Se Conselho Fosse Bom...



Dizer se conselho é bom eu não sei. Só sei que ele é vendido há muito tempo. Para isso é que se têm, nos dias de hoje, os consultores e analistas de mercado, em vários segmentos, assim como sempre se teve, através dos tempos, os conselheiros do rei.

Mas mesmo o maior gênio empresarial, a maior cabeça pensante em gerenciamento do mundo moderno, tem seus momentos de dúvidas, suas encruzilhadas, suas indecisões e tudo o que ele mais precisa, em alguns momentos, é de alguém com experiência em sentimentos, não de negócios ou de administração empresarial, não de engenharia administrativa e sim de vida e, principalmente de vida amorosa e conjugal.

É! È isso mesmo! Vida amorosa e conjugal!

Sim, porque definir uma fusão empresarial que envolve bilhões, levando em conta que deverá se assumir um risco não mensurado de um passivo jurídico-ambiental ou mudar o layout de uma empresa centenária cujo valor agregado é maior que o PIB de muitos países, sem garantias absolutas, isso é muito fácil.

Eu quero ver decidir se aquela amante argentina, que o deixou cegamente apaixonado, merece mesmo que ele mude radicalmente a sua vida e assuma com ela a parceria oficial, mesmo tendo mais momentos de turbilhões do que de calmarias, que até já afetam seu desempenho profissional.

Eu quero ver como ele faz para não interromper aquela reunião de negócios importantíssima, quando a sua mulher lhe liga para dizer que está no hospital, com a perna quebrada, ao tentar evitar que o caseiro a espiasse nua na piscina. Ela só não falou para o marido que ela tomou três doses de uísque às dez da manhã e resolveu se jogar na piscina, completamente pelada, piscina que estava totalmente vazia, pois o caseiro, um senhor de sessenta e nove anos a estava limpando.

Ganhar dinheiro vendendo e comprando o mundo é muito fácil.

Difícil é resolver esses outros problemas que nenhum Fórum Mundial de Economia e nenhuma pós-graduação em marketing conseguem solucionar.

O mais incrível é que os conselhos e as soluções desses "pequenos" problemas, mas que deixam completamente vulneráveis os homens mais poderosos do planeta, não custam quase nada. Só a palavra amiga de alguém mais chegado, a quem se fica devendo apenas um favor ou o preço módico de duas ou três sessões de uma conselheira espiritual.

Ainda assim, não é de graça.

Sérgio Lisboa.


Autor: Sérgio Lisboa


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