Indisciplina, escola e família.
Artigo de opinião
28/06/2011
Indisciplina, escola e família
A indisciplina deixou de ser um fato isolado e ocasional dentro das escolas brasileiras. Por ser uma questão que mobiliza professores, equipe técnica pedagógica e ocupa as primeiras páginas de jornal, das mais variadas escolas desde a privada a pública, pergunta-se: qual seria um método eficaz para amenizar tal problema?
O assunto indisciplina, na área de ensino, é uma questão que deve ser avaliada de tal maneira que se analise quais os pontos falhos que leva a clientela escolar a insurgir em relação às normas estabelecidas por estas instituições.
??A vergonha pura não é o sentimento de ser tal ou tal objeto repreensível, mas, em geral, de ser um objeto, isto é, de me reconhecer neste ser decaído, dependente e imóvel que sou para outrem??. (Sartre, 1943, p.336).
Vamos apontar ou despertar a sociedade para que repensem sobre um fato de suma importância no sistema de aprendizagem, as questões da disciplina.
Professores e pais de alunos estão se vendo obrigados a reconhecer a derrota: dada ao aluno à opção entre ir ou faltar à aula, o estudante, muitas vezes prefere faltar. Conseqüentemente não estuda, engrossa o grupo da bagunça, adere a outros hábitos inerentes á natureza humana.
Cansados de ver as salas de aulas vazias seja porque o aluno resolveu faltar, seja porque "algum" pai preocupado o matriculou em outra escola ? os colégios nascidos sob o princípio de quanto menos regras melhor procuram desenvolver junto aos pupilos "um contrato pedagógico".
Os tempos estão mais moderados também para os educadores. Se até a duas décadas escolas viam com bons olhos o mestre que, no intuito de aproximar-se dos alunos, ia reunir-se, com eles nos "barzinhos", hoje o que exigem, antes de tudo, é que o professor saiba impor respeito.
Descer "do salto" não significa mais ir ao encontro dos estudantes, nas "baladas".
Foi bom pôr abaixo um modelo ultrapassado, mas, inevitavelmente, deu lugar a abusos, não cumprimento de regras.
Termos como disciplina e autoridade causam arrepios de horror. Esqueceu-se de que a relação professor- aluno é necessariamente hierárquica, mas com respeito e não ditatorial.
Daí uma constatação, o professor não se sente envergonhado em não controlar a ??insurreição?? dos estudantes por não cumprirem com as regras da disciplina escolar e os alunos não tem vergonha de faltar à aula com freqüência por motivo torpe, não fazer a lição de casa, não fazer silêncio enquanto o mestre explica; ora será o vínculo criado entre professor e aluno ultrapassou os limites, não havendo respeito de ambas as partes?
Como objeto de reflexão neste contexto, associamos a disciplina a uma boa postura, que é uma herança social que vem de tempos remotos. Quando alguém age sem postura, ou seja, expondo o seu juízo a julgamento de outrem é natural que surjam críticas negativas, pois temerosos que somos ao juízo negativo de outra pessoa, é que certamente temos ??formado?? o mesmo juízo dela, todavia por compartilharmos os mesmos valores é o que nos leva a pensar sobre tal atitude!
Entretanto o que se nota agora é um recuo no modelo pedagógico de algumas escolas, ao menos no que diz respeito à preferência dos educadores e "algumas" famílias quando participam da vida escolar do filho: a popularidade das escolas liberais diminui na mesma proporção em que cresce o sucesso dos colégios "rigorosos". Porém, há pais que nem participam da vida escolar do filho não indo a reuniões bimestrais, delegando toda responsabilidade para a escola, o que compromete o processo ensino-aprendizagem!
Questões como o uso obrigatório do uniforme, dever de casa tornando sagrado, o professor comprometido com a proposta pedagógica, o sucesso aparece espontaneamente.
Se os limites são bem claros, tais como restrição no uso do celular no interior da escola, uso de bonés, balas, guloseimas, o professor mantendo-se sempre discreto, impondo respeito para ser respeitado, os alunos tendem a obedecer!
Autor: Marcelo De Jesus Garcia
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