria contínua no sistema de gestão de qualidade; aspecto ambiental; sistema de auditoria de gestão ambiental; política ambiental e meta ambiental (2011, on-line).
Segundo o consultor Knower (2011, on-line):
A preocupação com os impactos ambientais vem crescendo a cada ano, empresas que não se importam diretamente com este fato não têm uma boa perspectiva de mercado, uma vez que o desempenho ambiental interfere na obtenção de resultados da própria. Por isto, é importante levar em consideração sua Política empresarial e seus objetivos ambientais e assim tomar as devidas medidas para estimular o crescimento da proteção do meio ambiente e desenvolver um crescimento Sustentável. Sendo imprescindível ressaltar que uma empresa possuindo o certificado da ISO 14001, é garantir um passaporte para importações e exportações de mercados mais exigentes.
A empresa busca esta norma para melhorar seu sistema interno. Já que a maioria delas, buscam cada vez mais resultados. Mudando o sistema de gestão ambiental já é um grande começo para atuar com responsabilidade social.
Desta forma, é muito importante que as organizações busquem líderes para atuar frente a estas empresas para que haja uma gestão bem sucedida.


4 CONCLUSÃO

Atualmente ser uma empresa cidadã é fundamental para o crescimento e reconhecimento de uma organização. Além de plena consciência e respeito com o mundo, com os colaboradores e com a sociedade, a empresa leva em sua bagagem muito reconhecimento externo. Órgãos governamentais, por exemplo, acabam auxiliando com incentivos fiscais, cessão de barracões para armazenamento de produtos entre outros. O governo acaba incentivando de alguma forma aquela empresa que além de gerar empregos se preocupa com o próximo sem se equiparar a filantropia ou assistencialismo.
Assim ela tende a gerar muito mais clientes, mais fornecedores, mais sócios ou acionistas gerando finalmente assim, mais receita e mais lucro que é o objetivo de uma organização privada com fins lucrativos. Todos da cadeia que a assistem são envolvidos e ficam a mercê de seus resultados. São eles os clientes, fornecedores, colaboradores e também a sociedade a sua volta, sendo assim os espectadores.
E com isso, muitas empresas pretendem alcançar um nível de reconhecimento muito grande em relação aos seus concorrentes que não o são. Que não se preocupam com o compromisso de ser ético e cidadão acima de tudo. Isso acaba gerando uma desigualdade de empregos, porém benéfica. Acaba que criando um ar de poder sob àquela que não faz a sua parte para com o meio ambiente e a sociedade dentro e fora dela. Mas esta rivalidade acaba que forçadamente convidando o seu concorrente a fazer mais também. Fazer algo que até bem pouco tempo atrás era considerado luxo e para poucos. E este clima rival é bom para a comunidade em geral tornando assim cada vez mais perto do nível de aprimoramento no assunto social, ambiental e cultural para cada organização. Fica sendo uma desvantagem, pois o concorrente também o fará e se a empresa não for boa o suficiente perderá parte de seu quadro de colaboradores sem dúvida alguma.
E como hoje o Brasil sofre com a distribuição de recursos de investimentos, é natural que haja uma carência neste assunto. Se todas as empresas que hoje estão ativas no país, pensassem com um pouco mais de solidariedade, nossos problemas que são vistos como "alheios" não seriam nossos. Da porta pra fora, as empresas consideram como alheios e quando na verdade o problema é de todos. E deveria ser enxergado e enfrentado por todos, quem sabe assim a desigualdade não existiria.
Embora a maioria delas, sabem que tem imenso poder onde atuam, preferem não abrir os olhos, ou melhor, fingirem não ver o que passa ao seu redor. Assim fica mais fácil tocar a empresa. Muitas garantem que não sentem diferença alguma fazendo uma ação social ou apoiando alguma instituição que necessite de auxílio mesmo estando ao lado dela. Esta postura infelizmente ainda é maioria em nosso país. A postura do patrão que só exige lucro. Desta forma, já que o líder é de suma importância na gestão de pessoas, é preferível vê-los atuando de forma ativa socialmente ao invés de vê-los defendendo apenas aos interesses dos acionistas. Espero em breve ver este cenário como passado e lembrar que um dia as empresas pensaram assim. E, no futuro, ficar constrangida ao ler um artigo desses implorando pra que algum dia, as empresas acordem e mudem sua visão para com o mundo que está inserido.



REFERÊNCIAS

ASHLEY, Patrícia Almeida (Coord.) Ética e responsabilidade social. São Paulo: Saraiva, 2003.


BUENO, W.C. Comunicação empresarial e responsabilidade social. http://www.metodista.br/poscom/cientifico/publicacoes/docentes/artigos/artigo-0050.
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CARVALHO, Paulo Gonzaga M. de., Dimensões do Desenvolvimento Sustentável. Jornal dos Economistas, 2003.


CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1999.


CMMAD ? Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: FGV, 1988.


DAVIS, Kheith. Understanding the Social Responsibility Puzzle, Business Horizon Winter, 1967.


DONNELLY, James H., GIBSON, James L., IVANCEVICH, John M. Administração e Princípios de gestão Empresarial. 10. ed. Portugal: Ed. McGraw-Hill, 2000.


FRIEDMAN, M., Capitalismo e Liberdade , , Os economistas, Ed. Abril, São Paulo, 1984.


FRIEDMAN, Milton The Social Responsibility of Business is to Increase its Profits, The New York Times Magazine (13-09-1970)


JANNUZZI, Paulo de Martino. Indicadores Sociais no Brasil ? Conceitos, Fontes de Dados e Aplicações. Campinas: Editora Alínea, 2001.


MONTANA, Patrick J.; CHARNOV, Bruce H. Administração. São Paulo: Saraiva, 2003.


OLIVEIRA, José Antônio Puppim de, "Uma avaliação dos Balanços Sociais das 500 Maiores", Revista de Administração de Empresas ? ERA ? Eletrônica, v. 4, n.1, Art. 2, jan./jul, 2005.


SACHS, I. Desenvolvimento: Includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.


SILVA, R. D. da, O melhor caminho, para àquele que deseja trilhar o rumo da responsabilidade social e do marketing social. Monografia de Conclusão de Curso (Graduação em Administração de Empresas) ? Departamento de Administração, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2001.
SOUTO-MAIOR, Joel. Teoria da racionalidade na administração e na economia. João Pessoa: Curso de Mestrado em Administração, UFPB, 1988.


"Empresa que não poluir pode ter isenção de impostos por 20 anos". Disponível em: http://www.observatorioeco.com.br/empresa-que-nao-poluir-pode-ter-isencao-de-impostos-por-20-anos/. Acesso em: 29 mai. 2011.


"ISO 14001 - CADA VEZ MAIS EM EVIDÊNCIA" Disponível em: . Acesso em: 30 mai. 2011.



Autor: Silvina Cozin


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