Extensão Universitária: Caminho Para A Insersão Acadêmica Na Responsabilidade Social



INTRODUÇÃO: Segundo Schmitz (1984), a universidade tem um papel muito relevante a desempenhar, traduzido na contribuição para que todas as pessoas possam ter acesso a melhor qualidade de vida, ao mesmo tempo em que contribui para a convicção de que nenhum homem, nenhuma nação ou etnia é uma ilha, mas que a humanidade é um todo e só tem sentido como um todo, inclusive na supressão de suas dificuldades. Partindo-se desse ponto de vista, a universidade se torna fonte de desenvolvimento humano-social, ou como afirma GARCIA (2000), torna-se espaço de educação para a solidariedade, em um prisma de educação libertadora e solidária pautada em valores éticos e cristãos. Por outro lado, os acadêmicos estão cada vez mais abertos a essa visão, percebendo sua importância como protagonistas para a melhoria na qualidade de vida das pessoas e da sociedade, se amadurecendo para a prática responsável de sua profissão, que então assume características de responsabilidade social. Bons exemplos de ações de extensão podem ser observados no cotidiano dos centros de extensão das universidades e outros assumem caráter inter-institucional como as práticas do Programa Universidade Solidária ou Projeto Rondon, que desenvolvem ações universitárias sistematizadas pelas localidades interioranas do Brasil, destacadamente aqueles municípios com baixos índices de desenvolvimento humano – IDH.

MATERIAIS E MÉTODOS: Este artigo foi desenvolvido a partir da análise, sob abordagem qualitativa, teoricamente fundamentada, sobre a temática da atuação de acadêmicos em comunidades carentes, por meio de projetos de pesquisa e principalmente extensão universitária. Para este trabalho, de maneira prática foram analisados depoimentos de universitários e professores extensionistas, além do suporte bibliográfico de Schmitz (1984), Morais (1995), Garcia (2000) e Calderón (2001) que destacam os caminhos e os desafios que perpassam o meio universitário.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Considerando a obra de Morais (1995) que afirma que as universidades constituem-se em lugares de investigação, documentação, criatividade e ensino, onde "se cria para alguém" e "se ensina a alguém", fica evidente o compromisso que as instituições universitárias devem possuir com a sociedade na qual estão inseridas, inclusive no entendimento e cooperação para a superação de seus desafios. Isso mostra a importância do desenvolvimento de pesquisas e extensão universitária, pois estes instrumentam e incorporam o acadêmico, integrando-o ao contexto social. Como exemplos da grande importância e expressão das atividades universitárias, destacamos o Projeto Rondon e o Programa Universidade Solidária que promovem parcerias de cooperação com as universidades, buscando ampliar a inserção de seus acadêmicos, e despertando seu olhar crítico à respeito da realidade social que o cerca, proporcionando ainda que este perceba a aplicação prática de seus conhecimentos e a importância de sua profissão em uma visão mais plena de sociedade. Destaca-se, neste sentido, o desenvolvimento do olhar social e solidário do acadêmico sobre sua futura profissão a partir do contato com outras realidades socioculturais. Uma reflexão madura da extensão universitária é o rompimento do paradigma de que o conhecimento acadêmico é soberano sobre o conhecimento popular ou tradicional, assumindo-se uma visão moderna de que a ciência e o tradicionalismo são complementares, podendo co-existirem e serem afirmados como verdadeiros, na plena maioria dos casos. Neste sentido, observa-se a promoção do "desenvolvimento sustentável do conhecimento" nas mais diversas localidades e distintas realidades onde os universitários extensionistas, "rondonistas" ou "solidários" tem atuado, confirmando que "o meio social geral e o meio universitário em especifico formam um tecido simultaneamente continuo e descontinuo" (MORAIS, 1995).

CONCLUSÃO: A partir da análise desenvolvida, fica evidente a importância do contato direto do acadêmico com o meio social e suas problemáticas, para que este possa experimentar a responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento social de comunidades distintas. Por outro lado, a comunidade propicia ao acadêmico a reflexão, que muitas vezes não é encontrada nas salas de aulas, acerca da importância de sua formação ética e solidária. No entanto, se faz necessário que o processo de amadurecimento da comunidade acadêmica (direção, docentes, discentes e órgãos financiadores) para continuar a possibilitar a busca deste caminho profissional.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

CALDERÓN, A.I. Experiências universitárias, experiências solidárias. São Paulo: Editora Olho D'água, 2001.

GARCIA, J.T. Educação para a solidariedade. Bauru/SP: EDUSC, 2000.

MORAIS, Regis de. A universidade desafiada. Campinas/SP: Editora da UNICAMP. 1995.

SCHMITZ, Egídio F. Caminhos da universidade brasileira: filosofia do ensino superior. Porto Alegre: Sagra, 1984.

Operação Rondon 2007. Disponível em: <http://www.defesa.gov.br/projetorondon>. Acessado em: 14 de Março de 2007.


Autor: Maurício Jose da Silva


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