Sexualidade- Uma questão a ser refletida apartir do âmbito escolar



Sexualidade ? Uma questão a ser refletida a partir do âmbito escolar

Por: Maria de Fátima da Silva
RESUMO

Este trabalho tem por objetivo abordar a sexualidade infantil no ambiente escolar dentro de uma perspectiva atual, onde esta sendo relatada a falta de preparo que alguns educadores têm por não saber lidar com as crianças, assim como as famílias que precisam de ajuda, porque na maioria das vezes são elas que incentivam as crianças a se comportarem de uma forma diferente.
Observa-se também que a sexualidade infantil é algo natural e inocente que a criança prática espontaneamente, mais que em alguns casos ela chega a fazer cenas sexuais, só que, deve-se observar que ela não tem culpa porque se ela demonstra algo desse tipo foi por que ela viu ou ouviu então quem deve sofrer uma punição são seus pais, que não participam da vida dos filhos, e se uma criança cresce vendo o que é impróprio para a sua idade, com certeza vai provocar um problema na mente desse, ser.
Por isso é necessário desenvolver um trabalho voltado para a sexualidade, para assim poder promover a conscientização.
FREUD em seu livro "FREUD E A EDUCAÇÃO" mostrou relatos concretos do que a repressão sexual pode vir a causar em uma criança, assim como outros autores que relataram fatos sobre o desenvolvimento infantil.


Palavras-Chave: Sexualidade; Educação; Família; Repressão.






ABSTRACT



This work has for objective to approach the infantile sexuality inside in the school atmosphere of a current perspective, where this being told the preparation lack that some educators have for not knowing to work with the children, as well as the families that need help, because most of the time they are them that motivate the children the if they hold in a different way.
It is also observed that the infantile sexuality is something natural and innocent that the practical child spontaneously, more than in some cases she gets to do sexual scenes, only that, it should be observed that she doesn't have blame because if she demonstrates something of that type why was she saw or he/she heard then who should suffer a punishment they are your parents, that don't participate in the children's life, and if a child grows sells what you/he/she is inappropriate for your age, with certainty you/he/she will provoke a problem in the mind of that, to be.
Therefore it is necessary to develop a work gone back to the sexuality, for like this to promote the understanding.
FREUD in your book " FREUD AND the EDUCATION " showed concrete reports than the sexual repression can come to cause in a child, as well as other authors that told facts on the infantile development.


Word-key: Sexuality; Education; Family; Repression.





Sexualidade ? Uma questão a ser refletida a partir do âmbito escolar

A questão sexual na educação infantil é algo a ser pensada, porque em alguns casos é mal interpretada pelos profissionais da educação, onde alguns gestos que a criança demonstra em seu convívio escolar é tido como safadeza ou indecência, são pensamentos como esses que podem causar na criança um distúrbio ou até um problema psicológico.
Para ajudar a esclarecer a sexualidade na educação infantil eu busquei fazer algumas pesquisas a respeito do tema e tive como fonte alguns autores como: Sigmund Freud, Lex Semionovich Vygotsky, Henri Wallon e Jean Piaget.
Sabe-se que esse tema é conturbado e provoca várias reações na sociedade, que na maioria das vezes não tem um certo conhecimento do que esta acontecendo, e a escola como fonte esclarecedora se nega a abordar temas como esse que pode ajudar os pais dessas crianças.
É preciso ultrapassar problemas como esse que podem ter conseqüências no desenvolvimento cognitivo da criança, e a melhor forma é buscar entender o que acontece com o desenvolvimento psicológico do mesmo.
Os primeiros atos sexuais começam na criança assim que ela nasce e começa a sugar o seio da mãe, para se alimentar dando-lhe um certo prazer, além desse ato existe também a manipulação de órgãos genitais, prazer ligado a defecação, entre outros que fazem parte da sexualidade infantil, são fatos como esses que são mal interpretados pelas pessoas e fazem com que as crianças sofram as conseqüências.
A educação infantil atende crianças de 4 a 6 anos, e as creches de 0 a 3 anos onde a formação acontece em escolas públicas, privadas, estaduais e municipais, são elas que demonstram atos de sexualidade em seu convívio escolar e os professores não sabem como lidar com o assunto, até porque já conhece a realidade da criança, e por não saber lidar com esse tipo de assunto terminam repreendendo-a sem que ela tenha culpa, porque isso é algo natural e não devastador, pecaminoso como algumas pessoas pensam, isso é uma falta de conhecimento.
É devido a isto que eu me deti aos pensamentos de FREUD (1998,p.83) quando ele relata que:
"nenhum autor reconheceu com clareza a normatividade da pulsão sexual na infância e nos escritos já numerosos sobre o desenvolvimento infantil, o capítulo sobre desenvolvimento sexual, costuma ser omitido".

Então percebe-se que até alguns autores se detêm ao desenvolvimento infantil deixando de lado a sexualidade da criança que é algo que esta florescendo e que são atos naturais, e não deixam de ser, apenas na mente de quem desconhece o assunto.
Diante disso se faz necessário promover palestras com a família e os professores para tratar desse assunto de uma forma natural, prazeroso e significativo, onde eles saiam pelo menos entendendo como lidar diante de alguma situação inesperada e também para que não faça com seu filho sofra alguma neurose.
FREUD (1997, p.43) relata que:
"caso o desenvolvimento da criança não ocorra de maneira satisfatória, a repressão da pulsão poderá originar uma neurose obsessiva, da qual uma das características pode ser a obsessão por limpeza".

Diante de relatos como esse que percebe-se que um simples ato de repressão pode gerar tamanho problema, daí a importância de constituir um projeto de conscientização para que os pais não reprimam atos de formas bruscas, mais através de um diálogo ou até de uma brincadeira.
Devemos procurar desenvolver um trabalho voltado a reflexão, ao conhecimento, para tentarmos quebrar alguns tabus, assim como FREUD fez.
Por que algumas crianças fazem gestos devido aos pais que praticam atos sexuais na frente deles passam filmes impróprios ou até gestos obscenos, coisas que ficam gravadas na mente do ser, e a criança por não entender o que esta presenciando começa a imitar.
Esse tipo de sexualidade que a criança começa a desenvolver é diferente da que FREUD fala em seus livros, pois a que ele relata é algo natural e espontâneo.
Famílias como essas estão desestruturadas e por isso precisam de informações, e essas crianças necessitam de ajuda e de profissionais que saibam lidar com elas, por que na maioria dos casos são carentes e sem nenhuma estrutura familiar e por isso levam o que vêem em casa para o ambiente escolar.
VYGOTSKY (1998, p.40) diz que:
"Piaget afirma que os objetos não elaboram a mente da criança. Mas nós observamos que em situação real, onde a linguagem egocêntrica da criança está relacionada á sua atividade prática, onde esta ligada ao pensamento da criança, os objetos efetivamente elaboram a mente infantil. Objetos visuais significam realidade, mas não uma realidade que se reflete passivamente nas percepções da criança, que é captada por ela e de um ponto de vista abstrato, e sim, uma realidade com a qual essa criança se depara no processo da sua prática".

A citação acima reforça muito bem o fato que foi abordado anteriormente, quando a criança presencia atos indesejados, porque fica guardado em sua mente, daí ela pode não entender o que esta vendo, mais começa a imitá-los, promovendo em sala de aula um desconforto, porque em alguns casos os professores chegam até a tachar a criança de safado e de querer separá-la dos outros, em vez de procurar entender aquele ser pequeno e inocente.
Segundo WALLON (1998, p.83) exemplifica que uma criança pequena começa só conseguindo os movimentos ou os sons emitidos em sua frete se ela mesma os executar espontaneamente.
Devido a isso é necessário ter cuidado com o que se fala e mostra diante de uma criança, porque é num ato inconsciente que ela demonstra o que presenciou ou ouviu, pois é nessa fase entre os 2 e 6 anos que a mente da criança esta aberta a aprendizagem a curiosidade, a querer tocar e a manusear o que esta diante dela.
FREUD (1913, p.44) escreveu que:
"os educadores precisam ser informados de que a tentativa de supressão das pulsões parciais não só é inútil como pode gerar efeitos como a neurose".

Por isso é tão importante que os professores tenham um certo conhecimento, e dada melhor do que fazer algumas pesquisas.
Em situações como essas são inúmeras os questionamentos, por exemplo:
- Como trabalhar com a sexualidade na educação infantil?
- Como agir diante de um aluno que demonstra um ato sexual em sala de aula?
- E como lidar com esses pais?
Deve-se primeiramente separar o sexo que é um ato que ocorre entre seres adultos, de uma demonstração que a criança faz, onde são atos promovidos pelo seu inconsciente e que para ela demonstram prazer.
FREUD (1997, p.83) diz que:
"faz parte da opinião popular sobre a pulsão sexual que ela está ausente na infância e só desperta no período da vida designada puberdade. Mas esse não é apenas um erro qualquer, e sim um equívoco de graves conseqüências, pois é o principal culpado de nossa ignorância de hoje sobre as condições básicas da vida sexual".

Por que a sexualidade não começa ocorrer na vida adulta e sim desde que nasce como já foi explicado anteriormente.
São fatos que não se pode esconder ou dizer que aquele menino ou menina são safados é uma questão de cultura, onde todo ser humano já nasce com a sua sexualidade.
Nos dias atuais percebe-se de uma forma clara o comportamento dos pais diante de seus filhos, pois eles passam a influenciar essas crianças a se comportarem como adultos, e na escola você observa quando elas chegam, as meninas com umas sais minúsculas, cheia de maquilagem, falam até em namorar, e o que é os pais fazem? Estimulam, acham bonito e isso sim pode levar a criança a perder o que ela tem de mais puro, a inocência, o deixar a fase da infância, atropelando dessa forma as fases do seu desenvolvimento ou seja pulando etapas, deixando de lado as brincadeiras.
É nessa fase também que as crianças demonstram muita curiosidade e enchem os pais e os professores de perguntas, como por exemplo: como os bebês nascem? É nessa hora que deve-se procurar uma forma clara e objetiva para explicar a criança.
Segundo FREUD (1997, p.101) onde ele reforça o que eu falei sobre a curiosidade, ele diz que a vida sexual da criança chega em sua primeira florescência, entre os 3 e os 5 anos, também se inicia nela a atividade de que se inscreve na pulsão de saber ou de investigar.
É nessa fase que ela começa investigar, querer saber das coisas que vê, tentar entender o que esta a sua frente, por isso é necessário saber como sanar a curiosidade da criança.
Segundo FREUD (1908, p.48) diz que as crianças costumam tecer suas próprias explicações a respeito de como nascem os bebês, e essas explicações dependem do momento de desenvolvimento sexual em que se encontram.
Diante disso o educador deve estar preparado para ajudar a essas crianças de uma forma adequada, para que elas tirem suas dúvidas, tudo isso deve ser feito de acordo com a fase em que a criança esta vivenciando, além disso, deve-se apresentar as respostas a criança de uma forma simples, mais que ela entenda.
Concluo que, a sexualidade infantil é algo que deve ser levada para as reuniões e palestras nas escolas, visando sempre o bem estar da criança, e a melhor forma é conscientizar a família sobre seus atos e de que devem prestar mais atenção nos seus filhos, pois são problemas que acontecem na infância que podem influenciar na vida adulta.
No decorrer desse artigo foi bem abordado essa questão dos problemas psicológicos que a criança pode vir a sofrer, devido a repressão que ela sofreu durante a sua infância.
Os relatos de FREUD foram de grande importância para as minhas pesquisas, pois me ajudaram a fundamentar melhor o meu trabalho, assim como os outros autores que também contribuíram.
Diante de tudo que foi relatado fica bem claro o papel da escola que é o de trazer informações para as famílias dessas crianças fazendo que elas passem a participar de uma forma ativa no convívio escolar dos educandos, dentro e fora da escola.
















Referências Bibliográficas

FREUD, Sigmund. Freud e a Educação. editora Spione, São Paulo, 1997.

VYGOSTSKY, Lev Semionovich. Coleção Educadores. Editora massangana, Recife, Pernambuco, p38-41, 2010.

WALLON, Henrí. Coleção Educadores. Editora massangana, Recife, Pernambuco, p34-37, 2010.

PIAGET, Jean. Coleção Educadores. Editora massangana, Recife, Pernambuco, p27-68, 2010.

Antipoff, Helena, Coleção educadores, Recife, Pernambuco, 2010

Durkheim, David Emile, Coleção Educadores, Editora massangana Recife, Pernambuco, 2010.

Durkheim, David Emile, Coleção Educadores, Editora massangana Recife, Pernambuco, 2010, p, 25 ? 28

Makarenko, Anton Semonovich, Coleção Educadores, Editora massangana, Recife, Pernambuco, 2010, p, 85 ? 100.

Guimarães, Áurea Maria, A dinâmica da violência escolar: Conflitos e Ambiguidade, Campinas, editora autores associados, São Paulo, 2005


Autor: Maria Fátima


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