A Vida Humana
Até certa altura do dia, os rais do Sol, os milhões de ruidos, cantos, vozes, fazem um festival inenarrável que chega a nos dá a impressão de que tudo tem realmente um sentido último. Mas basta chegar o entardecer com a opacidade do Sol , vem uma sombra de Morte, sobre todo o universo e suas milhões de vidas e cores vão se esmaiecendo, se aquientando, entristecendo, e o cinza da tarde cai, vem a escuridão e a melancolia do passar das horas nos mostra a orquestração de uma lei miserável que brinca com a natureza e com os seres que se dizem pensantes.
Com o homem acontece de forma semelhante. Na infância a algazarra, a alegria, a irresponsabilidade, a energia que parece infinita, a beleza da pele, o luzir dos olhos, a ezplosão de milhões de possibilidades nos dão a impressão de que tudo é para sempre, de que somos imortais, que somos donos do mundo, que nada pode nos abalar.
Depois vem a adolescencia e o auge da beleza corporal, o vigor sexual, a imaginação fertil, o grupo de amigos, a paixão, o amor, e novamente se pensa que somos deuses. Mas vem a fase adulta, já precisamos do cooper, da massagem, do creme, dos comprimidos, dos bens materiais para chamarmos a atenção dos outros, já fingimos descaradamente que o tempo não passou, já nos apegamos aos bens como fins últimos e assim vamos barganhando tempo e agimos como loucos como se fossemos na verdade existentes e não apenas montagens por enquanto.
Na parte mais cruel a velhice, embora alguns tentem mostrar idosos como saudaveis, curtindo a vida, não passa de propaganda verdadeiramente enganosa. Na velhice nada em nós atrai nem o sexo, nem a amizade, nem o sentido de lutar por alguma coisa, na verdade é o ocaso do Sol, só restam ¨dores e ranger de dentes¨ , o corpo decrépito o fim próximo que fingimos não estar um rosário de doenças e finalmente a solidaão abissal, sobretudo a interior, sabemos que somos um peso e nada mais, mas a proximidade do nada nos enlourquece e fingimos poder fugir, vem as fugas, plásticas, cremes, ginásticas, etc, mas na verdade é apenas a confirmação daquilo que já sabiamos desde o principio o homem é um ser para a morte.
Autor: José Carvalho
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