O TREM DA MISÉRIA



O TREM DA MISERIA
Nazaré, 22-01-1995

No Brasil existem
100 milhões de miseráveis
Divididos em três classes sociais.
Os sem terras,
Os sem tetos,
Os sem nada.
Todos sem informação,
Todos sem formação,
Todos sem ação.
Se todos esses miseráveis,
Com orientação de militantes
Verdadeiramente de esquerda,
Resolvessem fazer a revolução...
Resolvessem fazer a evolução,
Nasceria outro Brasil.
Enquanto os miseráveis
Sentem a fome aguda,
Milhões de toneladas
Apodrecem nos armazéns,
Só para não afetar
O preço dos empresários.
Se o povo invadisse
Esses grandes armazéns,
Uma parte da tragédia
Estaria vencida.
Depois viriam os hipermercados,
Os hospitais particulares, as mansões,
As escolas e universidades.
Quando não tiverem
Mais o que tomar,
Tomariam o Planalto.
Diria NÃO as religiões,
Fariam a reforma agrária
Nos diversos latifúndios.
Demitiam os padres e pastores,
Esses agentes do atraso,
Da miséria e do conformismo.
Depois reaproveitariam alguns deles
E os obrigaria a ensinar
O verdadeiro socialismo.
O Brasil está sendo
Governado e controlado,
Por agiotas internacionais
E entreguistas locais,
Que nada produzem
A não ser o trem da miséria,
Que roda de um lado para o outro
Com trinta milhões de sem nada.
Esses cínicos governantes
Financiados pelos banqueiros,
Que são agiotas locais,
Na sua fome de dinheiro
Nada produzem a não ser
A miséria e o desespero,
Que graça em toda nação.

Financiamento para habitação,
Só para empreiteira.
Financiamento agrícola,
Só para o agro negocio.
Financiamento para micro empresa,
Esse foi extinto
Pela burocracia do poder,
Para não afetar os lucros
Das grandes empresas,
E não haver concorrência
Com os homens do poder.
E o desespero continua.
Existem alguns heróis
Com minifúndios em atividade,
Que ainda resistem
Sem ajuda de ninguém.
Mas que são perseguidos pela CNA.
Até os programas de televisão,
Que tratam da área rural
Estão imprestáveis,
E tudo que apresentam
Só serve ao latifundiário.
É projetos para dez mil cabeças
Tudo financiado pela ditadura,
Com o dinheiro do povo.
Se o dinheiro foi desviado,
Não se preocupe latifundiário,
O povo paga tudo.
Agora inventaram uma moeda forte
Para os latifundiários comprar gado barato.
Quando o gado fica gordo
Eles vendem tudo mais caro.
Depois vem outro plano
E tudo acontece como antes.
Os donos do mundo, com apoio do povo
Que não sabe o que está acontecendo,
Continua na sua orgia financeira.
Se o povo pensasse bem,
Se soubesse o poder que tem,
Já tinha começado a revolução.

Autor: Gilberto Nogueira De Oliveira


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