VIDA FUTURA



VIDA FUTURA
Nazaré, 12-12-1994

Se saiu de moda ser progressista
E comunista radical,
Então, eu sou conservador.
Desacostumaram o povo
A viver em liberdade.
Criaram uma nova geração
Que não se importa com nada
E que não tem pátria para amar.
Chegou a nova geração
Carente de cabeça,
Com excesso de pernas.
Que nova droga vão inventar
Para acalmar os ânimos dos provenientes,
Se eles já são resistentes às existentes?
Se lucram os intervenientes
Com os dementes inconscientes?
Que novo vírus vão criar
Para acalmar a fúria
Da juventude restante,
Se o sexo já está frio?
Será que virá uma nova raça
Com chifre e rabo e resistente a tudo?
Até às drogas? Até ao sexo?
Virá uma raça de solitários,
Todos comendo poeira e terra
Porque não existirá mais nada
Na face da própria.
Os costumes serão outros,
Os carros serão de barro (orgânico)
As casas de chaparia (biodegradável)
Pequenas como sepulturas,
E lá continuarão pela falta
De necessidade de sair
E se relacionarem
Com os outros solitários.
Vejo numa praça
Briga de religiosos
Na disputa por Jesus.
Se cada um ficasse com seu pedaço,
Jesus seria de todos.
Mas cada um quer só para si,
Numa disputa acirrada,
Só para ter a impressão
Que ganhou o reino dos céus.
Pobre juventude controlada,
Pobres diabos cheios de pernas,
A boca cheia de dentes,
A cabeça cheia de ilusão.
As aves de rapina
Que se apropriaram do poder,
Já fizeram seus esquemas
Pelos próximos cinqüenta anos,
E nós não fomos incluídos.
As esquerdas foram desgastadas
Pelos computadores de direita,
Pelos velhos caudilhos
Que comandam o mundo
Através de botões coloridos,
E ajudados pelos jovens
Que hoje são seus filhos
E amanhã serão caudilhos... também.

Autor: Gilberto Nogueira De Oliveira


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