Como se escreve a História: Foucault revoluciona a história



Como se escreve a História: Foucault revoluciona a história

Flávio Fagundes de Paula, Franciele Sabrina Tiecher

Paul Veyne nasceu em, 13 de junho de 1930 é um arqueólogo e historiador francês, especialista em história da antiguidade romana. Escreveu diversas obras de suma importância, mas foi em como se escreve a História; Foucault revoluciona a história, um clássico, e um marco para a vida do autor.
Em seu livro, Paul Veyne trata, em primeiro lugar, do objeto da história, e indaga o que seria a História? Afirma que ela não é uma ciência e que jamais será.
Como se escreve a história é um livro essencial para os historiadores, uma vez, que demonstra para tal, qual é a função da história e qual a sua importância na explicação dos fatos.
Os homens sentem a necessidade de conhecer, de tentar explicar o passado e sua curiosidade é que faz a história, e para Veyne "A história é uma narrativa de eventos" (p.11). Em diversos momentos de seu livro, ele e fala da História interessante, e a compara com o romance, devido ambas usarem de narração, embora ele deixe bem claro que romance e História se distinguem, pois para a História "não lhe interessa a beleza, e sim a verdade (pg.15).
Devido às diferentes formas de se interpretar os fatos é que se faz necessário o uso de documentos, um historiador não deve apenas repetir os fatos.
Segundo Veyne, o historiador tem em suas mãos o poder de escolhe, de dar a certos fatos maior importância. Daí o cuidado que um bom historiador deve ter em não induzir o leitor.
O autor exalta a importância do uso de documentos, e o define "como todo acontecimento que deixou, até nós, uma marca material". (pg. 37). A História se propõe a narrar às civilizações do passado, mas ela não deve apenas contentar-se em narrar, ela também deve explicar.
Veyne, diz que existem duas razões para que História se interesse pelo passado a primeira dela seria a nossa dependência ao grupo social e familiar e a segunda é a curiosidade.
No capitulo em que se refere às teorias, tipos e conceitos, Veyne afirma que essas três são uma mesma coisa, resumos prontos. Para ele, os "conceitos inadequados são um tormento para o historiador" (p.66), às vezes as palavras não se ajustam, soam com ar falso, esses tormentos são um sinal, um alarme que anuncia o anacronismo, a historiografia é uma luta incessante contra isso.
Inteligentemente, o autor fala que há uma grande dificuldade por parte do historiador em se chegar ao concreto, pois eles dispõem de poucos documentos, e por isso tem que estar sempre tapando buracos, esses buracos são tapados com o uso de teorias e das hipóteses.
Segundo Veyne, a História consiste em dizer o que se passou e não em julgar, se isso for seguido ela ficara indiferente aos julgamentos de valor. O historiador emite três espécies de aparentes julgamentos de valor. "Ele narra os valores da época, explica os comportamentos a partir dele acrescenta" (p.95), tudo sem dizer de esses valores eram bons ou não.
Na última parte de seu livro chamada de Foucault revoluciona a história, Veyne busca em Foucault explicar que a história é um estudo simples, ele não deixa dúvidas de Foucault é "um dos grandes historiadores de sua época" (p.151).
Em um trecho de suma importância, Veyne diz que tudo o que Foucault diz aos historiadores é "Vocês podem continuar a explicar história como sempre o fizeram, mas se observarem com exatidão, despojando os esboços, verificarão que existem mais coisas que devem ser explicadas do que vocês pensavam" (p.160). Ou seja, o que Foucault que dizer é que o historiador precisa dar mais atenção, e assim encontrar-se-á algo nas "entrelinhas", algo que até então não haviam percebidos.
Como se escreve a história é um livro muito rico, pois possui uma imensa riqueza teórica, e Foucault é uma espécie de referência de muitas dessas idéias aplicadas ao livro. Veyne, nesse livro contribui muito para a história, um excelente livro de boa leitura e suma importância tanto para o historiador como para qualquer pessoa.

Referências

VEYNE, Paul. Como se escreve a história; Foucault revoluciona a história. Trad. de Alda Baltar e Maria Auxiliadora Kneipp. Brasília, Editora Universidade de Brasília, 1982.

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