Informática Educativa – Uma Realidade Em Ascensão



Introdução

Na sociedade da informação todos estão aprendendo a conhecer, a comunicar-se por meio de mudanças nos processos de ensino e aprendizagem, que ocorre quando conseguimos integrar, dentro de uma visão inovadora, a informática de forma lúdica.

O termo informática educativa refere-se automaticamente ao uso da ferramenta computacional no ambiente educativo, e é através do "olhar" que dedicamos a essa ferramenta de maneira educacional que estaremos assegurando ou não sua utilização de maneira educacional, visto que não podemos mais descontextualizá-la do espaço escolar, já que esta consiste em realidade na maior parte das escolas públicas brasileiras e de outros países na América Latina.

Atualmente percebemos que os avanços que ocorrem diariamente, acabam por interferir e ocasionar muitas modificações na sociedade e no comportamento das pessoas, o que nos sugere desafios cada vez maiores no sentido de estarmos constantemente atualizados e informados sobre tais progressos. Segundo artigo publicado na Revista Nova Escola (set. 2006) o Ministério da Educação já informatizou 11% das escolas públicas brasileiras, assim como já estão sendo implantados vários projetos como UCA (Um Computador por Aluno) no Brasil, assim como o país vizinho Uruguai e o seu projeto CEIBAL (Conectividad Educativa de Informática Básica para el Aprendizaje en Línea) ambos derivados do projeto americano OLPC (One Laptop Per Child), mostram que a informática dentro da escola pública de ensino básico é uma realidade, fazendo-se cada vez mais necessário a capacitação e informação dos professores para uma utilização eficiente dessa ferramenta de aprendizagem que é hoje o computador dentro da escola.

O Profissional e a educação na era digital

Apesar de o computador ser apenas mais um dos recursos tecnológicos que podem ser utilizados em sala de aula, este se diferencia devido ao poder de interação que proporciona aos usuários, e pela possibilidade de simulações que enriquecem o trabalho docente, porém, é na forma com que este será utilizado na escola, que irá determinar ou não, se o seu uso se dá realmente de maneira educativa, sendo que, a presença de um laboratório de informática na escola ou a simples presença de computadores em sala de aula, não garantem a esta instituição de ensino, a utilização da informática educativa. Quando nos referimos a informática educativa, estamos falando de como essa ferramenta pode ajudar no ensino de forma autônoma, criativa, experimental, ou seja, na formação de alunos investigadores, curiosos e comprometidos com seu aprendizado, onde o papel do educador passa de simples transmissor do conhecimento para um estimulador, facilitador e mediador em tempo integral no processo de ensino e aprendizagem.

Se o ensino da informática limitar-se apenas ao uso do computador para ensinar conteúdos técnicos sobre a sua utilização, não estaremos trabalhando a informática de forma educativa, pois neste caso, o aluno aproveitará o computador apenas para adquirir os conhecimentos funcionais da máquina. Obviamente que conhecer o funcionamento do computador também é importante, entretanto, do ponto de vista educacional, isso não alterará a forma com que os conteúdos das disciplinas serão abordados, visto que a pura transferência dos métodos expositivos, utilizados em sala de aula através do quadro negro, para dentro de um laboratório de informática ou de um computador, só alterará o ambiente e a ferramenta a ser utilizada, não fazendo dessa atitude a utilização da informática educativa, e sim simplesmente a informatização dos meios tradicionais de instrução.

Para Max Günther Heatinger (2003, p.10), "(...) uma mudança na educação ocorre somente a partir das mudanças culturais de um povo, pela sua evolução política e social; e não apenas por meio de avanços tecnológicos (...)"; Por isso, saber trabalhar com a informática educativa na escola é fundamental, tanto para alunos quanto para professores, pois somente assim esta será realmente utilizada como meio de estudo, pesquisa e comunicação.

No momento, a grande preocupação que surge, consiste na revolução cultural que estamos vivenciando, a qual prioriza o pensar, que associando os novos meios tecnológicos e a atividades criativas, irá desenvolver com maior competência o senso crítico nos educandos. Como salienta Garcia.apud Heatinger (1997, p.18).

O papel da escola neste novo contexto de aprendizagem diz que é necessário que esta se torne não um lugar de treinamento, mas um ambiente de formação do presente renovado que, sem desprezar as tradições, cria as bases das novas tradições para um futuro vislumbrado, mas já de certa maneira visualizado.

A aprendizagem, neste novo contexto, inclui novas ferramentas a serem conhecidas e assimiladas pelos educadores, visto que a maioria dos alunos já nasceu na era virtual e digital, o que torna seu aprendizado muito mais rápido e fácil do que os educadores que têm que se atualizar constantemente e transformar seus métodos pedagógicos, de forma que auxiliem os alunos a adquirir conhecimentos reais e práticos diante da avalanche de informações a que estamos sujeitos diariamente, dando-lhes sabedoria para classificar o que é ou não relevante e importante para o seu aprendizado. Esta nova atitude do professor frente à modernidade e à evolução, é a base para mudanças tão almejada nas escolas onde o aprender é saber interagir, sozinho ou em grupo.

Enfrentar o uso das novas tecnologias na escola, em especial do computador, depende além da atuação do professor, do projeto político pedagógico da instituição, isto é, dos objetivos almejados pela instituição em relação a utilização e junção das novas tecnologias aos métodos utilizados. Segundo Valente, "o advento do computador na educação provocou o questionamento dos métodos e da prática educacional", o que sugere uma mudança não só na postura e atitude do educador diante da informática, como de todo corpo docente escolar. Corroborando com este posicionamento encontramos o depoimento de Heatinger (2003, p.31).

Se o comportamento das crianças e jovens vem se transformando nesse novo contexto, a sociedade também cobra dos meios educacionais e dos professores novas formas de pensar, planejar e estruturar a transmissão de conhecimento. Por isso, o educador está sendo forçado a mudar, quebrando certas posturas conservadoras que ainda utilizam somente o "pó de giz" e os cadernos de caligrafia em classe.

Para o uso das novas tecnologias aplicadas à educação, além da mudança já mencionada, o educando também deve compromete-se mais com o seu aprendizado já que este deverá valer-se de maior autonomia frente ao seu próprio aprendizado e não mais ser um receptor de conteúdos como no ensino tradicional. E é no emprego dessa ferramenta utilizando através de projetos e sabendo explorar todas as suas potencialidades educacionais, associando-a os saberes dos educadores, que estaremos de fato incluindo a informática na educação de forma realmente educativa.

Referências

HEATINGER, Max Günther. Informática na Educação: um olhar criativo. Porto Alegre. Coleção Criar. Vol. 02, 2004.

MENEZES, Débora. Tecnologia ao alcance de todos; Nova Escola, p.31. Set. 2006.

VALENTE, José Armando. Por que o Computador na Educação? , Disponível em: <http://edutec.net/Textos/Alia/PROINFO/prf_txtie09.htm> acesso em 09/08/2008


Autor: PATRÍCIA OLIVEIRA DOS SANTOS


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