Tristeza de Alegria



"Eu fico triste e alegre
Sem beber eu fico triste, bebendo eu fico alegre
Eu fico triste e alegre
Sem beber eu fico triste, bebendo eu fico alegre"

Vemos, nas entrelinhas, um incentivo a vida de beberrão. Só há felicidade se estiver acompanhado do álcool. A alegria desta vida embriagada é passageira, com crises de amnésia, falsa segurança e liberdade.

"Vou ligar pra ela e vou dizer
Que estou sozinho precisando de você
Pergunto a deus qual é a solução
Melhor desabafar do que morrer na solidão (2x)"

Vai atrás de alguém para acompanhá-lo na virada de copo. "Pergunto a deus...", que deus é esse com D minúsculo? É melhor sair deste estado emocional, ou continuar e realmente morrer da maneira que não se quer?

"A felicidade num copo de cachaça
Se a cerveja está gelada
Ela fica mais bonita"

O que existe de melhor na vida se encontra dentro de um copo? Será possível? Ou é apenas mais uma desculpa esfarrapada para sucumbir a tentação da embriaguez?

"Vou chorar, vou sofrer
Sou feliz porque quem sofre se diverte"

Parecem palavras ditas por alguém que está se afundando cada vez mais no atoleiro da perdição e diz: "pra mim tanto faz, como tanto fez". Será que o sofrimento próprio, ou de outrem traz realmente diversão?

"Eu fico triste e alegre
Sem beber eu fico triste, bebendo eu fico alegre
Eu fico triste e alegre
Sem beber eu fico triste, bebendo eu fico alegre"

Finalizando a música como começou, se regozijando no sofrimento.

Provérbios 23:29-35: "Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando vinho misturado. Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá. Os teus olhos olharão para as mulheres estranhas, e o teu coração falará perversidades. E serás como o que se deita no meio do mar, e como o que jaz no topo do mastro. E dirás: Espancaram-me e não me doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei? aí então beberei outra vez."

Autor: André Montenegro


Artigos Relacionados


Vozes

Um Grande Amor...

Faca Amolada

Sul Real

Triste Te Vi Na Alvorada

Poesia:loira Tonta...de Marcos Piuí Surfista De Trem.

Se Um Dia