Jornada Histórica do Homem



Jornada histórica do homem
Por Marilaine Guadalajara*

Um dia o homem descobriu que poderia criar instrumentos utilizando pedras, um grande progresso!
E então, um dos nossos antepassados mais curiosos descobriu o fogo! Esse, sim, foi um achado e tanto! Daí para a criação do tecido, o uso do arco e da flecha, criação dos sistemas de irrigação foram mais alguns milhares de anos. Descobre-se o bronze e a novidade da hora, passa a ser a metalurgia.
O homem cria a escrita e passa para uma nova fase de descobertas!
Ele vai percebendo que ficar num só lugar é um bom negócio, surgem os primeiros núcleos urbanos, e também as primeiras guerras! Nesse tempo os transportes se desenvolvem, uns preferem os barcos à vela, para outros a moda passa a ser as "superpotentes" carroças com rodas. E, de criação à criação, de descoberta à descoberta, o homem segue sua trajetória, vai passando...
As grandes civilizações começam a se formar. A civilização egípcia, a civilização hebraica, a grega, tempos depois surgem a civilização hindu e tantas outras... O homem começa a se separar, juntando-se em "civilizações".
Depois de construir grandes impérios, de se fortalecer materialmente, o homem começa a se indagar sobre a origem de todas as coisas, e lá estão os pré-socráticos para tentar responder. Leucipo define o átomo; Erastóstenes calcula a circunferência da Terra; Alexandre funda a Alexandria; na China, inventam o papel; Jesus Cristo nasce e divide a história.
O Vesúvio arrasa Pompéia. O médico grego Galeno escreve um tratado sobre o sistema muscular, enquanto do outro lado do mundo os Maias desenvolvem avançadas técnicas de irrigação e os Incas formam em, Macchu Picchu, um grande centro religioso com cerca de dezesseis mil habitantes. Constantinopla é tomada, o império romano cai e essa fase passa.
E o homem continua sua passagem.
Justiniano codifica o direito romano, Maomé nasce, os Maias são dominados, surgem os primeiros arreios e as carroças passam a ser puxadas por cavalos. No Oriente, a pólvora é fabricada e os chineses registram a morte de uma estrela. Surgem as canções trovadorescas e Dante escreve A Divina Comédia. Joana d?Arc é condenada; ingleses e franceses guerreiam por cem anos. E é então aberta a temporada de expansão marítima.
E o tempo vai passando e o homem prosseguindo em sua jornada.
Um homem então inventa algo novo, a imprensa, e imprime a Bíblia. Enquanto isso Colombo chega à América e Vasco da Gama, finalmente, chega às Índias. O mundo começa a ficar pequeno...
Leonardo da Vinci pinta a Mona Lisa e Lutero inicia a Reforma. O mundo fica menor ainda quando Fernão de Magalhães inicia a primeira viagem de circunavegação da Terra.
Entre descobertas, grandes feitos e invenções, o homem prossegue adiante...
Os astecas são derrotados pelos espanhóis, e os mesmos espanhóis conquistam a cidade de Cuzcu ao derrotarem os incas. E quando a incógnita do espírito humano parece estar elevada ao cubo, os italianos encontram um método para resolver as equações algébricas de terceiro grau. Datam desta época as primeiras construções de teatros com divisão entre palco e platéia; muito embora Rousseau venha a falar sobre as desigualdades sociais somente trezentos anos mais tarde.
Coincidência ou não, a inquisição é restabelecida quase ao mesmo tempo em que surge a proposta de que algumas contas podem ter como resultado um número negativo. E, na noite de São Bartolomeu, cerca de três mil protestantes são mortos.
O tempo passa, passa, passa...
Camões escreve Os Lusíadas, Galileu inaugura a física moderna, Cervantes dá ao mundo Dom Quixote. Os incas ajudam os espanhóis a se curarem da malária e Newton descobre que a luz é composta de várias luzes diferentes. Diferentes também são os avanços tecnológicos, o mundo entra num momento espetacular e revolucionário... E então, depois de deflagrada a Revolução Industrial, Priestley descobre a existência do oxigênio.
Rossini gera o Barbeiro de Sevilha, Dom Juan encanta suas leitoras e as colônias americanas vivem o encantamento da independência. Beethoven compõe sua última sinfonia, surge o palito de fósforo e os sindicatos pegam fogo na Inglaterra.
E o homem caminha enquanto Balzac edita A Comédia Humana.
Parkers descobre o plástico, Victor Hugo denuncia as injustiças sociais em Os Miseráveis; países europeus se unem e resolvem dividir a África. Mais uma coincidência, o Raio X e o detector de mentiras surgem ao mesmo tempo...
Acontece o primeiro beijo no cinema e Thompson descobre o elétron; Freud interpreta os sonhos enquanto para Einstein tudo é relativo. E Marcel Proust escreve Em Busca do Tempo Perdido!
A saga humana continua, as passagens seguem seu rumo...
Quando o homem pensa estar próximo às respostas, Heisenberg define o princípio da incerteza. As incertezas aumentam quando eclode a II Guerra mundial e o mundo fica sabendo que Hiroshima existia; quando, no mesmo ano em que os direitos humanos são declarados,o apartheid é oficializado; quando o muro de Berlim é construído; quando a guerra do Vietnã é declarada.
Seguimos evoluindo em meio a incoerências.
Surge a primeira rede de computadores e Kubrick nos apresenta "2001 ? Uma Odisséia no Espaço", onde um computador se revolta contra a tripulação de uma nave. O primeiro computador pessoal se revela e ficamos sabendo que a camada de ozônio pode ser destruída. Bill Gates funda a Microsoft, a Teoria do Caos passa a ser uma disciplina estruturada, nasce o primeiro bebê de proveta e um computador é o primeiro adversário a derrotar o campeão mundial de xadrez Garri Kasparóv.
Somente depois de trinta e três anos de o homem ter pisado a lua, é descoberto o mais antigo povoado do mundo em Ohalo, Israel. O homem conquista o espaço antes mesmo de conquistar a Terra!
Mas tudo isso são passagens, passagens do homem sobre a terra. Tudo isso faz parte da peregrinação humana. Somos peregrinos e a cada passo que damos levamos uma carga de conhecimentos e conquistas adiante. Buscamos vencer as diferenças, afinal a luz não é um conjunto de luzes diferentes?

(*Marilaine Guadalajara é professora de Língua Portuguesa e Literatura da rede particular de Vitória da Conquista, pós-graduada em Linguística pela UESB).

Autor: Marilaine Guadalajara


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