PERSPECTIVA DA SOCIEDADE ATRAVÉS DAS RELIGIÕES



PERSPECTIVA DA SOCIEDADE ATRAVÉS DAS RELIGIÕES
Edson de oliveira reis
Prof.orientador:Loide Caetano
RESUMO

O presente artigo foi desempenhado com á finalidade de atingir de modo racional à edificação da sociedade por meio da ajuda do fenômeno religioso perpassando pela família e pelo individuo. Para este artigo foi realizada uma pesquisa bibliográfica para a concepção e desenvolvimento do assunto por meio de diversos autores. As fundamentais conclusões indicam que embora os muitos equívocos humanos acontecidos nos centrais palcos em que se confere o fenômeno religioso, a sua importância para a sociedade como um todo, vão além de uma influência do mencionado fenômeno que tende a restringi-la aos templos. Na verdade se estende até a instituição, atualmente em decadência: que é a família. A presença do fato religioso centrado, tranqüilo e coeso tem apresentado intensos benefícios e amparado definitivamente a construção da família brasileira.

Palavras Chaves: Sociedade; Religião; Perspectiva
ABSTRACT
This article was performed in order to achieve a rational way to building the society through the help of the religious phenomenon passing through the family and the individual. For this article a literature search was conducted for the design and development of the subject by various authors. The key findings indicate that although many human errors that occurred in the central stage on which it gives the religious phenomenon, its importance to society as a whole, beyond the influence of the mentioned phenomenon that tends to restrict it to the temples. In fact extends to the institution, now in decay, that is the family. The presence of the religious-centered, peaceful and united has had intense and sustained definitely benefits the construction of the Brazilian family.


Keywords: Society, Religion; Perspective


CURRICULO


EDSON DE OLIVEIRA REIS-Graduado em gestão de agronegocios,pela CESUMAR e Mestre em filosofia da religião pelo INSTITUTO TEOLOGICO GAMALIEL

ARTIGO CIÊNTIFICO
PERSPECTIVA DA SOCIEDADE ATRAVÉS DAS RELIGIÕES

1- INTRODUÇÃO
O campo do experimento religioso tem sido arena de diversos debates em nossa era pós-moderna. Alguns acastelam a plausibilidade da religião para o período histórico em que nos achamos, enquanto outros avaliam a religião como sendo um tanto arcaico e que, apenas em casos muito particulares, pode exercer algum papel na sociedade presente.
O procedimento sociológico precisa de uma visão de sociedade. A visão orgânica da sociedade entusiasmou o dito de Durkheim (1978, p.490). Ele concebia que a sociedade é uma estrutura e por isso necessita ser considerado utilizando ferramentas de análise que foram utilizadas pelas ciências biológicas. Na visão orgânica a sociedade é vista como um preceito e cada uma das suas partes são considerados a partir da função que desempenham. A função da religião na sociedade é uma das inquietações do pensamento de Durkheim.
Tem-se conhecimento que, por ser parte complementar da história da raça humana desde os seus primórdios, a religião toma um lugar importante e ao mesmo tempo é indissociável de todo o conjunto sociológico que todas as proles anteriores e o presente têm conhecido.
A religião compõe, atualmente, uma reserva de emblemas e sentidos, reportados institucionalmente, ou livremente procurados pelos indivíduos, dentro de uma variedade de caminhos e níveis.
Ao oposto do que se diagnosticava a propósito de o fim da religião, nota-se a um reavivamento da efervescência religiosa acompanhadas por uma diversificação das práticas, assim como, uma consideração, pelas ciências humanas, de sua importância como fator de mutação social, principalmente pela sua disposição, sempre reconstruída, de agregação e assimilação.
Deste modo a religião é um elemento universal e de um enredamento no mínimo transcendente. Assim fica a pergunta a religião traz um papel de fato respeitável na edificação da sociedade de modo benéfico? A escolha deste tema se deve ao fato de ser constatada por pesquisadores a expressiva ajuda do fenômeno religioso na edificação da história, na construção de famílias e de muitas sociedades e na construção do individuo que procura de um modo ou de outro uma aproximação e concepção do sagrado.
Sendo assim este artigo traz o objetivo de apontar a perspectiva da sociedade por meio das religiões. Para se chegar ao objetivo proposto foi desempenhada uma pesquisa bibliográfica para a compreensão e enriquecimento do assunto por meio de diversos autores.


2- DESENVOLVIMENTO
A expressão do nosso planeta tem se transformado muito velozmente nos últimos cinqüenta anos. O presente estado mundial de globalização gerou uma nova camada e um conjunto cultural que tem sido percebido como uma nova categoria de exercício da humanidade: condição pós-moderna. O marco quer indicar a manifestação de transformações abrangentes e expressivas no tecido social sem que, no entanto, constate-se a ocorrência de ruptura com o modelo construído. Por esta razão o tempo e as modificações, aos qual o termo refere-se, tem sido elemento de discussão entre os desiguais teóricos que acabam formulando desiguais declarações para nomeá-los. A precisão de novos termos como, pós-industrial, pós-secular, pós-comunista; hipermoderna, para coligar este período histórico do capitalismo, sugere a essência de transformações reais que chegam a alterar a sua face, ou no mínimo, recomendam a ocorrência "de abundantes descontinuidades dentro do modelo de desenvolvimento unilinear e progressivo, que estava no alicerce da sociedade industrial".( MARTELLI, 1995)
O experimento religioso (religiosidade) é mais do que um simples acontecimento. É antes de tudo um modo elementar do indivíduo que surge a partir do próprio acordo que o ser humano é um ser finito, limitado, imperfeito, e se acha num mundo que não instituiu e cujo sentido ignora. É desenvolvida por meio de uma busca pessoal e jamais por imposição. Pode se demonstrar por meio da crença de uma fé e ritos, como ainda pode se traduzir em outras atitudes não inteiramente catalogadas com uma religião. A religiosidade não tem a cobiça de desempenhar uma influência social, pois chega ao ser humano como resposta às demandas existenciais da vida, trazendo referenciais que transcendem a sociedade. Está muito mais coligada a experiências particulares, como os acontecimentos sobrenaturais, que despertam os homens e mulheres para outras grandezas da realidade. (CRESPI,1999)
Esta composição robustece o dito de coerção social de Durkheim (1989). Asseverava-o que, quando o ser humano habita em sociedade, a maior parte de suas ações não é conseqüência de suas determinações isoladas, mas também de princípios externos à sua vontade. Esses princípios na verdade, são apegos e procedimentos que são apropriados a uma sociedade e que ela tenta inspirar em seus integrantes. É justamente essa "pressão" que a sociedade desempenha sobre os seus integrantes para adequar-lhes à conduta, que Durkheim chama de coerção social. Como pode-se notar no pensamento de Durkheim:

"De maneira geral, não há equívoco de que uma sociedade tem tudo o que é sucinto para acordar os espíritos, simplesmente pela ação que ele pratica sobre eles, a sensação do divino; porque ela é para os seus elementos o que um deus é para os seus fiéis. Um deus, com resultado, é antes de tudo um ser que o homem concebe, em determinados aspectos, como superior a si mesmo e de quem crê depender. Quer se trate de personalidade consciente, como Zeus ou Javé, ou então de forças contemplativas como as que estão presentes no totemismo, o fiel, tanto num episódio como no outro, acredita-se forçado a determinadas maneiras de atuar que lhe são impostas pela natureza do princípio sagrado com o qual se sente em relação. Ora, a sociedade igualmente alimenta em nós a impressão de continuada dependência. Como tem natureza que lhe é própria, desigual da nossa natureza de indivíduo, ela visa a fins que lhe são também especiais: mas, como só pode atingi-los por nossa intercessão, rezinga imperiosamente nosso concurso. Ela determina que, perdidos de nossos interesses, nos tornemos seus servidores e nos atribui toda condição de incômodos, de privações e de sacrifícios sem os quais a vida social seria dificílima. É por isso que a cada instante somos forçados a nos submeter a normas de comportamento e de pensamento que não fizemos nem desejamos, e que às vezes são até opostas às nossas intenções e aos nossos impulsos essenciais.
A demarcação de sagrado e profano para Durkheim se produz na forma da negação. O modo do sagrado está em que ele se distingue do profano por uma série de determinações e impedimentos rituais que o afastam do profano. A religião contém técnicas rituais e uma forma institucional bem acentuada. Essa forma institucional ele titulou de "Igreja", que necessitamos perceber no sentido da experiência de uma organização cerimonial bem decidida vinculada as pessoas que exercem suas crenças.
[...] uma religião é um preceito solidário de crenças seguintes e de práticas referentes a coisas sagradas, ou seja, afastadas, proibidas; crenças e práticas que ligam na mesma comunidade moral, chamada igreja, todos os que a ela se juntam. O segundo componente que surge na nossa definição não é menos fundamental que o primeiro; pois, mostrando que a imagem de religião é essencial da idéia de igreja, faz observar que a religião precisa ser coisa de modo eminente grupal. (DURKHEIM,1978:79)
Conforme Pierre Sanchis, (1997, p. 103-104) quando se tem uma visão para o campo religioso brasileiro contemporâneo, um primeiro episódio chama a atenção é : a mudança inserida nele pelo fim da hegemonia quase que monopólio católica, [...] Aceleradamente as diferenças e cruzamentos se demonstram. Diversificação ativa, que a Igreja Católica, as instâncias de menções identitárias, os sistemas de atribuição de sentido, as famílias de espírito reagrupadas em torno de visões de mundo e etos institucionalizados... (SANCHIS, 1997, p. 103-104).
No entendimento de Malinowski (1983, p. 19), não têm povos, por mais selvagens que sejam sem religião e magia. Também não há povos primitivos sem caracteres científicos ou ciência, mesmo que se lhes fosse denegada esta capacidade. Encontra-se nestas sociedades duas esferas qualificadas, o sagrado e o profano; em outras palavras, o domínio da magia e religião como o da ciência.
Sabe-se que a religião traz um potente domínio de influência sobre o ser humano e pressupõe-se que ela apresente respostas às inquisições mais íntimas do homem. Conforme Catão (1995), dentre os numerosos instrumentos de que dispõe a sociedade para conseguir tão alto objetivo está a religião, pois apenas quando se põe a questão da transcendência, a que se designa Deus, acha a comunidade humana e cada uma das pessoas particularmente, respostas às perguntas essenciais que todos se depositam diante da vida.
Pode-se estabelecer a religião como uma saída substitutiva descoberta pelo sujeito diante do mal-estar do seu desenvolvimento. Ela se abrange com as mais intensas emoções dos seres humanos, deste modo pode se tornar muito influente se for à única responsável pela vida intelectiva do sujeito. Como um homem da luzes, Freud (1976. p. 195-200 ) avaliava a religião como um fator de obscurantismo, como uma perseverança dos vínculos infantis com a forma paterna, a quem se precisa ter dependência e lealdade, recebendo em troca assistência. O conforto religioso aprovisionado pelas práticas religiosas reafirma as fantasias infantis de onipotência e consegue o seu desejo de negação da morte. Para ele, as religiões cristãs são uma das formas do sujeito preencher suas ausências emocionais catalogadas ao medo da morte, à moralidade, que determina deles o desapego pulsional, e aos desejos sexuais insatisfeitos. Conforme ele, os religiosos são alienados, procuram ilusoriamente melhorar as suas perdas, como uma forma de dar sentido para a vida. Mas, Freud adota a religião ainda, como um produto histórico das precisões humanas, como um tanto sublime, superior a qualquer capacidade intelectiva humana, por dar procedimento aos anseios mais intensos do homem, tornando o mundo mais aceitável e íntegro de se viver. Deste modo não se opunha a um paciente religioso, pois segundo ele, cabe ao psicanalista abranger qual o papel que a religião desempenha na economia psíquica do homem.
Rubem Alves (2005) garante que para o pensamento protestante latino-americano a razão verdadeira das crises sociais diz respeito à esfera moral e espiritual, uma vez que é a decomposição da esfera espiritual que gera as crises sociais. É, sobretudo neste sentido que precisa ser visto o confronto entre as missões protestantes e o romano-catolicismo, pois, em última análise, para o protestantismo a grande responsável pela pobreza, retrocesso e tiranias sociais era a igreja romana. A decorrência deste encontro foi a descaracterização do próprio protestantismo, transformando-o num anti-catolicismo. Em nome de seu ligame liberal, renuncia à cultura latino-americana e se recomenda a tarefa de mudança da sociedade por meio da religião.
De acordo com a tese de Durkheim (1978) a religiosidade está coligada a coletividade, mas um dos aspectos respeitáveis da modernidade é o desenvolvimento do individualismo. A própria divisão do trabalho exacerba a individualização o que poderia levar a entender que poderíamos atingir a procedimentos secularizantes ou ao fim da própria religião. Com relação a esse aspecto Durkheim pensa que as transformações na velha forma de organização do homem é uma mudança e não o fim da ordem moral que a formou. Assim sendo a religião é uma coisa eterna. Mesmo que as presentes formas religiosas submirjam o homem nomeará novas religiões. Os subsídios que desenvolvem a sociedade permanecem: o espaço social, o tempo social, as classes sociais a causalidade coletiva. Toda vez que os homens se agruparem para conseguir um determinado fim eles tem de chegar a algum acordo com relação a isso e aí descobrimos os elementos imprescindíveis para a construção da religião.
Deste modo, tem na religião algo de eterno reservado a supervivência a todos os símbolos característicos nos quais o pensamento religioso se abrangeu continuamente. Não pode existir sociedade que não sinta a precisão de manter e reafirmar, a espaços regulares, os sentimentos coletivos e as opiniões coletivas que compõem a sua unidade a sua personalidade. Ora, essa restauração moral só pode ser conseguida por meio de reuniões, assembléias, congregações onde os indivíduos, muito próximos uns dos outros, reafirmam em comum os seus anseios comuns. ( DURKHEIM, 1978: 504)
Para um sacerdote fiel aos princípios ligado a uma instituição religiosa, pensar que a religião se descobre viçosamente imbricada no seio de uma sociedade secularizada, de desregulação do religioso institucional e afeita a bricolagens pessoais, poderia ecoar como impossibilidade, pois tal quadro expressaria exatamente o oposto à religião, percebida antes como recurso ao dogma, à ortodoxia e à disciplina normativa institucional. Mas, aqui, religião apresenta significado além. Percebe-se que religião, na atualidade de sua experiência pelo indivíduo racionalizado da Modernidade, não é tanto uma substância que depende de formulação e fidelidade institucional, nem mesmo de uma apreensão do sagrado como um tanto extra nos, existente por si e apreensível pelo viés de certos ritos e mitos difundidos pelas religiões institucionais. Prefere-se falar da religião como um "fundo mágico-religioso" (MENEZES: 2003, p. 111), daquilo que aprovisiona significado e força simbólica para as pessoas, para sujeitos em suas subjetividades. Aquilo que age expressivamente na vida das pessoas, dando-lhes sentido, nomos, seja pelo viés da ética ou obediência a um ser divino, de uma inclusão a mitos e ritos que comandem o seu cosmos particular, seja por meio de manipulações que violentem o sagrado à força simbólica que a pessoa deseja.
Léa Perez opta falar de "sensibilidade religiosa, ou mais apropriadamente ainda, suscetibilidade mágico-religiosa" (PEREZ: 1996, p. 7). Entrementes, numa ação nomeadora ou de força para a vida, aí se registra isto que se chama de religião, um "empreendimento humano pelo qual se forma um cosmos sagrado" (BERGER: 2004, p. 38). Sendo que, na Modernidade, esse "cosmo sagrado" tende a ser cada vez mais particular - "micro-cosmos"(?) - ou mesmo não convencionalmente sacro.Sínteses pessoais.
A atual humanidade que passou por um grande procedimento de dessacralização e secularização, não obteve um mundo mais justo por meio da razão. O progresso teológico e a ciência, em vez de ajustarem a solução de todos os males da sociedade, mostraram-se impossibilitados de suplantar as contradições da convivência social. O desenvolvimento do capitalismo "selvagem", as duas grandes guerras mundiais, o uso da bomba atômica, os riscos da industrialização para a ecologia, entre outros, apontou a impotência da razão como "salvadora da pátria", fez-se então imprescindível um retorno aos velhos referenciais que tinham sido incógnitos na modernidade; é neste conjunto que nasce o que chamamos de pós-modernismo, como garante Eduardo Subirats:

"Em torno de todo jargão do Pós-moderno desenvolvem-se costumes culturais de signo regressivo. Assim se passa com o nacionalismo que se protege por detrás dos historicismos nostálgicos ou dos desiguais regionalismos; assim, a procura de valores substanciais, de uma ordem ética ou estética transcendente, por meio da reivindicação do tradicional, do retorno a formas de pensamento religioso e da defesa de uma autonomia de princípios morais também de signo transcendente". (SUBIRATS, 1991.).
Conforme Martelli a religião precisa ser avaliada como um recurso cultural, cujos emblemas estão em nível de explicar a nova realidade compreendida pelos atores, sem que o uso da linguagem e dos símbolos precise fundamentalmente passar por meio das modalidades formadas pelas religiões institucionais. ....a perda da importância das comunidades tradicionais não procede na insignificância dos símbolos religiosos, como tinham sustentado os expoentes da secularização, mas somente no enfraquecimento das ligações entre as instituições eclesiais e os próprios símbolos. Isto esclarece o uso contraditório e polivalente de tais símbolos, seguidos e livremente explicados pelos cultos e seitas que surgem em numero cada vez maior nos anos 80, "assim como pelos indivíduos" ( MARTELLI, 1995 p. 17)
Em sua obra, As formas elementares da vida religiosa, Durkheim (1983) outra vez usa o marco representações coletivas. Nela, o autor considera o sistema religioso primitivo cultos australianos para envolver as suas formas elementares, como o próprio título sugere, e a natureza religiosa do homem. Entretanto, destaca que a preferência das religiões primitivas é por uma questão de método (histórico), pois todas as religiões têm as mesmas razões e respondem às mesmas precisões.
Nesse significado, a religião é um preceito de reproduções do mundo, de onde procede até mesmo a cosmologia da sociedade. Conhecimentos como tempo e espaço, abrangidas enquanto camadas de entendimento nascem do pensamento religioso. São reproduções coletivas, estabelecidas na prática religiosa. Durkheim completa afirmando que :
A religião é uma coisa de modo eminente social. As reproduções religiosas são aspectos coletivos que demonstram realidades coletivas; os ritos são modos de atuar que nascem no seio dos grupos congregados e que são reservados a suscitar, a conservar ou refazer certos estados mentais desses grupos. Mas então, se as classes são de procedência religiosa, elas precisam compartilhar da natureza comum a todos os fatos religiosos: elas também necessitam ser coisas sociais, produtos do pensamento coletivo. (DURKHEIM, 1983, p.212)
Expressões, sensíveis que são do tecido cultural e oferecem indícios do impacto destas mudanças na modernidade e das impossibilidades decorrentes das dificuldades dos Estados de garantir a racionalidade e universalidade do progresso continuado e suas promessas é a religião e a educação. Um claro padrão é o fato de quanto mais se desenvolve a disposição da tecnologia de aprimorar as condições de vida mais aumenta a ameaça a própria experiência da vida. E ainda, quanto mais se aumenta o processo de secularização e globalização, contraditoriamente, mais se desenvolve a dessacralização do projeto presente de progresso ilimitado que abstrai de valores. Ao oposto do que se diagnosticava sobre o fim da religião, se assiste a um reavivamento da ebulição religiosa seguido por uma diversificação das práticas, assim como, um reconhecimento, pelas ciências humanas, de sua importância como fator de mutação social, principalmente pela sua capacidade, sempre reconstruída, desagregação e identificação. A religião passa a ser percebida como acontecimento complexo flutuando entre a secularização e a dessecularização, no dizer de Stefano Martelli (1995).
Entende-se, segundo o mesmo autor, "uma percepção de religião como solução natural e forma complexa, que foge à identificação com qualquer instituição religiosa ou partes do sistema social.". Trata-se de distinguir a respectiva independência da religião em relação às determinações sócia- econômicas , um lugar de excedente de sentido e por isso mesmo, capaz de ter uma multiplicidade de funções. Tal concepção é essencial para a questão que nos toma, os desafios epistemológicos que se apresentam á nossa reflexão e práticas educativos, principalmente, aquelas que visam a estruturação da disciplina ensino religioso, bem como, o desenvolvimento de profissionais, professores conhecedores neste ensino, neste período cultural, que se chama condição pós- moderna. (STEFANO MARTELLI 1995).

3- CONCLUSÃO
Quando apreciamos a fé e a religião, devemos perceber que necessitamos tê-las no meio de nossas famílias de forma válida e prioritária a primeiro tempo para que a moralidade possa ser desempenhada em meio à sociedade. Quando olhamos para o estudo da sociologia, trazemos a religião como ferramenta central para este trabalho de perceber os problemas sociais e terminar dizendo que grande parte dos males da sociedade é fruto de uma origem individualista e sem uma eucaristia religiosa certa, que molde o modo ética moral da pessoa.
Compreendemos nitidamente que o fato religioso tranqüilo, racional e perspicaz, não apenas de dogmas e regras sacras, mas de teor cristão, é de extremo valor para a construção do individuo e de suas relações interpessoais na sociedade que o cerca, principalmente contribuindo para o seu desenvolvimento ético e seu caráter, viabilizando deste modo o seu convívio no seio de uma família.
Diante do que foi divulgado, evidencia-se a seriedade do fenômeno religioso na edificação da sociedade. Compreendemos que, reverenciada a individualidade e crença de cada pessoa, a devoção sadia não precisaria em veemência qualquer ser oprimida, mas impulsionada por todos, pois ela é parte essencial de cada ser humano, queira este ou não, e pode categoricamente colaborar para termos uma sociedade mais justa, mais humana e mais próxima de Deus.
Pelo entendimento de Durkheim a religião vêm como um componente que dá vida na sociedade. Por isso a religião é permanente, mesmo que as formas presentes de religião submirjam o homem permanecerá produzindo religiosidades. A religião é um meio constitutivo e essencial para a sociedade. Mas é, além disso, a sociedade que determina a religião e lhe ajusta o seu desenvolvimento.















REFERENCIAS

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BERGER, Peter. O dossel sagrado. Elementos para uma teoria sociológica da religião. São Paulo : Paulus, 2004.

CATÃO, Francisco. O Fenômeno Religioso. São Paulo, Editora Letras & Letras, 1995.
CRESPI, Franco. A Experiência Religiosa na Pós-Modernidade. Bauru, SP: EDUSC, 1999.
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico". Introdução Cap. 1 e 2. São Paulo, Ed Nacional, 1978

DURKHEIM, E. "As formas elementares da vida religiosa". IN: Os pensadores. 2 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

DURKHEIM, E. As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Paulus, 1989.
FREUD, Sigmund. Uma experiência religiosa. In: ___ O Futuro de uma Ilusão, o Mal Estar na Civilização e Outros Trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1976. p. 195-200 (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Freud, V. XXI).

MALINOWSKI, B. Magia, Ciência e Religião. São Paulo: Ática, 1983

MARTELLI,Stefano. A religião na sociedade pós- moderna:entre secularização e dessecularização; trd.Euclides Martins Balancin.São Paulo: Paulinas,1995 . Comentário feito á página 10

MENEZES, Renata de Castro. Marcel Mauss e a sociologia da religião. In: TEIXEIRA, Faustino (org.). Sociologia da Religião. Enfoques teóricos. Petrópolis : Vozes, 2003.

PEREZ, Léa Freitas. Campo religioso em conflito! Mas que conflito é esse?. Porto Alegre, 1996. Mimeo. 22 p.

SANCHIS, Pierre. As religiões dos brasileiros. Horizonte. Belo Horizonte. 2º Sem., 1997.

SUBIRATS, Eduardo. Da Vanguarda ao Pós-Moderno. 4. ed. São Paulo: Nobel, 1991.

Autor: Edson De Oliveira Reis


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